22 dezembro, 2011

NATAL ...

Encontro-te num sorriso ...
Não planei, ser princesa...
Não escolhi, as cores vivas
que sobressaem no meu corpo ...
Natal ...
Cresci pendurada nos sonhos ...
No tempo, que não se cansa de correr à minha frente ...
Inatingível, fragmenta momentos ...
Apeadeiros, que são o ponto de partida,
O ponto de chegada ...
Natal ...
Quando tudo, significa nada! ...
Acreditar, que as ausências
são as que nos fazem voltar ...
Sonhar ! ...
Feitiços que não se podem quebrar ...
Fragilidades que se somam, quando queremos tirar ...
Procurar, incertezas que nunca deixamos falar ...
Escutar, planos de abraços que não soubemos partilhar ...
Natal ...
Memorias coloridas
Fundamentos que nos agarram à vida
Edificam paginas, que não saberemos se vão ser lidas...
Em cada Natal,
Uma festa ou uma despedida ...
Ermidas que acolhem a alma
dos becos sem saída,
de um tempo que sempre passa por nós,
em cada Natal que sonhamos
no colorido dos afectos que ficaram ...

ANA P.

12 dezembro, 2011

MEU PALANQUE ...

Sem planos
desci o pano do palanque
que resguardo nas mãos ...
Reparei na exactidão do negro colorido
do branco eclipsado,
a palidez amarela,
de cada folha rasgada que afastei de mim ...
Ainda escuto
o ranger dos portões de ferro
que adornam o mural
de um jardim esquecido ...
Acordei o silêncio viscoso,
com passos ...
Calmamente,
tacteei pétalas de pedras cintilantes.
Mensageiras secretas de aveludados momentos.
Elevei minhas asas ao vento...
Senti a frescura do hálito de eucaliptos,
do sopro de amoras silvestres, do abrunheiro tentador ...
Senti esvaziar-me na vida,
embrenhar-me no enredo ...
Tão próximo, que me conquistou! ...
Dispersa em mil pedaços.
Resumida na
Volátil certeza de voar.
Inconstante...
Ameaçada pela discórdia do medo
que finta ...
Pragmático...
Não escolhe os momentos...
Executa ! ...
Intemperes de uma vida Absoluta!
Exemplo de um único olhar,
independente, livre ...
Um não relativo,
que lidera a essência,
de um palco em minhas, Mãos...
A paixão que delatei
nas pálidas folhas rasgadas ...
O negro colorido dos passos
que dou na vida, sentida.
No
calor do abraço que não dei...
Guardei...
Em folhas que rasguei ...

ANA P.

10 dezembro, 2011

DEMAGOGIA ...

Cresci entre dedos
que não apontavam mentiras ...
Seguravam verdades
das enclaves de diferenças existentes ...
Territórios que abracei
sem abrir os braços...
Do cansaço fiz a glória
de alcançar ...
Bolha de ar que me engole.
Sustenta a fragilidade
de lágrimas derramadas,
no incontrolável tempo ...
Cada ocasião de momentos
que com ele foi ...
Insaciada,
dormi nas estâncias ausentes
Fugi do receio das gentes
da figurante fome...
De um palco negro, pintado de azul ...
Acordada, volvo aos locais
que revejo nos sonhos dispersos...
Pontos ...
Predilecta chuva que se esconde
no
eloquente acordar das manhãs.
Goteja
o trago negro da noite...
Agridoce irreal
Do beijo proibido que tanto desejei
Veemente domina o tom escarlate
que nos dá vida ...
No papel aprendi cifras de frases,
desnudei os erros cometidos,
denunciei os abismos de revolta ...
Fiz da escrita a gota ...
A gota de água revolta
A gota de água serena ...
Agua de rosas
em tons de prosa,
pétalas de aveludados azuis, tingidos ...
Escolhi a liberdade de voar
sem asas
de queimar sem nunca arder ...
Percorri labirintos,
caminhos, trilhos, atalhos e
estradas sem fim
Nas palavras colhi, seiva ...
Comprei,
castelos no ar,
ultrapassei muralhas
o desejo de encontrar ...
Sem grades nem algemas.
Sem o gume da faca, cortante ...
No
escuro, a imensidão de um vazio
tão submerso de nós ...
De
enclausuradas vozes caladas.
Silenciadas ...
Após ...
Inaugurei banquetes de fantasia
coloquei à prova a cobardia ...
Dei o nó sem corda ...
Fui tudo o que nunca serei,
nem que fosse por magia.
Alcancei o céu que não conhecia,
Ardi no inferno que nunca ardeu.
Fui ...
A demagogia apaixonada ...
A paixão arrebatada,
numa alma conquistada.
A MINHA.

