19 maio, 2011

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...

Analgésico ...
O que escrevo e partilho
em tons nem sempre coloridos ...
Cinzentos dias, de lágrimas secas ...
mas .... que não deixam de ser meus.
Ou
um pequeno relato dos teus ...
( Família ... )


Em dias cinzentos, sinto claramente a tristeza.
Hoje é um desses dias, sabotador das cores que habitualmente existem no arco-íris do meu olhar..
Este silêncio perturbador, que perdura no olhar que deixou de falar.
Grandes os momentos que ouvia dizer, "amo-te"!
É tudo tão estranho, que acabam sempre por não ficar.
Estranha forma de me Amar ... quando não o podes gritar...
Subir as colinas do vento, esticar as asas e voar...
Estranho, que mo digas tantas vezes.Quando não és livre para o fazer ....
Não sei o que me falta entender?!! ...
Se sou louca em te perder ...
O justa por respeitar. A verdade que não se pode deturpar. A realidade dos teus dias que queres camuflar ...
Deixei de ser a luz, quando não quis aceitar. Passei a ser desilusão, de alguém que me diz amar...
A "mar" e a tantos ventos, Camões fez dos tormentos, Lusíadas para partilhar ...
Nós dois a poesia ... Um forma livre, nunca vazia de falar ... Já que no vento, não podes voar ...
Emanas tormentos, na dor ... de não me encontrares. ..
Fui ...
deixei o teu presente ...
Migrei para o teu passado ...
No futuro lençóis brancos de saudade ...
Sossega na família dizes ser feliz ... Que melhor não podes pedir ...
Tens tudo. Nada te deve faltar...
Não entendo porque devia ficar....
Explica que não consigo sentir ... Nem quero entender o que me possas pedir ...
Entendes, agora o meu partir?! ...
Há coisas, que uma mulher não gosta de ouvir, sentir e de dizer ...
Porque sou Mulher! ... É quanto basta, para te dizer, Não! ..
Porque sou, Mãe! ... e tu és Pai ...
Porque a verdade do meu Ser, é muito mais do que aquilo que tu julgavas ver, conhecer ...
De tão perto, mas tão longe ...
Revoltado, irado comigo
derramas a maré negra sobre o meu mar, fúria dos teus ventos ... levou-me para longe,de alguém que me disse vezes sem conta, AMAR! ...
Tapas-te a luz do meu sol, enclausuras-te o luar ...
Tantas lágrimas perdidas, no salgado meu mar ... Não se escutam gaivotas ... partiram, mas hão-de voltar ...
Assim que acalme a tempestade ... Poderei ouvi-las cantar...
Vê-las bailar no meu céu azul imenso mar ... mar ... mar ...
Que não me cansa, alenta, alimenta a tristeza que me corre nas veias, solta lágrimas em grãos de areia, ouro do meu silêncio...
Extenso e tórrido deserto, nicho das amarguras que me fortalecem, dunas num corpo de mulher, sorvidas pelo afago de um sol, que lhe lambe as feridas ...
Oásis de verdes de palmeiras, sombras com vida do que que sou, e serei ...
Não escondo a tristeza, olho o céu de nuvens dóceis, prontas para beijar ... perfumo-me com a maresia, aguardando marés .... escutando o murmurante frescura do vento, que desfolha meu livro apressado ...
E
coloca um ponto final, no Passado ...
Muda de paragrafo ... no Presente ...

Relembrando com ternura, essa estranha forma de me Amar... no Futuro!
Da nossa história que acabamos sempre por contar, estranhamente ...


Carinhosamente

ANA P.

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