31 outubro, 2011

EXCLUSIVA ...

" A minha exclusividade está em não ser exclusiva de ninguém, a não ser de mim! "

ANA P.

SUSPIRO ...

SUSPIRO ....

Lacrimejar
que derrama as
Lágrimas
no caudal dos meus olhos
que lhes dá vida ...
Torrentes ...
Páginas submersas de
Sentimentos
que choram emoções ...
Janelas abertas sobre a vida ...
Obstáculos de beleza inconstante ...
Movimentos,
deslizar ...
Atracção
que repele a melancolia ...
Nas
folhas de papel
atrevo-me a
Pintar as palavras
Desenhando sentimentos ...
Intensos...
Placenta da alma
que me alimenta a razão ...
Escrever
é a minha habitual morfina
O analgésico natural
do incenso que me habita
Sintonia,
compasso que me move o coração ...
Descreve-me
por dentro e por fora
Uma paisagem demasiado abstracta
do glamour sedutor que me corre nas veias ...
Dor
Catalisador que me estimula
Abre fronteiras
Me dá Asas ...
Alada seguro nas mãos
guitarra que grita baixinho ...
Geme a dor
o desengano e os amores ...
Vestem o Fado
nas águas do meu rio, lavado ...
Abençoado
O
encanto enamorado
Agarra-se nas palavras
que são minhas...
TUAS ...
NOSSAS ...
Faço delas
o sal do nosso, Mar Salgado ...
Ondas rebeldes
que gritam liberdade
rasgam nos meus olhos
A saudade ...
Torrencial proclamado
nas lágrimas que me secam no rosto ...
Suspiro,
das paixões que me dão, VIDA! ...


ANA P.

30 outubro, 2011

CICATRIZES DE UM OLHAR ...

CICATRIZES DE UM OLHAR ...

Ainda deslumbro as folhas
que se soltam no vento ...
Colorido
de cores terra/laranja
Castanho chocolate
Matizado
Arco-íris, desenhado no chão
Tons rosa em bolas de sabão ...
Os
fios soltos dos raios de sol
que ameaçam partir ...
O
fascínio do entardecer ...
Ali ....
O
velho banco de jardim
que ultrapassa o cansaço,
de braços abertos espera os beijos da chuva ...
Inerte
finge não ouvir o charmoso chilrear...
Ai! Leito mavioso ...
Sossega o rastejar
das trôpegas pernas
que teimam não querer andar ...
Ai! Como é bom, respirar! ...
Inalar
os ventos, por breves momentos...
Fundir-me
na paisagem
Ter asas e deixar-me ir no vento ...

Ser a colectânea
de genuínos odores
Um
lápis de simples carvão ...
A
tela vazia
de mil cores alecrim ...
Pétalas caídas
Lua de marfim
Blusa de seda fina
a carícia na pele ...
Ser
A mão do afecto,
Floco de neve,
Algodão doce
A
escolta armada, de sabores de mel ...
Licor ...
O
Fel
que segrega a dor
tintas de cores invisíveis ...
Texturas
que se desenlaçam nos sentimentos
Predominam na brevidade
de um fechar de olhos ...
Na simplicidade
de despir a alma
a olho nu ...

SAUDADES! ....

Nacos de um pouco de tudo
daquilo
que sou ....

Paisagem,
solenemente escondida
nos meus olhos ....

ANA P.

SINTONIA ...

AEDO ...

AEDO ...

Ser
poeta é não limitar a visão
É
tactear com o olfacto
nas essências de cada olhar ...
É
saborear de olhos fechados ...
O
som das chuvas
a soletrar,
O
vento aventureiro,
que não se cansa de segredar ...
É
andar nu, mesmo vestido ...
Ser
um ponto na multidão
É
ter um pouco
de nada
e em nada tudo ter ...
É
sentir a saudades
nas encostas do envelhecer ...
É
renascer nas cinzas
quando pressentimos morrer ...
É
tudo querer
no tudo do nada, que basta! ...
É
o preto no branco ...
Cinza prata luar ...
Partículas sedentas
que unem e pedem para ficar ...
Corpos ...
Fragmentos a levitar
É
ter a voz sobre as mãos
no desconhecido além-mar ...
É
ser o pássaro, perseguido
pelas estações
que prometeram voltar ...
É
ser um campo aberto
na esperança
de se sonhar ...
É
a fartura de uma fome
que a gula, não pode calar ....
É
Ouvir com a boca
e falar com coração...
É
ter pedaços de terra
que
nos escorrem entre as mãos ...
É
apenas sentir
e não perder a razão
que tudo o que somos ...
É
PÓ,
que nos foge das Mãos ...

