28 abril, 2011

EU AMO ...

EU AMO ...

Palmilho, passo a passo
cada
história no silêncio
cada
loucura descrita
alcançada sem medo ...
Livre, sem fronteiras ...

Histórias?...
Enredos ...

Promessas, nossos segredos ...

Tonturas
sentidas
falésias de um coração ...
Pactos ardentes
um mundo de sedução ...
Que seria
dos amantes
se
não houvesse paixão?! ...

Arco-íris destemido
Pétalas de rosas brancas
Um
manto no chão
nicho de perfumes ...

Êxtase ...
Comunhão ...
Paz de espírito, contemplação ...

Planar de corpos
que se seguram, sobre as tábuas do chão ...
Asas
invisíveis com cera
de papel ou em cartão ...
Palestra
amena
com a alma ...
Intensos pecados
omitidos em confissão ...
Um
doce inferno
que me acalma
o corpo
no fogo flamejante de
uma magnifica paixão ...
Gravada em cada passo
no eco
do silêncio
de um ruidoso coração ...
Estampado em cada sorriso
ao encontro de um olhar ...
Nas
vozes que oiço, caladas
que só me fazem sonhar ...
Trocas de passos
apressados que escuto
sem nunca sair do lugar ...
Metáforas, figos e broas de mel ...
A mesa
em minha pele ...
Embebida em luz ...
Estrela
que me guia, faz acreditar ...
Caprichos
de uma mulher
que não deixou de sonhar ...
Declamando amor
no verbo
mais simples de se gostar, AMAR! ...

EU AMO!

ANA P.

CHAMA DE ESPERANÇA ...

CHAMA DE ESPERANÇA ...

Burlas
com que fazemos
engenhos de artifício ...
Lorgos vermelhos
escarpados
em cada encosta de silêncio ...
Ilusão desflorada
nas pétalas caídas ...
...
Numa leve brisa
que nos arrebata ...
Neste brando vento, provocador ...
Aragem serena
de azul celeste pintada ...
Segredando segredos
de coração alado
atenuando mágoas
rixas de ciúmes ...
Bramar do fado, sinais de amores ...
Réplicas que batem ardentemente
Não se escondem mistérios ...
DESNUDAM-SE ...
Natural sede
nascente Oriente ...
Corrente de água
em nossa fonte ...
Chafariz de essências
brotando óleos que iluminam ...
Candeias acesas
avermelhar latente dos sonhos ...
Labaredas laranjas
rasgadas com o nosso
verde
esperança ...

ANA P.

ESPELHAR DE OLHOS ...

ESPELHAR DE OLHOS ...

No rosto
semblantes cores
que me marcam ...
Sequências
odoríferas do teu perfume ...
Odores ...
Que gravitam
volvem teu astro ...
Atraída, corro para ti ...
Magnetismo de sedução
Íman ...
Encontro de encantamento ...
Talismã,
amuleto do meu afecto ...
Como, te quero bem! ...
Quero
Perfumar-me
no elixir aromático do teu corpo
Remédio de minhas preces
infusão de folhas silvestres
adoçante selvático que existe em mim ...
que emano
em cada partícula invisível da paixão ...
Delicadeza reflectida no teu olhar ...
Vassalagem quântica infinita
Espelhar ...
Onde me miro ...

Molduras de Orquídeas Selvagens ...

Nosso fitar de olhos ...

ESPELHO DA MINHA ALMA ...


ANA P.

NÃO DIGAS NADA ...

NÃO DIGAS NADA ...

Trás o luar ...
Escuta o vento
deixa-o passar ...
Navega comigo
por breves momentos ...
Abre velas
deixa-as esticar ...
Rasga o céu com
fios de prata ...
Deixa que a lua
o possa remendar ...
Acorda a aurora

Vem me buscar! ...

Sou caravela
correndo no mar ...
Abre as comportas ...
Quero chegar! ...
Sou
a neblina que a noite
aqueceu ...
Um manto de seda

Só tu e eu ...

Gotas de água
temperadas com sal ...

Somos
o
Sol
que o horizonte guardou ...
Labaredas, um fogo frio
que a noite atiçou
Alfazema das trevas
que se evaporou ...
Farol na escuridão,
astros celestes em nossas mãos ...

Promessas
seladas na ilusão ...
Um fogo
vermelho ...
Que aqui ficou
Não digas nada!
Trás o luar ...
Passa no tempo
Vem me buscar ...
Espero ansiosa
o teu chegar ...

ANA P.


27 abril, 2011

MEU REI ...

MEU REI ...


Nega
que o meu perfume
te enlouquece ...
Que te atormenta a mente
... Só foges para mim ...

