31 dezembro, 2013

CARTAS AO VENTO 31/12/2013

Para quem de perto me conhece, e de longe me quer bem.

O corpo não queria escrever, não queria alinhar na azafama de desejos e dedicações alinhavadas e alinhadas à época de mais um final de ano.
Não queria ser o figurino de frases que não seriam minhas.
Levou-me o tempo, para lá das saudades, para lá de todas as portas que se fecharam ao parapeito de muitas janelas que abri.
Tenho saudades! ... De mim. Tuas ...
De todos os momentos que não esquartejei na incerteza de diferentes razões. Saudades que remeto no silêncio dos meus olhos, para as poder ver outras vez. Vezes sem fim...
Fins onde recomeço e começos que suavizaram o fim.
Tenho no peito o juízo mais que perfeito do que perdi.
A bussola de um passado que me guia no presente.
Tenho amores verdadeiros e outros ausentes.
Lugarejos de páginas brancas, repletas de cinzas que não pudeis ver, que não podeis tocar ou até mesmo limpar.
Soltou-se a Alma à mercê dos sentidos, que sofrega navega no mastro do olhar... Soltaram-se os sorrisos nos nacos de fome, atenuam as frágeis dores de elaborados tons que padeceram do brilho da alva luz.
Rasgou-se o silêncio que nos desventra o ventre, como côdeas de beijos que não pudemos dar.
Impares, são os dias que se seguiram depois da queda do pano de palco, num espetáculo que se dizia de nosso...
Margens acamam-se no leito do rio, que nos habita. Onde nascemos e renascemos, como barro em lama.
Dias que nos levaram sem mordomias, sem forças, sem cansaço que fizeram e desfizeram os leitos...
Sem margens o tempo não pára, para escutar as melodias.
Não compõem! ...
Decompõem.
A perfeição de horas que se julgaram exatas, no romantismo e nas quimeras. Subjugando-as na balbúrdia que arremessa as lágrimas que aconchegamos nos olhos.
O tempo não nos diz as palavras certas. Não nos dias as horas nem mesmo o final do fim... O tempo nos devora por dentro por fora. Não apressa, mas aparte-se.
Enfim, nos deixa a saudade!...
Porque sabe que ele não têm principio, nem fim....

Carinhosamente

Ana P.

27 dezembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 27/12/2013

AMAR...

Por vezes diz-me tudo o que necessito,

ou nada me diz que não saiba.
Amar, é o melhor pretexto para ficar, partir ou simplesmente existir.
Amar será sempre o muito do pouco que sempre teremos.
Será sempre a fronteira entre o antes e o depois.
Será o motim de momentos, o olhar para trás, o seguir em frente...
Amar, é deixar-mo-nos conquistar.
Amar ensina-nos o principio de um começo ou um principio de um fim.
Amar, não é cativeiro.
É cativar!
Cativar, por dentro por fora. Sem moderação...
Amar, é deixar sem querer.
Amar, é uma grande lição, não se aprende na escola e não se joga no chão.

AMAR, é a maior das vitórias que segue as derrotas ....

É essência da Alma.
Não é o preconceito absurdo que nos limita ...
Amar, é o eco que se solta no silêncio, muito além do vosso ouvido é o gracejo que apenei-a o vocábulo dos sorrisos. O paradigma do ser. Candeia de luz que flagra a mais vasta escuridão. Amar sempre foi o motivo das todas razões que transformaram, o pior e o melhor das opções, das regras que seguimos e de muitas que quebraremos .
AMAR! Não é Condicional é Incondicional....
O revesso de uma moeda de duas faces...

AMAR, é eternidade que nos ajusta num tempo sem horas para ficar...

Ana P.

25 dezembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 25/12/2013

As palavras vão chegando de mansinho.