Ser poeta
é a riqueza
das minhas cinzas que ficarão ...
Nas
páginas brancas de um livro ...
No esboço da minha paixão ...
Na partitura das palavras ...
no aconchego do vosso coração...

ANA P.

28 outubro, 2011

LIVRE ...

LIVRE ...

Quero escrever-te
as impossíveis palavras
que ocupam o interior do meu peito...
Quero
dar-te um beijo cobiçado ...
Delírio
em minha boca,
revolto mar salgado ...
Tempero de meus pecados
Doce
inferno, tão desejado ...
Mimalhice clandestina
corpo de mulher,
olhar de menina ...
Linhas de sedução
as curvas que deslizam
escondidas pelas tuas mãos ...
Quero
ser o rasto de prata
linha recta transversal
que se cruza com a lua ...
Quero ser a mística
Aurora Boreal ...
Bússola do teu norte / sem norte ...
Em
magnético ião,
laranja fogo endiabrado
de vermelho púrpura, Paixão ...
A
Composta Tentação
o instinto provocador
do apetite voraz
que te leva
e
te trás ...
Palavras escritas
nas folhas secas do meu chá ...

Infusão de Momentos ...

Solvidos nas palavras que escolho para,Ti! ...
Emancipadas na liberdade
com que voas no meu peito ...

LIVREMENTE! ...

ANA P.

27 outubro, 2011

RESGATO-TE! ...

RESGATO-TE! ...

Quando
me sinto só
navego no teu olhar
Procuro a estância distante
na frenética loucura
de te desejar ...
Conquistada
já me sinto,
estrela do mar
mais encantada ...
A
estrela brilhante
sobre manto negro da madrugada ...
Diamante ...

Labirintos
de Insânia saudade ...
Azul
de anis...
Teu anil,
no degelo glaciar
que nos toca nos lábios ...
Boca na boca
Arrepio ...
Não de frio ...
Calafrio sedutor
Garras abertas
asas de Condor, pudor ...
De mil cores que desbrava a pureza
de te sentir ...
Corromper tacteando teu corpo
sedução, palavras meigas
que me delatam no olhar ...
Ter tudo ou nada ...
Pressentir...
Saber,
O
significado de te amar! ...
Beleza nua
que não se esconde
Cativa-nos!...
Ter
a mão invisível
que me segura ...
Reconhecer
o que grita o meu interior ...
Desenhar na escrita
as fragrâncias com que alquimia
conjuga o amor ...
Incenso...
Não é pretexto! ...
Relata o contexto de ...
Emanar
odores que te devolvem...
Na
Paixão de cada afecto
que sempre partilhamos
Na
corrida contra o tempo
que não esquece ...
Adormece-nos nas ausências
de cada momento de solidão ...
Livremente,
ainda ouso
Resgatar-te! ...
Ao tempo que passa por mim, amor ...


Ana P.
" Isolada...
Meu espírito saciará a rebeldia
na liberdade de uma alma, alada! " ...

ANA P.

23 outubro, 2011

CHAVE ...

CHAVE ...

Dedicar-te-ei
as palavras
de mil significados
Onde
o florir exponha o derrame
colorido
da púrpura arte invisível
que
se aglomera nas folhas que
o tempo teima mastigar ...
Dissipando a teimosia
com que nos engole ...
Absorvendo
na gula imperfeita
a verdade de momentos
que retocam as imperfeições
do corpo ...
Que se
esconde em labirintos
envelhecidos ...
Onde
mente abre claustros
no pátio da razão...

