29 junho, 2012

LEMBRAS-ME ...


LEMBRAS-ME...

Lembras-me, as tardes de Outono Laranja. 
A melodia serena de um entardecer que aguarda o beijo.
Sedução de juízos imperfeitos, que me turbam o olhar. 
Ascenção que corrompe o sossego dos desejos sóbrios de desejar-te.
Perfeito é juízo da razão dos momentos em que as pétalas se soltam ... 
Perfumam a iguaria de pecados apetecidos, mordiscam os lábios com o seu tremor.... 
Desfolham o dicionário de paginas brancas, que  traduzem o tacto que não contive. 
Ousei, enlouquecer a sanidade da loucura que não me pára, não bloqueia a luz de sentir-te ...
Enamorada... 
O insignificante gesto é significado de tudo, o que não me atinge. 
O atrevido Enlevo, é escudo das horas mortas, que padeceram em mim ...  
Lembras-me ...
A corrupção dos sentidos.
O jogo sem vendas, na locomoção de distancias incertas.
Tão próximo... 
Que teus abraços, são as asas do vento, que te levam de mim ...
No afago de uma folha que caiu ...
Num trilho solitário.

Ana P.  

24 junho, 2012

SEM TI ! ...

 SEM TI! ..

Encontro o silêncio
da falta que me fazes ...
Uma 
quimera onde a saudade,
suspende a liberdade,
De Amar-te! ...
Para além dos lençóis
de uma cama ...
Sem ti ...
Existe a trama 
de incertezas expostas ...
Conexão
de palavras em frases interrompidas ...
Que se quedam nos afectos
revividos ...
Meu livro 
de horas solitárias...
Alimento das convulsões
de desejos... 
Páginas, 
decoradas de olhos fechados ...
Sem preconceitos
o
sentir da tua mão, no meu peito ...
Ladrilho 
que reveste
Corrige a falta
da precoce solidão ...
Da
Falta que me fazes, amor! ...

Ana P.

CARTAS AO VENTO 24/06/2012

Não posso fugir do tempo.
Porque, elegantemente este esperaria uma eternidade por mim.
E a eternidade. essa, não planeou esperar-me.
Eternos, são os perfumes onde me perco no encontro do eu que não vêem.
São todos os pontos dos desencontros de cada momento que não soube falar.
Que se diluíram em palavras com as fragrâncias com que vos escrevo. Se necessito de um éden, encontro-o na liturgia das palavras que me encontram.
Constroem a muralha de pedra, onde me sento e descanso tantas vezes... No desaguar de lágrimas solitárias que renascem na represa dos meus olhos.
Olhares que definem o laranja fogo do horizonte que ilumina a tez do tom da minha pele. Que falam de mim em círculos de fogo calmo. Elevam o desespero de uma tristeza que não gosto de partilhar, reestruturam a beleza de partilhar os dias... Colocar os pés no chão, sentir-me viva nas noites que contei e nos dias que deambulei no passado inconsistente, fragmentos do eu ...
Em jeito de prosa, porque me ergo em frases que assombram as derrotas, aliam-se ás vitórias que nunca vos contei.
Cada retrato o sorriso. Uma carta aberta, que todos podem ler.
Um rosto com tanto, para vos escrever. Elevo é relevo de uma alma que não desistiu de mim. Amiga de uma palavra que não se esquece, Amar! ...
Amar, é a maior arma com que se pode matar.
Matar os dias ...
Matar as saudades ...
Matar o medo ...
Matar os enredos, a curiosidade...
Matar-me de amor na plenitude do silêncio de um rio de palavras...
Matar-me aos poucos, docemente ...
Matar-me, porque não me esqueço de amar.
Em desejos que alimentam, fazem a diferença das amizades de cada abraço, de cada mão que se estende no confronto de momentos difíceis e a sobriedade clarifica
as cores que retratam a magia desse brilhar.
Se isto não é a eternidade?! O que lhe poderemos chamar?! ...
Eternos, são os laços que nos farão recordar, no porta retrato que deixamos ficar ...
Carinhosamente

Ana P.