Aconchegam-se no colo dos afetos nos abraços eternos que não quebram elos. Tenho o silêncio repleto de momentos. Nos olhos as lágrimas vacilam.. No peito o laços de amor que ajustam o nó. Sei o quando de mim dei, o quanto de mim perdi e melhor que isso sei o quando de mim se transformou. Acamo-me no leito onde fiquei sozinha. Onde me ajuizei e me julguei enumeras vezes. É lá, que me procuro. Lá, onde só me vi. Onde me escondi de mim de ti, de todos. Lá, onde o vazio me estendeu a mão, onde revi o perfume que foi ficando de mim...
Há dias que não são dias, parecem asilos que nos segregam os anos.
Dias, em que olhando para trás vejo melhor, do que quando olho em frente.
Há dias, em que o esboço do sorriso é a lápide de um certo passado.
Dias marginais, que nos ferem, nos retiram a asas, a liberdade de sermos nós.
E cada dia, nos remete num contexto de anexos que não se escoam de nós.
Nos transformam. Nos adjetivam sobe um alpendre de um estranho qualquer. Pudesse rever cada sinônimo que não pude sussurrar, que não pude mitigar.
Agonizar a melancólica agonia que tantas vezes quebrou a voz que me gritava no olhar. Saberia reinventar cores em padrões únicos, que taparam a manta que carrego nos braços. Aprendiz não é o tempo, sou Eu!... Somos, Nós! ...
Não necessito de me ver ao espelho, se meus olhos me dão a mais certa das razões e o meu olhar não incrimina os horizontes que não podeis ver.
Atormenta-me o fracasso das vozes que não se cansam de falar e nada dizem.... Atormenta-me que se aponte, e que não se indique uma saída....
Essência, é o que fica depois, depois de cada olhar, de cada gesto depois de cada palavra que nos era desconhecida....
Iguaria, não é o que se têm na mesa para comer, mas o que aprendemos a saborear.
E sem querer o Tempo, é a maior das iguarias ...
Há que aprender a saboreá-lo... Ele nos dá, nos tira! Nos leva, e nos trás...
Nos transforma.
Nele a mais valia de dias que nunca serão iguais...
Desabafos, nada mais...

Ana P.

17 dezembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 17/12/2013

O tempo não me devolve, mas mata as saudades que sinto do que fui.
Ajuda -me a contemplar as ausências, as lascas que de mim já levaram.

É no berço dos meus olhos que adormeço as lágrimas irrequietas. Que anoiteço os dias e amanheço todas as noites. É ele que me estende os braços, me beija fora de horas. De mim tudo sabe e tudo me ensina. Dá-me as asas que nunca tive, e o sossego do olhar. Dá-me a vontade e a fome, os sorrisos e o chorar. Dá-me todas as razões de Amar depois de Amar....

Deixai-me escrever ao tempo, as palavras que me ensinou.
Muitas vezes foram ditas outras o ventou as levou.
O tempo não padece, nem pode padecer.
Quando isso acontece sinto-me desfalecer.
O tempo é a maior regalia que se pode perder.
Não há dinheiro nem destreza que o possa reverter.

A minha indeterminada, lição! .... Tempo!

Ana P.

16 dezembro, 2013

Elementar, é sentir.
Alinhar os afetos. Tudo o que esquecemos não nos fará falta.
Mais tarde ou logo após, devemos calibrar a vontade de gostar, de amar.
Justo, seria doarmo-nos com o mesmo peso a mesma medida. ...
Injusto seria não nos ter sido dada a oportunidade.
Não há dias perfeitos, muito menos pessoas.
Há que ajustar a imperfeição, a um indeterminado, Tempo!

Ana P.

09 dezembro, 2013

CARTAS AO VENTO 09/12/2013

Desculpa se parte de mim não resiste....
Desculpa se porventura nunca foste uma aventura, mais um caso ou um acaso.....

Lembro-me serenamente do dia, da hora dos motivos que nos aproximaram .... Assim como não me esqueço daqueles que nos afastaram. Lembro-me do teu olhar, do teu sorriso, lembro-me de ti como se fosse ontem. E ontem, já lá vão vinte quatro anos... Lembro-te! Cada regresso é conforto de um espaço que sabia ser meu. Não importa os atalhos, onde todos os meios justificam o fim, e do fim pode emergir um recomeço ou então uma continuidade interrompida ... Desculpa, se meus olhos ainda choram por ti, desculpa se as memórias não se esquecem de mim, de ti... de nós. Houve dias que desejei morrer, que preferia não saber, não acreditar. Houve dias que nem me lembro de ser, apenas existiu como um calendário, onde os dias se precorreram sem ser procurados. Lembro-me do antes, do agora e de intermináveis depois. Depois do antes, depois do agora e depois de cada depois.... Tive dias que fingi não perceber, não me atormentar com as respostas das perguntas e não era necessário questionar... Antes houve sempre um nós, e um depois de nós. Agora é o depois de nós que atormenta o antes... E depois de cada depois, o tudo do nada que me deixaste. Inglórios os anos que padeceste de ti. Que sideraste as alvoradas e o entardecer que fustigava a chuva na vidraça dos meus olhos. Onde o teu olhar foi o calabouço de dias intermináveis, infernais... Jamais saberás, os gosto das minhas lágrimas pois, nunca as beijaste. Jamais saberás, o odor da falta que me fizeste sentir. Jamais poderás resgatar os beijos, os abraços que deixamos por dar. Jamais poderás repor o tempo que passou. Desculpa, se não me atrevi dizer-te a magnitude das palavras que me ensinaste a desnudar... Desculpa, se não alcancei a altura dos teus sonhos, do prepósito de simplesmente ser.... Antes, foi o começo do agora depois...
Lamento a insignificância das palavras ditas por dizer. Lamento que não tenhas traduzido todos os enigmas, que não tenhas quebrado elos. Lamento que tenhas asilado o medo nas asas cortadas... Irreversível não é o amor que sempre senti, mas a lança que esculpiste nos meus sentimentos. Irreversível não é o que sinto, mas tudo o que deixei de sentir.... Atalha-me os sentidos, a falta de apreço, a vã sanidade remota num determinado espaço, onde insanas são as mentiras onde ocultas as verdades. Demagogia....
Queria-te mais, que a mim mesma. Como se fosses esse oxigênio que me dava a vida, esse alimento que saciava a minha fome a água que me matava a sede. Num todo queria-te! ... Denominava-me sempre depois de ti. Depois de ti... A fragilidade de vidas sem vida, de vidas refeitas no postigo dos meus olhos....