Já não se fazem,
jus de palavras ...

Evadem-se os sonhos...

Conquistam-se vitórias ...

Prolongam-se raízes,
sem limites ...
Campos trigo, cevada e chicória ....
Fragrâncias
que condimentam iguarias
BELO,
Manjar de Deuses ...
O
vicioso pecado prevalece
na culpa
da escravatura da escrita invencível
no
grito silencioso, de boca fechada
Palavras, palavras ...

Palavras
na luz da escuridão que vence
não deixa dessecar,
a esperança ...
Elogia
o ego que te pertence
emana todo o verde da flora
que ilumina o arco-íris
em tua cruz ...
Elos
que não se abrem
não quebram
não mirram
Porque a chave
do cadeado
que as abre...

... ÉS, TU! ...

Rebelde ...
Solto nas minhas palavras.


Ana P.

" A qualidade de termos amigos, não está no maior numero possível mas no que poucos, estão dispostos fazerem por nós!" ...

Ana P.


21 outubro, 2011

MOLDURAS ...

MOLDURAS ...

Recordar
o que ficou
nos pedaços rasgados
Recordar ...
entre as linhas ...
Aglomerados
papeis amarrotados ...
Candeia que se extingui
Um
quarto vazio
Repleto
de histórias ...
Cúmplice de quatro paredes ...
Catedral de uma só janela
Liberta a matéria na alma
Filial da mente que veste e reveste
um corpo
Linhagem de linho cru
Uma cama
que não foi desfeita ...
A
manta de silêncio frio
Momentos de alguém
que partiu ....
O
bolorento cheiro agoniante
ficou esquecido nos dias que passam...

Pó e sombrio ...

Perpétuo
Algodão em rama ...
Templos que salvaguardam a inércia
Janelas
inertes Sobe chão ...
Recordam
arestas definidas
Memórias,
pedaços que socalcaram vida ...
Seiva,
lamentos
de secretos prantos
Limiar da pobreza esquecida
Reflecte
os raios de sol, trespassando as vidraças
aquece
o corpo
nas partículas de um quarto
vazio
de paredes erguidas na vida
de tudo o que um dia foi ...
Meu! ...

Ana P.

19 outubro, 2011

" DE MÃOS VAZIAS, NADA MAIS TENHO PARA TE OFERECER . NÃO SÃO PALAVRAS QUE NUNCA TE DIREI, MAS AQUELAS QUE NÃO DEIXEI POR TE DIZER." ...

ANAP.

18 outubro, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

" De mãos vazias, nada mais tenho para te oferecer. Não são palavras que nunca te direi, mas aquelas que não deixei por te dizer.! "


Palavras que ...
Delatam .... cartas de amor! ...
Na represa de emoções que mora dentro de mim ...
Sentimentos .... Nada mais que isso.
Corrente que me dá vida, nas meras ilusões que pressinto o abismo ...
Não importa, que não estejas sempre.
O que importa, é que existes! ...


V.
...

Quero amenizar a revolta.
Quero que raiva desfaleça nos teus braços, amor ...
Amor, quero que sejas a medida concreta desenhada em linha recta.
Quero, que sejas o tom colorido, a harpa silenciosa de um anjo cupido ...
Quero, segredar-te ao ouvido ...
Quero, que leias palavras invisíveis na cor dos meus olhos ...
Quero, estender-me na tua pele....
Em cada textura saborear caricias partilhadas, quero que sejamos um, mais nada ...
É assim, que me liberto para ti.
Desejos e momentos que são elos, que nos unem na evasão do tempo que nos foge entre as mãos.
Relógio sem ponteiros, que marca esse matreiro que finge nos acompanhar....
Marco cada momento, na leveza do nosso gostar.
Onde a partida, é tão clara como o teu voltar ...
A importância não está no sempre, mas quando é necessário ficares ...
O teu carinho é sempre imenso, colora a cor do meu mar, faz-me sentir a gaivota com liberdade de amar ...
Conquistada sou a mulher alada.
Sem tempo, sem horas para te amar....
Jogo nas horas vestígios, aqueles momentos que quero preservar ...
Meus segredos são fragrâncias que ficam, quando te sinto partir... São pérolas de enredos que nos ajudam a viver.
Não vacilo, porque sinto no coração o que meus olhos não conseguem ver
Poderoso o teu sorrir, nas meigas palavras que não preciso pedir ...
Grandioso esse olhar, que me carrega no colo , no simples gesto de me abraçar ...
Tanto gostar fortalece as ausências ...
Dá um rumo à história, onde submersos nunca pensava-mos contar ....
Faz das partículas do tempo, o telheiro sem telhas para amar ...
O silêncio, cata-vento que traça o rumo para nos encontrar ...
E nas palavras, a combustão que queima sem se ver, faz de mim a fogueira que arde em teu fogo, sem nunca morrer ...
Faz de ti o meu astro, o prumo do mastro na essência do amanhecer ...