Nega ...
que desejo ardente
sentes ...
Sentes
não têm horas marcadas ...
Acorda-te nas manhãs
adormece-te nas madrugadas ...

Nega
que o teu corpo
Sangra sedento, pelo meu ...
Que te cega de mansinho
que te grita sedução, delírios
a ferro quente
paixão ...
Locomoção
que te inquieta, frenética

Nega
que não queres tactear ...
O CORPO ...
nega ...

Eu sinto, que não sabes negar ! ...

Eu ! ...
...
Eu não nego
que enfeitiçaste a minha vida
pincelaste-a com amor ...
Palavras
polvilhadas com canela
Telas aguarela
lilases odores ...
Arco-íris
diluído com sabores
alecrim, perfeitos-amores ...

Eu
não nego
que és o mel que embriaga ...
Baco meu amo, amado ...
Mais que um licor
és o
Unguento, em minha pele ...
O
bálsamo das minhas dores ...
Eu não nego ...
que te quero, porque nunca estou aqui ...
Eu não nego ...
que te sonho, que te roubo para mim ...
Eu não nego
que és a história, com a qual sempre se sonha ...
Eu não nego
que não tens coroa ...

EU ...

Não nego que és ...

O meu Rei ...

ANA P.

26 abril, 2011

AURORA RECLUSA ...

AURORA RECLUSA ...

Reclusa ousei ...
Escrever ...
Espreitar a fenda do
crepúsculo da solidão ...
Como uma ficha
que seguro na mão ...
Não sei se vi ...
ou apenas sonhei ...
Nem se morri ou ressuscitei ...
As lendas são histórias ...
que se podem narrar
derrotas ou vitórias ...
Riquezas, desgraças ...
Fábulas de encantar
sonhos que nos pedem para ficar ...
Os
dedos cuspiam palavras ...
Uma ira vazia ...
que apenas partia ...
Tão sôfrega calcava e não me bastava ...
Pisava, pisava e
dizimava ...
A escuridão, mofava
despia a ventania ...
Encarcerada no meio do nada
a infelicidade
com uma corda atada ...
no velho porão ...
Criava raízes, furavam o chão ...
Um mundo vazio, um poço frio
pedaços de solidão ...

Agora senti-a ...
A febre fervia, lutava por um dia
que tanto queria ...
Sem ter certezas
do que nada seria
mas não o sabia ...
A luz bravia
cegueira
esbelta sadia ...
Menina dos ventos
secando as lágrimas ...
O frio o quente
orvalho bolorento
folhas soltas que vão com no vento
a brisa escorria lenta, sombria ...
Gritando
Aurora, Aurora ...
Que passa apressada
Cai na noite, tropeça no dia ...
Incertezas
de uma rebeldia ...

Foge menina, Aurora ...
Que vais nascer o dia ...

ANA P.

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...
22/04/ 11



Beija-flor ...
Leva-me no teu tempo ...

Hoje vou falar para ti , usando a escrita de uma forma tão clara, como a luz que dizes que sou.
Descrever-te na areia que solto das mãos, fazer de ti a bonança dos dias quentes no pleno de um verão ...
Hoje serás moliceiro, num barco em águas que correm para o mar. Transportando o moliço, o adubo das terras que abraço e que me fazem sonhar ...
Dentro dos sonhos castelos que beijam as águas salgadas , dentro de ti esperanças sussurros dos búzios contando segredos que só tu podes escutar.
Brincadeiras de menino, que o mar viu crescer ...
Nos olhos um horizonte azul, matizado de verde.
Uma azul que representa o mar, o céu o infinito do beijo acabado de dar. Quando este toca o aveludado céu. Num enigma o mistério fica mais além.
Desconhecido que atrai, ofegantes desejares que não calas, que pigmenta a cor mais rubra do sentir . A farpa mais fina que trespassa e atordoa, antárctica setentrional do norte, que em rumo incerto, desconcentra-te o disseminar derramado em cada pétala.

Tocá-la ...

Senti-la ...

É muito que o apetite voraz que te corroí, que te revira as entranhas .
Essa agonia louca que te queima, como o incenso que te atormenta ... apura-te os sentidos.
A sagacidade que veste tuas mãos, milímetro a milímetro palmilham a pele e a mente se deleita num corpo que dizes de teu, o meu ...
Um oásis em teu deserto uma miragem ardente que te queima, ofegante respiração, abrasador sol que fervilha dentro de ti, fogoso coração que grita púrpuras cores de vermelho que te tinge a pele .
Colmata o mais leigo desejo, a sombra obscura que fica humildemente silenciosa ...
A sede lambida no precoce beijo, que te finta .
Calafrios que percorrem o corpo, desidratam descem teu rosto .
Enlevo que leva ao rubro, a supremacia destacada na infinita sofreguidão com que me desnudas, tactear, absorver com os dedos, um maremoto ...
Um turbilhão que sopro nas ondulantes formas que definem um corpo de mulher, réplicas emanam perfumes, seduzem, prendem, inercia dos teus sentidos.
Descrevo um acto de desejos, um leque em folhas de papel que te trazem para mim ...
Momentos que se soltam no tempo que passa, que nos unem nos laços da memória, em que tecemos fios de amor ...
Relembrando o beija-flor ...
Um jardim, onde sou a sua flor ...
Abraçada por um sol que me aquece, adormece neste éden de sentidos ...
Passo a passo em território desconhecido ...

