24 fevereiro, 2013

A Lu-a e Eu ...

A Lu-a, acolhia a noite que rendia o dia.
O dia percorrera o brilho dos seus olhos.
Onde o sol, se desprendeu no azul persa que lhe sobressai no rosto. Se perde nos mistérios que lhe resgatam os olhares. Imortalizam os equestres desejos da alma que a guia.
E no aconchego do silêncio, o azo de uma liberdade que semeia as palavras entre a poesia e a prosa. Já não são necessários pretextos, nem canções de embalar quando lhe sente a saudade. Iluminada é a vertente mais expressa do coração. Os gestos de cada sentido que não consegue duvidar. Haverá sempre um tempo, uma estação por declamar. Haverá Invernos que nunca foram procurados e Verões que já mais serão esquecidos. E o vento retoca a brisa, que beija as folhas. Beija o renascer do dia nos braços da Lu-a, emana o perfume do sorriso, de cada lágrima que nos caí do rosto, no Meu e no Dela.

Ana P.

19 fevereiro, 2013

BLOCO DE NOTAS 19/02/13

Se não me perder, nunca te poderei encontrar.

Fazes-nos falta! ...

Absurdo, não é o dialogo entre o silêncio.
Absurdo, é não escutá-lo.

À deriva procuro-me nas perguntas que não pude fazer.
Decalco respostas, que supostamente amenizam a dor.
Frágeis, galopam nos ventos, idealizam a escassez de um tempo indeterminado. Por momentos omito a aventura de uma lágrima. E fecho a comporta dos olhos, para não ser apanhada desprevenida. Atesto a grandeza da fortaleza que renasce no sentir. Oriunda de todos sentidos que chamam por mim.... Que apelam a falta que me fazes . Indefesa... Eu, apelo em não me esquecer!... Nos artigos solitários, encontro a amena conversa que me ensinaste. Recupero o folgo nas palavras que te descrevem e me decompõem por dentro e por fora. Alquimia. O fogo que flameja nos impérios da alma, trajes invisíveis que adornam a controvérsia do espólio que fomenta as razões de um teimoso coração. Desaguei no teu rio. Partilhei contigo as margens afortunadas de ti, repletas de adereços. De pedaços teus que se fulminaram nos meus. Controversa, não sei se foi a tua partida, ou se foram os pedaços meus que viva perdi. ... Em cada hora, o resgate da falta que nos fazes. No tempo, o arremesso da saudade. A inconstância perdura nos afetos que descreviam os teus abraços. Na colmeia dos teus beijos, o mel que ainda procuramos. Sensata, é a nitidez que esculpiu o teu sorriso, no rebordo dos nossos olhos. Que perfuma o silêncio das páginas que nunca lerás. ...
No brilho dos teus olhos, li a ardósia que a vida te ofereceu. Vi o giz, com que nela escrevi.... " TEMOS SAUDADES! "...

Ana P.

12 fevereiro, 2013

FECHO OS OLHOS ...

Procuro ver-te,
escutar a tua voz..
Sempre nos dissemos tudo.
Tudo se falara
Tudo fora permitido
Tudo,
fora o sentido
que nos conquistava.
Permitias-me usufruir
das estações que completam os anos.
Os
Enredos, sequestravam a eloquência
dos desejos, de nome proibido.
Proibidos,
porque acordam em mim
e adormecem em ti...
Olhando-te,
atiço a acendalha,
do fogo que nos queima sem ver...
Fecho os olhos...
Irresistível! ...
É o alerta da presença do teu perfume.
Sentir,
A proximidade dos teus lábios,
no toque da minha pele...
Provocação...
Os sussurros,
que nos delatam ao ouvido...
Atrevidos ou não,
São sinónimos que se albergam
no coração.
Retalhos de paixão, que sempre ficam...
Não vão!...
Fecho os olhos.
....
Porque não resisto.

Ana P.

11 fevereiro, 2013

BLOCO DE NOTAS 11/02/2013

(IN)-RUÍNAS

De repente a vida, permanecia nas ruínas.
Intemporal à eternidade.
Sagrada, equaciona a longevidade do tempo.