CARAVELA ....
Sem ÂNCORA no meu porto seguro.

Carinhosamente

ANA P.

17 outubro, 2011

" NÃO ME AMES PELA CONEXÃO DAS PALAVRAS.
AMA-ME COM NEXO DE UMA RIQUEZA DE MÃOS VAZIAS! ...

ANA P.

16 outubro, 2011

SOLIDÃO ...

SOLIDÃO ...

Sentada
neste molho de trevas ...
Enclausuradas as lágrimas ...
Pedras Inanes
delineiam a calçada sombria
na encruzilhada pedaços de vida
nacos de nada
sem nada
Lamentos, ais que agora
sussurram ao vento ...
De mãos vazias,
nada tenho,
nada sinto ...
Arrepio ...
Espadas pretas,
candeeiros de azeite
pregados no chão ...
De
manto branco
o nevoeiro esconde a noite
encerra os labirintos
com portões ferrugentos ...
Que choram
no ranger de uma glória
de portas fechadas ...
Trancadas ...
de chaves invisíveis ...
Escutam agora o
Gotejar ...
Afirmação resistente
que prenuncia chover ...
Chuva, chuvas ...
despem
a calçada ...
Acoitam os rostos de estátuas
sem vida ...
Orbitas mortas ...
Comovida
olho em volta os
despojos que edificaram, Vida ...
Sentida ...
Caracteres de sentimentos
Rudimentos do qual nasce
a história
que sem horas,
sem dias ...
Nunca vos pensei
querer contar ...
Entristecidas e
sombrias magnetizam
as sombras de cada dia ...
Nos ponteiros de um relógio
enegrecido nos despojos do
que somos em, Vida ! ...

SOLIDÃO ...

ANA P.

CRIANÇA AMADA ...

CRIANÇA AMADA ...


Quando os teus olhos são o Alpendre
de tudo o que Vivo, sem Sonhar ...

As
Nuvens transportam -me de lugar ...

Poderoso
O
Azul glaciar
sensatez que não me deixa mudar
beleza que enaltece
nos dias em que me sinto no limite ...
Apodera-se de mim ...
Minuciosamente
suborna a exaustão ...
Humildemente
Recebo a dor,
Colho-a como se fossem flores ...

Jardins
que florescem
nas ermidas da alma ...
Vigilantes,
paletós de seiva negra,
lacrimejam
nas entranhas do meu ventre ...
Nas
alcofas de junco do meu peito
pernoito ...
Oculto
os gritos estridentes
que silenciosamente cospem
a raivosa ira ...

Acordar! ...


Acordada ...

Debruçada não me canso
de olhar o horizonte ....
do alpendre
onde me deixas ficar
Minha doce criança

AMADA! ...

ANA P.
" Não existem palavras esdrúxulas nem agudas na dor ...
São demasiado graves para se poderem expressar." ...

ANA P.

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ....



Precisava de ir ao encontro das palavras....
Necessitava urgentemente, diluir toda a fúria que sobrepôs, a ira de um coração de mãe....
Urgentemente necessitava de escolher as palavras para amenizar a dor....

Não me procures como me sinto.
Procura antes, o que é que eu deixei de sentir ...

