30 maio, 2011

OCULTAR A LUZ ...

OCULTAR A LUZ ...

Teimosa
Não procuro as nuances
nas entrelinhas do que ficou por dizer ...
Não procuro barreiras, que não possa saltar
Não procuro desculpas, para justificar
não inflamo rastilhos, que não queira incendiar ....
Teimosa
Cansei-me da cor rosa das meigas palavras ...
Do adocicado pecado, apenas pensado ...
De todas as nuvens escuras, que assombram
Cansei-me ...
De ser a dama sonhada ...
das conquistas feitas, em troco de nada ...
Cansei-me de ser a fotografia ....
A constelação para mera, adoração ...
De ser a luz que correu para o dia
o sol que abraçou e nunca seduziu ...
Cansei-me do uso o capuz
Teimosa
verto lágrimas salgadas
que procuram o alvor do horizonte
na imensurável escuridão do profundo mar
que me faz existir ...
Copula secreta, coexistência
que não submerge ...
Teimosa
ainda arquitecto palavras,
reforço os alicerces... Porque acredito em mim ...
Acredito
em formulas químicas
na sinapse de um olhar ...
Na certeza que de olhos abertos
também poderemos sonhar ...
Teimosamente
não resisto à força da luz do teu olhar
não resisto ...
Disfarço ...
Desvio, crio um ângulo paralelo
em que redefino um ponto de atracção ...
Uma sombra que absorve
tapa o rosto ...
o corpo ...
Ocultando a tua luz ...

ANA P.

ESSÊNCIAS DE INFÂNCIA ...

ESSÊNCIAS DE INFÂNCIA ...

Saberei a medida exacta
que não moí, não mata ...
A palavra sem sombra
cânone do meu cântico ...
Saberei usar o sentimento
o valor do momento
em cada segundo que passa ...
Em mim as promessas
Pactos que faço com a vida
em curtos vai e vem ...
Baloiço com heras
meu éden escondido ...
Brinquedo de menino
Um arco e um carrinho de latão
meia moeda no bolso
Jogo de botões,
uma mão cheia de feijões ...
Fujo da cabra cega
salto à corda, pinto a macaca no chão ...
Salto elástico...
Por fim até rasguei o calção ...
Puxo o baraço, lanço o pião ...
Recordações do tempo que vive em mim
Lembranças, soltas
memórias, pequenas lascas
que não se apagam
levitam na felicidade
em que dizia não ter nada ...
Uma medida sem regra ...

Visão que me ensurdece,
em que o nada é tudo ...

O
que não esqueço
é saudade que perdura ...
É a falta,que sinto
é ... liberdade!

Estandarte de esperança
no sorrindo
de quando fui criança,
que não esqueço!

A medida exacta
que valoriza, não moí, não mata
mas mora na saudade ...
No brilhar dos olhos fechados
na sofreguidão de os reencontrar
no porão da idade que não podemos parar
Na sensatez de um menino
que deixou há muito de chorar ...
Em lágrimas ...
Nas palavras de um homem
que renasce na ânsia de se encontrar
Segredos de palavras que nunca
escreveu, de sonhos que nunca viveu
à descoberta de um tempo que nunca pensou
ser seu ...
INFÂNCIA! ...
As cores que pintam o sonho do homem,
que não se cansa de ser a velha criança,
cavalgando no dorso do tempo ...
Fechar de olhos
a VIAGEM
que teimo em não querer
Esquecer de MIM! ....

INFÂNCIA ....


ANA P.

29 maio, 2011

PERFIL DE MULHER ...


PERFIL DE MULHER ...

Quero ser errante
quebrar regras que ditam ...
Ser a viajante
uma luz fulminante...

Fome que mendiga, à deriva ...
A
Lagarta colorida...
Cinderela escondida ...
Borboleta adormecida
Asas do vento ...
Sem bússola para me guiar ...
Aveludada
nas noites silenciosas ...
Vermelho grito
em
pétalas de rosas...
O
beijar sequioso ...
O
Perfume selvagem em lençóis de seda ...

A
colina por detrás da vereda ...
Um
arco -íris invertido
A
fumaça da chaminé
a lenha da tua fogueira
a brasa da braseira ...
Um
anjo à cabeceira
vizinha do teu pecado
o agrido-doce tão desejado ...
Menina
num sonho pintado ...
A
tela a carvão
pó de cinza do tempo
que não pára, empurra ...

Escorre livremente das mãos ...

Percorre a nossa pele nos
salgados dias de verão ...

Amar livremente ...

Ser a Deusa do teu mar
o anil do teu céu
a fé do acreditar...
Quero ser a menina
que não deixou de sonhar...

Quero ser os Momentos ...

O Teu
O Meu
O Nosso! ...

Nascer do dia, emancipar ...
Cair de noite, deslumbrar ...
Perfil feminino
nas escarpas do mar ...
As garras do sol ...
no brilho do olhar ...