20 junho, 2012


Tempo
reverso dos dias
que infringimos as lacunas,
omissões, desgastes
contemporâneos ...
Falhas que colmatamos
esporadicamente
sem sentidos…
Quando tocamos bolhas de sabão alheias
que nos molham os dedos…
Épocas
que sucedem nas
místicas estações...
Invisíveis na falta de lágrimas
Opacas
em olhares impenetráveis
em nossa
bola de cristal
o
Anil de um arco-íris avesso...
Fiel dominador
de cada estado da atmosfera.
Enquanto percorre os caminhos
para lá de azuis e violetas
os horizontes apagados
que acendem
num simples piscar de olhos..
Magnéticas sombras
de semblantes performances
marcam no tempo,
rugas
de um passado tão presente
num futuro incerto ...
Que se aproximam
de jogos e provérbios
sem as regras que conhecemos
nem os aromas que perseguimos
Loucas,
serão as imortais
palavras,
que falarão por nós
em lápides de pedra fria ...
Onde continuaremos a escrever
em musgo indecifrável
parábolas acerca dos vivos
que nos visitam sem chama…
Que marcam o espaço
de um corpo
nas amarras de uma alma
que nunca se esvazia
num compasso sem espera
entre a liberdade e a heresia
flutua sem religião
desafia a ciência
suspensa catedral
nos mortais pecados
que a mordaça da gula
não conteve no nosso olhar ...
AVESSO! ....

Ana P. / Jc Patrão


(photo by durcka, Hungary)
 — com Anabela Pimentel em Porto.

19 junho, 2012

ESCREVER É ...


Escrever é ...
O espelho
da liberdade que sinto..
Em folhas rebeldes 
domadas pelas palavras que
não têem rédeas,
nem esporões...
As verdades de 
que falam os meus olhos  ... 
Sentimentos ...
Pactos
tacteados na pele, 
odores infernais
do tacto de momentos que deixei, viver ...
Percorridos 
por vaidades ilustres ...
Outros vãos, 
sucumbiram nas
alegres palestras que relembram, vaidades!...
Saturno 
o tempo
que corroí a aragem 
das páginas que li ...
extravagante memória, 
lateja
as cinzas do fogo que não se extingue ...
Teima e avança
No rosto do horizonte
que não nego beijar ...
Na sequência de horas
que me ensinaram a contar ...
Os dias ...
Os meses ...
Os anos ...
Em 
círculos construo
a esfera de um Mundo abastecido
de afectos...
Que dominam as mãos,
o bater do coração ...
Nos 
sonos precários 
a segurança de sonhos, rendidos ...
O virar de mais uma página,
do livro que ainda não escrevi ...
Reflectido nas palavras
com que vos escrevo ....


Ana P. 

ÁTOMO ...


ÁTOMO ....

Corpo
um átomo que se divide
em razões...
Elas...
Desculpam o reverso
de se sentir ...
Em 
plataformas sem pé 
numa eternidade 
que fragmenta a densidade da luz ...
Ilumina o
Primor de todas as
noites brancas,
pintadas em telas nuas ...
Despidas por mim! ...
Para ti ...
Sem alternativa
Expostas no silêncio
de cada passo
que não dei ...
Marionetas 
de olhares meticulosos, 
em movimento ... 
Oscilam entre mim  e o desejo ...
Serenam 
as rústicas lembranças
em ousadias elaboradas ...
Primas, 
das cobardias nocturnas
que assombram o romper da aurora, 
na tez de um dia, que ainda não se fez... 
Nas escarpas o nome
que não me canso de chamar...
O teu! ... 
Adagio de lágrimas confusas...
Fusão de alianças
Esquecidas  
Libertadas no disfarçado sorriso  
que dividem e subdividem 
a euforia de uma folha caída ...
Ensejo dos momentos,
de cada instante que por nós ....

