25 abril, 2012

CARTAS AO VENTO 25/04/2012



CARTAS AO VENTO 25/04/2012


Meus olhos não se cansam, de olhar-te! ...
Não se cansam de procurar-te, na brevidade de cada ausência. 
Pausas que sustem o folgo, de cada um dos respirares.

Levam-me para ti, como o rio leva a sua aguá até ao mar.
Leva-a com a certeza, dela um dia voltar....
E todos os beijos que guardo na esperança de te beijar, são brincadeiras de criança na  timidez de um olhar. 
São gestos, performances de tanto gostar. ...
Abraços dados, sem nunca sair do lugar. ...
Significados com tons que ensinam a mudar... 
Palavras mudas sonantes, prefácios do meu sonhar. ...
Cores flamejantes de um equinócio solar...
Pedaços do meu desejo, que vão e pedem para voltares ... 
Se pudesses sentir a presença do olhar, saberias as certezas que não se podem declarar.
Confissões inocentes, rasteiras do verbo amar. Decretos que fazemos sem nunca se jurar.  
Há, um tanto querer que de fácil, se pode esquecer. Um certo vazio, que repleto não deixa sentir o frio.
Descrevo-te em todas as cartas em que meus olhos falam por mim. 
Perfumo-te nas essências que nascem de nós dois.
Nos precisos segundos, nos momentos exactos em cada segredo depois dos actos...
Enamorada, nego o abrir de olhos para não te perder de vista ... 
Porto seguro de dias cinzentos. 
Catamarã de ventos incertos.... 
Oásis que conquista as minhas lágrimas ... Condor, meu senhor... 
É ter-te longe, sempre por perto ... Azul do Céu em mar aberto ...

Consequentemente a coerência é analogia dos afectos que nunca escondemos.
A alquimia de uma pedra filosofal ...
Resgatar-te é uma defesa moral...

É, 
a susceptibilidade dos sentimentos à flor da pele...
É, 
ter-te nos pedaços das minhas folhas de papel ...

É,
ser capricho ...
É, 
ser Mulher ...

É, descodificar os sentidos! ...
É, libertar-te nas profundezas dos meus medos ...
É,dizer-te sem medo ...

AMO-TE! ...


Carinhosamente


Ana P.

24 abril, 2012

HOJE, CRAVO ...



HOJE, CRAVO ...
Hoje
Sou o cravo,
de Ontem ...
Venho 
das terras do nada ...
Percorri ventos
nas tocas da madrugada ...
Pintei o silêncio
na carabina ... 
Nasci, na voz
da multidão ...
Cravo vermelho entre mil
mesclei o Abril ...
De inocente,
acabei réu ...
Fui capitão,
policia, e ladrão ...
Uma 
guerra da fome,
sem isenção  ...
Fui fermento,
na partilha do pão...
O Hino
Sangrento, 
o cheiro da pólvora
da cólera dos ventos ...
Fui a bonança
e o vendaval,
a Velha Esperança,
Uma 
raiz e um caule ...
Fui o sangue
do IMORTAL ...
Que procurou a 
verdade da ...
LIBERDADE SIDERAL ! ...
Fui
Criança,
Homem,
Mulher,
Amanhã, seja o que Deus, quiser! ...
VIVA! 
A LIBERDADE! ...

Ana P.


23 abril, 2012

CARTAS AO VENTO 23/04/2012

CARTAS AO VENTO 23/04/2012

Improváveis,
são todas as coisas que deixei o silêncio calar. ...

Improvável, é leres o que nunca escrevi...
É sentires, na pele o tactear das palavras que meus olhos escreveram ...
É prenderes, o Arco-Íris que nunca viste ....
É quereres uma lágrima, sem lhe saborear o sal ...
É quereres ser igual, quando somos diferentes ...

Improvável o olhar, que nunca sentiste ...
O amar, que sem ninguém não existe ...
O chorar, que nunca foste capaz...
Que sem sorte, não há paz ...