Quero simplesmente ser ...

O TEU SORRISO! ...

ANA P.

26 maio, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

Olá!
Meu querido amigo ...

Longas as noites
que ficaram por sonhar ...
Longos silêncios da ribalta dos meus sonhos ...

Escrevo da margem invisível, poente do teu norte.
Rumo incerto...
Na minha face o brilho do sol, beija a lágrima salgada que desliza.
Matiza a rubra saudade que sinto por ti.
Conquista a longa jornada da tua ausência, suaviza a distância e amolece o coração.
Faço agora pequenos excertos da tua passagem, beberico na fonte da mente, a lucidez necessária para não te esquecer.
Mais que um silêncio, é a arma com que justifico a minha defesa...
Já não se cantam vitórias, nem se ecoam histórias ...
Vivem-se ...
Sentem-se ...
Flores que despertam odores, sensações, toda uma química de uma sinapse que não te deixa partir...
Resistente, corrobora ordeira-mente as ordens que um coração envia à mente.
Não posso parar o tempo, não posso apagar pedacinhos de mim ...
A melodia cambaleia numa partitura, onde brisa desfolha docemente cada página composta com a nossa musica.
É nela que pernoito nas noites sombrias, noites frias, que agonizam o sono devoradoras do espaço vazio presente tão repleto de ti.
É nela que o sol do meus dias nasce, emana o quente brilhar da luz dos meus olhos.
A luzir tentação que não esmorece, renasce nos dias que passam, deflagra a ironia do destino que nos separou ...
Acelera a grandeza das palavras, dos gestos que partilhamos reafirma a verdade do bater do coração ...
Resgata o sorriso plagiado vezes sem fim... trás de volta as gargalhadas que soltamos de boca fechada.
Senhora de mim refresco a saudade na prosa, no carinho, na afectividade de cada abraço, no eterno mergulhar do nosso beijo.
Na escrita o estendal de emoções, rasteados na mente que sente e não mente ...
Cada dia que vai passando, elabora um rendilhado com amor... Tão puro, que se sente no olhar ...
Em cada fechar de olhos, em que te vejo passar ...
Hoje ...
Apeteceu-me, cobiçar-te! ...
Sem demoras, sem tramas mas com arte...
A arte de valorizar cada segundo que nos soubemos Amar ...
Cada segundo que senti a tua pele Respirar...
Cada segundo em que me perdi nos teus Braços ...
Cobicei o Desejo! ...
O fermentar poderoso do teu Beijo. ...
Cobicei sem Vergonha, sem Horas ... sem Fronha.
Hoje ...
Soltei lágrimas na felicidade que me deixaste.
Libertei-as na grandeza do carinho que sempre nos uniu ...
Na combustão que nos incinera ...
Na falta sentida daquele abraço, que não mata ... Conforta!
Nas palavras semi-despidas, de cada momento. Tão nosso! ...
Que não morre, revive na saudade que não desgasta ... Alimenta!
SAUDADE!!! ...
A harpa que seguro nas mãos...
O som angélico, que amena a vaidade da falta que me fazes!
No sentir de cada dia que passa ...
Na verdade que me ofereceste de mãos dadas, liberdade!


Carinhosamente

ANA P.

25 maio, 2011

DOCE EMENTA ...

DOCE EMENTA ...

Dou
corda aos sonhos para que possam viver
Realejo
que movimenta a musica
na mão a manivela dá vida ...
O norte de um ponto
que define o horizonte...
Arco-íris, azimute ...
Favos mesclados com mel
tertúlias no papel ...
Enlevo adocicado devolvendo
notas em ponto de açúcar caramelizado ...
Derretendo na boca,
gustativo paladar que não engana
fustiga camadas de desejo
de
chocolate negro aveludado
que desliza na pele ...
Sacia a sede
construtiva nas montanhas
declinadas de um doce-amargo que te define ...
NOS DEFINE ...
Vertente de águas afoitas
que dilaceram a acidez dos
íngremes e adocicados
pequenos grandes momentos ...
Movimentos ...
Escorregadio que nos lambe as feridas
corrobora a razão
peganhenta, pela qual se lambe as mãos ...
LAMBIDELAS ...
Devoramos
Frutos silvestres cristalizados
pedaços brilhantes...
Pecados nossos ...
Diamantes
que tatuamos com arte
nos imensos campos de algodão doce ...
Em tons de rosa ...
Deitados,
a noite desfalece ...
Atira-nos os seu manto
com aroma de café ...
Somos
presenteados com tochas
elaboradas...
Magníficos palácios de açúcar pilé ...
A musica astuta
libertada no vento
grãos de doces momentos
que se difundem nas chamas
no odor caramelizado
emanado por dois corpos
que se amam ...
No
som do realejo
em forma de desejos ...
Sabor a caramelo
tatuado com o nosso beijo ...

Uma doce ementa! ...

