18 novembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 18/11/2013

Resgates ...

Quando não estás,

não há meio termo para encontrar-me.

Não há espaço que não seja procurado, não há desejos invertidos.
Os murmúrios são as meiguices que me sussurras ao ouvido. Mordomias que não se esvanecem no tempo, que me contemplam para lá de um determinado momento. ...Resgates.
As memórias são as purpurinas, vestígios da existência que nos leva para lá de cada depois, de cada adeus que ilumina a luz que nos guia e que nos cega por vezes. Trágico!.
Trágico, não é o tempo mas os momentos que não recordo mais. Os momentos exatos que me marcaram as horas, no seguimento do dias que perseguem os anos.
Não tenho e não quero meios-termos para me relembrar.
Apenas cada sentir que povoa meus pensamentos, cada olhar onde me deixei ficar...

Ana P.

17 novembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 17/11/2013

INCORRIGÍVEL SAUDADE...

É, incorrigível esta saudade.
Este aperto que ferozmente nos relembra a diferença de estarmos vivos.
Tão vivos que já nos apeteceu morrer.
Morrer para encontrar.
Morrer para rever, morrer para dizer o que nunca falaríamos...
Ou então somente morrer, para não os deixar...
Não há filosofia que supere a inigualável saudade da falta que nos fazem sentir. Não há expressões livres, porque elas se prendem no passado.
Não há voz mais alta, que os lamentos dos murmúrios que nos lavam as lágrimas. Labirintos onde deitamos o corpo, para encontrar a alma. Misteriosamente descodificamos os nomes, as palavras e os preconceitos esfumaçaram-se na ironia de cada se, que ficou por dizer, por fazer.
Se soubéssemos do retorno dos ventos, das partidas que nos fogem por entre dedos. Dos cataclismos que se apoderam do olhar... Se soubéssemos... O que podíamos mudar!.
Não haverá adereços.
Nem espaços repletos, que nos encham o coração.
Todos os fundamentos apenas fomentam, nada mais!.
Irreconhecível é a parte que não sabíamos de nós. A mera rejeição, é um segundo trajeto que nos segura a mão. Não queremos saber, e o pouco que sabemos neste momento não lhe sente a falta. E a falta vem do elo que não queríamos quebrar, nas asas de um vento sem norte no arco de uma flecha que não é nosso. Que nos dilacera os sentidos... Desorienta a fraude do tempo que nos levará de nós. E a ira é simpósio, das conversas, das perguntas que nunca pensamos fazer.
É o pretexto perfeito, da mais imperfeita imposição onde todas as guerras se declaram nesta, INCORRIGÍVEL SAUDADE....
Sei tanto de ti, quando nunca te procurei nada.
Saudade!
Saudades... simplesmente!

Ana P.

12 novembro, 2013

VENTOS ...

VENTOS ......

Haverá alicerce,
mais forte, que o vento
Mais forte, que a dor
de que sentir-te ausente ?!!!...

Dei por mim
perdida.
Sangrando,
sem ter feridas..
Dei por abalroada,
num precipício,
abismo sem estrada...

Os ventos levam ....
Os ventos trazem ...

És mais forte, que o vento...
Mais valente que a minha dor,
Pois mesmo ausente
ainda me ensinas o que é o, Amor!

Amor, meu rio de pranto.
Asas de Condor.
Amor,
são teus beijos na brisa
que os dias deixam beijar-me no rosto.
Amor,
é o som do teu sorrir,
quem em silêncio se vem despedir...
Amor,
são memórias guarnecidas,
que me deste para aguardar...
São gestos,
Palavras,
que me escreveste,
no teu olhar...

Amor! ..

É a essência,
que fica,
depois de AMAR!

Ana P.

Bloco de notas 12/11/2013

Sentir...

Meu pedaço de chão, é o equilíbrio que tenho entre o meu ser e a razão.
É o ajuste das horas aflitas, a locomoção de outras felizes.
É o sim, o pretexto de um não.
É o côncavo de noites frias, convexo de noites quentes.
É pó, terra, barro. o fogo, brasas numa fogueira. ...
Pássaro de asa ferida.
Asilo da alma sonegada.
É tudo de tudo quando se julga não ter nada.

E o nada do nada quando se julga ter tudo.
Escrevo em telas de horizonte, os ditados que meus olhos ditam.
Na performance que lapida o perfume das cores e craveja as lágimas com diamantes. Rodopia nas emoções que flagram os sentidos, e atiça o desejo que altera as batidas do coração...
Pintando a face de rubro, no relevo do tacto de outras mãos.
Sentir!
Sentir, é apoteose de todos os momentos que não ignorei.
Curtos ou longos, absorveram pedaços meus entre guerras e vitórias.
Entre sorrisos e abraços ou então nas rédeas deste silêncio que cavalga nas dunas onde se acolhe maresia, das saudades que não apartam de mim .
Trilho dos meus pés, descalços no chão....
Sentir....

