30 julho, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ....

Sem querer, ando ausente!
O meios justificam o fim ...
Mil desculpas ...

Escrevo, não para me justificar mas para completar as respostas que nunca ouvi.
Quando me questionava nas lágrimas vertidas , represas nas vertentes do meus olhos.
Janelas abertas que contemplam o arco-íris...
Porque ausente, haverá sempre alguém que se lembre de mim.
O perigo não esta na ausência!
Está, quando esta não é notada por aqueles a quem queremos bem...
A quem chamamos de amigos! ...

Estou bastante ausente.
O começo de um novo trabalho e todos o alicerces de um livro que têm que estar pronto na editora até final de Outubro....
Tempo! Que nos controla bafeja cada virar de pagina das nossas vidas.
Impiedoso não espera, não para e não recomeça, segue sempre em frente.
Necessitava das 24 H. completas de cada dia... mas não sou imensa.
Sou uma partícula, de pó, sou a palavra que por vezes falta, a palavra que aglomera e absorve.
Sou a palavra silenciosa, em folhas que vão no vento ao colo da madrugada.
Ai! quantas vezes sou nada!
Quantas vezes invisível nos raios do sol.
O pingente da lua preso num fio de prata....
Sou até centenas de vezes abstrata, o penar de uma alma caricata numa mente que soluciona equaciona e por vezes se esquece do corpo em que habita.
Esqueço-me de mim, dos rastilhos de fogo que se propagam no hálito do café da manhã.
Dos aromas de rosmaninho e alecrim que acoitados pelo vento fazem uma visita guiada e apuram os sentidos na simplicidade de uma corrente de ar mais atrevida ...
O tempo que controlador que nunca me perdoa, mesmo assim guardo a paisagem equestre de cada carta escrita ao vento, na gloriosa tela de cada folha de papel, na textura de cada texto e no colorido de cada palavra, onde se alarga na visão a minha e vossa.
Na meiguice de cada leitura de cada gesto, que freneticamente se solta nas vossas mentes num aprazível oásis.
Que cada um de vós degustara em cada trago da escrita, que convosco tenho o prazer de partilhar e ...
Erguendo o meu cálice,brindo! ...
Bem-hajam!...
Grata, muito grata
Por todo o carinho e respeito que sempre me dedicam.
Ao reconhecimento de cada amizade que mesmo sendo virtual, sofre intemperes.
Que sobreviverá sempre!
Onde a base é o carinho e o respeito q.b., por cada um de nós...
Num todo em que existir, estar e fazer parte de ... Valerá sempre a pena quando a Alma não é pequena.
Personalizar faz parte dos códigos de cada um de nós, em que não sendo iguais teremos que nos ajustar ás diferenças.
E ser diferente, não é não estar fora do alcance de ... mas no alargar horizontes, no acreditar que juntos faremos a diferença.
E que esta não é nada mais que uma cifra, para a qual nem sempre temos conhecimento suficiente.
E a maior facilidade é lhe adjectivamos argumentos, que muitas vezes se dissipam nos factos...
Devastando-lhes a essência que as alimenta, na originalidade de sermos punhais que de gume afiado...
Cortantes, que muitas as vezes decepam a credibilidade das amizades ...
Um Brinde! ...
Para aqueles que fazem a diferença na minha amizade.
Obrigada(o) por gostarem de mim...
Muito obrigada!....

Carinhosamente

ANA P.

26 julho, 2011

BALANCE DE PALAVRAS ...

BALANCE DE PALAVRAS ....

Sentimentos
que se escondem ...
Que omitem o significado nas palavras
na vertente dos olhos
Abrem brechas nos socalcos do rosto
desafiam a lava que fermenta no sangue
e
desatinam o coração
Abafam a mente que chora
numa alma
um Anjo de Glória ...
O
corpo lavrado
no arado do tempo
com lágrimas tempestuosas
Ecos do vento Suão ...
Estilhaços de prata
que se evaporam no coração
enrolam-se nas palavras
adornam a solidão
A atarefada ciência que liquidifica
a emoção
Mil livros bolorentos
Espalhados no chão
Emanando aromas dessa mística porção ...
A cumplicidade
entre a força e a razão
que se dizem queixumes...
....
Lugares solitários
retiros de fusão
Palavras que se derretem
em complexa paixão
pétalas de bronze
rosas
brancas corroídas
Fazendeiras da vida
Abismos em nossas mãos
Retiros de um vento
de asas soltas
Pecados de um simples, não!
Que omitem a verdade
do choro do Coração ...
Sentimentos camuflados
por intriga, intuição
ou de difícil percepção ...
Artimanhas da mente
quando não encontra explicação
Usando palavras dormentes
um ópio
que adormece a razão
escondendo a força de uma constelação ...

