10 dezembro, 2011

DEMAGOGIA ...

Cresci entre dedos
que não apontavam mentiras ...
Seguravam verdades
das enclaves de diferenças existentes ...
Territórios que abracei
sem abrir os braços...
Do cansaço fiz a glória
de alcançar ...
Bolha de ar que me engole.
Sustenta a fragilidade
de lágrimas derramadas,
no incontrolável tempo ...
Cada ocasião de momentos
que com ele foi ...
Insaciada,
dormi nas estâncias ausentes
Fugi do receio das gentes
da figurante fome...
De um palco negro, pintado de azul ...
Acordada, volvo aos locais
que revejo nos sonhos dispersos...
Pontos ...
Predilecta chuva que se esconde
no
eloquente acordar das manhãs.
Goteja
o trago negro da noite...
Agridoce irreal
Do beijo proibido que tanto desejei
Veemente domina o tom escarlate
que nos dá vida ...
No papel aprendi cifras de frases,
desnudei os erros cometidos,
denunciei os abismos de revolta ...
Fiz da escrita a gota ...
A gota de água revolta
A gota de água serena ...
Agua de rosas
em tons de prosa,
pétalas de aveludados azuis, tingidos ...
Escolhi a liberdade de voar
sem asas
de queimar sem nunca arder ...
Percorri labirintos,
caminhos, trilhos, atalhos e
estradas sem fim
Nas palavras colhi, seiva ...
Comprei,
castelos no ar,
ultrapassei muralhas
o desejo de encontrar ...
Sem grades nem algemas.
Sem o gume da faca, cortante ...
No
escuro, a imensidão de um vazio
tão submerso de nós ...
De
enclausuradas vozes caladas.
Silenciadas ...
Após ...
Inaugurei banquetes de fantasia
coloquei à prova a cobardia ...
Dei o nó sem corda ...
Fui tudo o que nunca serei,
nem que fosse por magia.
Alcancei o céu que não conhecia,
Ardi no inferno que nunca ardeu.
Fui ...
A demagogia apaixonada ...
A paixão arrebatada,
numa alma conquistada.
A MINHA.

ANA P.

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