Ficou! ..


Ana P.

17 junho, 2012

BANDEIRA ...


BANDEIRA ...


Ó Pátria, 
querida
que te vestes em mim...
Quer onde esteja
tu, estarás comigo
Que o olhar seja o arado
da minha terra ...
o lavrado
a esperança, porque vivo ...
Meu 
corpo,
o estandarte 
a nossa bandeira ...
Minhas mãos, 
as cores,
a arma bélica 
de uma guerreira ...

A nossa, Bandeira! ...

Ana P.

CARTAS AO VENTO 17/06/2012


CARTAS AO VENTO 17/06/2012

Amigo! ...


Dois tons do azul do céu que nos pertence ...
Num tom de uma terra que é nossa...
Em mil palavras que se escondem apenas numa...
SAUDADE! ...

Não sei porque sinto a falta, de algo que nunca tive, que nunca vi .... Que apenas existe na distância.
Poderia escrever-te uma carta perfeita, se assim eu o fosse!...
Na imperfeição dos dias que passaram, e noutros que ainda virão...
Jamais perderei a química de te ler, de coordenar o silêncio que te pertence....
Ainda ontem trocávamos palavras, dispúnhamos de um tempo que nunca foi nosso. Acautelávamos a sinceridade de uma amizade, para lá de razões que nunca foram nossas.
Ontem, a parceria de cada momento era muito mais que simples opiniões. Muito mais que seres diferentes em espaços iguais... Sempre usamos um relógio de invisíveis ponteiros. E a melodia dos aromas dispersavam, como um disco a tocar na velha vitrola .... Sentada neste canto que me pertence, santuário de todas as razões que fomentam o gostar de alguém. Onde o vazio que sinto, se torna tão cheio de pedaços teus meu amigo! ... Daqui, olho para trás e revejo cada traço dos momentos que me arrastam para ti. Que fazem das simples palavras, a muralha  de afectos onde me sento, tantas vezes ...  Onde encontro a força que julgava perdida... Não sei, se reconheces o interior de uma lágrima?! ... Não sei se saberás a força da certeza que és para mim?!! ... Incondicional, é o carinho que tenho nos abraços que nunca te dei. Nos beijos que apuraram os sentidos de duas bocas distantes. Que perpetuaram o incenso da lezíria .... Campo aberto de natureza selvagem, de quimeras de um tempo intocável... Guardando estações inconstantes, fiéis coloridos que não zombam das asas do vento... Aguardam o secreto murmúrio, o sussurro do silêncio que incendeia o rastilho do fogo que não se vê. Envelhece o rosto que nunca olhei, que não ouso esquecer por um segundo que seja. Ontem, não existiu vazio... ontem, nem deste por mim... ontem ainda me lembrava de ti .... Ontem não te deixei ficar. Trouxe-te comigo para a fachada do meu abrigo. Para  poder-te ver ... ou apenas estar contigo....  Partilhar a razia deste oxigénio necessário. Que não asfixia as palavras, fideliza a verdade de se escrever com sentimentos. Enriquece quem se ama( Ou gosta) e não se esquece ... 
Em correntes de elos abertos, sou a enigmática saudade que quase me mata ... Que sente tão profundamente, como raízes de árvores entranhadas na terra ... A seiva que alimenta ... O desassossego do sossego que se lembra de ti... das conversas silenciosas dos amenos sentimentos ... 
Hoje! ...
O vazio continua repleto da tua essência, dos esquadrões de poesias que travam nossas guerras, em busca de almas vazias ...
Hoje, poderia esquecer-te.
Deixar-te para trás num tempo que não pode parar...
Hoje, recordo-te na falta que me fazes, sem nunca saíres do  lugar ...
Hoje, és muito mais forte que a saudade que não quer acordar...   
Hoje! ...
E sempre serás as asas da saudade, que não nos ensina a voar ... 
Na robusta imperfeição nos ponteiro de um relógio...

