Com o narcótico
Do teu desejo...
Deixa-me ser
a traficante...
Faz-me sentir deslizar
verticalmente…
Brilho escaldante…
Neste chão partilhado…
Faz de mim,
negócio dos sentidos...
Intentos de juízo...
Desígnios mútuos...
Plangente ruidosa...
Corrente carcereira,
que delimita o horizonte...
Abençoada prisioneira,
dum estigma que te perdoei...
Ser binário que não ama...
Serenidade matemática...
Néctar de penugem…
Que aflora tua boca…
O Futuro... O destino...
Num só...
Um aroma...
Um incenso ...
Um desígnio imenso…
Em que me apodero de alguém…
E vislumbro…
A vista abrangente de um pôr do sol...
A mistura terrena entre o céu e a terra...
A melodia que não morre...
Sobe as cinzas da paixão...
Em tábuas húmidas...
Perdidas na areia...
Em que nos sentamos,
outrora…
E devoramos nosso coração…
A cor rubra que te corre nas veias...
Estimula a pulsação...
A arte sôfrega e impaciente...
Dos desejos ardentes...
Euforia de cor transformada...
É nossa tempestade,
de ventos frios e quentes
O apetite voraz...
Que te sorve em cada aspiração...
Absorvendo o teu ar...
Inspiração...
Numa fotografia apagada...
Que tenta surgir...
Na memória…
Da intenção…
O impulso dos movimentos...
Respirar...
A morfina ...
O círculo de nosso jogo…
Uma gargalhada que perdemos no ar...
Se vires entristecer meu olhar …
Aproxima-te…
e…
Dopa-me...
Ana P. / J.C. PATRÃO ♪ÐลяЌ♪™
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