O brilho que tens nos olhos
Dissipar do medo que sentias
Numa escolha que poderia não ser a razão
mas a força que te faz sentir vivo ...
BALANCE ...
Verdades dos sentimentos
que se omitem nas palavras ...


ANA P.

21 julho, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

O império dos meus ventos, fomentam a credibilidade dos meus sentimentos ...
Existem porque me sinto grata, por ter alguém em quem acredito ...
Por Momentos que não vão com o Vento...
Voltam, Sempre ...

No domínio dos meus ventos, avassalo as essências que me revestem por dentro e por fora.
A vida é uma sequência de peças, um dominó...
Hoje, senti a frescura da saudade do arrebatado abraço que me conforta e suaviza a tez do meu sol...
Li- te em meias palavras e calculei o teu receio.
Não sei o que de facto te intriga mais... Se o meu gostar, ou o quanto gostas de mim ...
Quando nos questionamos e não encontramos respostas de uma certa forma, ficamos cambaleando em contra balanço com coração.
Queria rechear as palavras para que o seu conteúdo, emanasse a maresia do meu mar e aromas do meu lilás, predicados do meu gostar! ...
Decididamente encontro a paz em cada momento partilhado, nasce nos meus olhos um brilho que flameja no brilhar dos teus.
Procuro-te na escuridão que por vezes me cerca, nas batalhas demolidoras da luz do meu olhar ...
Enalteço a sapiência incompleta do meu ser, nas palavras meigas no simples gesto da expressão do teu sorrir...

Porque te intriga tanto o meu gostar?!!
Que mistério?!!
Que química ainda por desvendar?!!

Quando meus olhos encontram os teus ;
São como andorinhas nos beirais ...
as gotas da chuva, que refrescam o milheiral ...
asas abertas do pardal ...
o rio que desagua no mar, o sal das lágrimas que acabam por secar ...
a terra sem fronteiras,onde não há longe nem perto, até pode ser um enorme deserto ...
um fuso sem horas ...
o tempo invisível
o braille com que leio sentimentos ...
o meu café da manhã....

Quantas gulas deciframos?!...
Pecados na nossa mão, nossos corpos suados deixando as roupas no chão ...
Ontem faltaram-me as palavras.
Rolaram por esse chão, são as enclaves do tempo quando aperta a solidão.
Quando do dia se faz a noite e nas noites se faz clarão, quando se acordam os sonhos.
Um fogo sem demagogias de fácil propagação no leito do amor sem ses e sem senão ...
Loucuras de momentos, lava de um vulcão ...
Desejos incinerados, delírios de paixão em sangue fermentado no bater do coração...
Pulsações que nos devolve a vida, que o tempo teima em levar...
Nos dá a forma envelhecida para o deixarmos passar ...
Apenas deixa pedaços para nos relembrar, que o tempo mata, mata não nos deixa ficar ...

Mas quem é que diz ao tempo, que não nos pode levar?!! ...

Partilhamos apenas as horas, como um beijo que se acaba sempre por dar...
Que não se contem mais histórias, que não saibamos contar ...
Não se façam trilhos na espuma branca do mar ...
Não se disfarcem rastos que deixamos tatuar ... na ardósia da mente, em pó de giz soletrar ...
Sonetos que navegam nas estrelas, caravelas de astros por encontrar ...
Lâmina afiada no gume de te Chamar ...
Que nasçam vitórias nas represas do nosso olhar, nos pactos que ficaram nas dunas de tanto te amar...
O silêncio que grita por nós.
Nomenclaturas com arte, uma ciência por estudar nas partituras com letras que não se podem apagar ...
Tatuagens ferrugentas, moedas milenares que fazem parte de tesouros que ninguém nos pode tirar ...
Por muitas voltas que o tempo faça questão de nos dar.
De volta sempre ao tempo que não sabemos parar, sequências de pandora na mitologia de fábulas em que gostamos de acreditar ...