SAUDADE...


Carinhosamente

Ana P.

 Ainda 
agora cheguei
e já tenho vontade de partir, 
outra vez ...
Não explico, 
cada suplico do desassossego ...
tormento 
do sossego de chegar ...
de estar ...

Nos 
braços 
o gesto dos abraços que me fazem voltar ...
Nas 
mãos
o tremor
de te ver, numa fuga de sentimentos
que não foi planeada ...

Rendido meu coração ...

Aos 
olhos,
Já não há margem para o rio
que neles vive ...

Ai! 
No peito...
O bater do coração
liquefeito...
Difundido 
em emoções, recordações
que timbram os sons, 
fustigam as janelas do colorido,
exploram razões, 
de diferentes desigualdades ... 
Elaboram 
a sensatez
do meu olhar,
perdido ...

achado ...

No 
encontro do desencontro 
do alcance do teu ...
Não 
encontro distância
nem mares que não possa navegar..
Na 
palestra do sorriso
oriento as estrelas que se esconderam de nós...
Matizam as noites
de luar...
Envergonhadas perfumam
as chegadas
das partidas,
de onde nunca me despedi...
Talvez,
nunca tenha partido de verdade ...
Um dia!...
Sei lá! ... se o farei .
...

Ana P.

12 junho, 2012




Eternamente ...

Veria os sonhos
o beijar que cerram os lábios
num
toque sereno
do fogo brando ...

Comporta 
aberta de lágrimas sem abrigo...

Eternamente...
poderia esperar
se soubesse 
os teus olhos encontrar
eternamente...
existe
um poente
de um norte
em qualquer lugar ...

Eternamente...
o amor é mais forte
que um olhar ... 

Momentos ...

Ana P.

10 junho, 2012

CARTAS AO VENTO 10/06/2012


CARTAS AOS VENTO 10/06/2012 ...

Quando a simplicidade, é o universo que me dá vida ...
Em que rasgo  o céu sem nunca sair do lugar ...
Escrevo ás escuras nas páginas dos dias que não me posso esconder.
Guardaria os mil segredos , por mil e um que nunca me pertenceram...

De todos os espaços que julgo ocupar, encontrarei sempre um vazio. 
Um vazio de pessoas, de lugares .. de palavras vivas, mortas que me repartiram. Subdividiram o espaço que chamava de meu. 
Bifurcaram as entradas e saídas ...  
Saberia percorrer-lo de olhos fechados, notaria ausências,  as emoções que mudaram, ...  que me mudaram. 
Consequência emotiva de viver... ou por outro lado poderia acusa-lo de morrer. 
Aceitar a transformação. 
Projecta-la num plano indefinido ... sem horas, sem base do tempo ... 
Há dias em que me curvo, que me sinto morta por dentro por fora ... em desespero acuso a falta de tempo, sem tempo para mim ... 
Ironia em que viva, me deixo morrer ...  
Como se fosse um candelabro e a sua luz fosse consumida pela a intensidade das horas ...
Intensidade é a força que não me esquece ... não se esquece ti, de todos os outros que importunam a valiosa saudade...
E...

A saudade...

