30 agosto, 2011

ACREDITAR ,,,

ACREDITAR ...

Não sei se em Prece
ou em Oração ...
Liturgias no silêncio
ecos do coração ...
Pedaços de vida
construídas com mãos,
limalhas de ferro que se soltam do brasão ...
Estradas de terra
corpúsculos escondidos no chão ...
Clareiras, florestas em
verdes paixão ...
Azul celeste,
sangue rubro que amolece o coração ...
Planícies laranjas ...
Montanhas com sedução ...
Lava solida,
Cratera no Vulcão ...
Socalcos com vida
Preces que se rezam com fé ...

Cata-ventos em movimento
Rosa, senhora dos ventos ...
Azimute, sem Norte
Trevo, flor de Sorte...
Muralha sem castelo
de damas e cavaleiros ...
Mar, mar de lágrimas salgadas ...
Luar, menina das noites enamoradas
Sol, um mistério por desvendar
Astrolábio, caravela ...
Cartas de marear
mapas secretos por decifrar ...
Grutas perdidas
tesouros que ceifaram vidas ...
Pregões que nos fazem recuar ...
Ciências por desvendar ...
Em
orações que não sei soletrar
Preces da memória
que me fazem recuar ...
Acreditar,
que todos podemos Voar ...

Eu, acredito!



ANA P.

29 agosto, 2011

ETERNO, IR ...

ETERNO, IR ...

O
beijo do vento
levado pelo tempo ...
Tempo, que partilha comigo
a sua poeira ...
A leveza das nuvens ...
Grandezas da alma que vagueia,
serões sem noites ...
nem lua cheia ...
A viagem camuflada
tons de cinza e chuva prateada ...
Eternos
sabores da alvorada,
desperta a aurora semi-acordada ...
Telas frescas,
fragrâncias elaboradas ...
De
caretas que nunca foram pintadas...
Rostos esculpidos ...
Faces que ficaram petrificadas
estátuas de pedra fria ...
Estalactites
nas abobadas do meu Templo ...
Incenso
que perfuma os
pergaminhos da saudade ...
Eternos fragmentos,
semeados pelo vento ...
Arados que me lavram a pele ...
Sementeiras ...
Soltas em folhas de papel ...
Legião que comanda o coração ...
O liberta ...
O amarra ...
O defende ...
Estrelas invisíveis do estandarte
que seguro na mão ...
Paz ...
Poeira de um tempo em combustão ...
A
tinta de uma caneta
que seguro em
minha Mão! ...
Solidão ...
O sentimento
que incendeia emoções
faz das lágrimas, archotes
do baú de recordações ...
Memórias que iluminam a mente
Pedaços que choram
fazem sentir, verdadeiramente ...
... A falta de ...
O espaço vazio
quando a poeira, levanta ...
Fica o tempo ...
Um espaço, único ...

Que sempre será, Teu! ...
No tempo que julgo ser, Meu! ...

ANA P.

23 agosto, 2011

PRESENTE DE HOJE ... (Dueto ANA P. / JC PATRÃO)

PRESENTE DE HOJE ...

Hoje dedico-te ...

O meu olhar ...
Consagro-te este momento,
preso nas malhas do pensamento ...
Construído a minha rede ...

Hoje recebo
... tua codificação desmesurada ...
Palavras que me dedicas ...
E tocam meus lábios ...
Páginas de tua sede ...

Uma trama ...

Conspiração ...

Carinho do meu coração ...

Hoje serei ...
O moliceiro ...
Que faz da minha escrita
O moliço ...
O afago ...
A meiguice que esconde
tristeza suave ...
A caricia perdida ...
A fuga dos sentidos ...
O arrebatamento da alma ...
Veemência gentil ...

Hoje serei ...
Território abraçado ...
Alma sorvida
por estrelas caladas ...
Luzes ...
Fugas ...
Erupções limitadas ...

Hoje usei ...
O ímpeto
das palavras ...
O impulso irreverente ...
A agressividade agridoce ...
A medida correcta ...
O agitar subtil ...
Borbulhar ...