Carinhosamente

ANA P.

20 abril, 2011

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...
Encontros e desencontros de mim ...


Decidi dedicar estes breves momentos exclusivamente, à minha memória.
Ao dom natural com que o espírito conserva lembranças, recordações, alianças que faço com a mente num corpo que acolhe.
Decidi ser fiel a mim mesma, caracterizar o que me vais na alma, o que me rasga o peito, que me move não deturpando o que sinto, e fidelizo nas palavras soltas em folhas brancas de papel.
Palavras desenhadas que constituem essências do que sou ...
Deliberadamente uma parte de mim que não sei ocultar, que me corre nas veias, fermenta o mosto que vos sirvo em cada virar de página destas cartas ao vento, meu vento ....
A calma ou agitação não inane dos sentidos, que apuram momentos que o tempo me oferece enquanto viva, na audácia colorida de cada estação. ...
Vasculhei cada recanto como se procura-se uma utopia, na certeza porém sabia concretamente o que procurava. ...
Vestígios que me ligavam à minha mãe ...
Momentos meus, e dela ! ...
Procurei-os incansavelmente queria soltá-los de mim ...
Queria relembrar, palavras e gestos do seu carinho ....
Forcei mais uma vez e cerrei os olhos ...
Acreditei que acabaria por recordar ...
Fantástico o que a mente nos pode revelar, fantástico leque de verdades que se cruzam ...
Senti-me deveras perdida, não era capaz de trazer à tona gestos de meiguice, de quem chamamos de mãe. ...
Não encontrava nada, nada, nada ... Isso confunde-me ...
Porque, a conotação de ser mãe, é tão forte para mim, que está sempre acima de tudo e de todos ...
É o sangue que me corre nas veias, o oxigénio que necessito para viver. ...
É o alicerce que me ergue, em cada segundo do tempo ...
É a revolta, a fúria cega, surda que me descreve, matiza tudo o que mudei em mim ...
Sentir ...
Viver profundamente o significado da palavra, mãe ! ...
A palavra que me melhor me descreve, sem dúvida .
A única que não abro mão! Mais que um legado, é uma missão que me foi destinada, que faço questão de erguer até ao último suspiro ...
Até que meus olhos fechem ...
Até ao último bater do coração, onde minhas mãos se desprendem de tudo o que me fez, SER! ...
MÃE ...
O legado que faço questão de nunca esquecer ...
Hoje questiono-me ... Porque o tempo não trás lembranças de nós?!! ...
Mãe ...
Quais as palavras, que ficaram por dizer?!! ...
O tempo passa ...
Com a certeza que ainda à muito, por dizer ...

Encontros e desencontros que vagueiam na mente deste corpo de mulher, mãe e amiga ...
Do meu simples, Viver! ...

Carinhosamente

Ana P.

19 abril, 2011

PERDER-TE ....

PERDER-TE ...

Quando o perder-te
É o mais forte vento
que me veste de luto ...

Meu pensamento é um tormento ...

Quando sozinha
Calada sombria ...
Choro por ti ...
Desejo carente,
avalanche da mente
no pensamento ...

Que
sonho em perder-te
fragmentos vividos
nunca esquecidos ...

Agora perder-te ...

É a sombra, marcada ...
Um vácuo do nada ...
Uma escuridão
em forma deitada ...
no meu colchão

Uma tristeza ...
de alma vazia, que grita tão fria ...
... Um passo quebrado ...
... Joelhos marcados, nesta agonia ...
Rezando ...
Tombada ...
...
Sou pássaro ferido ...
Uma velha escada ...
Amargurada ...
Degraus
de uma vida ...
Em que rezo, perdida ...
Numa saudade ...
Que
jaz em mim ...
Pedaços de ti que não esqueci ...
que ouso sentir ...
Trilhos de vida,
verdades vividas ...

que senti no silêncio de
PERDER-TE! ...

ANA P.

14 abril, 2011

TEXTURAS DE PALAVRAS NUM CORPO ...

TEXTURAS DE PALAVRAS NUM CORPO ...