" Desajustada, despedaçada, desesperada "...

É muito pouco para exteriorizar tudo o que sinto....
Culpa, uma expressão muito forte mas é isso que carrego no coração....
Podeis dizer-me que não tenho, mas não é assim que me vejo, quando me olho no espelho...
Não vos sei verbalizar tanta maldade, tenho imensa vergonha de assumir que deixei que fizessem mal à minha filha.
Que confiei cegamente no pai, que dizia que amava sua filha....
Amava-a, tanto que não me deixava contactar nas férias de verão (15 dias....), de nada sabia, se estava bem e onde estava, nada ....
Amava-a tanto que a deixava ficar com a sua actual esposa, que por sua vez lhe batia, atormentava, ameaçava ... que raiva eu tenho, que tanto sofri, que tanto estou a sofrer com a verdade dos factos ....
Este verão desde que veio da quinzena de férias com o seu pai, a menina recusou e recusa-se a ir com este para casa dele. Varias vezes me chamaram à escola perante a recusa da mesma. Algo se passara de grave para que esta não quisesse ir com o pai, não era uma situação normal e estava fora do contexto habitual.
Procurei ajuda de profissionais.
Na primeira consulta fiquei alarmada como o meu desenhou em cinco minutos de conversa, depois mais à frente o prognóstico já estava noutro contexto, em que a criança gostava do pai e da mãe, mas.... haveria alguém que não estava a ter atitudes à altura da mesma... Ficou marcada outra consulta para os próximos dias, na qual o pai têm de estar presente também....
Neste curto espaço de tempo e sem ir para casa do pai, a menina diz-me tudo o que a outra senhora lhe fazia quando o pai não estava em casa... Confessa agora à mãe que as manchas negras na cara , não foi na escola... foi estalos dados pela esposa do pai, e as negras foi dos anéis.... Diz que no dia em que se sujou depois do jantar, a mesma a colocou toda nua de castigo no quarto, depois de lhe dar uma tareia.... Etc, etc ....
Naquela hora, naqueles segundos meu coração despedaçou-se.
Senti que falhara, senti que descurei de sinais que estavam tão evidentes ....
Agora esses pequenos sinais, são réplicas do terramoto que está assolar a nossa vida...
Desesperada, arrasada e sem brilho no olhar. ...
Tormento é toda a raiva que sinto....
Mas poderei gatinhar, nem que seja de zorro toda a justiça se fará andar ....
Preciso de ajustar a raiva, preciso de acreditar que há justiça ....
Preciso de estar viva, porque a minha menina precisa de mim ...
E vivendo dia a pós dia , com a grandeza de ser sempre uma grande, Mãe!

Apelo , por favor estejam atentos ás vossas crianças....
Para que um dia não passem, por tudo o que estamos a passar ...
Dor, raiva, ódio, frustração, ira... Sentir que viva, estou a morrer ...


Carinhosamente


ANA P.

11 outubro, 2011

OBSCURA ALQUIMIA ...

OBSCURA ALQUIMIA ....

Perdidos
num Éden de pedra...
Perscrutam
O silêncio oco
que já
não vocabuliza
o chilrear dos pássaros ...
Sombras frias
de cinzas negros
entenebrecem a distância
dos caminhos percorridos ...
Estátuas nuas
de rostos entristecidos ...
Anjos ...
Cupidos ...
Inércia coordenadora da falta
de movimentos ...
Em
repouso absoluto
as
íntimas consciências ...

Na percepção
a intuição compreendida ....
Uma
cópula de desejos,
une
a escravidão de secretos
pecados ....

Viciantes ...

Cativa os murmúrios
de cada olhar ....
Sussurros
escondidos na mente ...
Com Alma ...
Satisfazem o pólen que gravita
em cada passo ...
Fecundos de abundante
glamour
que cristalizaram glaciares ...
Em
orbitas diferentes
partilham o espaço
numa terra, que erra
e gravita no cansaço ...
Petrifica as sombras
nas linhas rectas de cada compasso ...