ANA P.

PASSOS ...

PASSOS ...

Descalça na areia da praia...
Caminhando
em pergaminhos de raios
de um sol que me ama
desperta e
aquece meu corpo ...
Fulminante combinação
que me embala alma ...
Espuma branca de maresia ...
de
Singela e delicada candura ...
Devora o
perfume do sal difundido nas algas
nos verdes limos que bailam livres ...
Enamorados
na vivaz cor cristalina
da frescura da água provocadora
que vem até mim ...
que foge ...
Atrevidos momentos
que trazem de volta a alegre criança
escondida, disfarçada em mim ...
Com ela
Castelos de areia
que o sol faz brilhar em tons de ouro ...
Sorrisos marotos
nas cores vivas
em
nuances de alegre felicidade ...
Soltas agora ...
Lembranças de memórias
arquivadas no arquivo do tempo ...
Um espólio invisível
que me fragmenta
cutículas ensopadas da essência
do mar que me habita ...
Predomina no azul do meu céu
no vasto domínio imperial de cada sentido ...
Exuberante sensações
que exalam luz
convocam os desejos sob anil aromático,
pó de canela ...
Disperso pólen que me perfuma a pele
fecunda e seduz
estimula as cifras das palavras ...
Combustão visível
Na mão um papel e um lápis de carvão ...
Sentidos, momentos travessos
que se soltam da mente ...
Em cada rasto
dos passos que deixo
na areia da praia...

ANA P.

24 maio, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

Inconstantes que somos….

A ausência das palavras, sente-se no coração.
A volubilidade com que a sentimos é a inconstância que nos dá vida, faz mover montanhas.
A versatilidade que nos quantifica, as emoções nos faz ser, transmitindo a imagem do que somos.
Imagens que todos que nos rodeiam, criam de nós.
Somos espectros de emoções inconstantes…
A instabilidade na inseguridade na permanência das nossas vidas, que nos fazem revelar o nosso pior e o melhor, na simples existência do que somos.
Como peças de artesanato, nascidas nas mãos de alguém, criadas com a rudeza do carinho que é afagado em cada peça esculpida…
Como somos volúveis, semelhantes à terra que gira no seu eixo.
Também nós giramos com tudo que nos rodeia.
A infidelidade o ser leviano de cada um, que ajusta o querer e poder.
Os desejos que atormentam as nossas carências, como homens e mulheres.
A incerteza do que queremos e para onde vamos.
Essências que a todo custo procuramos, que nos confortam derramando o bem-estar melancólico. Transportando até nós a descoberta de diversas emoções.
Arco-íris paradisíaco onde fazemos a ponte, refugio dos nossos sentidos.
Catamarã desbravando os mares …
Sobe a inconstante ondulação dos mares, agitação que é incerta ou que pode mudar facilmente, num conjunto de um todo volúvel como as marés.
Em nós, ideias que nos deixam à tona mercê duma instabilidade que fragmenta as nossas vidas, fazendo assim parte da vastidão de um deserto, que temos que atravessar acumulando as areias que os ventos vão trazendo…
E tu, meu amigo grão de areia que faz parte do meu deserto.
Inconstância de tantas emoções, que não sabia que existiam em mim.
Sabedoria leiga com escrevo estas linhas, na simplicidade de meras palavras debate de emoções que expresso e sussurro nestas folhas de papel, que guardo como pergaminhos.
De um carinho que não ouso perder e que não quero...
Num todo, quero que saibas que estou aqui! Que gosto demasiado do que sinto, para te perder...

Adoro-te! ...

Carinhosamente

Ana P.

(Por vezes o valor das palavras, não está na imensidão do que se escreve....mas sim no valor que tão poucas palavras nos possam dizer...)


ESSÊNCIAS DE NÓS ...

ESSÊNCIAS DE NÓS ...

SOMOS,
Amotinados em revolta…
Gritos abafados…
Asfixia que nos olha,
em silêncio…
Corrupio de aromas que se soltam…
A guilhotina ,
que nos condena…
Subtileza cândida trancada…
Que não ousamos dividir…
Na simples liderança de SER…
ESSÊNCIAS definidas…
Bálsamos que aliviam…
O
unguento perfumado dos nossos corpos…
No fio desta navalha...
Onde nos sentamos...
O sorriso plasmado...
Quando nela sangramos...
Bastardos, de quem nos censura...
Somos um vírus nascido...
Na nossa cura...
Olhamos para trás...
E...
Vemo-nos seguindo em frente...
Nas ESSÊNCIAS,
do nosso próprio rasto...
Aromas de Ópio,
num campo de papoilas….
Que agitam o sangue que nos corre nas veias…
Coram obscenidades dos pensamentos…
Mascaram de rubro o íntimo do SER…
Ávidos de prazer…
Que não sabemos ocultar…
ESSÊNCIAS servidas,
No cálice da vida…
Embriaguez que se nota na nossa tez…
Somos o fumo...
De nossos sonhos queimados...
Somos as brumas...
De nossas noites estafadas...
Epítetos...
De desejos consagrados...
Apenas um tomo...
De
nossa colecção inacabada...
Apenas um gomo...
De citrino acetinado...
Talvez um doce travo...
Te nossa auréola consumada...
Corpos incinerados…
Partículas de cinza…
Suspensas no ar…
Do pó viemos e vamos voltar…