ANA P.

08 dezembro, 2011

A SOMBRA DA DISTÂNCIA ...

"Quando a literatura pequena
alcança o anonimato do infinito,
dificilmente o mero entendimento
estará próximo do seu alcance."...
Algures, entre o ponto e a virgula.
A distância,
é o obstáculo abstracto que os separa ...
Não se carrega nos ombros o peso das palavras.
Elas vêem nos ventos... Livres emanam o cheiro fecundo de sentimentos ...
Livres, alam-se no tempo.
Coordenam o equilibro entre o ser e a razão.
À
Flor da Pele ... Acompanham ...
O galanteio brilhante que seduz estações ...
Épocas, que dilatam o tempo na irreverência de momentos.
Tonificam a essência que se esconde no intimo.
Salvaguardam o caprichoso tempo de fugir da memória,
Clausura que habita nos alçapões repletos de luz,
na sombra do arco-íris que determina,
a sombra dos dias que são oferecidos...
Escombros, que a vida arquitecta,
no solucionar opções ...
Alternativas, mentes à deriva ...
Vagueiam no espaço vazio,
galgando as muralhas de seres eruditas.
Na compreensão, a extensiva selva humana que nunca foi desbravada ...
Para lá, do Monte ...
Para lá, do Mar ...
Para lá, do Céu ...
Para lá, do SOL e da LUA ...
O além desconhecido ...
Distância que não se calcula, vincula os argumentos que abraçam as palavras.
Intemperes que fazem ecos, na subida da calçada.
Moribundos sorrisos petrificados no éden de perda fria
Enlameadas esculturas de terra, submersas na adversidade encontrada...
Sem labirintos, sem estradas ...
Becos sem saída ...
Distância,
a resistência ...
Entre a tua sombra e a minha! ...

ANA P.

06 dezembro, 2011

OLHO-TE ...

Quando
nada dizes ...
Tão calado contradizes
o meu soluçar ...
Sina,
de vermelhos cristais, cintilantes
que coram o rubro da face ...
O
Fogo que acende, ruínas de cada pecado ...
A
devoradora fome de instantes,
mingua o carenciado desejo ...
Premeditadas nascentes
que nascem dentro de mim ...
SUSSURROS ...
A voz sôfrega, silenciosa, ...
Anil nos socalcos, tecidos de marfim
Rendilhados de poetas
nas folhas de alecrim
Saudades tuas ...
Frotas de velas ao vento,
de abraços abertos ...
Agitadas, despertam o azul do céu
desafiam o laranja fogo, horizonte ...
Aromatizam a bonança do meu peito
Leves fragrâncias diluídas na construção
inacabada ...
Grão de areia,
a escultura que se esconde em minhas mãos ...
Escravatura que surpreende,
as palavras ...
Supera a voz,
mesmo quando nada dizes ...
Onde com bússola
me perco,
na vastidão do teu olhar, Amor! ...
Combustão...
A força que impera,
rege os instantes ...
Transforma os momentos ...
Únicos! ...
Tão únicos, que nem os sonhos
os podem plagiar ...
GUERRAS!
Secretas batalhas,
Mil palavras soltas,
em cada olhar ...
Contradizem o que nunca
acabaste por falar ...
Num simples olhar!

Ana P.

04 dezembro, 2011

ARFAR DE NUANCES

Que
o vento me leve
Me ensine a dançar...
Dominada,
seja o meu respirar.
Dançar ...
Fechar os olhos
sentir-me baloiçar ...
Sigo seus passos em
breves levitares.
A estrada é palco
do infinito bailar ...
Deixa
que relembre ...
O oscilar dos corpos.
O entrelaçar de olhos,
na explosão ardente.
Elegante meiguice,
consente o toque cortês...
Sentir na pele o que não vês ...
Deixa
que provoque,
quebre as emoções...
Deixa
que te leve
na íntima certeza.
Meu gladiador de sonhos
reais...
Na banalidade, de te querer cada vez mais!
Que o vento me leve...
Me aproxime de ti! ...
Nos liberte ...
Nos deixe dançar ...
Que se façam a conquistas,
sem guerras começar.
Na chuva de prata,
nas faces lua ...
Anda, podemos bailar! ...
O vento passou
mas prometeu voltar ...
BAILAR! ...
No sopro do vento
na falésia do nosso amar...
A maresia de beijos
a luz do nosso bramar.
Sequências de desejos,
que se soltaram no ar ...
Ainda te peço um desejo ...
Que me ensines a dançar,
no silêncio do vento, que jurou voltar! ...
Nuances
do respirar ...

Ana P.