No sentido hermético
no decalque dos passos ...
Alquimia obscura que seduz
mesmo sem, LUZ! ...


ANA P.

10 outubro, 2011

INFÂNCIA ALADA ...

INFÂNCIA ALADA ...

Enegrecidas
na erosão do tempo devorador
Num canto do chão
vestígios de asas de latão
Rastos
da bélica infância
que arrebatavam os nossos sonhos,
nas delirantes tardes Outonais ...
Conquistaram vezes sem fim
o menino/menina alado(a)
que existia
na vaidade infinita do imaginário ...
Arco-íris do Eldorado
que revestiu o poente do Sol
de fundo
de incandescente laranja ...
Uma
miragem do Oásis
Templo,
guardião de memórias
de bravas lutas,
Nossas vitórias ...
Alados
Senhor dos Céus ...
Senhora dos Ventos ...
Decepávamos as nuvens
com asas de latão,
Rasgávamos a garganta do vento ...
E ofuscávamos o Sol
com brilho do lata
que carregávamos nos ombros...
Guerreiros,
queríamos Ser...
Enfrentar, todas as Fúrias ...
Não ter medo, de Morrer ...
Com asas queríamos, Viver ...

No chão
Jaziam agora
as asas brilhantes de latão ...
Enegrecidas
ainda fazem viver
as lembranças que se soltam
dos pedaços da nossa
pequena história ...

INFÂNCIA ...

ANA P.

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ....

Mesmo murcha uma flor, será sempre uma, FLOR!..

Necessitei de tempo para sacudir os sentimentos ....
Precisei de ensurdecer o silêncio que fervilhava em mim como um acido corrosivo ....
Hoje, a heresia do silêncio joga as cartas que nunca me ensinou a jogar.

O tempo será sempre um antídoto necessário para seguirmos em frente.
A medida será concebida ao critério de cada um, embrenhada nas raízes do coração.
Ontem vi a tua essência estendida, o brilho do teu sorriso na frase que tanto dizias a brincar;

- Precisas de alguma coisinha??!!!
- Então compra se faz favor! ....

... Ainda me confronto com a verdade da tua história.
Com a seriedade dos factos que te levaram de nós.
Nada do que possa escrever ou dizer te trará de volta, ficará na densidade de cada sentir, de cada gotejar de chuva que salpica as vidraças dos corações.
Não planeio nada já algum tempo, deixei de carregar nos ombros o peso de obrigação.
E foi com essa liberdade que te conheci, que aprendi a gostar de ti... Nunca planeamos nada, tudo o que vivemos foi por acaso. Momentos! ... Momentos que o tempo se incumbiu de acelerar para nós....
AMIGA de VERDADE! ...
Sei, que não lerás jamais esta carta ...
Sei, que por muitas palavras que escreva, nenhuma delas será tão genuína como tu, ANABELA!....
Desculpa as lágrima que carrego nos olhos, não tens culpa....
É peso que sinto, de não ter tido tempo para te dizer, o quanto gostava de ti!...
O peso da lufa a lufa do dia a dia, em que não valorizamos as pequenas coisas que nos rodeiam.... e deixa-mo-las para trás, para uma amanhã... Problema é que o amanhã pode ser tarde demais.... e foi isso que nos aconteceu.
De repente deixaste-me na encruzilhada, atordoada não acreditava .... Liguei-te, mas .... Não atendeste o telemóvel! .... como era possível?!!!... Não sabia se estava a sonhar ou se de repente ficará presa num pesadelo.
Queria tanto ouvir tua voz , amiga! ...
Queria, queria, queria ....
Queria acreditar que te ouvia, mas nada! ... Nada!
Nada, voltou a ser igual....
Hoje, o tempo padece no nostálgico dia que certifiquei a verdade do meu pesadelo....
....