ESSÊNCIAS…
de
Nós…
Opostas, que se encontram...
No ritmo aglutinado...
Em cada silêncio exacerbado...
De gotas que se soltam...
Num único coração amotinado,
que deixa de bater...
Quando a vida por nós passa...
Após destino que desenlaça,
de um Tempo que não pára de correr…
mas…

…FOMOS…

E ficam de nós, as…

… ESSÊNCIAS...


Ana P. / J.C. PATRÃO DarkRainboW


DOUTRINA DE TI ...

DOUTRINA DE TI ...

De joelhos…

Cabisbaixa…

Sinto a tua falta…
Engano os meus sentidos…
Liberto-me no pensamento…
Vasto domínio…
Profundos sentimentos…

Perdida na timidez do teu olhar…

Meretriz de meu prazer…
Onde falo dialecto…
Rezo por ti…
Dedico-te minhas preces…

Evoco à lembrança…
teu olhar…
Teu jeito doce de menino…
No vivaz…
Da tua vida…
Desejos ardentes…
Renovados…
Princípios…
Necessários…
Chamas ardentes …
Veemência de paixão…
Crucifixo luminoso de meu...
Coração....
Terço que rezo...
Entre minhas “Mãos”...

Doutrina
Pregada em tua
Erudição….


Ana P.

DEDICO-TE O MEU OLHAR ...

Hoje dedico-te

O meu olhar…

Consagro-te este momento

Preso nas malhas do pensamento…

Construindo a minha rede…

Uma trama…

Conspiração…

carinho do meu coração…

Hoje serei…

O moliceiro…

Que faz da minha escrita

O moliço…

O afago…

A meiguice que esconde

tristeza suave…

A carícia perdida…

A fuga dos sentidos…

O arrebatamento da alma…

Veemência gentil…

Hoje usei

O ímpeto

das palavras...

O Impulso irreverente...

A agressividade agridoce

A medida correcta

O agitar subtil

Borbulhar…

Ergo…

meu cálice

E degluto contigo…



Presenteio-te…

Neste teu dia, com a “Quimera”

das palavras…

Carinhosamente

Ana P.

22/03/10

CATIVO ...

CATIVO

Vou fingir…
que Não entendi
Nem tão pouco
percebi o que evitas Tu em Mim…
Ocultamente
Misterioso…
De propósito ignorado…
Prudência mistificada
Julgada…
Em batalhas decepadas…
Mutiladas…
Amputação
Constante …
Freios
que te prendem…
Impedindo movimentos…
Cativos em teu olhar…
Mestre…
Por conta própria
Com dom de ensinar…
Comandante…
Solitário…
Empunhando o Arpão
Fortaleza robusta…
Ânimo de teu viver…
Onde não fraquejas
Defendes-te…
Passo…
a passo…
Insígnias da tua Cruz
Que carregas
sobe teu pranto
Teu fado …
O teu Mundo encantado…
Em que não me deixas entrar…
Evitando o meu olhar…

Ana P.

DISPERSOS ....

DISPERSOS …

Vagueando …
Errante sem destino…
Inconstante
Adormeço nas vagas…
Do teu desejo…
O cobiçar “ardente”
Flamejante…
Que ostenta
O poder
O querer…
O rasto…
Vestígios
Sinais não ocultos…

Pressentimentos que oiço no coração…

Intensos…
Perseguição
No teu encalço…
Sedução
doce tentação…

Provocar disperso
Que arrasto em cada aventura
Exposta, narrada…

No limiar das palavras de cada texto, Meu!

Ana P.

FUGA ...

FUGA ...

Desprendi-me dos medos...
Abandonei o recato do lar
Com o entusiasmo
Emancipação de menina
Mulher...
... fugida de quem corre

Para a vida...

Nas malas
Símbolos ...

marcas de menina...
lembranças que resguardam
a odisseia de partir...

que me acompanham na Viagem...
numa fuga de aventuras
que estão por vir...

No olhar a sofreguidão
ansiedade da espera...
intensidade impaciente
juventude frenética

...o meu primeiro voo...

Na inquietude de um além...

Desconhecido...

Ana P.

NO AZUL DO TEU CÉU ...

NO AZUL DO TEU CÉU ...

Queria ser o Céu Azul
Para te abraçar...
Sentir-te próximo de mim...

Queria...

Ver o azul na noite escura
Nadar contigo neste mar...
Ver o rubro dos teus lábios
Ouvir a doçura da tua voz...