Carinhosamente

Ana P.

08 dezembro, 2013

" Gosto de ti, porque qualquer grandeza é insignificante quando estás perto.
Gosto de ti, porque não existe pequenez que não se possa sentir.
Que não possa ser traduzida nos braços de cada gesto.
Gosto de ti!
Porque agora sei, o que é gostar de mim... em primeiro! "

Ana P.

BLOCO DE NOTAS 08/12/13

A tarde, despia-se para o dia.
Assim, como meus olhos se fecharam para ver...

Apenas o grito deste silêncio se desfaz no ruído do brilho dos meus olhos.
Pensava num pretexto que não fosse explicável. Por entre caminhos desprendia a saudade que sempre anestesia a faltam que nos fazem sentir.
Dizia para comigo:
- Não se deve correr atrás de quem sabe, onde nos encontrar. ...
Uma verdade tão simples e difícil de concretizar. Ainda sinto essa vontade de vacilar. De me tentar, para encobrir o tormento da importância dos momentos entre a ansiedade e o ter que esperar...
Entardecia! ...
O silêncio dava razão às palavras.
A inquietude deixava-se amenizar no conforto dos meus braços. Nos afetos que me fazem sentir viva.
Não há pressa. Apenas a clareza de fatos que me devolvem os pés à terra.
Talvez, a facilidade seja o mortífero motivo.
Talvez, os sonhos sejam a fuligem da vida. Aquela que nos agarra, nos dá o colo invisível. Nos parte e reparte pelas vontades semi-conquistadas e outras conquistadas.
Entardecia.... Senti no peito a bonança, da tempestade que não previ.
Lá fora, escuta-se o murmuro das horas que definem o impacto dos meus dias. Como o gosto daquele beijo, que ficou por dar.
Entardece...
Amanhã, será um novo dia.

Ana P.

06 dezembro, 2013

CARTAS AOA VENTO 06/12/2013

Contemporâneos do tempo...
Não idealizes o tempo se não lhe sabes um determinado fim....

Escrevo aquele tempo, onde não procurávamos esmiuçar a vontade de nos termos nos braços.
Escrevo consoante a ironia de um tempo que sempre foi nosso de lados opostos. Nada nos é eterno e a eternidade o peso das saudades que não se preenchem no tempo que ficará depois de nós.
Depois de nós, é passaporte de tudo que perdemos, de tudo o que nos transformou. Depois de nós, a despedida não é despedida. Não haverá certezas, nem mesmo a indignação que nos separou.
Dar-te-ia os esboços de todos os sonhos que deixei para trás e o infinito daqueles que ainda me deixas por sonhar, se porventura fossem as asas da liberdade que sempre tiveste medo de ter.
Ainda relembro cada mordaçar do vento que nos fustigava o rosto. O beijo daquele sol que nos encobria nas dunas, onde diferentes sempre fomos tão iguais.
Guardo no peito o verde/azul desses olhos, onde me deitei tantas vezes.
Prevalece no tempo o fascínio de um passado, que nos moldou o futuro.
Fez de nós a guilhotina, o cano de uma carabina.
Passo a passo não existe condenação, não existe barro que não se deixe moldar.
Transformação é prepósito da força que me deixaste ficar quando por fim foste embora. Soltaste a fragilidade de uma iguaria escondida nesse medo. Nesse arremesso de querer e não querer, de ter e não ter. Longos são os anos que não contaste. Aqueles onde estive e não me viste. Longas as noites que quebraram os meus dias e os dias que não deixei amanhecer. Contra-tempos que nos marcaram o olhar. Relógio invisível que me ofereceste que permaneceu no meu pulso.
Falar-te de mim, sempre foi fácil.
Difícil foi mostrar-te a tua importância da diferença que fazias nos meus dias.
Se tivesses reparado no silêncio dos meus olhos, e olhado o brilho do meu sorriso. Certamente saberias a importância de cada lágrima que me fizeste soltar.
Os anos passaram por nós e nós ficamos nos anos. ...
Quantas certezas?!
Quantas cartas previ escrever e nunca as escrevi...
Nada melhor que o tempo, quando não se sabe ler o silêncio.

