01 julho, 2013

CARTAS AO VENTO 01/07/2013

Não sei se esta será a ultima carta, ou umas das últimas que te escreverei.
Não sei...

A vida percorria os dias e os dias partilhavam as horas e cada segundo dos anos, do ano que nos conhecemos. Havia uma espera continua. Não sei se minha ou tua.
Desta vez!...
De todas as outras vezes, a inclusão se evapora no lado mais volátil . O incerto é a máxima precisão dos momentos que fizemos inevitáveis. Retratavam as vertentes da carência que sempre nos uniu. Falo-te vagamente como uma vaga que nasce nas marés. Falo-te do escudo que forjaste a ferro e fogo no meu peito. Falo-te do vazio das horas incessantes, falo-te das noites intermináveis do sepulcro dos dias onde me senti jazer.
Não sei, se espero. Ou se realmente percorro o rumo que me foi traçado.
Lentamente ainda amordaço a liberdade.
Ainda suplico por mais um vez! Mas uma vez de quê?!... Mais uma ?!! ...
Certamente esta incansável espera refugia-se no tempo e eu refugio-me nas memórias da saudade que me fazes sentir. É como se juntasse pedaços meus.
Lascas que absorvo nas justificações que não deste e nunca darás.
Aqui, no meu canto reviro os dias, das horas que sempre foram nossas.
Sinto, odor das fragrâncias de cada momento quando cerro os olhos. Ainda tenho no rosto as lembranças das brisas junto ao mar, rasgando o vento.
Sem fazer plagio da liberdade que sentimos, que usufruíamos sem horas, sem pretextos nem contextos. E tudo assim se assemelhava ao conforto de sermos felizes, de apadrinhar as consequências de sermos diferentes mas tão iguais.
Mordomia era o que sentíamos, uma paz equilibrada quando se julgava não termos nada.
Tudo isto fomenta o "mais uma vez", da última vez. ...

Carinhosamente

Ana P.

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