03 novembro, 2013

Ás vezes ....

Entre ferro e o fogo.
Não há ferro que não quebre nem fogo que não possa ser amainado...

 é a conversa amena que nunca tivemos.
É não vos deixar por dizer, tudo o que nunca me pediram para vos contar.
Falar-vos de mim é não procurar as palavras, é deixar-vos falar a coerência dos sentimentos que inundam as luz dos meus olhos. É consentir que os sorrisos vos deem mais de mim do que eu. Ás vezes ainda rasgo o silêncio das noites, quebro o pacto das horas. Infernizo a paz que se queda de mim. Padeço da nobreza da humildade dos gestos que ficaram. Consinto que cada lembrança seja o eco mais eterno de mim, o perfume único das saudades que emergem nos segundos do passado para os minutos do presente. As lágrimas são os adereços vivos que não passam de moda, o preço mais justo de algo sem preço. Dizer-vos-ia que ainda carrego nos abraços as saudades de quem já perdi. No colo as palavras e o carinho apertam o coração, falam-me deles(as). Desse tempo tão vasto que julgamos eterno. Desses momentos nossos, que não julgávamos perder. Em que o fim nos deixara mais um recomeço para rematar. Nada será igual. Nem os dias e as horas não haverá contextos iguais e o que sobejaram foram atualizados. Dentro e fora o espaço vazio repleto de memórias entorna-se na vida que temos, sobre fragmentos que se soltaram do passado....
Lá fora o tempo avança.
Avança sobre a criança que fomos... Não há muros, nem fronteiras apenas pedaços de vida que lapidam o gume dos gritos que sofremos em silêncio. Distância, é o tempo mais curto que nos permite reviver, nos aproxima de cada pacto que não fizemos, em que ser valorizado é a mordomia de nos fazer relembrar.
Ás vezes, fala-vos mais de mim calada do que em mil palavras escritas depois...
Depois...
Depois, podeis não estar aqui, para as leres...
Ou depois, nem as poderei ter tempo de as escrever...

Ana P.

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