Hoje fui usado ...
Numa pintura agreste ...
Numa palavra pedestre ...
Que caminha para mim ...
Cocaína celeste,
que me droga ...
na calçada de armim ...

Ergo
meu cálice
e degluto contigo ...
Presenteio-te ...
Neste teu dia, com a " Quimera "
das palavras ...

Seguro contigo,
essa taça caramelizada,
mel que escorre,
de teu presente antigo
que recebo em nossas mãos
em esfera ...

ANA P./ JC PATRÃO

22 agosto, 2011

LEITO DE LUZ

LEITO DE LUZ ...

Dentro
do meu peito existe um leito ...
Um
leito de amor aveludado,
pétalas de flores ...
Aromas de algodão doce, rosado ...
Um ninho ...
O
descanso do Guerreiro ...
Uma Igreja abençoada
Uma pedra
Uma cruz
mais nada ...
Momentos de oração
Onde lhe peço perdão ...
Aperto entre as mãos
o invisível terço feito de cordão ...
Omissão ...
Actos ...
assim me confesso ...
Dentro do meu leito
existe um rio
que me lava a alma
e purifica a mente ...
Uma Chama ...
A luz
que me ilumina ...
Que é tudo aquilo que sou ...
Um ser simples
que Ama ...


ANA P.

PASSAPORTE ...

PASSAPORTE ...

De todas as viagens
que faço sem sair lugar
Partilho a nudez
de um fascínio azul céu e mar ...
O
sabor salgado de cada lágrima
que me beija os lábios ...
O
vento ...
Sussurra na minha pele
de tez clara ...
Agri-doce de liberdade que se solta na boca ...
Puros desejos adocicados...
Uma fome...
Uma gula ...
Meus doces pecados...
Bailados ...
Borboletas laranjas
no jardim caramelizado...
Odores ...
Pétalas
que se acamam nas folhas de alecrim,
fragrâncias soltas dentro de mim ...
Jasmim ...
Eterno Lilás,
charrua de aromas que o vento me trás ...
Conquista-me os sentidos
Faz de mim o pião
que solta do seu baraço ...

Meu passaporte,
nas viagens que faço ...

ANA P.

21 agosto, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...


O caminho que conheci outrora, já não é único.
Está cercado por trilhos e atalhos ...
As sombras que vejo, não me acompanham ... perseguem-me!
As palavras, são as maiores detonadoras de sentimentos.
Escrever, é o mesmo que andar por um campo minado.

Estas linhas que escrevo são palavras em pensamentos que mais se fundem em mim.
Palavras que abalroam a mente.
Como uma maré que se debate contra o cais, que limita a liberdade do meu mar....
Sim, posso dizer-vos que me sinto limitada, frustrada, sub-dividida por valores que não estão ao alcance do coração de nós...
que nos afirmamos como Adultos....

ADULTOS!!!!!

Por mais que teime em perceber, entender, conjugar, virar da frente para trás e vice-versa, acreditem que não consigo a resposta que acalme a revolta do meu coração.
Que me sinto por vezes a pior pessoa do mundo, por não conseguir parar este jogo do rato e do gato... Por não estar à altura de a defender. E todos os dias, lhe peço perdão.
...
Até agora caminhamos passo a passo, como uma onda cativo-vos...
Um pouco perdidos, porque ainda não vos contei o que me faz sentir assim... é que não me é fácil! ... A raiva anda á solta. As palavras beliscam o coração, por vezes fogem da razão... Tempo.... respiro fundo uns breves segundos, e deixo vir à tona paz que me faz ser a Mãe.
MÃE...
A palavra que mais me ergue, dá força e é sem dúvida o antídoto para todas as minhas dores...
É o mosto do ser simples que sou, do sangue que me fermenta nas veias, do brilhar dos meus olhos e de toda a grandeza do meu mar...
Diria que ser Mãe, é a catálise que predomina nos meus sentimentos...
É astúcia num sempre alerta...
Hoje, estou furiosa comigo ...
Como posso deixar que isto aconteça?!!
Que mundo este?!! Que justiça temos que nos priva dos nossos filhos??!!
Como é que é possível, deixar acontecer?!!
Porquê??!!
E mais uma vez chego à conclusão que o coração de uma criança, é muito maior do que o coração de um adulto...
E novamente sinto-me tão culpada, porque não pude fazer nada ...

