18 maio, 2011

ROSAS DE VIDRO ...


ROSAS DE VIDRO ...


Inquietude
o desassossego que
não pára ...
Incomoda perturba a maré
águas que se agitam em movimentos bruscos
emanam ventos ...
Galopantes traiçoeiros
andarilhos, cata-ventos
deixam de estar dormentes
agarram-se aos cabelos do vento ...
Esperam que passe o breve tormento
Não há vontade de sorrir
aqui tudo escapa, tudo se pode partir ...
Rosas de vidro
estilhaços aguçados de solidão
cacos quebrados, pétalas calcadas neste chão ...
Passos que bramam tristeza
bonecos de chumbo caídos
vestidos num corpo cinzento ...
Esperança atraiçoada
limalha de ferro, espetada ...
Infecta, contamina
uma fome que domina ...
Pão bolorento ...
Não cresce falta-lhe o fermento ...
Não mata a fome ...
Aumenta ...
Alimenta a
angústia adocicada ...
É o acido que corroí
É a felicidade evaporada ...
Páginas amarrotadas de um livro
enegrecido ...
Que já se leu e foi devolvido ...
Flores de vidro ...
Caídas ...
Metáforas de vidas, proibidas ...
Castelos de gelo
no domínio de um astro ...

Meu SOL ...

ANA P.

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