Queria...

Voar contigo
Partilhar a emoção
Acomodar –te no meu coração
Apertar-te no meu peito...

Hoje...

Fecho os olhos...
E estás lá
Encontro-te...
Chamo por ti..
No enlevo do êxtase
Deleito a tua ausência
No encantamento que foste...
Que és para mim...
Absorto no pensamento
Alheio ao que me rodeia
Vínculo que nos une...
Cordão umbilical... meu elo precioso
Laçada invisível com escudo de diamante...

Hoje

Queria-te aqui...

Ana P.

DOPA-ME ...

DOPA-ME ...


Com o narcótico

Do teu desejo...

Deixa-me ser

a traficante...

Faz-me sentir deslizar

verticalmente…

Brilho escaldante…

Neste chão partilhado…

Faz de mim,

negócio dos sentidos...

Intentos de juízo...

Desígnios mútuos...

Plangente ruidosa...

Corrente carcereira,

que delimita o horizonte...

Abençoada prisioneira,

dum estigma que te perdoei...

Ser binário que não ama...

Serenidade matemática...

Néctar de penugem…

Que aflora tua boca…

O Futuro... O destino...

Num só...

Um aroma...

Um incenso ...

Um desígnio imenso…

Em que me apodero de alguém…

E vislumbro…

A vista abrangente de um pôr do sol...

A mistura terrena entre o céu e a terra...

A melodia que não morre...

Sobe as cinzas da paixão...

Em tábuas húmidas...

Perdidas na areia...

Em que nos sentamos,

outrora…

E devoramos nosso coração…

A cor rubra que te corre nas veias...

Estimula a pulsação...

A arte sôfrega e impaciente...

Dos desejos ardentes...

Euforia de cor transformada...

É nossa tempestade,

de ventos frios e quentes

O apetite voraz...

Que te sorve em cada aspiração...

Absorvendo o teu ar...

Inspiração...

Numa fotografia apagada...

Que tenta surgir...

Na memória…

Da intenção…

O impulso dos movimentos...

Respirar...

A morfina ...

O círculo de nosso jogo…

Uma gargalhada que perdemos no ar...

Se vires entristecer meu olhar …

Aproxima-te…

e…

Dopa-me...

Ana P. / J.C. PATRÃO
ÐяЌ

BEIJA-FLOR ...

BEIJA-FLOR ...


Hoje

faltam-me as palavras...

Falta

o silêncio exacto...

Para entoar o meu cântico...

Ontem…

Faltaram-me tuas introspecções...

Gritos desarmados…

Teus idiomas conjugados…

Hoje

envio-te...

Um beija-flor...

Estandarte do meu Amor...

Envio-te um carinho...

No bico do passarinho...

Ontem

Recebi…

Um ninho de amor…

Caído de um ramo seco…

Encontrado em meu caminho…

Hoje usei suas asas

que

Envolveram tua silhueta...

Galanteio-te com suavidade...

Cada movimento ...

Carícias...

Ontem voei sem asas

Flutuei na verdade...

Deixei-me cair do tormento…

Defendi-me com perícia…

Demonstro-te afecto...

Atenuo a carência...

De não estares presente...

Sinais do tempo...

Eloquências da memória...

Que não calam...

Reveladas com audácia...

Sentido intelecto…

Abafado na ausência...

Derrota da vitória...

Sombra que não se cala…

Plumas de falácia…

No colibri enviado...

Onde está cativo

meu espírito...

Prisioneiro em mim...

Num primeiro passo…

Numa última dança…

Num reflexo carmim…

Sequências jogadas...

Em cada promessa escrita...

Em cada capricho meu...

Que timbra a fantasia...

Pinto-me de vermelho

Imito um insecto…

Picadas em teu corpo…

Audaz… indiscreto…

Desapareço na ventania…

Com azul-celeste do céu...

No furtar de um beijo

No seu ultimo raiar índigo

Escondida em meu abrigo…

Num perpétuo fulgor…

Num bico

Que podia ser o meu....

Beija-Flor...

Ana P. /J.C. PATRÃO ♪ÐяЌ

23 maio, 2011

PÓ ...

Pó....

Labaredas Intensas

Inflamam meu corpo

Exaltando os sentidos....

Evocando seus nomes

Na lembrança ...

Presentes de desejos...

De outrora...

O veludo incendiário

Revolucionário...

o sangue na guelra...

Que teimam sorver de mim...

lentamente

Pedaços teus ...

Do tempo que

Foras meu...

A cobiça do desejar

Que inflama e atenua

a ingenuidade da beleza desnudada...

O côncavo e o convexo

O encaixe perfeito ...

A caixa de Música de dois corpos num só...

O clamor sussurrado...

No âmago do íntimo...

As chamas que ressuscitam

A rebeldia escondida

A braveza fidedigna

Que das cinzas

Seremos apenas...