Diz-me
como se faz poesia ...
Diz-me
palavras certas ...
Diz-me
se sou poesia ...

Não
se fazem poetas ...
Não
se roubam palavras ...

Sangram-se ...

Ser
poeta é ADN ...
É
o rubro azul no sangue ...
Um
ponto de luz que me habita ...
Palavras
acesas no coração
que residem na alma ...
Candeias
de luz ...
Por de trás de mim
voando no céu ...
O
fogo de um sol, raiar ...
O
cheiro do mar ...

Liberta-me ...

Unidos
Aquecem e seduzem ...
Conduzem-me
no subconsciente
a mente rebelde de instinto ...

Selvagem ...

Liberta ...
Águas de chuva ...
Lágrimas salgadas
Mar ...
Sol ...
Momentos ...
Sentir ...

Tudo o que não me deixa partir ...

Diluir-me
em perfume
que embeleza o castanho terra dos meus olhos ...
Pigmenta a cor
que me veste e despe ...

INSÂNIA ...

A lava vulcânica
que pernoita em mim ...
Pedras incandescentes
segredos meus ...
Bramir dos ventos
que me sussurra ...
... pecados ...
Tão Meus! ...

Poeiras minhas ...
Cinzas ...
Resíduos de um corpo
que vive poesia ...

Sente ...

Respira partículas impalpáveis
que se emanam no ar ...

Desagregam-se ...

Do mosto do que fui
e
do que sou ...

PÓ ...

Uma nuvem ...

Texturas de palavras no meu corpo ...

POESIA
que Sou ! ...


ANA P.

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...

Menino do Mar ...

Quando todo o azul é pouco, para se definir um céu e um mar.
E o lilás não deixa de ser muito mais do que um sonho, que não se espera ... acontece!
Um mar que visita as portas do teu castelo de areia, domínio imperial de cada um dos sentidos.
A genuinidade que fascina, nos encantos de histórias que de certeza, já se ouviram contar.
Falar do homem é fácil.
A conotação que se pode aplicar fica sempre, sob o olhar atento da mente, um relacionamento abstracto que quantifica e qualifica o ser...
O ser, que existe ou o ser, com que se sonha...
Ou apenas, Ser! ...
Sonhar, é uma forma de acometer um colorido que não nos deixa ruir.
Quimeras de criança, num adulto que o tempo obriga a crescer ...
Vivendo ...
E contar, são as cifras das palavras, com que podemos sonhar.
São gestos solenes, partituras de musicas na pauta, que só o coração sabe expressar.
UM OLHAR! ...
Momentos que nos pedem para ficar,memórias, lembranças soltas na bonança da íris ...
Sentir! ...
Sentir com as mãos ...
sentir na pele ...
sentir o coração que faz disparar, o ruído do silêncio que existe em nós.
Hoje ...
Escrevo para falar, o que a voz não consegue soletrar. Palavras, delatadas nas cores das fragrâncias do meu mar ...
MAR de Azul, nos limites de um céu atrevido, beijando-o sofregamente no perder de cada horizonte sedutor ...
Em cores ... Coloridas bolas de sabão ...
A maresia resgata a forma mais pura de gostar ... Liberdades sem muros, sem fronteiras, andorinhas, sem eiras nem beiras ...
Cata-ventos, murmúrios que vão nos ventos ...
Não sei porque me perdi, aqui neste mar ...
Não sei se é real, se faz parte de mim ...
Não sei se são partículas soltas, que me chamam ...
Só sei que são sequências na ponta dos dedos, flashes com que a memória me presenteia ...
São meus, nada mais! ...
A doçura no olhar, a luz no sorriso que me leva, além do mar ...
CANELA a especiaria que me polvilha de aromas de terra, flores de lilás, meu eterno e doce feminino ...
Não sei o que procuro, se é que procuro ...
Não sei porque estou aqui, a procurar nas palavras que encontro dentro de mim, vestígios de ti! ...
Para te contar que só tu, conseguiste alcançar, trilhar os caminhos que acabaram por ficar, nas conchas que encontras ...
Em ondas, procuras bailar ... como "Neptuno", senhor do mar ...
Não partes! ...
Fazes questão de ficar, preso no tempo, que teima em levar-te.
Não abres mão ...
Acabas sempre por ganhar a disputa, que o tempo teima em conquistar ...
Respiras-me em cada respirar, não sabes se sonhas ou se te espera um acordar ...
Tu, és o menino brincando na areia, construindo castelos na beira do mar ...
Eu, sou todo o azul que te abraça, na pura graça de Menino do Mar ...

Carinhosamente ...

ANA P.

11 abril, 2011

PAU DE GIZ ... ( Dueto ANA P. / JC PATRÃO )




PAU DE GIZ ...


