28 abril, 2013

ANSIEDADE ...

Nada mais,

que um segundo.
Nada mais,
que um lenda...
Frio vestia-se no glaciar
dos estilhaços
e Eu,
aconchegava-me na história
de um tempo limitado
Uma harpa,
o esvoaçar de desejos alados.
Símbolos crassos,
de desejos proibidos
Exploram
a conquista de um beijo
entre o limiar do teu corpo
e do meu ...
Densifica
o prepósito
de um abstrato querer
que não aniquila as emoções
no cume
de uma ausência...
Invertida reflete
a luz de anjo,
tão alvo como o amanhecer...
Contrária,
o ardente inferno
que nos inflama a Alma
antecipa as noites
que se enrolam nas madrugadas
cegos pela luz prata
que enamora a Lua
Perdidos
seguiremos
os Astros,
as Sombras do Pêndulo
onde
sobrevive o Relógio
E os minutos
que acabamos sempre por contar...

Ansiedade! ...

Ana P.

CARTAS AO VENTO 28/04/2013

Ás vezes, somente ás vezes...

Ou poderei dizer-te quase sempre, sempre tu ?!!

Bateste à porta do meu silêncio. Sem esforço cada traço desenhado no rosto é a carta que nunca te enviei. A carta que nunca poderias ler. A carta que sem escrever, falava mais de ti do que de mim. E com o tempo, aprendi as mordomias que sem ele nunca poderia ter. Subscrevi lágrimas e retardei os sonhos, para não se perderem de mim. ...
E ainda neste instante meus olhos, se perdem em ti. Na escassa filosofia da notoriedade de uma forte personalidade... Será?? Será escassa?.. ou será essa forte personalidade que se quedou?!!
Estas ambiguidades são o reflexo da tua imagem, no espelho dos meus olhos. São as dúvidas que te fizeram partir e o remorso que sempre te faz voltar.... Em círculos percorremos a recta que nos delineia as opções, as razões e até mesmo a teimosia de se ser, um ser simplesmente! ... E o " Tempo", aquele que sobeja e o que não sobeja é o álbum das memórias onde me encontro tantas vezes, quando julgava ter me perdido... É o porta-retrato de uma menina. A transformação da mulher no ato de envelhecer no colo do tempo, sem tempo. ...
Escasso não é o tempo, mas a vontade que tenho de não me lembrar. ...

De ti!

Carinhosamente

Ana P.

25 abril, 2013

Li-Verdades ...

Descansava no meu canto, como uma guerreira.
Subitamente inconscientemente, perguntava-me; Como defines liberdade?!! ...
Logo hoje, dia 25 de Abril de 2013. Seria o dia em que se comemorava a " Liberdade"...
Pragmaticamente pensei; Qual liberdade?? A minha ,a tua, a nossa, a vossa e a deles??
Liberdade, Liberdade, aqui ás voltas a questionar-me, nesta tarde que nada queria fazer ou dizer... Lá se vai a minha suposta liberdade!!... E assim começando pela minha, e dando asas à credibilidade dos sentires, Acredito que o limite da liberdade de cada um é o ponto do começo a minha. Já algum tempo que a ressaca tomou conta da minha liberdade. Já deixamos de partilhar flores, e o vermelho deixou de ilustrar a força, o respeito, e ofereceu-nos a dor, o sangue e o ódio.... Deixei de olhar o horizonte laranja onde a terra se enlaçava na cor terra dos meus olhos, nas fragrâncias de canela, trazidas além mar. ... Poderia dizer que sou "livre". Mas livre de quê??!! Se pela estrada percorro não posso ficar indiferente... Os amigos, perderam o emprego. A mãe ou o pai de faleceu... O filho de, não têm de comer. Há meninos nas escolas com fome. Há fome... Há miséria ... Há crueldade. etc, etc .... Defino liberdade?!!! ...

Bem, ela está de RESSACA!

Ana P.

22 abril, 2013

CARTAS AO VENTO 22/04/2013

Amor ....
Não é impróprio para consumo.
Impróprio seria não consumir, Amor.