Pó...

Ana P.


NÉVOA DOCE ...

NÉVOA DOCE ...

Lembra-te de um tempo,
em que agias com força e elegância...
bandeira rasgada
com o sorriso da esperança...

lembra-te do tempo,
em que observavas um simples oceano...
azul de sangue...
nuance escarlate...
castanho chocolate...
negro ou colorido
de desejo...
Nossa arte...
Toque de um beijo...
Toada antiga...

Lembra-te de quando o teu céu,
caído em teus pés,
cachoeira que
chorava sem expectativas...
Falsas promessas...
Chave com que ligas
a tua ignição...
A chuva descida
num favo de mel,
sem o aroma de fel...
Era apenas uma gota de água doce,
que te hidrata a pele...
Unguento
perfumado...

O símbolo do amor,
linha recta que,
poderia até ser um simples quadrado...
Que adjectivos são necessários
para o medo que sentias no nevoeiro?
Que te abracem a alma...
Te conforte o corpo...

Lembra-te do contrato sem regras...
Da invisível sentença...
Sem palavras...
Que escreveste na areia...
Que acariciamos
com a minha mão...
Com a tua mão...

Lembra-te...
Do olhar...
Do nevoeiro denso...
Que dos restos,
de uma janela quebrada...
Negros vultos,
podem juntar peças...
Puzzles...
Que formem um poema vermelho...
Esquecido no tempo
Lembra-te...


Ana P. / J.C. PATRÃO
ÐяЌ


DESILUSÃO INTEMPORAL ...

DESILUSÃO INTEMPORAL ...

Eterno
Aroma de odor
Do acto de paixão
A devoção mística e profana
Corrompida nas entranhas
Âmago, íntimo do ser…

A míngua do tempo
Desengano que não muda

***

Entristecer que satura
Coração que perdura
Vasto domínio do ser
Que contorce o meu tronco
Limalhas de gelo a derreter
É isto que aprendo?
Que me faz crescer?

***

É ausência próxima
O respeito intemporal
Sentir a razão que educa a Alma
Que não desvanece no Tempo
Leigo que estuda
A vida na palma da Mão!

É isto que aprendo
Que me faz crescer….
Aromas que ficam na desilusão

***

É intempérie distante...
Perfume permanente...
Um abraço fugaz...
Que dura para sempre...
Que me enlaça na bruma...
De todas as manhãs...

***

Glamour de um beijo
Essências perdidas
Na subtileza dos corpos
Duas almas rendidas
À desilusão do adeus
À desilusão do beijo
Ao arrebatamento do espírito
Na existência do ser
No saber crescer
No querer aprender…
O trago amargo
da Desilusão Intemporal de um momento…

***
Desde sempre te conheci…
Ao longo de infinito Tempo me desiludi…
Existes assim para além de tudo
Que até hoje entendi…
Sorria por te sentir
Do outro lado deste vale…
Sem saber porque era…
Sem saber porque existi…
Eras brisa perfumada
Em cada momento que numa folha vazia escrevi

Ana P. / J.C PATRÃO DarkRainbow


CHUVA DE PRATA ...

CHUVA DE PRATA ...

Chuva de prata
Que toca meu guarda-chuva negro
Com a clarividência dum peregrino
Leve sopro de arcanjo
Eleva sua cúpula ao divino

***

No cume do meu zimbório
Afago o som divino
Que toca no manto negro
Procurando lanternins

***

Sinto teus limites
Na palma da mão nua
São nuvens de querubins
Sem peso na balança do tempo
Nem na ilusão que é tua...

***

Como néctar saciando
A sede fecunda do teu olhar
Que se perde de amor
Se rende ao desejo
No meu corpo de mulher
Espiral que me faz amar
Chuva de prata para me acalmar

***

Chuva de ti
Que absorvo em mim
Meu suor que se esvai
Em teu peito floreado
Meu olhar que te prende
Meu muro que cai
Meu ciúme abismado

***

Síntese perfeita
Acre tentação
Sedução convexa
Mistérios desvendados
Cultos sagrados
Clarividência desejada
Brisa de arcanjo
Deleito de paixão
Na palma da minha mão...

Ana P./ J.C. PATRÃO DarkRainbow


22 maio, 2011

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...

Escrevo ao sol, sobe a colina da minha luz ...
Guardo-te no meu livro de borboletas,
mesclado com as minhas palavras ...

Sol ...


Porque se escolhe caminho mais longo, não quer dizer que não se chegue...

