28 julho, 2013

100 Rédeas ...

Sem rédeas
apenas o leme do tempo
personaliza, as estações...
Devora os quilates
tatuados no rosto...
Imensidão
a
Voracidade do desejo
para além do horizonte
que se perdeu de vista.
Lentamente
a sedução
atiça a coragem
que se atreveu a sofrer...

Perder-me,
nos lábios que traduzem
o toque
de um predicado beijo...
Onde os ecos
amanhecem na aurécia
de uma
fragata de emoções...
De
sentires elaborados
sem meios-juízos.
Tentação,
não é ver-te com olhos abertos..
É
descobri-te de olhos
cerrados ...
Deitarmo-nos
onde nunca houve chão...

Mirar-te,
sobe o mais doce pecado
da gula afrodisíaca,
que nos une
para lá das fronteiras
que nos barram o sentidos ...
Murmuro-te
no ventre
o tato do corpo
Que
sustem a respiração...
Soubesse
ele
falar-nos da insana loucura
que sana a dor
da saudade.
que se exprime
no nosso corpo...
Depois de amar
Antes de amar...
No
desejo de nos Amarmo-nos
na
eloquência de um Tempo,
que não sabemos
Eterno! ...

Ana P.

24 julho, 2013

Tradução de AMAR-TE!...

Eu gosto de amar-te, seja qual for o conceito que traduz, Amar!
Eu gosto de amar-te, seja qual for o tempo que teima em nos separar.
E para ser diferente, eu vou traduzir o que é Amar-te.

AMAR-te! ...( e os meus olhos sorriem).
Não é a utopia que nunca sonhei, é encontrar-te depois de sonhar...
É não ter medo que falar, conquistar-te nas horas que não contei para voltares...
Ter um nada de tudo da falta que me fazes sentir...
Abocanhar o futuro, no tempo que nos escreveu o passado.
Amar-te!
É o contraste da verdade, na sombra de uma mentira qualquer.
É a inocência nua neste corpo de mulher.
Amar-te!
Pode ser uma adivinha.
Uma palavra guardada, nas asas de um Condor.
Amar-te!
É um gesto calado,
o abraço imperfeito de uma lembrança que não esqueci...
Amar-te!
São pedaços meus, que fugiram para ti.
São aguarelas, telas usadas
nas páginas que escrevi...
São gestos...
Que ficaram para depois!...
Depois de nós dois
Amar-Te!
É o sinônimo do melhor pecado que cometi...

Amar-te,
Sem horas,
sem dias,
sem sabermos de nós...

Ana P.

Bloco de notas 20/07/2013

Certamente que num começo se ajusta um fim...

Em cada fim, um capitulo de um começo.
Desconhecido, não é o tempo que conto mas todo aquele que não me lembrei de contar. Porque me reconheço nesta voz que acata o desassossego?!! Que perfuma as palavras, seduz o incenso da Alma, da pedra mais fria , dos sorrisos que aquela boca que nunca mostrou. Dou por mim enamorada por entre portas, que eclipsam a madrugada. Doou por mim no começo e além do fim daquela estrada. Se esse tempo que foi, a pauta da melodia que nunca ouvi tocar. Apenas um espelho retrata, onde eu quero chegar. Dei por mim, quando não me fizera ouvir. Quando calada gritava e falava com o olhar. Dei por mim no sonho mesmo antes de acordar.

Ana P.

16 julho, 2013

CARTAS AO VENTO 16/07/2013

Não sei se as palavras gritam no silêncio
ou se o silêncio se cala nas palavras.

Não sei se aprendi nos livros
ou se os livros se esconderam em mim.

E a vida decorria nas metamorfoses de cada beijo. Nas réstias de luz que nos fustigam a memória. Pardacento é o fogo que desarma horizontes. Realça as nostalgias que nos levam para lá do limite de cada olhar. Desarmada a ânsia que me descreve nestas translúcidas páginas, onde o branco é o enigma mais puro que me descreve e o sombreado o ponto de encontro das tangestes que nos fintam. Levaria a glória de cada abraço, se estes estivessem ao nível de ser alcançados. Propenderia a fuga dos afetos, se houvesse cerca que os parassem. Cabisbaixa, surpreende-me a oração que ainda sei de cor. No alpendre dessa paz, notifico as saudades que tenho de tudo por entre o nada que sempre julguei ter.... Cabisbaixa, não me sinto reclusa do tempo apenas foragida na inocência de um certa idade perdida. ... Fiel creio que a eternidade, é sorvo do respirar que me sustem. A apoteose da imperfeição que não nos faz os melhores, só diferentes!... Harmonia é a brisa que sem vento se sente no rosto. O afago que emana o brilho das lágrimas que não se esconderam. Encriptaram a beleza que nos delineia o estatuto de um simples sorriso que não esmorece. Debate-se no fascínio do rosto que nos transcreve o olhar. Analgésico das dores que foram e de todas as que vem para ficar....

Carinhosamente

Ana P.

