11 maio, 2011

PENSAVA QUE ...

PENSAVA QUE ...

Pensava
que sendo leve
poderia voar ...

Pensava
que o vento
bailava ... numa floresta ...
ou
na humilde clareira de giestas
que salpicam os raios de sol de pontos
amarelos ...
Escutando melodias ...
no aproximar ...
Espreitando
o
mundo em bico dos pés ...
Corrente de simetria da força de cada
vendaval ...
Moinhos livres ao vento ...
Espigas de milho, trigo ...
Moer das sementes
transformadas ...
Farinhas ...
Acarretam agora jumentos ...
Medieval roteiro
em aglomerados passos
disfarçados carreiros ...
Que trespassam a serra ...
Bravos pinheiros
se agitam sobre o branco campanário ...
Que difere no cenário ...
Acalma as almas que passam
no respeito demarcado ...
Cultos ...
Rituais de longe ...
Muito longe de um passado
mas tão próximo no presente
de gentes que sentem ...
Em trilhos não esquecidos que marcam
o passado para um futuro
que regerá os caminhos no presente
Seiva que corre
nos braços de gentes
no árduo trabalho de uma fé ...
que não passa ...
Trespassa gerações
com rumo
Um norte que não se discute ...
Não se altera ...
Apenas, segue-se! ...
Legião de folhas
que não contrariam os Ventos ...
Não semeiam ...
Vão com ele ...

Vou ...
Leve solta ...
Na força que me abraça
em
chuvas que lavam penas
o corpo e a alma ...
São mecenas ...
Protectoras serenas
dos escritos da mente ...
Pergaminhos de carinho
pedaços rasgados do coração ...
Que untam os dedos
de sentimentos ...
Fazem falar minhas mãos ...
rabiscam o tempo ...
No piano que toca sem mãos ...
Nas pautas papeis enfeitiçados
o místico selado ...
Livros invisíveis guardados
Prantos, fados por vezes cantados ...
Guitarra com lágrimas vivas
na força de um rio ...
Cordas quebradas ...
Notas trocadas
água fresca do poço frio
em cada
aragem um novo rumo
que é o aprumo que me ergue no ar ...
Um
pássaro indefeso
aprendendo a voar ...
Plano sozinha nas garras da vida
nos vendavais ...
Assombram e atormentam ...
Relembram-me que somos
somente Comuns Mortais ...
Num Mundo
de
pequenos pardais ...

Pensei que Voava ...

ANA P.

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