Entre as linhas do improvável que não escreverei, provavelmente aguardarei a prenuncia dos sentimentos, na paz dos mais secretos afectos...
No horizonte de cada página, mais que uma mania, desejo não deixar de vos dizer, que para além dos montes que definem a paisagem, haverá
o aconchego de uma bonança, um sorriso desconhecido, um estender de mão que pode ser, simplesmente a tua...
A nossa! ...
A vossa! ...
Desejo levar-vos um sorriso, em jeito de prosa entregar-vos um bouquet de rosas...
Desejo transbordar-vos de lágrimas, desejo fortemente abraçar-vos, mais que um abraço, dou-vos a minha força, partilho emoções que melhor me definem .
É provável que não sobeje tempo, para amar-vos de igual para igual...
Improvável-mente, não deixarei arrumadas todas as prosas e poesias que alimentam a alma.
Nunca escreverei tudo o que sinto, porque tudo o que sinto é tão vasto como o nada que sei ...
Ainda que conseguisse resumir argumentos, não vos poderia "roubar", a verdade de factos que dão asas às razões ...
Resumidamente, nunca poderei perlongar a incógnita do tempo que me resta ....
E assim incertamente, marcarei territórios em corações desconhecidos ...
Encurtarei os silêncios....
Para que não se calem as palavras.
Faço jus ás improbabilidades, na provável razão de vos escrever, com AMOR! ...

Com considerável, Amor!....
Mais e sempre com, AMOR! ...

Carinhosamente

Ana P.

LEMBRO-ME ...

LEMBRO-ME ...

Volto
da terra de sonhos ...
Na mala,
o refúgio das palavras
que não posso
deixar ficar ...
O
corpete
que aperta as horas
Esconde
o sabonete lavanda,
que algum tempo,
é inquilino fixo,
da velha mala ...
Partilham
o mesmo espaço
tonificam o ar..
Perfumam
toda a sensibilidade
que contornam as palavras...
De
direcções opostas,
cálculos mais
ou
menos subentendidos
São
simples peças
de corações imperfeitos ...
A
Incolor
Parafina ...
Setas
Untadas de uma química
já mais adormecida,
esquecida ...
Porta-retrato,
convulsões de olhares,
guerrilhas de razões,
estilhaços de momentos
de todas as viagens
que fiz, sem sair deste lugar ...
Um
pé no chão,
outro no ar ...
A
liberdade que tenho,
e que não podem tirar ...
Noites que não relembro,
em sonhos que pedem para ficar ...
Fora de horas
Fecho os olhos um
não querer acordar...

Tento um acordo ...

Lembro-me da harmonia
que sentia se pudesse ficar ...

Se ...

Não tivesse que acordar! ...
Volto! ...

Mas,
prometo que hei-de voltar ...

Ana P.

20 abril, 2012

PRIMAVERA AO VENTO ...

PRIMAVERA AO VENTO


No
teu rosto
corriam as nuances coloridas...
De cores vivas
representam a beleza
oriunda de raras flores...
Em
campos abertos,
dominam a paisagem...
Transição
de estações convictas
que chamam o
vento ...
Cópula de aves
de paradeiro distante
Rasgam
os céus,
escrevem em cada horizonte
O
fascínio de cada regresso ...

Olhando o Céu.
ainda és
o alegre menino ...

Relembrando ...

Deslumbras
O
desbotado
papagaio de papel,
solto no vento...
Preso
no fio, que te enchia
as pequenas mãos ...
Ainda
te revês, correndo
pelos campos fora ...
Perdido,
atordoas as Primaveras
que por ti passam...
Cateteres,
Semblantes dos ventos,
juízos perfeitos...
Arrastam a
alvorada perfumada,
dos pergaminhos que exalam palavras ...
Antecedem
os sonhos que não
soubeste explicar ...
Chilrear de aromas

Primavera ao vento ...

Atalho, dos teus ventos! ...


Ana P.


