26 maio, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

Olá!
Meu querido amigo ...

Longas as noites
que ficaram por sonhar ...
Longos silêncios da ribalta dos meus sonhos ...

Escrevo da margem invisível, poente do teu norte.
Rumo incerto...
Na minha face o brilho do sol, beija a lágrima salgada que desliza.
Matiza a rubra saudade que sinto por ti.
Conquista a longa jornada da tua ausência, suaviza a distância e amolece o coração.
Faço agora pequenos excertos da tua passagem, beberico na fonte da mente, a lucidez necessária para não te esquecer.
Mais que um silêncio, é a arma com que justifico a minha defesa...
Já não se cantam vitórias, nem se ecoam histórias ...
Vivem-se ...
Sentem-se ...
Flores que despertam odores, sensações, toda uma química de uma sinapse que não te deixa partir...
Resistente, corrobora ordeira-mente as ordens que um coração envia à mente.
Não posso parar o tempo, não posso apagar pedacinhos de mim ...
A melodia cambaleia numa partitura, onde brisa desfolha docemente cada página composta com a nossa musica.
É nela que pernoito nas noites sombrias, noites frias, que agonizam o sono devoradoras do espaço vazio presente tão repleto de ti.
É nela que o sol do meus dias nasce, emana o quente brilhar da luz dos meus olhos.
A luzir tentação que não esmorece, renasce nos dias que passam, deflagra a ironia do destino que nos separou ...
Acelera a grandeza das palavras, dos gestos que partilhamos reafirma a verdade do bater do coração ...
Resgata o sorriso plagiado vezes sem fim... trás de volta as gargalhadas que soltamos de boca fechada.
Senhora de mim refresco a saudade na prosa, no carinho, na afectividade de cada abraço, no eterno mergulhar do nosso beijo.
Na escrita o estendal de emoções, rasteados na mente que sente e não mente ...
Cada dia que vai passando, elabora um rendilhado com amor... Tão puro, que se sente no olhar ...
Em cada fechar de olhos, em que te vejo passar ...
Hoje ...
Apeteceu-me, cobiçar-te! ...
Sem demoras, sem tramas mas com arte...
A arte de valorizar cada segundo que nos soubemos Amar ...
Cada segundo que senti a tua pele Respirar...
Cada segundo em que me perdi nos teus Braços ...
Cobicei o Desejo! ...
O fermentar poderoso do teu Beijo. ...
Cobicei sem Vergonha, sem Horas ... sem Fronha.
Hoje ...
Soltei lágrimas na felicidade que me deixaste.
Libertei-as na grandeza do carinho que sempre nos uniu ...
Na combustão que nos incinera ...
Na falta sentida daquele abraço, que não mata ... Conforta!
Nas palavras semi-despidas, de cada momento. Tão nosso! ...
Que não morre, revive na saudade que não desgasta ... Alimenta!
SAUDADE!!! ...
A harpa que seguro nas mãos...
O som angélico, que amena a vaidade da falta que me fazes!
No sentir de cada dia que passa ...
Na verdade que me ofereceste de mãos dadas, liberdade!


Carinhosamente

ANA P.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.