É vácuo dos espaços que vazios, já estiveram repletos... 
A caixinha de Pandora, porto-seguro de um qualquer começo da história ...
Fragmentos dispersos, com identidade.. ..
É a ponte real, nas margens do rio difundido num caudal que lacrimeja...
Que explora o arco-íris de lamas verdejantes ...
Enquadrando estações, os dias os anos ...
Apurando a mordomia dos sentidos que me fazem ser,  e existir ... 
Vincam raízes de cada traço desenhado no rosto... 
Passaporte da menina pequenina, que cresceu ...
Que mora em mim  ... 
Ainda se pendura nas janelas dos meus olhos, no alpendre dos sonhos ...
Encontra-se no tempo, fora do tempo em questão ....
Permanece-lhe o brilho do olhar ... 
Enclausurado na liberdade expressar sentimentos. 
De o descrever, na leitura em que oram os seus olhos ...
Em todas as rezas,
de olhares que não pude, deixar de ver e sentir ...
Que tantas vezes emudeceram a voz que atropelou sentimentos ... Sombrearam as razões ...
Descobriram uma química ainda por decifrar, num coração que fala mais que a sua fala...
Das pequenas mãos, nascem-lhe tesouros em prosa. 
Delatados nas ameias de um castelo de areia. .... Uma ...
Praia, onde lhe adormece o  mar. 
E as dores, são como as marés... são agua gelada que arrefece os pés ...
Acorda os sentidos ... 
Um céu de estrelas celestes, que aprimoram o jovem eterno luar ....
Enamorada clandestina, de um destino que não conheço ...
Um fim desconhecido?!! 
Ou um novo começo?!! ...
Erradico o silêncio nas palavras, que nunca partiram ... 
Na voz muda que indica o lugar, um trilho ...
O sussurro do vento... o murmúrio da chuva que nuca vem para ficar...
No encriptado sorriso que perto, longe me deixa ficar ...

.... Se soubesses tudo! ... 

De que me valeria contar histórias que foram embora, sem sair do lugar...


Carinhosamente 

Ana P.   

07 junho, 2012


Onde moro
onde quero ficar 
ou 
onde me deixas ...
beijava os momentos
que fragmentavam o tempo
que contei...
clemência,
que não repele afectos
Suaviza o drama
de cada partida
da qual não fui capaz de ir ...
Eternamente
sentirei a herança de uma saudade 
que nunca se extingue  ...
Lembrança
de olhos calejados, 
de amor,
numa passadeira de sombra
que 
não se despega de mim ...
acompanha-me... 
em passos que se quedam no vazio 
de narrativas,
que escrevo ...
Não abdicam de uma só lágrima ... 
E
no pantanal dos meus sonhos,
uma 
lama imortal de sentidos,
renasce...
Rejuvenesce a muralha
memorial...
Uma alma lacrimeja 
na sonante melancolia 
de  sentir-te à distância ...
De 
um olhar intocável ...
uma urgência magnética 
Transporta
marés onde mergulho
o mar
que reclama meu corpo ...
e
Eu
reclamo a Ele ...
Numa enciclopédia
incompleta de desejos...
Tolerantes a insólitos lugares ...
Espuma branca
que desliza ao sabor de cada maré ...
Um
ir, sem sair do lugar ...
Um
ficar, onde quero estar ...
Um
lugar, onde te encontro ...
E
O atrevimento, 

é muito maior que eu....


Ana P.
  

05 junho, 2012


Deixa 
que o meu beijo
infernize o teu desejar ...
Que 
o tacto das palavras
te rasgue a pele...
Lavre 
os ecos calados
de uma lágrima que fugiu ...
Mudo, 
não controlas o olhar ...
Atormentas a avidez  
do ruído, 
com que a mente
te sussurra  ...
Sequioso,
penetras no profundo sentimento ...
a tolerância do medo
é a provocadora emoção...
Motivada 
pela seiva segregada
de um descontrole temporal ...
Fragrâncias...
Na gula
de duas bocas,
Erupção
do vulcão
de lábios que se tocam ...
E
o pólen do teu ósculo  
é o mel fecundado
que pulveriza,
o éden
da intimidade 
que nos pertence ...
Tentador deleite
no glamour rubro
de um ....

BEIJO ....

Ana P.

CARTAS AO VENTO 05/06/2012

Guardo-te no sorriso, dos dias que não me sentes.