Hoje sou a paisagem, simplesmente desconhecida ...
Sentada, escrevo na colina do meu carinho, olhando a planície do horizonte no colorido sedutor das cores fogo.
Basta-me olhar, fazer uma sequência desta beleza que me é servida de bandeja.
A grandeza da mãe natureza ...
Meus olhos são espectros de luz, prismas de um sol que verte seus raios nos lábios salgados do mar ...
Perdida, acalmei a alma no toque aveludado do beijo no mar salgado ... Pressenti a falta, o espaço vazio tão repleto de ti ...
Por alguma razão, ainda escuto a tua voz....
Mesmo sem te ver, relembro o sorriso atrevido, que te rasgava o olhar, que tantas vezes te ouvi descrever ....
O mesmo que te encobria os olhos, fazia-os desaparecer do teu rosto...
Onde o teu sorrir falava mais alto, via mais longe ...
No topo de uma montanha no pico de icebergue ...
Relembro, relembro, vezes sem contar ...
Quando fecho os olhos, não é para deixar de ver.
É para alcançar ...
É como aguçar os sentidos, adormecer nas pétalas de Rosas, no perfumado odor devorador, do incenso que emanas ...
Vejo, a fumaça branca do incenso que me abraça, murmura confidências à alma, que sente e pressente, acalma-a ...
Exala o tónico, que me refresca a pele ...
Devolvendo-me a liberdade ... de cada capricho.
Submersa nesta ausência, engolida na saudade desfolho as memórias de lembranças de pedaços meus, que me dão vida ...
Fomentam o valor da amizade e o paralelo de vidas que se cruzam. Há mercê de um mar de inconstantes marés ...
A vida é uma maresia que nos faculta o espaço, o momento e as horas....
O espaço que fica sempre, mesmo depois ....
O momento, que nasce ou pode morrer ...
E as horas, o tempo que não podemos parar, mas que nos faz sonhar ...
Sonhar é acreditar ....
Eu acredito!
Acredito, que ainda haverá muito para aprender ...
Acredito, que a vida é muito mais que sonhar ...
Acredito, que em cada maré, há sempre o aroma da maresia ...
Acredito ...
Nas cores desta paisagem, no momento e nas horas.
No espaço vazio tão cheio de ti...
Acredito puramente porque gosto ...
Porque me faz falta ...
Porque o espaço vazio é meu ...
E está repleto da tua luz ...

De
borboletas bailarinas, que nos AMAM e SEDUZEM ...

Carinhosamente

ANA P.

O TEU OLHAR ...

Este teu olhar ...

A voz alegre que me dá vida ...
Palavras meigas, que me ensinas
um dialecto,
a tua doutrina ...
O
mundo nas mãos
da minha menina ...

O teu olhar ...
Magnetismo
que prende nossas vidas
bússola dourada
em celeste mar ...
Ondas que se agitam,
sentimentos gravitam
O
norte com norte
de te encontrar ...
Pequena sereia, além mar...
Astro de fogo,
gravado na minha forma de amar-te ...
Na
Seiva do meu sangue ...
Um
Cacto em árido deserto
a fome ...
a gula ...
que me alimenta ...
os olhos que me guiam
o sentir que me devolve
o gosto agridoce de sofrer
O abraço forte de te sentir
Laranja fogo do meu horizonte...

Sem ele ...

Seria a gaivota perdida
na imensidão ...
Um naufrago em terra ...
Farol sem luz ...
Foguetão sem combustão ...
Não teria o equilíbrio
e a razão ...
Desta imagem de meu
simples Viver ....

O teu " Olhar! " ...


Ana P.

21 maio, 2011

INOCENTEMENTE ...

INOCENTEMENTE ....

Inocente ...

A chuva que nos molha
o dia que persegue a noite
as nuvens que tapam o sol ...

Inocente ...

O chilrear das aves
o fogo que arde ser se ver ...

Inocentes
Os Poetas
que vivos, não sabemos escutar ...
Inocentes quando
Mortos, lhes pedimos para falar ...

Inocente ...
O que têm olhos e não sabe Observar
o que ouve e não sabe Escutar
o que fala e não sabe o Porquê
o que têm mãos e não sabe Agarrar
o que têm coração e não sabe Sentir

Inocente

O que Nada têm

Mas sabe, SORRIR ! ...


ANA P.

20 maio, 2011

UM SOL NO ANZOL ...

UM SOL NO ANZOL ...