Perderia-me, se pudesse dissolver-me no pó das páginas que ditam para mim.
Perderia-me, se não reconhecesse as metamorfoses das palavras que nunca vos escreveram.
Dos silêncios que renasceram nos gritos de alguém.
Procuro-me onde sempre me encontro.
Nos imaginários locais, que sempre foram reais.
Vitrais que desafiam os ecos, suavizam a prepotência que nos cai do olhar.
Em ruínas, já nada jaz...
O nada, poderá ter sido o melhor que nunca vimos.
O imenso, que nos descreve onde jamais se saberá da exposição as ruínas de nossos olhos.
Deixo-vos em queda-livre os aromas, os perfumes, das paisagens que os sentidos transformam.
Deixo-vos pedacinhos meus, réstias de luz que manipulam os dias na escassez das palavras que não falam.
Que se omitem na insignificância do representante presente.
Aguarelas pálidas, que se escondem na tela que carrego nas mãos.
Na glória do simples ato de respirar, cordas do realejo que nunca canso de escutar.
E nas ruínas encontrar toda a vida que lhes foi tirada.

Dentro delas ...

Ana P.

10 fevereiro, 2013

CARTAS AO VENTO 10/02/13

" Se te senti partir, é porque dei pela falta que me fazes."
Nem mais, nem menos. Apenas uma verdade!
...

Esta carência que parte, não é nada mais que a aproximação das faltas que se sentem.
Esculpias a pedra mais dura como se fosse o veludo que te tocava na pele. Esculpias no escuro, como se estivesses no ventre de alguém.
Inquietante não é pressentir suas faltas. Inquietante é quando se deixam de pressentir... E o contraste das cores é o enigma que representa a extravagância de sentir. De usufruir das emoções de sensações que mistificam a verdade do que somos. Sentir, descodifica a sensibilidade dos atos que nos deixam ficar ou nos levam. ... levam?!!
Não sei ao certo. Porque parte de nós acaba sempre por ficar... Ou então não fazia sentido, querer recordar... Não fazia sentido sentir a falta. Nada mais, nada menos somos pontos de uma estratégia que socorre a vida. Pontos negativos e pontos positivos. Onde parte de nós flameja e outra com vida vai morrendo lentamente. ..
Nas mãos supostamente uma bola de cristal, a Pedra Filosofal que é uma constante dos sonhos. E os sonhos comandam a vida, vestem-nos de esperança são o passaporte de todas as viagens que fizemos e de outras que iremos fazer. São as asas que nunca tivemos, o manto da liberdade da saudade que não podemos ver, apenas sentir. Carentes podemos ajustar o olhar, o abraço e a palavra. Podemos elaborar o beijo mais apetecido, até mesmo aquele que já julgávamos esquecido. Dominante, não é a tristeza que pode caracterizar uma lágrima, mas a saudade da felicidade de nos termos relembrado.

Carinhosamente

Ana P.

08 fevereiro, 2013

BLOCO DE NOTAS 08/02/2013

Perco-me,
para encontrar o alinhamento dos argumentos de cada motivo, que o passado me devolve ...