15 julho, 2013

O

Silêncio
ceifava,
as searas das palavras
Não
se lhes ouve a voz
apenas
a tormenta de contextos
que disputam
a maior das verdades
entre
sentimentos...
Não se negam os enigmas
nem excluem os absurdos
Da distância
renasce a guilhotina
que decepa o reembolso do tempo...
Em
Silêncio
Bastava que ouvísseis
as metáforas do vento
o perfume dos olhares
que sem Norte
se perderam de nós...
Em
Silêncio
Bastava quebrar as regras
de uma promessa qualquer...
Realizar
desejos na ardósia de uma mulher
e refazer cada puzzle dos
estilhaços que se quedaram nos sorrisos...
Em
Silêncio
Ouvir o que nunca quissemos,
Escutar.

Ana P.

13 julho, 2013

BLOCO DE NOTAS 13/07/2013

Havia caído.

Sobre mim uma névoa de enigmática tristeza, carregava-me o peso do mundo nos ombros. Haveria dito, que outa vez não!... Prometera-me que teria sido a última. Em silêncio fizera o pacto nas orações. Na devoção que se elabora de esperança, que nos ergue sempre depois. ... E o depois veio. Depois de mim, de ti de todos que ainda sobejo recordar. Não se faz tarde. Porque a tarde, é uma pequena fracção do tempo que predomina os dias nas horas, que me ensinaram a ler... Recordo aqui os paradigmas misteriosos, que conjecturam as saudades e me abastecem de luz quando me sinto sem ela. Iluminado é relevo do brilho que emanam os meus olhos e todas as palavras que gritam no sorriso que meus lábios não conseguem disfarçar. Dei por mim, sem nunca lá estar... Porque me prendes, quando devias soltar?? Porque me trazes, quando me fazes partir. Dei por mim a rir, quando devia chorar. Dei por mim quando questionei não ter nada.... Senti uma mão cheia de tudo, o tudo do nada que não sabia que tinha... Saudades!

Ana P.

10 julho, 2013

BLOCO DE NOTAS 10/07/2013

Sem querer, aparto-me da distância.
Conquisto a euforia de momentos que já me conquistaram. Enamorada ainda os mimo na lembrança que adocica o leito do meu rio. Relembro as margens que socalcam a memória que meus olhos revivem tantas vezes. Falo-me, por entre o silêncio que lapida as lágrimas, que solidifica o sorriso das gargalhadas que não pudeis ouvir. Essência não é o perfume que posseis sentir, mas páginas brancas lotadas do nada que nunca sentistes. Dou por mim calculando o tempo, o que passou, o que passa e aquele que não sei se passará. Nada sei dele, se dá por mim, se deu ou e me viu apenas passar. Não sei se ele me esperará, ou se terei que esperar por ele .... Abraço em cada momento, deito-me na manta de retalhos de pedaços meus que soltaram. Aconchego-me na paz resgatada. Sei de mim, quando julgava não saber nada. .. Nos olhos lacrimeja-me o brilho da saudade. A memória das lembranças subscrevem as recordações. Sacodem o pó das estantes que não pudeis mexer, sob o espelhar com que me olho . Aqui! Perto do que sou, mas tão próxima do longe do que fui.... Sentir o fascínio das mudanças, o acolhimento transformado de viver apreendendo. Colocando-me à prova nas intemperes que não se esperam, acontecem. Cada vinculo no rosto é mais que uma vã vaidade. São as liturgias da vida, nas dores das nossas verdades....
Distante, por instantes ....
Sobre-voo a ânsia da brisa que teima em me beijar. Não há momentos fora do lugar.
Apenas uma paz ...
Fica, para me levar!...
Saudades.

Ana P.

01 julho, 2013

CARTAS AO VENTO 01/07/2013

Não sei se esta será a ultima carta, ou umas das últimas que te escreverei.
Não sei...

A vida percorria os dias e os dias partilhavam as horas e cada segundo dos anos, do ano que nos conhecemos. Havia uma espera continua. Não sei se minha ou tua.
Desta vez!...
De todas as outras vezes, a inclusão se evapora no lado mais volátil . O incerto é a máxima precisão dos momentos que fizemos inevitáveis. Retratavam as vertentes da carência que sempre nos uniu. Falo-te vagamente como uma vaga que nasce nas marés. Falo-te do escudo que forjaste a ferro e fogo no meu peito. Falo-te do vazio das horas incessantes, falo-te das noites intermináveis do sepulcro dos dias onde me senti jazer.
Não sei, se espero. Ou se realmente percorro o rumo que me foi traçado.
Lentamente ainda amordaço a liberdade.
Ainda suplico por mais um vez! Mas uma vez de quê?!... Mais uma ?!! ...
Certamente esta incansável espera refugia-se no tempo e eu refugio-me nas memórias da saudade que me fazes sentir. É como se juntasse pedaços meus.
Lascas que absorvo nas justificações que não deste e nunca darás.
Aqui, no meu canto reviro os dias, das horas que sempre foram nossas.
Sinto, odor das fragrâncias de cada momento quando cerro os olhos. Ainda tenho no rosto as lembranças das brisas junto ao mar, rasgando o vento.
Sem fazer plagio da liberdade que sentimos, que usufruíamos sem horas, sem pretextos nem contextos. E tudo assim se assemelhava ao conforto de sermos felizes, de apadrinhar as consequências de sermos diferentes mas tão iguais.
Mordomia era o que sentíamos, uma paz equilibrada quando se julgava não termos nada.
Tudo isto fomenta o "mais uma vez", da última vez. ...

Carinhosamente

Ana P.