Nada é perfeito ...
E eu aprendiz ...
Desenhos suaves
na ponta do giz ...
Por isso rio-me
da Arte riscada
da ignorante beleza
No meio de nada ...
Para lá de um destino
que passa a ponte
Uma Mega-Visão ...
Segurando o giz
em nossa mão ...
Enlevos rubros
caem do céu ...
Destino cadentes
e de um nova previsão ...
O que aconteceria
se tivesses ficado? ...
Choravas comigo ...
Abraçavas nosso fado ...
Serás apenas mais uma
sebenta lacrada
de resumos vividos
a envelhecer comigo ...
Moldura de prata
que tange
nosso retrato ...
a cuidar do reflexo da lua
Espelhado
nas águas calmas ...
Folhas
de um cinzento mar
lições de vida
Inocente aprendiz
onde me deitei sozinho
e
acordei contigo ...
Esboços que traçamos ...

A giz ...

ANA P. / JC PATRÃO

UM NADA DE TUDO ....

UM NADA DE TUDO ...

Ás vezes tenho vontade de ser nada ...
Nada dizer ...
Nada fazer ...
Nada ver ...
Nada ...

Nada! ...

Uma estrada ...
com um fim, ou inacabada ...

Nada! ...

Ás vezes, ser o silêncio do tempo ...

Sem relógio ...
Sem corda ...
Sem ponteiros ...
Pó ...
Fragmentada ...
Nada ...

Mar ...

Apito barulhento, na proa de um navio ...

Uma corda ...
Um baraço ...
ou um fio ...

Uma torcida acesa, pavio ...
Que o sopro, apagou ...

Nada ...

A luz do dia
O luar
Uma névoa correndo no mar ...
E
quando o sol brilhar ...

Nada! ...

O que escurecia, agora brilha ...
Nada ...

Um arrepio
do quente, do frio ...
apenas momentos, mais nada ...

Quantas verdades! ...
Para quem diz ...
Não querer nada ...

Um nada sem saber
um
nada sem querer
Um
nada onde tudo
pode simplesmente, acontecer! ...

ANA P.



( T )EU, DOCE INFERNO ... ( Dueto ANA P./ J. SUNSHINE )

(T)EU, DOCE INFERNO ...

Ó luz que me ilumina
Candeia
corpo de luz, menina ...
Que seduz
forte, quente inspiradora ...
Musa, Deusa ou simplesmente
senhora ...
De face despida
sorri na prata do luar
beijos da lua
descendo no mar ...

Ó luz que me segue
na sombra do que sou
sempre, agora
o brilhar não me deixou ...
Musa do azul celeste
que me invadiu, encantou ...
Alquimia
do meu coração devoradora,
que te prende
Sol que me chamas
que dizerdes ser teu ...
Por momentos
abraça-me com teus raios
de luz, aquece
o deserto que me habita ...
sofro de areia agreste
Indomável miragem
desespero ...

Eu, por ti imploro !
Suplico ...
Tu por mim aclamas
em júbilo de sedução ...

Sufoco sem sentido
Um nó
garganta apertada ...
Paixão!
Doce inferno que nos corroí ...
Estás louca, dizias!
Eu louco estou e afirmo ...
Abrasivo
Espero o cupido
a chama
que nos una, comigo no sol ardias ...
Pecados nossos
na inquietude de um céu feminino ...

Meu
Doce Inferno ...


ANA P. / J. SUNSHINE


09 abril, 2011

PORÃO SUBMERSO ... (Dueto ANA P. / JC PATRÃO )

PORÃO SUBMERSO ...

Nas profundezas
do abismo
sou submarino
que mergulha
no crepúsculo do teu mar
em teu espaço interior
Enlaces de mistério ...
Tua seiva
sem pedir licença ...
remoinho
sem ódio ...
Cupido de seta
quebrada
sem amor ...
O
remoer na corrente ...
Muito além da mente ...
Pesadelo para lá da verdade
no teu corpo ...
Contrato quebrado
a surdina
que fiz com a vida
papel de estanho ...
Uma página rasgada ...
em minha defesa
a mulher bélica ...
Intemporal
apenas uma deusa negra ...
Eterna
que fugiu do inverno ...
Galopando
sob o dorso
de um cavalo-marinho
entre o coral ...
Será que lhe posso
conceder a ânsia
deste desejo ...
Imputar responsabilidade
na voragem
por algo que não disse?
Jardins de silêncio ...
Ecos ...
Será que pequenas perguntas
como esta ...
Inocentes ...
Feitas à lua ...
Bordadas com cordão de prata
te ajudam
no cativar,
a manter o equilíbrio ? ...
Sintomas ...
Prenúncio ...
Resgates imersos ...
Nas profundezas com vida ...
No eclipse do silêncio ...