Não te levei flores.
Estas, estavam tatuadas nas nossas conversas.
E cada pétala ficará pregada no meu peito até ao dia da minha partida ...
Nos limites do meu horizonte ficará o estandarte do teu sorriso, a simplicidade de mulher que fazia a diferença...
No meu peito acelero o coração quando te resgato das minhas memórias, quando de alguma forma esculpo a amizade da mão que me estendeste, do abraço que só te pertence.
Não existem pessoas iguais, lugares, etc.
Não se pode retorcer o tempo como um dejá-vous ...
Não podemos perder laços, apenas reforçar o real valor de cada um, mesmo que estes se desatem a nossa maior grandeza é reatá-los....
Na tua perda, valorizo o silêncio.
Já não reclamo por tudo e por tudo e por nada ....
Agradeço,
agradeço por ter acordado para um dia mais louco da minha vida...
Agradeço as lágrimas a dor ...
Agradeço o ajustar do tempo de todas as essências que me fazem ser seja o que for ...

O que importa é aprender, crescer ....

AGRADEÇO ! ... Os momentos em que me dispensaste, num tempo que só te pertencia...
Que sendo só teu, para todos os teus amigos servia.

AGRADEÇO-TE! ...
A liberdade do teu sorriso que anda solto na minha memória ...
Agradeço-te, todas as lágrimas que soltas nos meus olhos....
Porque elas me fazem sentir, humana ....
SIMPLESMENTE HUMANA ...

Até um dia ... Anabela!

Carinhosamente


ANA P.


07 outubro, 2011

AMIGO ...

AMIGO

Procurei-te em cada enigma
Teimei ...
Decifrei-te na difícil equação
Desejei-te na negra noite
em dias de desilusão

AMIGO ...

As tuas palavras são a locomoção
Veiculo sem rodas
Cavalo sem esporas, sem direcção ....

AMIGO

De mascara negra,
e penas de pavão ....
A tez morena, plagio de sedução ...
Olhos cor de café,
o brilho de fé ...
Crepúsculo que corre da noite
ao encontro do dia ...
Sintonia
ou
pura magia ...
Mania ...
Vitral ...
Labirintos de pedra escurecida
a porta invisível de sonhos com vida ...
Musgo verde,
esperança ...
Alicerces de roscas medievais
Sentinela,
guardião do enigmático inferno
que corroí paixões ...
Meteoros que queimam o oxigénio
que partilhamos ...
Em leigas brisas
soltamos os sonhos, voamos
no esquartejar as silabas das palavras ...
Nos becos despojos que sobejam
das mesmas, lamechas
Edificamos nichos
um habitat que não nos pertence....
Mas preenche o vácuo
em cada falésia, em que desfaleço...
Amorteço as quedas da alma
da mente ...
Aconchego ....

AMIGO...

As tuas palavras são o para-quedas
dos meus sobressaltos ...
O paradigma de todos os contextos
da amena cavaqueira
que faço contigo e o meu coração ...

AMIGO ....

Há sempre uma razão ...



ANA P.

05 outubro, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ....


A cumplicidade das horas com os dias e os anos ....
Trezentos e sessenta e cinco dias, Mulher ....
São muitos dias para se poderem negar....