Poderia imaginar-te na colina do sol, no espelhar do mar...
Saberia compor a melodia silenciosa, tocar-te como quem toca em pétalas de rosas.
O instinto deflagrou a bandeira da distância.
Queimou o bater melancólico, das decepções que se seguiam as sombras.
O que deveria ser supostamente, a clarabóia do êxtase do amor que se sente.
Momentaneamente...
Seria a Jóia de uma Croa, no melodrama de sonhos que se coloram em nós.
Não nos pertencem, fazem parte da quadrilha de sonhos plagiados.
Onde a simbiose das palavras, passa por cima das verdades de cada sentimento, desacelera a euforia, de um presente rotativo ...
Lentamente, consome o necessário oxigénio ... Asfixia!
Desmorona.
Carrega nos ombros o peso do nada, que sentimos ...
Numa troca de planos ...
O basta!
...
E a desconhecida aragem planificou o perfume dos meus olhos.
Iniciou uma estação de odisseias subtis.
Uma viagem inundada de aventuras.
O
acaso inesperado, relatado no peito...
No chão ...
Cinzas de um corrosivo fogo que arde sem se ver.
Aproxima a eternidade das horas, que marcam a distância .
Em terras do nunca antes navegadas, a boreal aurora deixou um rasto colorido.
Tudo o que sonhara parecia fazer sentido, encaixava-se numa pequena caixa torácica.
Ressuscitava o coração, que não queria bater.
Enclausurado nas culpas, que deixou por dizer ...
Temperado com agonia de não ser capaz...
Libertou a esperança no sossego de uma lágrima, que bem poderia ser a minha! ...
A tua! ...
A nossa.
Falou na assembleia, onde calava os sentidos.
Expôs-se no brilho de um olhar.
Cativou todas as explicações, que ficaram por dar ...
Embriagou-se num sorriso desconhecido.
...
Nasceram-lhe asas...

Pode voar! ...

Metáforas.
Rendidas nas batalhas, onde me sabes encontrar!

Carinhosamente

Ana P.

03 junho, 2012

CARTAS AO VENTO 02/06/2012 ...


CARTAS AO VENTO 02/06/2012 ...

Como uma seta,
tropecei em ti, por acaso...


o acaso lembrou-se de nós ...
Se a eternidade me bastasse, teria em conta o princípio e nunca um qualquer fim ...

Porque navego contigo, em marés que me devolvem ao mar?! ...
Porque acredito em sonhos, que recuso não deixar de sonhar?! ..

se os sonhos me levam, 
deixam-me ficar  ... 
Queria correr com o tempo, passar-lhe à frente ... 
Encontrar-me! ... 

Não posso ensinar-te a oração, que nunca orei. 
Nem seguir ditaduras com âncoras ...
Não posso fazer de ti, mártir dos dias em que sucumbi ...
Não posso! ...
Atormentar-te com areias movediças, de projectos que não me pertenceram ..
Não posso recorrer à errata, que nunca existiu .

Aqui! ...

paisagem é ópio dos sentidos ...
Cratera cravejada num magma de um fogo incandescente ...
Deserto! ... 
De pecados de uma culpa, em que se sente a falta de tudo ...
E o tudo de ontem, é o nada que hoje tenho ...
Vazio, 
é a arrogância de se ter tido em demasia ...
Cata-vento de sombras, que negaram a passagem ...
... do ar, de mim, das horas em que confiei no relógio ...
Estagnam as águas, 
delinearam o leito rebelde do rio que vive em mim ...
Deceparam a força de uma natureza invencível,
esquartejam miragens rubras de um assédio inocente ... 
Assim que choveu, o rio transbordou ...
Limpou da memória os inapropriados argumentos.
Chovendo! ...
Lembrei-me de mim, 
da areia que se esconde nas dunas, 
como se fossem o molde de um corpo despido ...
Secretamente,
Lembrei-me do vento, 
que te sussurra no ouvido..
Do 
rasgar do sorriso, do brilho dos teus olhos...
na apoteose de cada sentido,
que julgaste perdido ...


Agora que me deito, parto de mim! ...
Tão próximo de ti! ...

Aguarela de uma tela, de um sonho inacabado ...

Carinhosamente 

Ana P.

01 junho, 2012

CARTAS AO VENTO 01/06/2012

 CARTAS AO VENTO 01/06/2012 ...

