30 outubro, 2011

AEDO ...

AEDO ...

Ser
poeta é não limitar a visão
É
tactear com o olfacto
nas essências de cada olhar ...
É
saborear de olhos fechados ...
O
som das chuvas
a soletrar,
O
vento aventureiro,
que não se cansa de segredar ...
É
andar nu, mesmo vestido ...
Ser
um ponto na multidão
É
ter um pouco
de nada
e em nada tudo ter ...
É
sentir a saudades
nas encostas do envelhecer ...
É
renascer nas cinzas
quando pressentimos morrer ...
É
tudo querer
no tudo do nada, que basta! ...
É
o preto no branco ...
Cinza prata luar ...
Partículas sedentas
que unem e pedem para ficar ...
Corpos ...
Fragmentos a levitar
É
ter a voz sobre as mãos
no desconhecido além-mar ...
É
ser o pássaro, perseguido
pelas estações
que prometeram voltar ...
É
ser um campo aberto
na esperança
de se sonhar ...
É
a fartura de uma fome
que a gula, não pode calar ....
É
Ouvir com a boca
e falar com coração...
É
ter pedaços de terra
que
nos escorrem entre as mãos ...
É
apenas sentir
e não perder a razão
que tudo o que somos ...
É
PÓ,
que nos foge das Mãos ...

Ser poeta
é a riqueza
das minhas cinzas que ficarão ...
Nas
páginas brancas de um livro ...
No esboço da minha paixão ...
Na partitura das palavras ...
no aconchego do vosso coração...

ANA P.

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