Nele, é certo que poderás encontrar as respostas das perguntas que nunca tiveste a coragem de me fazer....

carinhosamente

Ana P.

18 novembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 18/11/2013

Resgates ...

Quando não estás,

não há meio termo para encontrar-me.

Não há espaço que não seja procurado, não há desejos invertidos.
Os murmúrios são as meiguices que me sussurras ao ouvido. Mordomias que não se esvanecem no tempo, que me contemplam para lá de um determinado momento. ...Resgates.
As memórias são as purpurinas, vestígios da existência que nos leva para lá de cada depois, de cada adeus que ilumina a luz que nos guia e que nos cega por vezes. Trágico!.
Trágico, não é o tempo mas os momentos que não recordo mais. Os momentos exatos que me marcaram as horas, no seguimento do dias que perseguem os anos.
Não tenho e não quero meios-termos para me relembrar.
Apenas cada sentir que povoa meus pensamentos, cada olhar onde me deixei ficar...

Ana P.

17 novembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 17/11/2013

INCORRIGÍVEL SAUDADE...

É, incorrigível esta saudade.
Este aperto que ferozmente nos relembra a diferença de estarmos vivos.
Tão vivos que já nos apeteceu morrer.
Morrer para encontrar.
Morrer para rever, morrer para dizer o que nunca falaríamos...
Ou então somente morrer, para não os deixar...
Não há filosofia que supere a inigualável saudade da falta que nos fazem sentir. Não há expressões livres, porque elas se prendem no passado.
Não há voz mais alta, que os lamentos dos murmúrios que nos lavam as lágrimas. Labirintos onde deitamos o corpo, para encontrar a alma. Misteriosamente descodificamos os nomes, as palavras e os preconceitos esfumaçaram-se na ironia de cada se, que ficou por dizer, por fazer.
Se soubéssemos do retorno dos ventos, das partidas que nos fogem por entre dedos. Dos cataclismos que se apoderam do olhar... Se soubéssemos... O que podíamos mudar!.
Não haverá adereços.
Nem espaços repletos, que nos encham o coração.
Todos os fundamentos apenas fomentam, nada mais!.
Irreconhecível é a parte que não sabíamos de nós. A mera rejeição, é um segundo trajeto que nos segura a mão. Não queremos saber, e o pouco que sabemos neste momento não lhe sente a falta. E a falta vem do elo que não queríamos quebrar, nas asas de um vento sem norte no arco de uma flecha que não é nosso. Que nos dilacera os sentidos... Desorienta a fraude do tempo que nos levará de nós. E a ira é simpósio, das conversas, das perguntas que nunca pensamos fazer.
É o pretexto perfeito, da mais imperfeita imposição onde todas as guerras se declaram nesta, INCORRIGÍVEL SAUDADE....
Sei tanto de ti, quando nunca te procurei nada.
Saudade!
Saudades... simplesmente!

Ana P.

12 novembro, 2013

VENTOS ...

VENTOS ......

Haverá alicerce,
mais forte, que o vento
Mais forte, que a dor
de que sentir-te ausente ?!!!...

Dei por mim
perdida.
Sangrando,
sem ter feridas..
Dei por abalroada,
num precipício,
abismo sem estrada...

Os ventos levam ....
Os ventos trazem ...

És mais forte, que o vento...
Mais valente que a minha dor,
Pois mesmo ausente
ainda me ensinas o que é o, Amor!

Amor, meu rio de pranto.
Asas de Condor.
Amor,
são teus beijos na brisa
que os dias deixam beijar-me no rosto.
Amor,
é o som do teu sorrir,
quem em silêncio se vem despedir...
Amor,
são memórias guarnecidas,
que me deste para aguardar...
São gestos,
Palavras,
que me escreveste,
no teu olhar...