Poderia naufragar num solitário relâmpago, 
corromper todo o azul do céu que mar algum se atreveria acusar-me, por simplesmente Existir! ...   

Inesperadamente, não podemos calcular a força de um relâmpago na bonança de vidas que se cruzam, ou aleatoriamente já se cruzaram mais do que uma vez. 
Se existisse perfeição, não se quebrava o sigilo e não haveria excepção à regra.
Enquanto fragilizamos a etnia do ser, em  moldes que suavizam o fracasso das nossas expectativas. 
Nunca alcançaremos em pleno a felicidade. ...
Jamais senhor(a) de ti ... 
Não é desejar um titulo oferecido, mas querer como a ravina que se encontra em mim depois de ti... de alguém que fomenta, a fome desnecessária. 
Que ocupa o espaço vazio, transbordado de nós( do eu, do tu, deles e dos outros! ) .... 
Não quero as chaves de um espaço, não quero ser amado(a) pelo cansaço. 
Pela pertença de palavras mudas, que se agonizam nas sombras impostas. 
Quero ser o realejo que acompanha o tempo, ser as asas, a voz que persegue os ventos... 

A perfeição quedou-se aos olhos de Anjos Cupidos, num pecado que apontaram ser  imoral ... 

Imoral, porque se despem de todos os preconceitos. 
Não exigem elos agressivos. 
Não dão o privilégio a vitórias convictas ...

E sem pactos não se lêem , nem  se ditam  regras ...

Desenhar em torno do sol... 
Esculpir no silêncio da lua e partilhar o luar, não são projectos inanimados. 
São o fluir não escravizado de sonhos que nos fazem ser, de verdade! 
São o confronto de realidades invisíveis, de olhares que  não se deixam distrair ... 
Minuciosamente falam uma língua que muitos não conheceram, outros tão próximos não a entenderam ... 
Fez-se demagogia em leitos ressentidos, paixões que nunca houvera ... 
Sentimentos que se arrastam nas palavras que esquecemos de convidar  ...

Ironicamente, somos convidados na nossa "casa" ...
Sequências de um baralho de cartas, que não pedimos para jogar ...

Carinhosamente
( Kiss my Sweet Soul ...)

Ana P.

SER FELIZ ...

SER FELIZ .... 31/06/2012

Havia a necessidade, de uma contida expressão  se soltar...
Eficazmente cada traço do rosto é muito mais que pele, ou  que aquela ruga que se esconde .
Serenamente era urgente um sorriso. 
Aquele abraço, que entre tantos me faz falta . 
À volta, uma multidão conhecida... 
Faziam-me sentir estranha. 
Clandestina num corpo que julgava ser meu! ... 
Tristemente, parecia que nada fazia sentido!...
Asfixiada por fronteiras invisíveis, limitada, socorrera-me no silêncio de olhares desconhecidos.
Bebi  palavras que foram escritas, e partilhei os afectos. Cresci! ...
Alarguei  horizontes, inventei cores e lancei-me de pontes ... Estendi a mão...
Falo das saudades com o coração. 
Em cada gesto, um patamar repleto de memórias de essências que descodificam o melhor de mim.
Com lágrimas selo as cartas de dias maus, de dores que marcaram  e de dias em que julguei ser feliz ...
Um tudo de nada, que não sobeja! ... Num tempo, que não perdoa...
Não pára ... avança! ...
Não especifica o memorial de lembranças, não as salva-guarda da memória.
E assim valorizo, o meu acordar...
O
Colocar meus pés no chão ...
E
Olhar meus filhos e dizer, Bom Dia! ... 

Comecei por dar valor ás coisas simples ...

Porque ser feliz, não é caracterizar padrões com ses ...

Se tivesse ...
Se fosse ...
Se pudesse ...
se ...
se ...

É não sujeitar,
e deixar acontecer ...
É amar sem ficar
É sorrir para sentir ...

Ana P.