03 junho, 2012

CARTAS AO VENTO 02/06/2012 ...


CARTAS AO VENTO 02/06/2012 ...

Como uma seta,
tropecei em ti, por acaso...


o acaso lembrou-se de nós ...
Se a eternidade me bastasse, teria em conta o princípio e nunca um qualquer fim ...

Porque navego contigo, em marés que me devolvem ao mar?! ...
Porque acredito em sonhos, que recuso não deixar de sonhar?! ..

se os sonhos me levam, 
deixam-me ficar  ... 
Queria correr com o tempo, passar-lhe à frente ... 
Encontrar-me! ... 

Não posso ensinar-te a oração, que nunca orei. 
Nem seguir ditaduras com âncoras ...
Não posso fazer de ti, mártir dos dias em que sucumbi ...
Não posso! ...
Atormentar-te com areias movediças, de projectos que não me pertenceram ..
Não posso recorrer à errata, que nunca existiu .

Aqui! ...

paisagem é ópio dos sentidos ...
Cratera cravejada num magma de um fogo incandescente ...
Deserto! ... 
De pecados de uma culpa, em que se sente a falta de tudo ...
E o tudo de ontem, é o nada que hoje tenho ...
Vazio, 
é a arrogância de se ter tido em demasia ...
Cata-vento de sombras, que negaram a passagem ...
... do ar, de mim, das horas em que confiei no relógio ...
Estagnam as águas, 
delinearam o leito rebelde do rio que vive em mim ...
Deceparam a força de uma natureza invencível,
esquartejam miragens rubras de um assédio inocente ... 
Assim que choveu, o rio transbordou ...
Limpou da memória os inapropriados argumentos.
Chovendo! ...
Lembrei-me de mim, 
da areia que se esconde nas dunas, 
como se fossem o molde de um corpo despido ...
Secretamente,
Lembrei-me do vento, 
que te sussurra no ouvido..
Do 
rasgar do sorriso, do brilho dos teus olhos...
na apoteose de cada sentido,
que julgaste perdido ...


Agora que me deito, parto de mim! ...
Tão próximo de ti! ...

Aguarela de uma tela, de um sonho inacabado ...

Carinhosamente 

Ana P.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.