Perco-me na procura do tempo que este não sacia.
Perco as rédeas de cada infração que procuro no olhar.
Distante não é o destino que não sei, não é aquele lugar que existe! Distante, é o rumo que governa a Saudade. É a falta de ...
A falta, de ti! Dos lugares que preencheram momentos. Aquela dor, que foi diferente. O olhar, o sorriso. Aquele voltar atrás.
Saudades, são todas as páginas que se fragmentam nos momentos. São pedaços da eternidade, que se embriagam em mim.
São o éter, dos dias que me atiram no chão. Reconheço a grandeza de cada colina que nos abraçou. Onde o limite de azul do céu nos acolheu e revelou-se no horizonte que nos pertencia. Percorro lés-a-lés o derrame das essências que me resgatam. Aquele perfume, que me une numa alquimia que não foi premeditada. Pressinto que me inundo num tempo passado, que sendo passado é o vento mais sóbrio que me toca para a frente. Há horas que desejava ter o poder de alcança-lo novamente. Dá-me vontade de virar a vida como se fosse uma página inacabada. Poder rasurar cada página, como se fosse um rascunho. ... E assim me perco, no silêncio que meus olhos descrevem, tacteio o odor que mergulhou a intimidade que nos uniu nas porções do tempo fragmentado. Inalo a doçura com que nos beijou a maresia. Os abraços quentes que se dispersaram nas dunas, provocando a areia onde nossos corpos se encontravam. Brilhantes não são somente as estrelas que se olham. Brilhante, é brilho que reluz nas lágrimas que meus olhos repuxam de cada momento que chamo de passado. Brilhante, é a nitidez que decora a frágil memória. Assume a proeza de não me deixar esquecer. Ajuda-me a colmatar a união que se une aos dias, se alia nos anos e se fragmenta no tempo. Nos envelhece por fora, e nos rejuvenesce por dentro. Suporte da alma, que me guia. Que enobrece cada segundo que me perco tempo, numa procura que este não sacia!...

Ana P.

07 fevereiro, 2013

SOUBESSE ...

Soubesse ser as mãos,
que rodeiam.
O fogo de um olhar.
O
Renascer nas cinzas,
que
descem no pó do luar ...
Soubesse,
Ser
o mar do fascínio,
sem sair do lugar...
Soubesse,
o plano dos sonhos
que não me lembro de sonhar.
Soubesse,
o momento das horas
que esqueci de recordar...

Soubesse ser de mim,
o que de mim não sei ser...

Soubesse,
a mentira da verdade
que ficou por falar.
E
a verdade da mentira
que fugiu do olhar ...
Soubesse,
ser
a partida, no enlace de chegar ...

Ana P.

03 fevereiro, 2013

DESABAFOS DE UM TRABALHADOR, A RESSACAR; IDEIAS E AFINS ....

Quem disse que ele, acreditava?!!...

A melhor forma da humildade, é saber reconhecer.
É Retribuir...
Reconhece o avesso que o confronta. Reconhece que sempre dá de si, muito mais do que lhe pedem. Não faz por grandeza. Faz-lo de coração.
Aprendeu que não devemos cuspir no prato de quem nos dá o pão. Aprendeu da forma mais simples, a diferença entre o sim e o não. Não quebrou barreiras. Não é melhor que ninguém! É, Ele, na irreverência dos dias, na imperfeição que o acolhe nas estações de contrata-tempos que oscilam entre o coração e razão. E a razão é o direito que se escreve por linhas tortas, é o impacto que nos devora que corroí valores de alianças invisíveis. ... É, dor! E a dor, perdura e perfura o coração. É a característica que nos qualifica,e quantifica no antes e depois. Antes, tudo parecia perfeito. Depois!? ... Depois, já nada será igual ao antes. Dar-vos-ia mil motivos, mil palavras, mil formas de estar e de vos contar. Todavia haveria sempre os ajustes de quem não sabe e começa a falar. Poder-vos-ia dizer numa linha o que nunca vos disse em mil páginas escritas, em mil páginas que nunca escreverá. Não esvazia a alma, em páginas conotadas de nada... Não se troca, nem se vende, por nada... Apenas existe uma razão! Uma razão que fulmina, os argumentos e os contextos, das mentiras que o obrigam a escutar. Escutando-os não quer dizer, que os consinta, que acredite. Cala-se, porque têm a mais válida razão que não pode passar para trás.(Têm filhos, e antes de dele, haverá sempre os seus filhos. É por eles que continua a deixar-los acreditar que acredita nas suas mentiras. Não os revê nos seus ideais, e reconhece neles uma grande falta de humildade, de gratidão por quem lhes coloca o comer no prato.). A grandeza não será propriamente o prato onde come, mas a comida que nele se serve. Tola é a riqueza de ter, ter sempre mais que não enxerga como se alcançou o objectivo .... é não olhar as estantes que ficam por baixo... É usurpar dos direitos e deveres de cada um...
Embrigado nas lágrimas de não poder falar, recolhe-se na ressaca entre o dever e a razão...

Ana P.