Sinto-me uma estranha neste corpo, algo que deixo acontecer e que não faz sentido...
Questiono-me vezes sem fim ... é uma luta constante, depois é sentir-me impotente de braços amarrados... dá raiva, dá nojo, dá revolta, revolta ...
Falo-vos da minha Estrelinha do Mar, a minha filhota .... Uma dádiva, a minha força o baloiçar das lágrimas dos meus olhos...
Está de férias com o pai, até aqui pensamos que de facto é um direito da criança estar de férias com ambos os pais...Correcto, correctíssimo.... ( pensamos nós..)
Mas onde está ?? .. Não sei ...
Com quem está ??... Não sei ...
Está bem?... Não sei
Não sei porque o seu pai entende que no período de férias estipulado pelo o tribunal de menores, a criança não pode manter o contacto com a mãe, não pode atender o telefone não pode partilhar as alegrias com a sua mãe com quem está todos os dias do ano, que a leva à escola, ao médico que lhe fala sempre do pai, que a conforta quando chora e quando faz as suas birras... meu Deus que estou a fazer?!! Ou melhor que estou a deixar que acontecer ?!! Que mal fez a menina, para entrar numa guerra que não é dela?!! ... Se já pedi, recurso?? Claro que sim...Há tanto tempo, muito antes das férias judiciais! Mas o processo só vai ter atenção do Juiz depois das férias... e mais uma vez eu deixo a minha menina ser submetida a este tipo de violência... Pois, porque se recusasse as férias do pai, estaria a violar o acordo feito no tribunal de menores... Muito antes das férias entreguei setenta páginas justificando o meu pedido, com as devidas provas...
E mais uma vez, aqui estou eu com coração nas mãos sem saber nada do meu Amor!...
Que mundo este?!! Que justiça??!!!
Não posso de forma alguma andar bem.
Até porque este tormento, só acaba no dia 31 de Agosto. FIM das Férias...
Se acredito na justiça??!!
Gostava de afirmar-lo que sim!...Mas neste momento sinto-me traída, ... Espero um dia afirma-lo, sem demora...
mas por enquanto não o posso dizer, não , enquanto não obtiver as respostas que acalmem a minha dor...
Peço perdão todos os dias à minha filha, por deixar que isto aconteça, não sou a Super-Mulher, mas sou e serei sempre uma SUPER-MÃE! ...
Nem que tenha que ir ao inferno e voltar...
Mãe, é a palavra bordada no estandarte que solto no vento, faço questão de erguer bem alto ao alcance do céu azul que me fascina..
Na Vitória que gravo no peito," MATILDE"...

AMO-TE!....

Mais que palavras, são sentimentos que choram para fora e sangram para dentro....

Carinhosamente

ANA P.

09 agosto, 2011

BAILADO ...

BAILADO ...

Conquistei lágrimas
deixei que cristalinas gotas
descessem os socalcos do meu rosto ...
Fossem o mosto
dos sentimentos que me habitam
Saboreei a nuance do sal
Guardei-as com solenidade
em tons pingentes
que adornam a cor terra dos meus olhos ...
No colar prata
que reluz o meu olhar
Senti-me princesa, mimada ...
Uma boneca sofisticada
De louça, cristal ...
Senti-me deveras a mais radical
Uma harmonia fenomenal ...
LÁGRIMAS...
Já não as seco! ...
Deixo que me acarinhem
que enalteçam a combustão
dos momentos ...
Um tempo com glória
Inverso
ao sentido dos ponteiros do relógio ...
Plágio que não se propaga ...
nem intimida ...
Não existe! ...
Aprazível paisagem
entre verdes e os tons azuis
um lago lacrimal ...
Onde
me sinto um cisne
de movimentos graciosos ...
Glamour
de um bailado
sobe as aguas cristalinas ...
No
movimento de cada lágrima
descendo meu rosto! ...