Como um espelho, espelhando a luz do teu olhar ...
Na beleza do tempo em que te vejo passar...
Lembranças soltas no vento, na liberdade de te amar ...
Um rumo contra o tempo ...
Flecha sem arco, pronta a trespassar ...
A química de um mais um, num resultado que não se pode calcular.
A errata que vem no tempo, sem tempo para explicar.
O que não se aprende nos livros mas nas sementeiras que temos que lavrar ...
Nas estações com vida, que não podemos apear ...
Onde somos passageiros...
Não temos bilhetes, nem o podemos comprar ...
O AMOR! ...
É tão incerto, como o X de tempo em que nos podemos, Amar...

Simplesmente o calamos ou o deixamos passar ...
Quem o dita, nós o sabemos ... mas não queremos, por vezes acreditar ...
Que quando menos esperamos,o vamos encontrar!

Palavras que solto no vento, verdades do meu gostar.
Hoje sou a caravela, solta no teu olhar...
O beijo celeste que ainda vamos dar ...
migalhas que não vamos desperdiçar ...

... " ADORO-TE!"...


ANA P.



14 julho, 2011

CORREDOR DE SENTIMENTOS ...

CORREDOR DE SENTIMENTOS ...

Quando a tristeza Ameaça
corro para ti ...
Corro para o colo que Pernoita
no meu peito ...
Corro para o parapeito da Saudade
para te ver passar ...
Para que meus olhos possam Sorrir
e meus lábios naveguem nas Lágrimas
do azul Mar que te trás em cada Maré
Fragrância de Limos que me pintam o Pés
Quando O Mundo desaba
Eu corro para te Abraçar
Longe de mim, és Tudo o que não me deixa Desmoronar
Pedaço do Céu, folha Azul onde Voo
Meu Pecado Vivo , Aroma de açúcar Aveludado
Dois corpos unidos num Passado
soltos no Presente
para um Futuro
Essências de Perfumes Perpetuados
Espada de Marfim, Imortal
Vento que serena o meu Vendaval
A corda do meu Estendal
A Tocha de fogo que Tatuei no Coração
A Cascata do Realejo
a Melodia Secreta do Beijo
O fumo do meu Desejo
Velocidade em que te procuro
no desfolhar a página
do Livro em que Escrevo ...
Numa Trama
onde sempre te Encontro
quando a Tristeza fica
Entrelaço-te no meu Pranto
na Saudade que Alivia
De sentir-te aqui, junto a mim...

Num corredor de

SENTIMENTOS! ...



ANA P.

13 julho, 2011

PACTOS EM CÓDIGOS ...

PACTOS EM CÓDIGOS ...

Voltamos no silêncio equestre do sonho
Como uma bandeira açoitada,
pelos movimentos dos ventos
Pano outrora de cores vivas
Hoje desbotado
A insistência dos raios do sol, que apelam ...
Intensos, estendem-se no pano
Emanando gritos de vitórias
Ladeada pelo vento, sussurrando na brisa
Devolvendo mistérios
da alma que sobrevive alada ao sonho ...
Percorrida pela fusão do tempo
Com dias e noites ...
Sol e Lua de aragem fria, sombrias ...
Aragem quente, abrasiva combustão de Momentos ...
Espirais de ADN, que nos perseguem
da nascença até à morte ...
Onde a mente levita
Sacrifica o corpo dissolvendo a matéria
a mais intima leveza do Ser ...
Vitimas da Erosão ...
Nos ponteiros de um relógio invisível ao Tempo ...
Degasta-nos
envelhece nossos corpos
adormece-nos a mente ...
Pactos, consentidos com a Alma ...
Na transfusão de sonhos
que não matam, alimentam ...
A juventude que o tempo não deixa ficar ...
A velhice que nos faz regressar ...
Coloca-nos à prova ...

Fascínio de não, o podermos parar ...