Ana P.

10 novembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 10/11/2013

É neste canto do recanto do meu Mundo,

que acalmo as palavras que denomino de minhas...
Hoje!
Planei no silêncio.
Planei dentro e fora de mim.
Abracei, fui abraçada, Amei e fui Amada. Fui o tudo do nada, e o nada de tudo que se esquiva nas madrugadas.
Dei por mim enamorada, no postigo das saudades que me deixam ancorada.
Senti-me a o fome agoniada, brisa solta nas asas de uma gaivota ...
Senti-me, perto de mim.
Perto de tudo e de todos que não esqueci.
Lembrei-me de ti. De todos nós... Decalquei as razões, deste misterioso tempo que silenciosamente abocanha pedaços nossos. Pedaços que nos resgatam tantas vezes, e outros onde vivos nos sentimos morrer. Ainda acredito na paz que ditam os meus olhos, acredito na intensidade das dores que nos calafetam a raiva. Acredito que há dias que nos controlam as horas, mas nunca desisti de um dia controlar os dias... Acredito. Que o acaso não têm horas. Quem entorno do silêncio, há muito mais que vozes adormecidas, muito mais que qualquer uma isenção de ruído. Muito mais de nós, do que alguma carta que tivéssemos escrito.
Livre, será o eco de nós. Em redor deste fogo que nos une. Atiçando as palavras, com um rastreiro. Árduas, não são as palavras que se possam dizer, mas a verdade de cada conquista que sabemos definir nas palavras. Árduas, não são as horas que não vimos, mas aqueles que sem relógio fomos obrigados a contar.
Esfinges esculpidas por nós que eternizam o silêncio, num determinado tempo que julgamos ser nosso! ...

Ana P.

04 novembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 04/11/2013

Bastava querer....

Querer, seria tudo o que não deixamos perder-se.
Bastava, que soubéssemos o começo, o fim das conversas. As que falam de nós e muitas outras que se transformam em predicados deste silêncio.
Metamorfoses que nos aguardam de rumo incerto, intensificam a beleza das folhas caducas outrora verdes. Aguardando a luz que matiza o oxigênio na áurea de uma simples claraboia. Esperando o sopro de murmúrios, que desventram os sussurros. Imaginável é a ânsia que possa sentir-se! Sem precaver os tons de cada desejo ,de cada partícula que ficou de nós. Pausadamente sobrevivem os afagos, a candeia de luz que não esmorece... Aquece, ilumina a exatidão que expressamos nos sentires. Alada a vida é mistério da carência que tortura o jejum. Praz o síndroma de um leito desfeito, descobre a sintonia de um mais um, igual a um.
Bastava querer.

Ana P.

03 novembro, 2013

Ás vezes ....

Entre ferro e o fogo.
Não há ferro que não quebre nem fogo que não possa ser amainado...

 é a conversa amena que nunca tivemos.
É não vos deixar por dizer, tudo o que nunca me pediram para vos contar.
Falar-vos de mim é não procurar as palavras, é deixar-vos falar a coerência dos sentimentos que inundam as luz dos meus olhos. É consentir que os sorrisos vos deem mais de mim do que eu. Ás vezes ainda rasgo o silêncio das noites, quebro o pacto das horas. Infernizo a paz que se queda de mim. Padeço da nobreza da humildade dos gestos que ficaram. Consinto que cada lembrança seja o eco mais eterno de mim, o perfume único das saudades que emergem nos segundos do passado para os minutos do presente. As lágrimas são os adereços vivos que não passam de moda, o preço mais justo de algo sem preço. Dizer-vos-ia que ainda carrego nos abraços as saudades de quem já perdi. No colo as palavras e o carinho apertam o coração, falam-me deles(as). Desse tempo tão vasto que julgamos eterno. Desses momentos nossos, que não julgávamos perder. Em que o fim nos deixara mais um recomeço para rematar. Nada será igual. Nem os dias e as horas não haverá contextos iguais e o que sobejaram foram atualizados. Dentro e fora o espaço vazio repleto de memórias entorna-se na vida que temos, sobre fragmentos que se soltaram do passado....
Lá fora o tempo avança.
Avança sobre a criança que fomos... Não há muros, nem fronteiras apenas pedaços de vida que lapidam o gume dos gritos que sofremos em silêncio. Distância, é o tempo mais curto que nos permite reviver, nos aproxima de cada pacto que não fizemos, em que ser valorizado é a mordomia de nos fazer relembrar.
Ás vezes, fala-vos mais de mim calada do que em mil palavras escritas depois...
Depois...
Depois, podeis não estar aqui, para as leres...
Ou depois, nem as poderei ter tempo de as escrever...

Ana P.