19 abril, 2012

CARTAS AO VENTO 19/04/2012

CARTAS AO VENTO 19/04/2012

Traduz-me uma história .
Constrói frases, que me façam ver...
Reuni sentidos, à flor da pele de intensos desejos.
Nos meus lábios, pintei o céu de cada beijo, de cada sorriso que passou....
Recordei, todas as lembranças que o vento beijou, das saudades tatuadas nos becos da liberdade...

Dá-me, Asas! ...

Caminha a meu lado.
Na estrada dos meus olhos...
Minhas mãos são um espaço vazio.
Espectro de palavras, ponto de encontro dos desencontros da alma.
Onde as palavras, são as vísceras de uma intimidade interior.
Agora, procurava alicerces numa história que não me pertence, mas que ouvia contar....
Na minha tese, aglomerava-se o encanto de esperanças.
Sorrateiramente, acarinhavam palavras expostas no velho mural de janelas abertas.
Palácio, transparente de sonhos.
Glaciar de fundo azul, num céu de braços abertos que conforta as ambiguidades de dias menos fáceis.
Uma história, uma viagem ...
O Expresso Oriente de sonhos fulminantes.
Caracterizam aveludadas fragrâncias, que mesclam o aroma de um mar de canela.
Mistificando a liberdade com que vivo a exposição dos sentidos, que fomentam a forma de agarrar a vida num tempo de cálculos incertos.
Tão incerto, como o numero de páginas do livro que carrego nos ombros.
Como o valor de cada olhar que corroí o coração...
Na agilidade cortante, de cada palavra ...
No socar, de cada expressão pintada no rosto.
No grito, de cada imagem que não se vê no espelho ...
No profundo silencio, que vêm à tona ...
No acreditar de estranhas presenças, anjos feitos em estátuas de pedra...

Nas veias, o Éden de forças que regem melodias, pautas tacteadas pelas minhas mãos...

A história, acompanha-me em cada página branca que ousei escrever.

Dá-me, Asas! ...
Acompanha-me, se quiseres.


Carinhosamente


Ana P.

18 abril, 2012

SOLSTÍCIO ....

SOLSTÍCIO ...

Se
todas as cores
pudessem rasgar
planos de estradas não definidos
E nos olhares
escutássemos a voz
de tom perspicaz
Sem luz
se fizesse dos dias
Flashes iminentes
de quimeras em fontes iluminadas ...
Límpidas lágrimas
secavam-se nas pedras
aquecidas por um Sol,
enternecido no cair melancólico
das horas ...
Em
vultos alongados
permaneciam as sombras
de todas as pétalas
de todas as folhas ...
Desfolhavam-se perfumes
envolvidos na brisa
que açoitavam os rostos...
Em murmúrios clandestinos
Sussurravam, clemência
de todos os instantes
Bebericavam todo o pólen do ópio
De rubros Momentos
Caracterizavam nuances
infernais de um alaranjado
Pôr-de- Sol ...
Que se dilui
No fechar de olhos ...
No
final de mais uma Tarde,

Solstício,
do meu olhar...

Enamorado! ...

Ana P.


17 abril, 2012

CARTAS AO VENTO 17/04/2012

CARTAS AO VENTO 17/04/12

Aqui!
Perto do eu, que não se vê....

Espero a sintonia das palavras....