ANA P. / JC PATRÃO

A PAUTA ONDE TE LEIO ....( Dueto ANA P. / JC PATRÃO )

A PAUTA ONDE TE LEIO ...

Recatada no meu quarto ...

Domínio imperial das minhas escribas,

das rezas, em que te cito ...

Nas palavras, a guitarra.

No entendimento, o meu fado.

Em meus dedos, minha voz ...

Rodeada de teus mandatários,
sultões, enigmas ...

Instrumentos meus de paz,
guerras em teu corpo ...

Epíteto de uma canção inacabada ...

Que nas veias de tua garganta
se esforça por ser cantada ...

Música que escrevo nas pautas do teu "Ser".

Nos sentimentos que acariciamos,

nas bebedices de cada texto,

que junto partilhamos ...
"Éden", que é nosso!

No qual desfrutamos o gosto afrodisíaco,

do amar com palavras.

Aroma de prazer,

que preenche o nosso mais íntimo querer ...

Que invade sensações,
entranha-se na eloquência da força do poder.

Meu oásis,

em que permanece o que fui,

narrado por ti ...

Em que existo,

nas folhas soltas
de teu caderno
em teu regaço ...

Após um dia longo

em que mim pensaste,

não esmoreces no cansaço ...

Dominar, possuir ...

Desgarradas que improvisamos

no silêncio do abismo

no cataclismo
precipitado de imperfeitas ligações.
Devaneios alheios, deflagradas erupções.

Inflamar corações ...

A vertigem sinuosa.

Torturar melodioso,

onde somos "amantes" constantes.

Atordoamos sentimentos, levitamos com o vento ...

Percorremos todas as estações
em sensuais composições
descansamos ...

após o nascimento de uma rosa
sorvemos,
sua cor ...
melodiosa
sem negros, nem cinzentos ...

Somos apenas alguém
para além do pôr-do-sol,

onde se dá a colisão de nossos mundos ...

Ritmos de música ...
...Voamos ...
... Vagabundos ...

Planamos sem medo.

Para além da compreensão,
emersos, sôfregos na avidez dos desejos.

Escritos em tua pauta ...

Lamentos do meu Fado,

acompanhado à guitarra ...

... Sob a voz dos meus dedos ...

ANA P. / JC PATRÃO





08 abril, 2011

ESTRELA DO MAR ...

ESTRELA DO MAR ...

Sem ti ...
Há vácuo, sem retorno ...
Um espaço vazio ...
Na mente as lágrimas
sangram
És tu, o meu pedacinho de gente ...
Minha carne
a seiva que me corre nas veias ...
Catamarã dos meus ventos ...
Rosa pura de sentimentos ...
A luz, que me cega de dia ...
Candeia na escuridão ...

Um Mar imenso entre as nossas, Mãos! ...

Paixão! ...
Mais que um mar ...
Amor! ...
Mais que um vento ...
Somente
Menina ... Princesa ...
Do meu castelo de coral ...

Estrela do Mar ... Marinheira ...
Riqueza transcendental ...
Numero ímpar, sem igual ...

A gaivota fragateira ...
Risos de conchas e maresia ...

No teu corpo a valentia ...
Guerreira, menina sadia ...
Brilho de olhos rasgados,
sorrisos de beijos prensados ...
Aromas de mel ...
Um território abraçado
algas e mar salgado ...

Azul do meu céu
em fogo cruzado ...
Icebergue, no coração

CRAVADO! ...

Menina, minha ....

ESTRELA, DO MEU MAR ...


ANA P.
( Esta poesia é dedicada à minha filha, Matilde. ... No entanto, não deixa de ser dedicado a todas as mães, que amam incondicionalmente, os seus filhos ... )

07 abril, 2011

CARTAS AO VENTO ...

DO AMEI-TE
ATÉ
AO AMO-TE! ...


Amei-te
para calar o medo
que tenho em perder-te
Amei-te
com verdades ...
na dobra de mais uma folha de papel ...
Amei-te
desesperadamente no limite da exaustão ...
Sonhos, castelos, fantasias
que deixamos pelo chão ...
Amei-te
nas noites em que fiquei sozinha ...
Solidão ...
Amei-te
como um ópio
dependente de ti ...
Amei-te
na partitura do silêncio
na melodia de desejos ...
Amei-te
no horizonte de um sol
em tom de laranja ...
Amei-te
na chuva de prata que cai do luar ...
Amei-te
no ouro do deserto que nos fascina ...

AMO-TE!
de dia, de noite ...

Sem horas ...
Sem regras ...
Sem limites ...
Sem tempo ...

AMO-TE! ...
Ontem ...
Hoje ...
Aqui ...
e
Agora! ...