ANA P.

08 agosto, 2011

CORAÇÃO ...

CORAÇÃO ...

Os passos que se escutam na voz do silêncio
são mais ensurdecedores, que qualquer grito que se possa soltar ! ...

Viajei por Quimeras
entre montes e vales ...
Enfrentei vendavais, intemperes
que nos fazem mortais ...

Fiz preces, escutei meus ais ...
Rezei o terço
que inventei ...

A fé mais leiga de tudo
o que simplesmente sei...
Que do nada decorei
em folhas brancas já desbotadas
pelas estações de cada ano
que pinto nas pétalas rosadas
da flor da amendoeira ...

Na formosa espiga dourada
fermentando no ventre da madrugada
no assobio do vento que chama ...

A leveza do algodão em rama
nuvens brancas sobre esta terra
de argila rubra ...
Fragrâncias estendidas
Molas soltas estendais com vida
nas tranças loiras
de uma menina ...
Que da euforia corria
percorria vezes sem fim um corredor
de anil céu mais que celeste, fenomenal ...

Represas expostas na luz dos meus olhos
que cativam,
contam em pormenor
as histórias de que nada, julgo saber ...
Da distância fiz um pormenor
do Amor,
o meu estandarte

Um facto ...

A doutrina
que me ajuda a crescer
em cada laço que me prende ...

Nos códigos de um silêncio
Sem legendas ...
Sem horas ...

Num espaço que poderá
ser NOSSO !...

" CORAÇÃO " ...

ANA P.
08/08/2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

Incansavelmente procuramos os trilhos na refinaria da mente, para que a alma nunca abdique de nós.
E a memória não se deixe aniquilar, num corpo em que o tempo tudo pode mudar...
Extinguir! ...

Viajo nas ausências para que sozinha, não saboreie o doce-amargo da solidão.
E não carregue no meu coração, o peso de me sentir solitária. À deriva num mundo tão familiar, mas que por vezes me faz sentir, tão estranha...
Fazendo-me sentir rejeitada pela própria placenta.
Acompanho-te passo a passo ...
A tua ausência é filtrada pela refinaria da minha alma.
Que a transforma no combustível que dá vida, e propulsiona os vestígios de todos os momentos que já vivi, que sendo de um já passado, ajudam à construção do futuro de amanhã, do dia de hoje...
Diariamente a mente filtra pedaços teus, pedaços que por mais minúsculos que sejam, representam-te fielmente...
Numa elaborada trama ...
A malha tão perfeita na memória que recusa deixar-te para trás.
Preciso do piscar de cada lembrança...
Necessito de sentir a fragilidade de cada ausência ...
Nelas encontro respostas, para as perguntas que ficam enclausuradas nas lágrimas dos meus olhos, no silêncio de minha boca, no abraço que não dei e no beijo que desejei enviar-te mil e uma vez sem contar....
Não posso ignorar quantas vezes, chamo por ti! ...
Quantas vezes, repito teu nome! ...
Quantas vezes te oiço chamar-me! ...
Acredito, que nunca me deixes sozinha! ...
Acredito, no sorriso de prata que faz brilhar a lua ...
Acredito, nas viagens que partilhamos em lados opostos ...
Acredito, que a distância pode ser um meio de um começo e nunca um fim ...
Acredito, no sorriso que te pinta o rosto...
Acredito, no reluzir de felicidade da íris dos teus olhos
Acredito, porque mesmo longe apaziguas o meu cansaço...
Fortaleces os meus dias só de pensar no teu abraço ...
Nas palavras construímos o nosso ponto paragrafo ...
Na intensidade que esculpimos no respeito de amar com liberdade! ...

SAUDADES! ...

Carinhosamente

ANA P.
08/08/2011