Amor! ..

É a essência,
que fica,
depois de AMAR!

Ana P.

Bloco de notas 12/11/2013

Sentir...

Meu pedaço de chão, é o equilíbrio que tenho entre o meu ser e a razão.
É o ajuste das horas aflitas, a locomoção de outras felizes.
É o sim, o pretexto de um não.
É o côncavo de noites frias, convexo de noites quentes.
É pó, terra, barro. o fogo, brasas numa fogueira. ...
Pássaro de asa ferida.
Asilo da alma sonegada.
É tudo de tudo quando se julga não ter nada.

E o nada do nada quando se julga ter tudo.
Escrevo em telas de horizonte, os ditados que meus olhos ditam.
Na performance que lapida o perfume das cores e craveja as lágimas com diamantes. Rodopia nas emoções que flagram os sentidos, e atiça o desejo que altera as batidas do coração...
Pintando a face de rubro, no relevo do tacto de outras mãos.
Sentir!
Sentir, é apoteose de todos os momentos que não ignorei.
Curtos ou longos, absorveram pedaços meus entre guerras e vitórias.
Entre sorrisos e abraços ou então nas rédeas deste silêncio que cavalga nas dunas onde se acolhe maresia, das saudades que não apartam de mim .
Trilho dos meus pés, descalços no chão....
Sentir....

Ana P.

10 novembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 10/11/2013

É neste canto do recanto do meu Mundo,

que acalmo as palavras que denomino de minhas...
Hoje!
Planei no silêncio.
Planei dentro e fora de mim.
Abracei, fui abraçada, Amei e fui Amada. Fui o tudo do nada, e o nada de tudo que se esquiva nas madrugadas.
Dei por mim enamorada, no postigo das saudades que me deixam ancorada.
Senti-me a o fome agoniada, brisa solta nas asas de uma gaivota ...
Senti-me, perto de mim.
Perto de tudo e de todos que não esqueci.
Lembrei-me de ti. De todos nós... Decalquei as razões, deste misterioso tempo que silenciosamente abocanha pedaços nossos. Pedaços que nos resgatam tantas vezes, e outros onde vivos nos sentimos morrer. Ainda acredito na paz que ditam os meus olhos, acredito na intensidade das dores que nos calafetam a raiva. Acredito que há dias que nos controlam as horas, mas nunca desisti de um dia controlar os dias... Acredito. Que o acaso não têm horas. Quem entorno do silêncio, há muito mais que vozes adormecidas, muito mais que qualquer uma isenção de ruído. Muito mais de nós, do que alguma carta que tivéssemos escrito.
Livre, será o eco de nós. Em redor deste fogo que nos une. Atiçando as palavras, com um rastreiro. Árduas, não são as palavras que se possam dizer, mas a verdade de cada conquista que sabemos definir nas palavras. Árduas, não são as horas que não vimos, mas aqueles que sem relógio fomos obrigados a contar.
Esfinges esculpidas por nós que eternizam o silêncio, num determinado tempo que julgamos ser nosso! ...

Ana P.

04 novembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 04/11/2013

Bastava querer....

Querer, seria tudo o que não deixamos perder-se.
Bastava, que soubéssemos o começo, o fim das conversas. As que falam de nós e muitas outras que se transformam em predicados deste silêncio.
Metamorfoses que nos aguardam de rumo incerto, intensificam a beleza das folhas caducas outrora verdes. Aguardando a luz que matiza o oxigênio na áurea de uma simples claraboia. Esperando o sopro de murmúrios, que desventram os sussurros. Imaginável é a ânsia que possa sentir-se! Sem precaver os tons de cada desejo ,de cada partícula que ficou de nós. Pausadamente sobrevivem os afagos, a candeia de luz que não esmorece... Aquece, ilumina a exatidão que expressamos nos sentires. Alada a vida é mistério da carência que tortura o jejum. Praz o síndroma de um leito desfeito, descobre a sintonia de um mais um, igual a um.
Bastava querer.

Ana P.

03 novembro, 2013

Ás vezes ....

Entre ferro e o fogo.
Não há ferro que não quebre nem fogo que não possa ser amainado...