Eu sei, que te AMO! ...

ANA P.

06 abril, 2011

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...
06/04/11

Passos que se escutam no silêncio ...
que te trazem até mim sem horas, sem tempo, num sempre ...

Silêncios onde reencontramos as ausências que nos preenchem.
Percorre-las é amainar toda ânsia que sentimos, uma carência que não nos deixa dormir.
Um escape que nos liberta, num espaço onde a alma, se define como algo de seu ...
Tão verdadeiro, que de olhos abertos, sonhamos, acreditamos, revivemos com exuberância toda a intensidade de um desejo, que nos pertence ...
Tão, nosso! ...
Que não abrimos mão dele ... e não abdicamos de nós ...
E
Querer é muito mais, que ter! ...
É anuir aos desejos de um coração, consentir uma invasão de momentos que nos dão vida, a razão de existir ...
Momentos! ...
Em que a verdade não se pode omitir, sente-se ...
Um frio, um quente ...
Um agridoce, tentador ...
Perspicaz ...
No intimo essências que nos percorrem o corpo, despertam sentidos. Que adormecidas se tornam espectros de luz ...
Ignorá-las, é castrar os sentidos ...
É o inverso de morrer ...

VIVER! ...

É ser barco sem velas, em alto mar ...
É ter asas, e não poder voar ...
É fugir, sem nunca sair do lugar ...
É sonhar, sem acreditar ...

Aglomerados de castelos no ar, feitiços de encantar. Um rosa claro que se precipita no azul do meu mar ...
Dissipa, derramado no amor não se pressente chegar.
Relógio sem corda, sem ponteiros, num tempo invisível mas que se tornou visível, em nós ...
Saudades ...
As minhas, as tuas ...
Tic -Tac, apressado ...
O tempo que não podemos parar e que nos arrasta ...
Exala a falta de tudo e do nada.
Como um poente de um sol, que se esconde no laranja escarlate, de um horizonte que é nosso ...
Um fogo ...

PAIXÃO! ...

Se eu e tu, existimos! ...
Haverá sempre uma razão! ...
Para que se oiça, o silêncio que nos move! ...

carinhosamente

ANA P.

05 abril, 2011

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO
04/04/11

Cartas de amor ...
Palestras com sedução ...
Mulher ...

Cartas de amor quem as não têm, nunca saberá a grandeza dos sonhos com que sonhou.
Uma paz que lava a alma, aquece e amaina, toda a combustão de ser mulher.
Cartas de amor, sussurros ás profundezas do íntimo de pertencer e sentir em pleno, um mundo puramente feminino.
Genuinamente delicadas sedutoras, tentações que nos fazem emergir.
Num vulcão em que as palavras, são pepitas de ouro e o brilho dos olhos diamantes que não enganam ...
Nem escondem um fogo de nos sentirmos amadas, desejadas ...
Inquietação em forma de pecado ...
Corpo que meteoritos, detritos da fusão incandescente um mar ardente, na eloquência de uma arte entre o côncavo e o convexo .
Perplexo?!! ... Talvez, não! ...
Lava que nos devora, incinera ... mastiga ... castiga ...
A luz que brilha, um raio, uma estrela em fulminante paixão ...
Coração que bate mais forte, explode ...
Um beijo na boca, deitada no chão, loucura, extravagância ?! ...
Demência?! ... Cegueira?! ... ou apenas satisfação! ...
Conclusão! ...
Doce descontrole, erupção de cobiça que o corpo não sabe calar, atiça ...
Vícios que fomentam com elegância e glamour as dunas, num corpo de mulher ...
Palavras que nos fazem enaltecer ....
Amadurecer ...
Apurando os sentidos do que somos, ou que sonhávamos em ser ...

Escutar, é diferença entre os sonhos que deixamos de sonhar ...
Palavras escritas que faço questão, de te recitar: AMAR! ...

AMO-TE! ...
QUERO-TE! ...
AZUL! ...
DESERTO! ...
SOL! ...
LUZ! ...

Tão minhas ...
Sempre tuas ...
Amores em cartas declamados ...
Cartas com beijos selados ...
Grandeza de duas almas, em forma de pecado ...

Carinhosamente

Ana P.

04 abril, 2011

CARTAS AO VENTO ....

CARTAS AO VENTO ...
03/04/11

Vens no mar ...
e no sol que me visita ...