Nas cartas sem remetente, enviadas ...
Nos significados, enclausurados ...
Nas asas dos sonhos que deixam voar ...
No choro surdo que mescla as ausências...
Nas perdas, que sempre ficarão ...
Nas horas que, apenas se partilham...
Códigos ...

PACTOS ...
Semeados à mão, sementeiras dos sonhos ...

Dissolvem-se em cada acordar ...

Pactos silenciosos ...
Liberdade em se deve acreditar...
Sonhar! ...

ANA P.

11 julho, 2011

BÉLICO GUERREIRO ...

BÉLICO GUERREIRO ...

SEM DISTÂNCIAS ...
SEM MEDOS ...
CONQUISTANDO O DESCONHECIDO
TÃO EFÉMERO
COMO AREIAS
QUE SE APERTAM NAS MÃOS...
NO
CORAÇÃO O ESTANDARTE DAS PALAVRAS
AGITAM A BONANÇA
DA SAVANA ...
PEGADAS LARANJAS DENUNCIAM
O TÓRRIDO HORIZONTE
COM
QUE PINTAS AS PÁLPEBRAS
DOS MEUS OLHOS ...
A TINTA VERMELHA
QUE ESCONDE OS PÉS
PIGMENTA OS POROS DA PELE
BRONZEADA
UM FILHO DO SOL ...
LASCIVO CALOR
DENUNCIA A ALTIVEZ
NA TATUAGEM NEGRA
QUE DELINEIA O PERFIL DOS OLHOS ...
DESCREVE O DOMÍNIO TERRITORIAL
ABRASIVO NUMA AVALANCHE
QUE AVANÇA ...
DESAFIAM-TE ...
INTEMPERES QUE
CRAVEJAM O PUNHAL
QUE EMPUNHAS NA MÃO ...
O GRITO
DE LIBERDADE CAVALGANDO ...

NUM TERRITÓRIO SOMENTE, TEU! ...

ANA P.

10 julho, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...


Não sei se sou poetisa ...
Não sei se as palavras que solto, fazem de mim poetisa, ou se sou ilustrada com o amor das vossas cores.
Nem sei se estarei à altura, de usar a coroa de poetisa....

Quando as palavras sobejam em mim, à que passa-las a outros que necessitem de alimento de conforto!...
De nada servem guardadas, mofam e morreriam lentamente ...
Assim como nós ...

Hoje, apesar dos pequenas ameaças dos chuviscos da chuva, vesti os velhos jeans de ganga,já coçados do uso mas que ainda contornam na perfeição as linhas do meu corpo.
E que eu, gosto tanto!...
Vesti a tshirt branca, calcei os chinelos brancos de enfiar no dedo e sai de casa ...
Por momentos, olhei o céu como se fosse incompressível entender o tempo que nos visita ...
Vi, as nuances cinzentas de pequenos aglomerados de nuvens que pairavam por cima de mim, olhei mais à esquerda, confrontando a luz branca e quente dos raios de sol, senti a saturação de uma aragem quente e húmida com o cheiro de terra, vindo dos campos que cercam a minha pequena povoação ...
Mesmo assim não dei muita importância, continuei fiel a mim mesma, na direcção para tomar um café rápido...
Precisava de sentir o aroma de um café...
Sentei-me na cadeira de madeira no patamar do café, que convidava a uma aprazível estadia ...
Senti-me como se estive no meio de uma seara, rodeada de espigas de trigo, em que os ventos fustigavam o olfacto dos sentidos com o perfume de uma terra livre,e as melodias do chilrear de pequenos pardais vivaços, brincando em prol de voar em liberdade.
Rapidamente fui absorvida pelo glamour deste belo quadro, pintado na tela do meu olhar.
Decidi raptar-te, Venâncio!...
Trazer-te para a paz da minha seara, numa perspetiva de nos perdermos no meu monte.
Onde poderia colocar a cabeça no teu regaço, olhar nos teus olhos e contar-te alguns dos enigmas, equacionando a luz que me cega de tanto gostar...
Por momentos senti a grandeza de um um tempo, só nosso, sem limites...
Sem medos, de nos perdemos no horizonte...
Senti-me uma força da natureza, inundada por aguas de felicidade, que é ter em ti:
Um amigo, mais que um confidente ...
Alguém, que tendo conhecimento mais que suficiente para adjectivar e argumentar, nunca negou um abraço, uma palavra...
Alguém que é o pólen do xarope do meu mel ...
A Magia celeste, com que pinto os meus dias ...
Meu Mestre, na minha leiga experiência de vida ...
O Timbre da voz, que não satura ...
O Desejo, que não escondi ...
O Beijo, que não esqueço ...
A trama, que nunca tramei ...
A conspiração que não se prevê, acontece! ...