Como um sopro rasgado ao ouvido, vinhas até mim na consequência de instantes não esquecidos. Nada poderás levar.Porque cada instante, está escrito apenas no olhar.
O trago que bebo, quando o dissipar é o fechar os olhos...
Fechar de olhos, para te ver.
Para não me esquecer de mim.
Do quanto marginalizei as palavras e ignorei momentos que completam a ausência de um tempo passado, que entardeceu nesta serena manhã que é agora, o meu presente. Assim com as estações definem o tempo nos anos, o Amor é o produto transformado em todas as sequências que me dão vida, e em todas as consequências que me senti morrer. ...
Aqui, desenho um pequeno sorriso nos lábios.
Revivo por um apêndice de tempo, as dores que me flagelaram que usaram e abusaram das lágrimas que verti...
Tempo, tempo, tempo e com o tempo amaciei-as na delicadeza do coração, no grito do brilho que me sobressai no olhos. Não nego a dor, nem a negação seria o caminho mais certo para a paz que doei a mim mesma.
Onde o espaço da ausência, é fortaleza que salva-guarda a fonte onde me ensinaram a beber.
Amor sempre foi o que não deixei de sentir. Por ele, por ela e todos que se aconchegaram na minha fonte.

Amor!

Será sempre a segunda opção a seguir, depois do AMOR...

Carinhosamente

Ana P.

21 abril, 2013

MOMENTOS


No olhar

o acesso rastilho da esperança,
Remexe a
Areia movediça
de um deserto imaginário,
que confunde o horizonte...
Alado.
As asas invisíveis
Dão rumo a prumo
que se rasga
nas profundezas
das íntimas conversas.
Abocanham o pecado
da verdade que sempre
ficou por dizer...
Eterno,
o Rubro escuro que se dilata
nos poros esculpidos
na pele...
Contornos do tactear
de um corpo que foge das mãos...
Em que a mente
avassala o mais impróprio querer,
Descreve o mais simples contexto
que não se decifra com palavras...
Existe,
o êxtase dominador!
Onde o Atrevido se perde
e o mais Tímido se encontra ...
Em cada corpo
um contraste diferente
Um resumo
por de trás da mente ...

MOMENTOS...

Ana P.

16 abril, 2013

CARTAS AO VENTO 17/04/2013

Mais um ano!.
O que importa não é apenas ser, mais um...
Mas um, que não sendo perfeito me ensinou.

É neste silêncio que escuto as palavras que me ensinam a sentir.
Onde o redimir é o rever de um tempo que por mim passou.
São os passos que apressaram as horas e repreendem os segundos que teimavam ficar para trás.
Nada será igual, nem se poderá repetir...
Se não fosse um dia o vosso olhar, que me ajudou a educar o sentir que comigo partilham. Se não fosse a vossa mão estendida, eu seria uma alma esquecida.
Doou conta de mim, procurando na escassez deste dia as direções que se tornaram o rumo das minhas opções. Doou por mim à janela, numa remota viela... Doou por mim, tatuada na pintura da vossa tela. Doou por mim, quando não vos escrevo nada. Quando o derrame da essência é a falta que me fazeis sentir... Queria dar-vos o segredo da minha alquimia. Falar-vos das prosas que sagram com os picos da rosa. Falar-vos de um entardecer, do envelhecer que se acomoda no meu corpo. Da elegância que se é, em apenas ser. Descrever-vos o porta-retratos que protege as lembranças, que inferniza as saudades nesse nó que nos aperta o peito. Ser o atilho do laço, das amizades que sobrevivem no cansaço, que se erguem na dor e partilham o amor. Ser a partícula, apenas o pó.... Leiam as minhas palavras, como se as estivesse murmurando no ouvido. Decorem o hino que emudeço na humildade do vosso carinho, no apreço dos dias que se perlongam nas horas. Quando as asas são a arma mais solitária que encontra entre o azul do céu e o mar.... Descrevo-vos o silêncio que soa mais alto que os sinos. Que apregoa a liberdade de escrever poesia, como uma gaivota na maresia. Onde me escondo para não ser achada, como a noite se perde para a madrugada. ... Dais-me as páginas de uma vida, onde sem ela me fareis viver. Concedendo-me o amor. E este é, a formula mais bela de vos agradecer, enquanto a memória não me deixa esquecer...
Mais um ano!
Reporto em mim o solstício de um sol envergonhado. Poeiras de um tempo num jejum do olhar que não deixo esquecer. O Meu!... Aprendi a não sufocar na dor, e no brilho não desejo ser ofuscada. De mim levo e não trago nada....