Uma azafama de sentidos que purifica adversos sentimentos. Clarifica o significado da existência da alma no corpo...
Como sempre esperaria a eternidade, se o fosse possível. Não imponho palavras difíceis, abstractas ou soberba-mente silenciosas. Escrevo sobre simples argumentos, que fomentam as razões do Império dos Sentidos que me desnuda. Há dias que me sinto frágil. Tão frágil que qualquer um gesto ou palavra pode ser o abismo da mais profunda lágrima.... Outros há, que me inundo de vida. É como se fosse um reencontro de forças, uma caracterização de alegria e dor, um eufemismo agridoce entre o Céu/Inferno. ... Recatada avalio, as divergências de momentos, asseguro que não foram simples passagens.
De certa forma, acredito que nada acontece por acaso...
Que as espessas paredes de dor sejam pintadas, com o lilás que gosto tanto e com o azul que me alivia, me dá as asas que nunca terei...
As minhas páginas, são o mapa secreto da terra de sonhos.
São a melhor iguaria do banquete que a vida me vai servindo.
Não planeio ser, o ser de pedra polido.
Espero, enaltecer com a idade saboreando a grandeza de um interior pleno de estações .
Aparentemente não serei a mesma de ontem, mas hoje também não é mesmo que ontem....
Não posso ser tão pragmática como tempo!
Não controlo as horas, apenas as partilho ....
Multifacetada, prezo muito o pouco do nada que tenho. ...
Não procuro notoriedade em esquadrões de palavras....
Porque, nem sempre as palavras estão visíveis, ao alcance de um mero olhar, e de um simples coração.
Hoje...
Virei mais uma página...
Mais um ano ...

Em mim :

A essência de todos os momentos, que não me deixam padecer...
Nas palavras, a grande comporta do rio que me habita.
Na escrita a tela de horizontes sem fim.
Nos desejos, a ternura esculpida nos beijos ...

No olhar, a beleza de cada reflexo que me faz chorar .
O sentir, o domar da rebeldia do silencio no meu corpo de mulher ...
Felicidade é escrever vários tons das verdades, de incolores insanidades...

É partilhar o que me vai na alma ...

Obrigado! ...

Carinhosamente

Ana P.

15 abril, 2012

VOU ...


Vou ...

Andar por ai ...
Perdida nas ruas
Achada nos jardins ...
Vou...
Consentir a ternura
de gritos calados
em chuvas torrenciais ...
Vou...
Passear entre comuns mortais ...

Vou ...

Ser pião,
Rodopiar na palma da tua mão ...
Ser o precipício
na cratera de um vulcão ...
Tua terra,
teu pé no chão....
Bola de seda
folhas de cartão ...
Contra luz do eixo solar ...
Solstício milenar
Janelas por fechar ...
Alpendre lilás
sobre o azul do mar
Jardim
infernal, amena lua fechada ...
Conquista da
Madrugada solitária...
Fio do gume, navalha afiada ...
Ser o tudo
que se veste do nada ...
Nos braços de uma âncora
do livro que não abri.
Vou...
Afagar com as mãos,
palavras de desilusão ...
Aniquilar
pedaços que calco no meu chão ...

Vou ...

Ana P.


" Palavras...
São a imunidade perfeita de um interior que me pertence."....

Ana P.

DE DENTRO ... PARA FORA

DE DENTRO ... PARA FORA

Fechava ciclos
Determinava um tempo
Em cada fenómeno mesclava
sentimentos
Predominantes afectos
Incumbiam o coração
de esclarecer enigmáticas realidades
Esboços flagelados,
melindradas
Sombras...
Justificam o
Simpósio de tons coloridos
na página azul do céu

Único arco-íris ...

Deliberava factos de expressões
escritas no rosto
Consumia a luz
na margem dos olhos
de íris semi-perfeitas
Rasgavam para além
dos horizontes imperfeitos
De delinquentes desejos
Inoportunos planeiam
a soberba extravagância
de me sentir plena
Mergulhada na profunda
plataforma de espirais
Olhava o
Relógio que não para
Em andamento assertivo
ensina uma perspectiva
diferente ...
VISÃO ...
Que ultrapassa o que se vê de fora para dentro...
E
Ensina a ver de dentro para fora ...
Idade ...
Combustão,
exacta com a realidade...

Ana P.


09 abril, 2012

GALANTEIO PRIMAVERIL

GALANTEIO PRIMAVERIL

Sentia ...