 é a conversa amena que nunca tivemos.
É não vos deixar por dizer, tudo o que nunca me pediram para vos contar.
Falar-vos de mim é não procurar as palavras, é deixar-vos falar a coerência dos sentimentos que inundam as luz dos meus olhos. É consentir que os sorrisos vos deem mais de mim do que eu. Ás vezes ainda rasgo o silêncio das noites, quebro o pacto das horas. Infernizo a paz que se queda de mim. Padeço da nobreza da humildade dos gestos que ficaram. Consinto que cada lembrança seja o eco mais eterno de mim, o perfume único das saudades que emergem nos segundos do passado para os minutos do presente. As lágrimas são os adereços vivos que não passam de moda, o preço mais justo de algo sem preço. Dizer-vos-ia que ainda carrego nos abraços as saudades de quem já perdi. No colo as palavras e o carinho apertam o coração, falam-me deles(as). Desse tempo tão vasto que julgamos eterno. Desses momentos nossos, que não julgávamos perder. Em que o fim nos deixara mais um recomeço para rematar. Nada será igual. Nem os dias e as horas não haverá contextos iguais e o que sobejaram foram atualizados. Dentro e fora o espaço vazio repleto de memórias entorna-se na vida que temos, sobre fragmentos que se soltaram do passado....
Lá fora o tempo avança.
Avança sobre a criança que fomos... Não há muros, nem fronteiras apenas pedaços de vida que lapidam o gume dos gritos que sofremos em silêncio. Distância, é o tempo mais curto que nos permite reviver, nos aproxima de cada pacto que não fizemos, em que ser valorizado é a mordomia de nos fazer relembrar.
Ás vezes, fala-vos mais de mim calada do que em mil palavras escritas depois...
Depois...
Depois, podeis não estar aqui, para as leres...
Ou depois, nem as poderei ter tempo de as escrever...

Ana P.

28 outubro, 2013

Bloco de notas : 28/10/13

Há dias que desafiam as metamorfoses de cada sentir.
De cada espaço que não sobeja de nós.
Há dias que simplesmente esqueço, e outros que para esquecer só me fazem relembrar.
Poderia escrever mil palavras que te repudiassem, mil palavras em que o epicentro é a tonalidade incolor que reveste a minha pele. Haveria o absurdo de gritos mudos, onde os espasmos eram a cólera do teu folgo. Revertidos nesse fogo que arde sem se ver, atiçava o desejo de muito querer-te. De muito ver-te depois das palavras. Após o jogo que prevalece nas horas que se contam, depois. Para lá do murro, a sombra. Caminhos opostos, prevaricam nos trilhos. Prevaricam no gotejar que emana saudades, entre os arrepios de ócio que esmiúça a vontade de querer-te. De amar-te incondicionalmente como cada abraço que não se nega. Que não esmorece na distante forma de se expressar. E os sorrisos são carvejados de memórias, abrilhantam a fuga que sempre me leva para junto de ti. ... Labirinto de lembranças, Éden, do pólen do perfume que é só teu. Personalizado, não haverá brumas inconfundíveis, nem aurécias que substituem as fragrâncias que me tatuaste no corpo. Não haverá tato que meus olhos não sintam, nem odores que meu peito não transpire. Provavelmente nada será igual... Nada!...
Nada seria o tudo que sempre tivemos...
Tudo o que não víamos.

Ana P.

22 outubro, 2013

Meu Amor... 22/10/ 13

Meu, Amor! ...

Não preciso de escrever teu nome.
Não abuso das palavras de chamar-te "Meu Amor".
Amor!
Pode ser apenas um nome
ou
as mil verdades que não soubemos escutar.
Mil palavras que deixamos,
ao critério do verbo Amar.
E do Amar por Amar,
nascem palavras.

*****
Quantas vezes nos enterram,
muito antes da partida?!!.
São palavras, feridas,
a lâmina da guilhotina.

Um beco sem saída....

Meu Amor pode ser,
este pedaço de chão,
a minha fome e o teu pão.

Meu Amor! ...

É a valentia
É o arco da flecha
que rasga as noites para o nascer do dia.
Meu Amor ...

Ana P.

21 outubro, 2013

Bloco de notas 21/10/13 INOCÊNCIA...

Inocência.

Coabita nos contornos de cada recear. No "EU", inocência é tudo que não quero reclamar.

Na memória a aragem das janelas semi-fechadas, libertam a brisa que não se pode anular no presente. Adocicam o passado que se prende na saudade, de não poder voltar. Mesmo assim não sei quantas vezes me perco no presente, nos caminhos desse passado. Nos socalcos, o alpendre das estações que não se equivocam.
Os vestígios falam-me de mim mais que este espelho onde me olho todos os dias. Sinto-me leiga, que o folgo é trafego que se evapora no presente, é prece refeita sem esforço.
Inocentes, os dias que me lembram, outros poderei esquecer-me. De certeza esquecer-me-ão!.
Inocente o fogo que me queima, sem que possam ver e sentir. ... Inocente, o olhar que fecha os olhos para melhor ver. Tão alvo como a gentileza do ato de estender a mão, e sorrir com a gargalhadas do brilho dos olhos que nascem em outros olhares.
Profundo é o silêncio que desarma as palavras, prevarica nos ecos de cada sentir, deixando a nu a inocência.