Hoje não vou escrever ao amigo.
Vou escrever para todas as mulheres em que os dias são de quarenta e oito horas ou mais ....
Com dois filhos menores e não partilhando um lar...
Na maioria dos meus dias, penso que o meu relógio é elástico.
Estico, estico as horas que ás vezes passo pelo o sono a correr...
Não contabilizo as horas que durmo, apenas aquelas em que estou ocupada....
Não sei se é defeito, ou se é mania mas quando tenho um problema por resolver julgo que durmo acordada....
Não sei fazer mais nada?!!! O que não faço eu! ...
A vida das mulheres depois de ter filhos é como o código da estrada em que só existe uma prioridade.
Pois.... os filhos !....
Sempre os primeiros .
Um vai e vem que não cansa, o desassossego no fervilhar do sangue que nos dá vida.
Em cada passo à frente dois para trás, numa conclusão em que devagar se vai longe ....
A vida contabilizada em horários.
Horários com fins laborais, horários caseiros, horários pessoais enfim, uma vida recheada de horários.
O tempo que não descansa, não espera e não volta atrás....
Apenas partilha as horas, que são tão minhas como tuas, nossas! ....
Inerentes ao tempo, caminhamos lado a lado numa conquista, como o luar debruçado na madrugada.
Já não fustigamos o cansaço, olhamos as cores fogo do horizonte, lemos nas estrelas, esperanças.
Sobre o céu azul cerramos os olhos e planamos na crina do vento, onde a liberdade conquista asas.
Aladas, já não temos medo de nada.
Devoradoras como uma força de meteoros, rasgamos o céu, dilatamos as essências que cada horizonte nos oferece.
Vasculhamos cada paralelo e submergimos num mar salgado, que serão as lágrimas afoitas que derramamos, um agridoce que nos tempera, numa sequência de cartas que nunca pedimos para jogar.
No recanto do meu pranto, o fado de uma vida, repleta de tudo e de nada ....
MOMENTOS, que se soltam na memória.
Não se perdem, aglomeram-se na alma.
Escrava das minhas memórias, das algemas que não quero abrir, agradeço à mulher que me habita.
Agradeço ao tempo a Mãe, que me ensina ser, sem ter horas marcadas....
E enalteço no conforto do sorriso dos meus filhos, onde esqueço que os dias têm só vinte e quatro horas ....
E não me canso de ser simplesmente, MULHER! ....

Carinhosamente


ANA P.

RUÍDOS NO SILÊNCIO ...

RUÍDOS NO SILÊNCIO ....

Escuta...
As palavras que não preciso falar
escuta o silêncio do meu olhar
ouve a prenuncia dos meus olhos ...
Deixa-os falar ...

Escuta ...

Vai,
fecha a porta devagar,
Deixa a chave se não pensas voltar ...
Vai ...

Escuta,
o teu silêncio que me apedrejou ...
Vai ...
Sangra a raiva que em ti morou ...
Leva pedaços
do nosso amar ...
Apenas traços que um dia
vais querer desenhar ...
Vai ...

Escuta,
as palavras que nunca
chegaste a falar ...
O grito sem eco
num gesto ....
Vai ...

Escuta,
o som do primeiro beijo
as palavras dos meus gestos
a tristeza do meu olhar ...
Vai ...

Escuta ....

Amanhã
quem sabe ouviras ....

Hoje,
o ruído do teu silêncio,
é o teu maior inimigo...

Vai...
Escuta se fores capaz! ....


ANA P.

03 outubro, 2011

UTÓPICA JANELA ....

UTÓPICA JANELA ...

Olho-te,
da janela do meu peito...
Conquistada,
espero de mansinho
a fala do teu olhar ...
A luz do teu sorrir
Enfeitiçada
de olhos cerrados
sinto de perto, o teu respirar ...

Sinto-te! ...

Isolo a distância,
de coração nas mãos
encurto a ânsia
de te abraçar ....
Acordada,
ainda recordo o meu sonhar...
O
Desejo inacabado
que não cansa,
não molesta ...
Confiante,
lidero o sentir-te próximo
talvez uma utopia ...
A
poeira das palavras,
que se escondem na neblina
as
nuvens são minhas cúmplices...
passageiras ...

Da
minha janela
faço a ponte ...
Faço a viagem, sem horas
sem ponteiros a controlar ...
Faço
do teu sorriso
a erosão que me sacia ...
Da
esperança a alquimia,
Enredo
segredo com magia ...

Deixo o meu amor passar ...

Da
janela do meu peito
deixo
o rasto do meu gostar ...


ANA P.

02 outubro, 2011

TEOREMA ....

Teorema

A tese que reafirmo ...
Sentimentos que me confrontam ...
Medito em cada apêndice
da
Oração
que aprendi soletrar...
Linhas
invisíveis de cada olhar
Em frases, a retórica
que posso comprovar
estabeleço laços
com insígnias de amar ...
AMAR-TE! ...
Pensamento disperso
Liberdade evidente
de querer-te ...
Revelo ao tempo
o perfume que
corrobora a essência
que nos declama ...
Numa prece onde o desejo
flameja ...

Teorema
convicto no delito de AMAR-TE, loucamente ...

ANA P.