Sentia o odor
que te prende na galeria
de pétalas que perfumam
as palavras ...
Irreversivelmente não planei
O
movimento das páginas
deste livro que
Segredavam
murmúrios silvestres ...
Num banquete silencioso
coloco à prova as carícias
dos afectos ...
Confesso... O...
Degustar leviano de frutos vermelhos,
de cor provocante ...
Meus vícios! ...
Agridoce pecador...
Momentos de um rendido amor.
Furor ...

Tragar que sacia.
Namoro de supremos amantes ...
Instantes ...
Bouquet abstracto
que seguras na mão!...

Intensos Galanteios ...

Renovam
a beleza de lírios,
nascidos em campo aberto ...
Sedução envergonhada
da escarlate papoila que se despe
no final de mais uma estação ...

Primavera! ...

Ana P.

08 abril, 2012

... Gosto de palavras simples, com grande valor! ..

... GOSTO DE PALAVRAS SIMPLES, COM GRANDE VALOR! ...

Ana P.

INSISTÊNCIA ...

INSISTÊNCIA ...

Escondia-te
no embaraçado novelo.
Desprendia-te
nas histórias
que depois dos sonhos,
ainda queria
sonhar acordada ...
Havia
o enredo que
suplicava aos olhos.
Um não acordar ...
Mitigava à mente
que te deixasse ficar ...
Uma
estranha viagem,
um não querer voltar ...
O
forte desejo
esculpido na noite ...
Tramas da lua
que acusa o luar ...
Espelho de água,
caído sobre o mar ...
Mistérios dos sonhos
que não soubemos encontrar.
Filmes mudos
de
imagens gritantes ...
Em
sítios desertos,
com mil habitantes ...
Palácios
escondidos
nos
Livros em estantes ...
Desconhecido
silêncio
de singular altivez
Fragmento que ainda não se desfez ...
Na luz do dia
da nossa pequenez ...
Ocultam os momentos
que o tempo dissipou,
no irreverente sono
que te deixou ...

Na insistência do meu, não acordar! ...

Ana P.

03 abril, 2012

CARTAS AO VENTO 03/04/2012

CARTAS AO VENTO 03/04/2012


Não sei porque me prendes o olhar...
Porque te oiço falar? ...
Porque me chamas? ....

UM (A)MAR DESCONHECIDO ...

Na paz desse mar, que de meu nada têm.
Sinto-me tão perto, na distância de ninguém ...
Não sei, porque me afogo na brisa da maresia ...
Embora não tenha asas, era tudo o que queria...
Solenemente,
Rendida à imensidão que me faz sentir pequenina ...
Uma gota de chuva, uma lágrima perdida...
Aqui! ...
Não existem segredos...
Até porque tu, conheces a razão dos meus medos, dos meus insolentes segredos.
De mansinho beijas meu rosto ... Ergues, meu corpo no topo do horizonte.
Desconheço, porque sempre me acolhes no teu colo e no teu azul. .. (A razão das minhas asas). ...
Porque verto minhas lágrimas nos teus ombros azuis?! ...
Eu queria ser eterna.
Ser o castelo de areia nas mãos das crianças. A aliança de esperança na espuma do mar ...
Em ti, encontro um triângulo de palavras desconhecido. Toda a essência de aromas, que julgava longe ...
Não será lisonjeador dizer-te, que és o ponto de encontro, de todos os desencontros em que escolhi a opção....
E observando as minhas revoltas. Nada se comparam com as tuas ...
Incrível!! ...
Não tenho coragem de desafiar-te! ...
Não é necessário! ...
Porque é todas a minhas revoltas, padecem nos murmúrios da tua voz?!.
...
No enigmático retrato, que nasce nos meus olhos, sempre que te olho?!.
...
O fascínio, de uma atracção misteriosa, um silêncio de mil palavras que traça o arco-íris sobre a terra e o mar.
Onde o livro de páginas invisíveis de vidas cruzadas, se abre para que possa escrever nele.
Quantas vezes com um olhar ousei escrever em páginas repletas, sem receio ...
Cada significado do eu, seriam pedacinhos do teu ser ...
Genial! ...
É sentir o conforto de um abraço, que não pedi.
É ter-te, aqui! ...
Genial ...
É olhar no fundo de um horizonte e dizer...
Eu, estive ali! ...
É não duvidar do porquê, do silêncio....
...
Genial ...
É todo este Mar ...
Que nos deu as lágrimas salgadas, para que o possamos relembrar ...