Inocente o dia, em que não pedimos para nascer!...

Ana P.

Bloco de notas 21/10/2013

Deito-me no "Amor", para que possa erguer-me todos os dias.
Nunca, é o desleixe das conversas que nos levam para um outra vez... Mais uma vez!

Impensável é nunca perder. Nunca derramar as lágrimas no leito do rio que se esconde em nós.
Impensável seria nunca chorar. Nunca rir, ferir e amar somente. E só, apenas deixar de amar.
Haverá dias demasiado negros, outros por fim que já não são lembrados. Haverá a caruma de uma floresta com vida e misteriosas clareiras nos relembrem um passado, alguém, nos f relembraram de nós....
Haverá as certezas, que se dissiparam das incertezas e o certo e o errado de quem nos olhou de lado.
Haverá a Guerra e a Paz, a Esperança.

Todavia , haverá as escolhas onde teremos opção . Outras serão aceites, porque não nos deram isenção .
Somente o Amor nos governa, o Amor nos dá, nos tira. Somente ele sobejara para que nos possamos erguer.
Haverá dias que o amaldiçoemos, que desejávamos não o ter. Desejávamos não reconhece-lo. Haverá as dúvida e todas as perguntas que não nos souberam responder. Inquietação pode ser a agonia de desesperar, pode ser a outra face e não vimos que nos pode salvar.
Somente o Amor nos leva e nos faz voltar, como uma onda nas marés desafiando o mar.
Somente o apelo que nos mora no peito, assola os momentos que nos arrancam dos braços do coração. ...

Enigmática não é a dor, mas o "Amor"!

Ana P.

20 outubro, 2013

NOTA : 20/10/2013

Entardecia....

A viagem inacabada tornava os momentos quase perfeitos dos meus dias. (Isto porque sei que a imperfeição, é o que nos aproxima da perfeição). Em mim o apêndice da saudade, prende-me por dentro e por fora dos olhares intermináveis. Intermináveis como o gotejar deste silêncio que resiste no brilho dos olhares que se vêem e muitos outros que não se podem ver. Mais além revivo os contraste das sombras que acompanham as horas. Salpico a coerência das dores, que cada momento soube abastecer em mim, e reabastecer-se do tudo e do nada que em mim ficou. Ficou no vazio da saudade, ficou simplesmente na minha morada. Cada frase, é o trago, o folgo da heresia de uma doutrina que um dia ha-de jazer no meu leito, bem junto do meu corpo. Onde serena se encontrara a alma... Entardecia, e este querer é a combustão dos sentimentos que desbravam as fragrâncias na brisa que afagam o rosto. A liberdade, é a vontade dos contrastes, das sinfonias que não não escrevi , da leitura que minhas mãos tacteiam, nos aplausos do brilho de cada olhar.... Sem querer ainda saboreio os beijos que roubei, ainda espero por mim depois de ti! ... Depois de ti, depois de cada depois , de um dia depois ...

Entardecia ....
Supostamente os olhos matariam a fome, matariam as saudades, supostamente!...
Supostamente, relembrava-me para não me esquecer!
Esquecer-me de mim, de ti...

Entardece. Lá fora a síntese dos dias, é a aquarela da tela da minha imperfeição....

Ana P.

14 outubro, 2013

DESABAFOS ....

"Quem escreve e diz o que sente, desabafa".

Os dias sucedem-se.

Os meses justificam cada ano que passa.

Calmamente fecho os olhos para escutar o murmurinho das palavras.
Para escutar e rever significados do meu querer.
Desse querer que não me abandona.
Que não perde a esperança.