Carinhosamente

Ana P.

14 abril, 2013

BLOCO DE NOTAS 14/04/13

Aconchego-me no tempo.
Nas lembranças das suas mudanças, como uma margem no leito de um rio.

Sossegadamente é neste pequeno canto do meu "Mundo", que me sinto imensa.

Encontro e reencontro a paz de dias difíceis e sacio as adversidades com a coerência da alma que refresca a memória. Impensável seria não deixar de pensar. Não rever os espaços que repudiaram o vazio. Aqui! É como se estivesse sentada na outra margem de mim, em que inverto o sentido dos ponteiros do relógio e aceno com o sorriso que me delineia os lábios. Sensata é a lágrima que me apetece soltar. Esmiúça a verdade da saudade do que fui e a verdade do que agora sou. Lembro-me de mim, da menina do outro lado da margem que fui. Lembro-me dos amores que foram e de outros que vieram. Lembro-me do ontem que não esqueço no amanhã. Lembro-me que os dias nunca serão iguais, que o tempo que passa... sim, verdade não volta mais!... Hoje, crescendo no tempo me sinto tão pequena. "Ontem" pequenina me sentia tão grande... Vassala da memória que argumenta as saudades, ajusto o conforto das horas do outro lado da margem...
Onde sem tempo esperarei por mim ...

Ana P.

12 abril, 2013

BLOCO DE NOTAS 12/04/2013

Não pode haver um fim, que não indique um recomeço.
Nem um recomeço, que seja antes de um fim.
O tempo será sempre o que sobeja, depois de nós.

Ainda que encontrasse palavras que te descrevessem, nada se compara com o amor que absorvi de ti. Lentamente revolvo as páginas que não escrevi, rebelo ao tempo que decorre a harmonia da falta que me fazes sentir. E nada melhor que o tempo, para a entender. Sofregamente amotino os dias nas horas e as horas nos dias que não me fazem esquecer de ti. E esse desejo, galopa no árido deserto que me deixaste no peito. Perdido se deita nas dunas onde adormecia contigo. Os instantes falam-me de ti. E eu falo-te nesses instantes. E a verdade mais louca que me sai da boca, é o beijo que cala a tua. É o elo mais forte, o estender da mão. Da tua mão...

Ana P.

09 abril, 2013

BLOCO DE NOTAS 09/04/2013

Esperava que o dia, me devolvesse o que teimo não esquecer.

Parte de mim sucumbe nos instantes que foram levados por alguém.
Outra vai sucumbindo no tempo, onde naufraga me sinto.
....
Inconstante.
É este frenesim que gurgita os átomos das ocasiões que se emanaram dos socalcos, onde a vida se faz e refaz. E sem querer se aprende a ler, as palavras que entrelaçam a lança de dores inigualáveis. No silêncio, resguardo a manta de saudade que me cobre os ombros. Reforço a tranquilidade da fortaleza dos meus olhos, que acarretam a paz que um dia me deixaste ficar. ...
Tanta coisa que lhe disse e outras tantas ficaram por lhe dizer.
De trás para a frente e da frente para trás, a mordomia de um tempo que não perdoa. Abalroa... Não haverá dias iguais.
No parapente, a saudade é a iguaria que não esqueço. É a trama do fio que não tramei para mim. É a arma do enredo, o depósito que me é dado em vida.

Não seria suposto questionar-me inúmeras vezes. Assim como não seria suposto não saber as respostas... E os dias cravejados nas lágrimas que me ensinaste a beijar. Sequiosa...Beberico agora a tua essência, nos retalhos que ainda não esqueci. O fio da navalha é a memória que me resta. Que ilumina os tons do arco-íris cinzento, nos dias que me recuso abrir os olhos... Em que sinto o medo de não te voltar a ver...
Minha alma alada no vento, é liberdade da nuance do sorriso que me deixas ficar...
Eu, sei! ...
Que não existirão palavras que te tragam de volta.
Eu sei, que nada voltará a ser igual.
Eu sei, que a suposta eternidade é o trono, onde me aguardas serenamente de braços abertos....