MOMENTOS! ...
Quando meus olhos fogem da terra, para o Mar! ...

NAVEGAR! ...

Carinhosamente


Ana P.

02 abril, 2012

CARTAS AO VENTO 02/04/2012

CARTAS AO VENTO 02/04/2012 ...

Ambicionava desfrutar em pleno, a cachoeira de sentimentos.
De milhares de afectos que me deslizam entre mãos.
Numa mímica de gestos que se afeiçoam nas palavras.
Onde a pontuação, fosse o encaixe de estanho que solda as frases que saem do coração....

Escreverei argumentos que justificam, uma estranha beleza, uma diferente dor a exaustão de cores desgastadas...
Em cada sombra, a asa de liberdade ... O repouso de batalhas, estilhaços de uma só guerra ...
Escreverei até, sobre a infância perdida ...
... de um pequeno buraco, à extensão de uma ferida ...
Pouco a pouco lavrarei, os mais áridos territórios.
De semblante beleza. Tradutores de razões inexplicáveis ...
Um alcance tão próximo mas de difícil visão ...
Aprenderei a ver com o tacto de ambas as mãos.
A escrever nas margens de momentos de breves expressões ...
Aprenderei, ler nas lágrimas que nunca foram vertidas ... Supostamente socalcos, de uma pele envelhecida.
Sem ironias deixarei que o tempo controle, o celeiro dos meus sonhos... Muitos não seriam esperados, outros canonizavam a esperança de um dia ... Acontecer!...
Dois ou três, eram simplesmente a força de um desejo muito maior que os sonhos sonhados ....
Eram conquistas de um presente, para um futuro desenhado em laços de fantasia de elegante paixão! ...
Outros ... Bem, outros... morreram ficaram sem chão.
Vitimas de uma cobarde cobardia ... Manhas ou mesmo manias.
Nestas páginas ao vento, serei o húmus de um tempo ...
Reconhecerei a grandeza da gratidão, de tudo o que temos se faz com mãos...
Sei que todo o tempo do mundo, é o que nunca serei capaz de alcançar...
Que as certezas, são abusadora-mente tão incertas....
São nichos intemporais de uma idade que não me posso definir ... Contra tempo de um tempo sem fim....
Legitimo será escrever, sobre tudo o que senti ... Consentir a grandeza do que ainda não vivi ...
Nas páginas de um livro, com principio meio mas sem um fim ...

Meu corpo!
Meu livro de afectos.

Carinhosamente

Ana P.

ACTOS QUASE PERFEITOS ...

ACTOS QUASE PERFEITOS ...

Tocávamos
o fundo do poço
sem fundo.
Paredes de frases gastas
relembram demagogias
de velhas paixões,
susceptíveis a sentimentos...
Cânones,
fugas desconhecidas ...
Um querer,
um rol de abstractas limitações
Pulverizam
a gravilha no areal
de um rio, sem norte ...
Conceito de má sorte
aniquila a breve
passagem de um sol transitório
sobe uma sombra melindrosa...
Perspicaz,
saberíamos de cor, todas as cores
que antecedem estações.
Brincávamos
no emergir raso de
paredes que contradizem
desfiguradas palavras ...
Persistentes
não desiludem o excesso
da demasiada teimosia ...
Não se curvam perante
a inesperada derrota ...
Firmes
transportam a espiral
do amor, em linhas curvadas ...
Sem
nunca se fecharem
dão corda ao relógio
que se esconde no peito ...
Para lá de um Mundo
que se dizia, quase perfeito ...
De
imperfeitos actos
na incoerência de sentimentos opostos ...
Resultado
de íntima consciência,
sujeito à percepção da diferença
de nós, os dois....


