19 maio, 2011

DEPOIS DE MIM, NADA MAIS ...

DEPOIS DE MIM, NADA MAIS ...


Escolta
no meu céu de vendavais ...

Em nuvens passageiras
quero esquecer-me de mim ...
Morrer no tempo, num banco de jardim ...
Quero
sentir os cheiros das flores,
da terra escarlate, aquecida ao sol..
Quero
absorver com a pele, as chuvas frias
e os pólenes dos favos de mel ...
Quero
falar, tingir aromas
com frutos silvestres
colhidos por mim ...
Paladares de amoras negras,
vermelhas ...
Bebedeiras de abrunhos,
licor fermentado, um cálice
semi-reservado ...

Não quero ter asas, nem quero andar
tenho saudades elas vão me levar ...

Saudades do tempo
que fui criança ...
Saudades ...


Há dias, que nada tenho
pareço esquecer-me ...
Cicatrizes,
que sangram do passado em
tons de cinzento disfarçado ...
Remendos
do coração,
em dias que alma
reza o pranto na solidão ...
Escuridão ...
Sentir, o rasgar a carne ...
Sombras que se deixam ver
quantas vezes as quero calar....
Insanidade
com que não se quer sonhar ...
Amordaça-las, para não mais voltarem ...
Vendavais
que revestem
um corpo de mulher ...
Num céu demasiado azul
Escoltado por mim ...

ANA P.

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