Como um quadro, exponho-te na galeria das verdades que me ilustram a mente.
No livro memorial que percorre os túneis, onde vagueia a minha alma.
Em que se escutam seus passos no eco do rasto que deixas.
Fielmente salva-guardo as horas que ambos partilhamos, mesmo em extremos opostos serão sempre iguais ...
E dos momentos ...
Das ocasiões ...
Do acaso, farei pergaminhos ...
Serei a Guardiã do tempo de um passado que me preenche o presente, e conquista o futuro ...
Em que cada dia que passa, agradeço a tua presença nas partículas da minha vida em que ser feliz é muito mais que possuir ....
É viver intensamente, as verdades que não podemos esconder ...
É saudades ...
É desbravar a solidão ...
É valorizar pequenos Momentos, que podem ser os melhores que por nós passam ...
É estar perto, mesmo que seja longe ...
É fluir e crescer no vento, sentir que estamos vivos e deixar que o tempo se lembre de nos esquecer ...

Assim, como eu me esqueci nestes breves momentos do café da manhã ...
Perdida numa visão de aromas que me dão vida ...
Que resgatam as essências, quando pressinto a alma perdida ...


Carinhosamente

ANA P.

08 julho, 2011

ESTADOS


ESTADOS

O
meu amor têm vários estados:

O
espiritual que me eleva
nos fascínios que enamoram a mente
desfloram um corpo reagente de composições
que decompõem a flora que emanam os meus olhos ...

Perdidamente
por vezes vagueia, na crina das lágrimas
de puras verdades cristalinas, que dão brilho ás salinas
oriundas de águas das comportas da minha vida ...

Lapidando
o bruto de cada palavra, diamantes
característica mais solida que me dá formas
da mais rude, à mais bela e gentil ...
Raízes que entrelaçam afectos
ramificam momentos,
exploram
o desconhecido sonhar
que
guardara em gavetas com canfora e flor de alecrim ...

A
carta escondida
que o tempo temperou
Que o selo do medo não enviou ...
Magoas que partiram nas nuvens
e por mim passaram
vestígios que lavei com lágrimas, que se Evaporam ...


ANA P..

07 julho, 2011

VOO ...

VOO ...

Hospedeira num voo
em
que se reconhece a partida
e
nunca o avistar do destino...
Tacteando,
a densidade das nuvens...
Confronto,
o arrepiar da frieza
do ventos que se dissipam nas alturas ...
Precipícios
que procuram
a cegueira dos pés ...
Íman negativo,
sedutor que atrai ...
Reduz a liberdade de voar
lés a lés ...
Procurando
água em todas as fontes
Subindo os montes,
descendo montanhas ...

Sentindo o vento ...

Um
rumo ao Norte
com direcção a um Sul
no elevo de um poente
na descoberta da nascente ...

A
Bússola vermelha
em forma de coração
acelera o movimento dos ponteiros
entre a verdade e a razão ...
Em
que deixar de acreditar
seria a trágica aterragem ...
Sem pista ...
Sem tempo ...
Aquela
fracção de segundos que pode
ser o passaporte sem volta ...
Na
viagem que não se
planeou ...

AMAR! ...

ANA P.

MANTA DE SAUDADES ...

MANTA DE SAUDADES ...