Ana P.

01 abril, 2012

CARTAS AO VENTO 01/04/2012

CARTAS AO VENTO 01/04/2012

Silêncio!
Hoje, amei-te no silêncio.
Andava perdida, mergulhava em águas estagnadas sem vida.
À deriva, soluçava o coração, choravam as palavras que se encontravam nas minhas mãos.
Rabiscos de mel, trigo do pão...
Seara em campo aberto uma alma e um coração.
A fúria do medo, contra a razão ... bailava ao vento, presa no pensamento.
Papoila bravia... o grito de sangue numa terra sombria.
Decidi tomar as rédeas, e não desistir.
Escutava o teu rir ... Não queria fugir .
No cimo do monte, tão perto de ti...
De braços aberto, nunca te perdi. ...
Senti-me...
Moinho de velas brancas, que rasga velocidade semântica de cada sopro de vento que te trás... Zumbido brando, bandeirola da paz.
Se o vento fala?! ... O que me trará? ...
O pudor da vida!.. Que mal não faz.
Sentimentos de tez angelical.
Fermentam o afrodisíaco vermelho num céu azul. Pintando antecipadamente pelo plágio de sonhos que aromatizam a lógica de tudo ser, com razão! ...
E mesmo longe, amei-te mais do que se perto estivesse. Amei-te! ... Amei-te! ...
Consumi as essências que infernizam o coração. Desacatos da alma com a delicada sedução.
Hoje! ...
Preenchi cada milésimo de segundo com a saudade.
Senti-me uma perfeita enamorada. Uma menina ... e fui buscar, sorriso da esperança que já tinha guardado.
Decidi secar as lágrimas no tom suave da tua voz.
Hoje!
Sentei-me nos afectos.
Observei a colina do monte que os reveste.
Senti-me represa de mil cores, as pétalas sedentas de uma flora monumental.
Fui o feitiço do amor que nos encontrou.
O pequeno ponto de luz num céu insigne de estrelas...
Talvez! ... Insignificante para o céu assoberbado de pontos de luz.
Dominado de estrelas fulminantes, que partilham seu brilho nas noites sem os adornados vestígios de sentimentos.
Reverso do avesso que nos despe, à flor de uma sensível lágrima que não pede licença...
Rasto, onde se ocultam verdades.
Alpendre da dor que intensifica, a metamorfose que o tempo nos provoca ...
Hoje, Amei-te! ...
No grito do meu silêncio...

Carinhosamente

Ana P.

NOSSO ...

NOSSO ...

Ainda
como um segredo
que fica por desvendar
nossos Olhos são os mistérios
das janelas do meu Mar ...
E
se que o tempo ficasse
aprisionado no olhar...
Procurava
a liberdade
nas asas do que não
chegamos simplesmente a sonhar ...
Teu
perfume é a brisa
que murmura na encosta ...
É
a afinada melodia,
que me sabes ensinar ...

Grafites desenhados
nas pedrinhas do mar ...
Cortinas de nevoeiro
que escondem as ondas
à beira-mar...

São loucas palavras
que se perderam de nós ...
Sequelas das marés ...
escassas ironias,
que padeceram na tristeza
nas correntes das marés ...

São grito da água fria
a rouquidão em nossa voz ...

Ainda
que fossemos a gaivota,
andássemos pelo mar ...
Nos dias de tempestade
o corpo iríamos procurar ...

Seriam
o desejo,
que aguarda ...
A
tertúlia literária
de uma página
que delata os abraços,
no areal de sentimentos ...
Seriamos
voláteis como os momentos ...
Inconstantes
como o sol ...
Cristais de sal em movimento,
ardósia nas palavras ao vento ...
Tempestades consentidas
em bocas de ilhas perdidas,
calam os mistérios
que
não podemos confessar ...

Palavras! ...
Palavras! ...

Um
Horizonte,
A
sensatez do olhar ...

... Só, NOSSO! ...



Ana P.