Eu, sei!...

Ana P.

07 abril, 2013

BLOCO DE NOTAS 07/04/2013

Até que me lembre para não me esquecer...
De ti, de mim de todos que ainda relembro. Corrosão.

Não é a saudade simulada. É a lembrança viva na memória de um passado. Quero-te tanto, que longe adormeço nos teus braços e perto murmuro nos beijos que se soltam na vontade de um desejo que planou entre a verdade e o sonho. De asas abertas esmiúço a liberdade na construção de frases que decompõem, o estigma da cicatriz invisível com que tatuaste o amor, sob o céu azul que floresce no meu peito. A ti, dedico a grandeza sem fim do horizonte que me prende o olhar. A fortuna de amar e ser amada, as vezes que forem necessárias. Agradeço a simples sabedoria. Um fim será sempre um novo começo, e o começo apenas uma estrada.... Sem o saberes ensinaste-me a conjugar e beleza do verbo amar, e a certeza do verbo ser. Deste-me a infusão das palavras que descrevem a essência do que sou. Que preenche as páginas brancas que se quedaram nos dias em que te sorvi. Impregnando-me no perfume do teu olhar, deleite que não esqueço, nos braços do aconchego do teu peito. Em silêncio falei-te de mim. No sorriso expressei todas as frases que nunca disse. E no brilho dos olhos, mostrei-te as estrelas que me iluminam o rosto. Deste-me a paz! Ensinaste-me a contornar o reverso das horas. Enorme é o sorriso, quando fecho os olhos para te ver...

Ana P.

06 abril, 2013

MÃE

Houvera o dia que todas as Mães,
não o quereriam relembrar.
O dia, em que se fez noite e a noite se perlongou nos dias.
Dali para a frente, o sorriso se tornou num sepulcro sagrado. As lágrimas, a vertente mais dócil das palavras que não houve tempo para dizer. Os anos, a máquina do relógio que lhes persegue a vida. Atentas não há memória que lhes amanse a dor, não há olhar que não lhes fira a saudade. Cada a abraço se tornou um cordão umbilical, a morada de um nome de uma dádiva que lhes pertence. Nasces-lhes a força em cada olhar em que olham para trás, no fechar de olhos que lhes trás uma voz, um sorriso, uma gargalhada ou até mesmo um choro... Não haverá no Mundo uma borracha que nos apague o nome de "Mãe". O Amor que as faz viver, é "Croa" que nunca foi disputada. É o grito de todas as preces de um terço, que nunca ninguém lhes pôde ensinar.
Não haverá dias que não lhes lembre.
Nem horas que não se refaçam no passado de um tempo em que vivem as suas grandes Vitórias.

Carinhosamente

Ana P.

01 abril, 2013

DÁDIVA...

Carregas nas mãos
O ritual de beijos proibidos
O sombreado do desejo
Que é a prece
Da oração que nunca lês-te
No corpo,
As cinzas
Dão alma,
Ás paixões
Que intensificam
Os sonhos...
A sina que
Assiste a sorte
Transporta os perfumes
De intensos olhares
Que dominam a covardia
De um simples desejo
Dar-te-ia as rédeas
Se as tivesse...
Se a mordomia fosse
Portadora de um extracto clássico
Onde uma qualquer história
Terá sempre um fim...
Mistica a beleza
Que absorve a erosão
Do tempo...
Desconhece o tema
De um arco-íris cinzento
Que se deita nas pétalas negras
Odor do teu corpo
E o enrendo é o brilho
Das lágrimas
Que nunca verteste
Semblante do sorriso
Que abafa uma hipotética gargalhada...
Sabemos de ti
O que jorras nas palavras
Entre verdades e mentiras
Se omitem os pragmáticos
Sepulcros
Onde resguardas o coração...
Jejum de uma imortalidade
Num manto que te salva-guarda
Nas memórias do asfalto
Da estrada que te corroí
Em vida...
Saudade!

Ana P.