Os
olhos teceram saudades
as palavras cuspiam sentimentos
na boca sedimentos, alinhavam-se
militarmente...
em fila ...
Senti o aperto daquele beijo
O agridoce do pecado apetecido ...
Imóvel ...
Senti a distância da saudade
no cume da gélida montanha
Derreti a Antárctida,
equinócio que sombreia
uma das vertentes do coração...
Num território sem fronteiras.
Rebeldia que lambe as feridas
num corpo corrupto
impuro de pensares numa agonia
escrava do tempo ...
O suor regurgita pedaços
que deixaste ficar ...
Como me sinto vazia
tão cheia de ti ...
Exalo fragrâncias
instantaneamente, bolas de sabão
que rebentam no ar ...
Purificam as preces em
que cobiço teu corpo,
a luz do teu olhar...
Tecedeira
da manta de retalhos
que nos tapa ...
No calor
o fascínio que devora habilmente ...
Enigma que ensina
verdades ...
Encriptadas na saudade
...
da tua invisibilidade ...
na falta do teu olhar, Amor!

Manta de Saudades ...

ANA P.

06 julho, 2011

ÁTOMO DE AMAR-TE!

ÁTOMO DE AMAR-TE! ...

A
Pedra que fala E sonha ...
a Filosofal ...
Lençóis de Água que se movimentam
na intimidade num corpo de mulher...
Floresta densa, verde ...
Amazónia
que sopra os ventos
que alimentam,
filtram a carência
de um Átomo de Amar-te ...

Por Momentos ...
Instantes ...
ou ocasiões! ...

Em
calores abrasivos, procuro a miragem
no
escaldante laranja de um horizonte ...
Insanidade
absoluta de resistir-te,
em batalhas perdidas
nas guerras que minhas, não são! ...

Perder batalhas,
é estudar tácticas
para ganhar a guerra ...
Muito
próximo de um Sol
o corpo liberta por cada poro
as águas que o habitam ...
Das entranhas,
o hábil desejo ardente ...
Emerge
nas gotas de suor que me limpam a pele ...

Deslizam como unguentos
que me hidratam ...
Provocam
a cegueira do tacto
acelerando o toque de cada sussurro ...

Incensos ...

Devolvendo-te ao meu espaço
enclausurando-te em cada poro
que me pigmenta o corpo ...
Lacrimejando a
Seiva ...
do fel que me corroí ...
Num tom de
Ferrugem abrasiva que o tempo Emana ...

Óxido,
que assombra o meu, Amar-te ! ...
Já fui Meretriz de tanto te
procurar, no Tempo ...
Hoje
sou Peregrina
que já conhece os trilhos
que me levam a ti ...

O leito que sempre será, Nosso!

Tatuagem que nos esconde ...
Na
espiral de pedras perdidas ...

Num mero Átomo de saber, Amar-te! ...

Ana P.

04 julho, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

Como abrir um jogo, desconhecido?!! ...
Como soltar as palavras, das algemas de uma mente que não é nossa?! ...
Florear para quê?! ...

Amizade conquista-me, por favor!...



Sinceramente estou triste! ...
Já alguns dias que procuro uma razão que justifique, onde errei?!! ...
Não me arrependo de nada que tenha dito ou feito, pois a alternativa dos meus actos justificam os fins...
Deambulei nas lista dos prós e dos contras das amizades, risquei alguns significados que não eram meus, alinhavei frases com carinho e respeito.
Não sou diferente de ninguém, sou humana e como tal também erro...
Todavia como o passar do tempo, deixamos que este nos amadureça e nos salve de alguns momentos menos bons...
Eu entendo, que haja vários significados para as palavras, que quer sejam minhas, nossas, ou partilhadas, serão elas sempre o veiculo mais velhinho do tempo.
E em contextos idênticos poderão ser camufladas, por verdades diferentes, dependendo da mente de cada um, do vazio das nossas almas do sabor que lhes quereremos dar...
Tudo isto em critérios de padrões idênticos....
Critérios idênticos, é fácil!
Basta seguir-lhes rasto, que as essências serão partilhadas numa amena cavaqueira.
Quando já estamos na amena cavaqueira, e nos apercebemos que não estamos a lidar com razões iguais, temos que ter o cuidado de não ferir, e dizer as verdades que sentimos, não temos que temer falar...
Dar a conhecer o que de facto queremos, quais os nossos objectivos...
Podemos fazê-lo num tom amigável com palavras, estando atentos ao verdadeiro sentir de cada uma ....
O que fazer?...
Quando não nos ouvem, nem aceitam outros significados nas palavras?!! ...
Pois, é ...
Afastamento ...
Silêncio ...
Mesmo assim o afastar é relativo.
É quase como ser expulsa de uma sala de aula... Não deveria de ser entendido como um castigo, mas como um acto reflexão de algo menos positivo....
E mais uma vez a forma de reagir depende de cada um de nós de cada instinto que se auto-define ...
Silêncio, é ouro....
Nem sempre se pode denominar assim, porque somos todos diferentes, inerentes de reagir por impulsos ou pelo coração...
Quando tudo fazemos para que alguém leia os factos das razões, e estas passem a ser o motivo da sua ira, da eloquência de uma amor que nunca existiu, apenas só na cabeça de alguém...
Alguém que ousa dizer que é muito e feliz, que "Ama" a família que têm ...
Poucas serão então, as palavras que se possam dizer...