Lá porque o mar é azul, não quer dizer que não o vista com o arco-íris dos meus olhos.
Sentei sobre areia, olhei o profundo e aveludado horizonte, que deslizava em nuances de tons de anil, numa calma revolta em ondas que se agitam ...
O meu silêncio é estridente.
Descalça caminho na areia fresca, que me salta nos pés ...
Numa jornada que me é permitida fazer à beira-mar . Onde as ondas se vão, para eu poder passar.
O cheiro das algas mistura-se, na serena aragem que está solta na praia. Mesmo assim senti, que o mar me desafiava ... Chamando por mim...
Parei, coloquei na areia as botas que trazia nas mãos, baixei-me, fiz uma dobra nos velhos jeans ....
Como se lhe dissesse, espera isto não fica assim! ...
Mais uma vez olhei para o sol, que descia no aveludado horizonte. Enchi o peito, com ar de algas e mar salgado.
Deixei que aragem, me empurrasse para ele ...
Atrevida, alcanço o meu mar . Aquele que me dá paz e me faz sonhar ...
O mar que te trás, até mim e me deixa pensar.
Não há distâncias aqui que eu não possa alcançar. Não há saudade que não possa superar ...
Quando os raios de sol me vem visitar , eu sei que és tu! ...
É a felicidade invadindo o meu corpo ...
Despertar de mistério ... que não sei explicar ...
Hoje! Precisei de ver o mar ...
Precisei de senti-lo, para acreditar ...
Acreditar, que quando menos esperamos temos asas, podemos Voar! ...
Molhei os pés, as calças, consenti que o mar me abraçasse, molhasse meu corpo ...
Deixei que o fizesse, para sejas tu, a secá-lo ...
Sentir-te tão próximo, sentir-me tacteada por ti ...
Que poderia escutar por instantes, o teu ofegante respirar. Sentir teus lábios percorrendo meu rosto, meu corpo ... Sentir-te ....
Sei lá ...
Sentir que a felicidade me invadiu ...
Ainda não sei, se estarei à altura deste mar, deste sol ... mas não queria sentir que nada fiz, que nada tentei ...
Não desisto! ...
E quando dou por mim, tenho as calças ensopadas, o rosto lavado com água salgada.
Os pés estão roxos, dormentes não sentem nada ...
Um atlântico de água gelada ...
Mesmo assim estou feliz, feliz, porque tenho sempre tudo, quando penso que não tenho nada! ...
Haverá um Sunshine (sol) que me trará paz ...
Uma felicidade sem hora marcada ...
Uma mão cheia de tudo, quando não se procura nada ...

Andando na areia, corro para ti ...

Pressinto a tua presença ...
Sou a estrela do mar, mais encantada ...

Num entardecer de uma tarde, sobe o manto de algas e águas salgadas ....

Carinhosamente


Ana P.

01 abril, 2011

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...
01/03/11

Metáforas do coração ...
Nosso mar ...


Quando menos se espera, encontra-se um mar.
Um mar que nos faz sonhar com cores, domínio na vastidão do queremos acreditar.
E acreditar é muito mias que o sonhar, é a esperança que nos faz movimentar, ter vida, existir ...
É uma certeza que não era esperada ...
É a visita do luar quando cai sob, a bela madrugada ...
É sentir um abraço que nunca se chegou a dar ...
É muito mais do que tudo vos possa contar ...
É fazer parte do vosso mar ...
Preencher o espaço vazio, que a solidão quer submeter ...
É lá estar, quando esta faz questão de entrar e numa amena cavaqueira, senta-la à nossa beira, mostra-lhe que não estamos, sós ...
Que um espaço vão, é repleto de lembranças, de saudades que nos fazem reviver ...
Como uma chama que não se extingue ... Perdura no tempo, sem que este a possa apagar ...
... São mensagens de amor que nos mesclam o coração ...
Palavras que se soltam, quando a saudade passa pela porta da solidão ...

Porque não estamos imunes de gostar e nem estamos isentos de sentir ...
SENTIR é o melhor que nos define é uma erosão que nos coloca à prova, um areal que entra pelo nosso mar dentro ...
Embala e atordoa ...
Onde poisamos o manto dos aromas da maresia ...
É sentirmos-nos mais quente que o sol ...
Maiores que montanhas, mais rápidos que os rios ...
É sentir na boca o quente e o frio ...
Num arrepio que nos rasga a pele ... sentir ... as mãos que nos tocam, sem que as tenhamos visto ...
Cegar num instante ...
Calar a boca com um beijo, que nunca se chegou a dar ...

E nesta prosa fica o desejo de amar, das roupas que se espalham pelo chão ... e o querer que nunca fica por dizer, nas metáforas ditadas pelo coração ...

SEDUÇÃO! ...

A tentação que se rouba, no evitar de um beijo ...
Num sonho que não se acabou de sonhar ...

ACORDAR! ...

Uma vontade imensa de te encontrar ... completar o espaço vazio, onde passaste a morar ...

Comigo! ...

Carinhosamente


ANA P.