Fui a trás das
Arestas do meu Sol ...
Desesperadamente procuro a tua voz
no amargo silêncio corrosivo ...
Uma
Fulminante aflição,
desassossega a longa ausência ...
Na mente
Rebusco vezes sem conta,
a memória ...
O subconsciente
que te devolve para mim ...
Livres ...
Juntos...
Nesta loucura hilariante
desfaleço nos teus braços
no conforto dos abraços
que ficaram, por se dar ...
Sonhar de olhos abertos
tanto desejar ...
Um conforto tão seguro
que me sinto levitar ...
Impulso
que não me deixa rastejar ...
O motivo da
verdade que não posso calar ...
Resistentes,
Segredos, bouquet de rosas de
fragilizado veludo ...
Heranças rubras,
de tintas vermelhas derramadas ...
Fracos de perfume ...
Odores de
Lembranças de um passado ...
Palestras de sedução, ensaios de vidas
na longa
Metragem de um filme mudo ...
Não se ouve ...
Mas diz tudo ...
Aqui serei ....
A mendiga no tempo, dizendo ...
Amo-te ! ...
Ensaio vezes sem fim ...
Para que te sinta voltar
No vendaval dos meus ventos
foste sempre, o dos melhores Momentos ...
Tatuados em mim ..
O espaço vazio, preenchido
Na oração, devoção
do terço que rezei ...
De
Queixo caído, de joelhos sentada...
Sinal de perdão ...
A liturgia de pecados melados ...
Por nós amordaçados, no oco silêncio ...
O
terço que guardo nas mãos ...
...
Anseios que
Migram
no voo de um simples coração
Que estilhaçado, não deixa de sentir ...
Puzzle de emoção
de tudo o que escrevo
que me rasga o peito ...
O
maior do sentir ...
As
asas, dos meus voos ...
Os
ventos do meu sonhar ...
Aquela
estrela sem brilho
que eu sei encontrar ...
Aquele
castigo que eu não sei
mitigar ...
Sem tempo ...
Sem horas ...
Arestas do sol
que nunca deixaram de brilhar ...
Mas
que nunca voltarei a ter ...
A felicidade presa

No
Anzol ...

ANA P.

19 maio, 2011

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...

Analgésico ...
O que escrevo e partilho
em tons nem sempre coloridos ...
Cinzentos dias, de lágrimas secas ...
mas .... que não deixam de ser meus.
Ou
um pequeno relato dos teus ...
( Família ... )


Em dias cinzentos, sinto claramente a tristeza.
Hoje é um desses dias, sabotador das cores que habitualmente existem no arco-íris do meu olhar..
Este silêncio perturbador, que perdura no olhar que deixou de falar.
Grandes os momentos que ouvia dizer, "amo-te"!
É tudo tão estranho, que acabam sempre por não ficar.
Estranha forma de me Amar ... quando não o podes gritar...
Subir as colinas do vento, esticar as asas e voar...
Estranho, que mo digas tantas vezes.Quando não és livre para o fazer ....
Não sei o que me falta entender?!! ...
Se sou louca em te perder ...
O justa por respeitar. A verdade que não se pode deturpar. A realidade dos teus dias que queres camuflar ...
Deixei de ser a luz, quando não quis aceitar. Passei a ser desilusão, de alguém que me diz amar...
A "mar" e a tantos ventos, Camões fez dos tormentos, Lusíadas para partilhar ...
Nós dois a poesia ... Um forma livre, nunca vazia de falar ... Já que no vento, não podes voar ...
Emanas tormentos, na dor ... de não me encontrares. ..
Fui ...
deixei o teu presente ...
Migrei para o teu passado ...
No futuro lençóis brancos de saudade ...
Sossega na família dizes ser feliz ... Que melhor não podes pedir ...
Tens tudo. Nada te deve faltar...
Não entendo porque devia ficar....
Explica que não consigo sentir ... Nem quero entender o que me possas pedir ...
Entendes, agora o meu partir?! ...
Há coisas, que uma mulher não gosta de ouvir, sentir e de dizer ...
Porque sou Mulher! ... É quanto basta, para te dizer, Não! ..
Porque sou, Mãe! ... e tu és Pai ...
Porque a verdade do meu Ser, é muito mais do que aquilo que tu julgavas ver, conhecer ...
De tão perto, mas tão longe ...
Revoltado, irado comigo
derramas a maré negra sobre o meu mar, fúria dos teus ventos ... levou-me para longe,de alguém que me disse vezes sem conta, AMAR! ...
Tapas-te a luz do meu sol, enclausuras-te o luar ...
Tantas lágrimas perdidas, no salgado meu mar ... Não se escutam gaivotas ... partiram, mas hão-de voltar ...
Assim que acalme a tempestade ... Poderei ouvi-las cantar...
Vê-las bailar no meu céu azul imenso mar ... mar ... mar ...
Que não me cansa, alenta, alimenta a tristeza que me corre nas veias, solta lágrimas em grãos de areia, ouro do meu silêncio...
Extenso e tórrido deserto, nicho das amarguras que me fortalecem, dunas num corpo de mulher, sorvidas pelo afago de um sol, que lhe lambe as feridas ...
Oásis de verdes de palmeiras, sombras com vida do que que sou, e serei ...
Não escondo a tristeza, olho o céu de nuvens dóceis, prontas para beijar ... perfumo-me com a maresia, aguardando marés .... escutando o murmurante frescura do vento, que desfolha meu livro apressado ...
E
coloca um ponto final, no Passado ...
Muda de paragrafo ... no Presente ...

Relembrando com ternura, essa estranha forma de me Amar... no Futuro!
Da nossa história que acabamos sempre por contar, estranhamente ...


Carinhosamente

ANA P.