Eu! ...
E agora falando no presente, falando do Eu, que representa esta carta ...
Cada dia que passa, vou deixando de reconhecer valores das amizades "verdadeiras"...
Deixo de reconhecer o rasto com que sempre defini valores entre homens, mulheres e a amizade ...
Fico frustrada e desiludida por não conseguir que entendam, fico revoltada com a forma hermética com que se guardam relações.
Hoje, já não se apanham flores dos jardins, compram-se nas floristas mais próximas...
Valores que mesmo depois do meu divorcio faço questão de manter, e respeitar ...
Sou feliz à minha maneira, não preciso de alguém que não estando à altura nem tendo conhecimento para o dizer, possa chamar-me de infeliz ou de acobertar mentiras ...
Mentira tudo aquilo que vive e diz acreditar, família e valores morais... que mais, sei lá!...
Feliz diz ser... ( não posso comentar) .... Desconheço e nem tenho legitimidade para o fazer...
No entanto prezo a liberdade, de poder dizer que a felicidade é já ali ao lado ...
Não quero abusar da felicidade de alguém, não quero ser a marioneta do tempo quando no palco estão as estações que florescem a minha vida ....
Tentei de uma forma humana e carinhosa passar a mensagem...
Tentei dar-lhe espaço no tempo que não é meu ...
Tentei enviar-lhe mil cartas de palavras invisíveis, sinais ...
Tentei por mil vezes não estar presente nos seus dias ...
Tentei mais de mil vezes não abusar da palavra "AMAR" ...
Tentei clarificar-lhe nos sonhos a peça de puzzle que lhe faltava... Não sou, EU!
Tentei como a Justiça ser, Cega, Surda e Muda ... Mas não lhe basta.
A não ser a revolta nas suas palavras...
Mas quem diz basta, aqui e agora sou EU! ...
Já não há nada para florear, o bouquet de rosas secas, queimou-se! ...
Ficou reduzido a cinzas, que o vento dispersará no tempo até que um dia, já não me lembre mais ...
E a dor causada seja a Esperança, nos dias que me seguirão ...
No valor real da palavra, "AMIZADE" !

- Desculpem o desabafo ...

Carinhosamente

ANA P.

03 julho, 2011

DESISTI ! ...


DESISTI ...

Já não suporto o cansaço
que bloqueia as palavras ...
que
Arrasta a língua
e cristaliza o sal das lágrimas
esculpidas nos olhos ...

À mercê da mente...

Petrifica o coração
constrói muralhas,
envelhece o rosto...

Desisti ...
de personalizar os carinhos ...
Desisti ...
desbravar montanhas, em linhas rectas de solidão ...
Desisti ...
de repartir migalhas, de abraços invisíveis ...
Desisti ...
de sentir o beijo, que nunca dei ...
Desisti ...
de arquitectar significados e metáforas nas palavras ...
Desisti ...
de adornar alicerces com os diamantes do meu amor...
Cravejados de respeito e pétalas brancas de flores ...
Desisti ...
de mendigar a nudez dos dias, das noites, do luar, da acidez
das gotas de chuva fria ...
Desisti ...
da repetição do sonho rosa e do sereno azul de um verão...
Estações ...
Derivando nas manhas do tempo, equinócios ...
Desisti ...
Das partidas por túneis escuros, onde não encontrei caminhos ...
Fiz pontes e entrelaçarei os afectos...
Desisti ...
de ser o projector da tua luz,
quando a minha enfraqueceu, e tu nem deste por ela ...
Desisti ...
de ser o holofote da tua prenuncia ...
Desisti ...
de fazer puzzles de pedaços de loiça, pintados com vida ...
Fragmentos que não me pertencem ...
Desisti ...
de abrir o velho baú, com cheiro a canfora ...
Onde velhos mapas jazem na saudade de um tempo que passou ...
A fé, no velho terço de madeira escura ...
Vidas atadas
nas cartas de folhas amareladas de atilhos vermelhos ...
Bolorentas ...
Fazem reluzir cada traço no meu rosto, que o tempo envelheceu...
O espelho de carteira,
acessório que agora escondo no fundo do baú ...
Que teimo não voltar a olhar ...
Desisti ...
De esperar numa estação, em que me deixaste ficar ...

DESISTI! ...

02 julho, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

Palavras jogadas no escuro do meu silêncio ....
Palavras que se perderam, sem retorno ...

PALAVRAS ...
Enigmaticamente fluem num espaço sem fim, um buraco negro.
Poço de mistério onde se dispersam em vozes...
Vozes, que afoitas gravitam sob a áurea da mente.
Vozes, que edificam silabas de tons de rústicas quimeras ...
A voz, por sua vez é a guilhotina que as decepa ...
Palavras que ornamentam partículas de sentimentos, sedimentos na erosão de um tempo que nos fricciona a pele.
Momentos catalisadores de breves e longas horas, num tic-tac que não se ouve, nem sente aproximar.
Não se acorda! ... Porque o tempo não têm horas ...
Palavras que se agitam para descansar, num leito que se perde na escuridão no vazio do silêncio, no breve piscar dos meus olhos...
SONOLENTA ...
Não sei porque teimo em estar alerta ...
Não sei porque procuro os significados das tuas palavras ...
Sou a mera conhecedora, do sussurrar das minhas, das epopeias que descrevem a infusão de aromas que me lavam a alma ...
na grandiosidade dos sonhos que me prendem num estendal, com Vida ...
Em cada beijar de uma lufada de ar...
na coerência da tez de um sol que aquece.
Não sei, se o que sonho, poderá ser real...
Não sei, se viverei para sonhar, ou se os sonhos viverão em mim ...
Se serão pequenas mordedelas ou tragos de incenso, no sorriso de cada olhar que esconde o poente dos meus olhos ...
A minha ponte ...
Assim, como não sei a cor das palavras do teu arco-íris ... Não reconheço os raios do teu sol ...
Que definem teu busto no horizonte, na concorrência de cada frase que te salta das veias ...
Não sei absolutamente nada, das incertezas que tramas em tuas equações...
Desconheço a química que calcas nos paralelos de cada calçada, nas ermidas que te tangem a vida onde oras ao teu Deus ...
Não sei ler as invisíveis lágrimas de palavras, nem os nomes que seguras na mente ...
Não me atrevo a caminhar no arame. O equilíbrio que tenho não me permite tão grande ousadia.
Já não somo vitórias...
Na minha estante, os méritos são os troféus que não podes ver.
Aqui! A importância não é para quem nunca caiu... mas sim para quem cai e se ergue as vezes que forem necessárias.
Não sou a caçadora de troféus, pois a invisibilidade dos meus são a terra fecunda lavrada ...
São as sementeiras de trigo que me alimentam...
São o passaporte nas viagens que não foram planeadas... Mas sou livre! ...
Não me sei definir pela quantidade de palavras que possa escrever... mas sim, pelo quanto poucas vos possam dizer...
Na maioria dos meus dias, apenas desejo acordar, simplesmente ...
Desejo que o Tempo não me varra a mente, não liberte as Palavras dos montes de folhas secas que dócil-mente guardei.
Que não me prive da enciclopédia de fragrâncias ...
E que cada ímpeto desagúe no azul do meu mar, abrace a nuance da maresia por entre o nevoeiro que o sol faz dispersar...

ALEGRIA! ... Uma pequena palavra que em nada, pode ser tudo! ...

Acordar!...
Colocar os pés no chão ...
... Bom dia! ...
Sorrir ...

Viver um dia de cada vez ...
Porque não há palavras que justifiquem arrependimento, quando não se têm alternativa ....

Carinhosamente


ANA P.
02/07/2011