Ai, se eu pudesse não deixar nada por falar, nada por dizer...
Quanto de mim já sabem e quanto ainda por saber.
Corroí-me por dentro a falsidade de afetos, os sorrisos que escondem verdades e as lágrimas tantas mentiras...
Corroí-me a alma esse desespero, essa agonia da extrema perfeição, que nem existe sequer.
Corroí-me o reverso de duas caras, onde imponentes são as "amizades", as novas as velhas....
E as histórias. Esse rio de poeira, onde limpas o pó de outros, sem que te preocupes com o teu.
Imaginário não é o que escolheste, mas onde não te deram opção.
Mesmo assim ainda governas o sorriso mesmo sem querer, ainda gramas os olhares que sabes que não podes enganar...
Ilusão não é nossa, mas somente tua.
Esboças a carvão o rosto da tua tristeza, que por ironia acreditas ser "beleza." Beleza onde?!! Que a perdeste...
Perdeste-te de amores vazios, onde o naco da tua fome nem sequer era mitigado. Perdeste-te quando te atreveste a vestir o que não é teu...
Quando miserável estavas e nem o espelho olhavas.
Perdeste-te quando zombaste de mim, quando o ato dos teus atos seriam sempre melhores que os meus.
Não te vias tu, ignorância.... Não te vias!
Que infelicidade ser feliz, com a tristeza de outros. Ah! Mas o gato um dia comer-te-á a língua,( sinceramente acredito que já comeu)!...
Interessante não são os teus erros, mas os dos outros.
Mentiras são o melhor argumento para calares a verdade. E as histórias com um final feliz, são as chaves negras com que queres fechar o passado. ...
O passado, esse é o reflexo do que negas no espelho...
E dás-te por feliz?!! Como assim?!
Se o olhar que tens, ainda não te resgatou do passado....
Injusto, não são os segredos que julgas não se sabem.
Injusto, é saber que não há segredos .....
O problema da verdade é sempre encontrar uma mentira melhor que ela.

Talvez...

Ana P.

BLOCO DE NOTAS 13/10/2013

" Nada é tudo o que podeis ter levado de mim. "

Terão sempre um pouco de mim, quando julgavam não ter nada.

Deixem que o meu repouso baloice, no parapente da vossa saudade.
Falando de mim, apresento-vos as palavras que fermentam os sentimentos.
Que elaboram os sonhos, desafiam o outro lado de mim, repleto de vós....

Vazio, é o contraste do azimute a sombra que se dissipa nas horas.
É o frenético aperto que se sente no peito.... somente no peito.
Valem-me as palavras que não se cansam de mim. A teimosia do olhar que não se prende nos horizontes....
Cativa-os...
Valem-me estes olhos que trago nas mãos, e o tacto que navega nas lágrimas que não são esquecidas.
Valem-me os sorrisos que recebo nos abraços, em código emancipam-se neste corpo, onde a alma coabita no perfume de cada frase que me ajudam a escrever... Assim como a chuva afaga as vidraças, as palavras afagam o que de melhor predomina em cada frase que nunca me ouvirão falar mas que não esquecerei de escrever.
Vale-me, esta fome que se aloja no ventre. A força que transforma as horas difíceis, nos momentos mais belos. Aquelas onde naufraga me senti, perdida numa ilha...
Somente esta ânfora, guarnece a vida. Somente o silêncio, habita o céu sobre um palco de estrelas.
Somente nós, poderemos fazer a diferença ... fazer notória a falta que fazem sentir...
Onde uma parte de mim, ficou .... Mesmo vós não querendo levar nada.
Nada! ...
Será sempre um pouco de mim...

Ana P.

30 setembro, 2013

PERFUME ...

A fragrância
que brota
da essência da luz
que meus olhos emanam.

Perfume,
todo tato do beijo
que se define no toque.

Perfume,
vermelho vivo paixão,
encaixe
púrpura, coração...

Perfume,
onde perdura
a saudade,

que me fazes, sentir! ...

Ana P.

BLOCO DE NOTAS 30/09/2013

Espero-te aqui ! ...

Aparte-se de mim o silêncio. Não há meias palavras. Nem meios tons que possam falar por mim... Seria suposto calar-me! Mas calar-me, é o oposto de mim. É tudo aquilo que não quero deixar por dizer.
Olho, para lá deste silêncio. Para lá, do eco da falta que me fazes sentir, ainda me sento naquele beco, ainda espero e desespero por tanto te querer.
Os sentimentos se despedem dos momentos que partiram de nós. Existe uma força que teima quebrar o vazio. Que teima não nos deixar partir... Nos olhos, vestígios das supostas lágrimas que reacendem o alvoroço de se amar livremente. Não nos perdemos no rasto que decalcamos com os nossos pés, mas nas diferenças que nos lideraram as horas e todos os minutos que desejávamos só nossos. "Só nossos", seria demasiado egoismo.
Até parece que o Mundo gira, à nossa volta...
Sentada. Neste meu pequeno "Mundo" imaginário, esmago a real distância. Conservo o traço dos teus afetos e aproximo o murmurar dos teus lábios. Beijo-te o corpo, em forma de um doce pecado. Nos olhos o trago, desse sorriso que deixaste para mim... Falo para mim, somente de ti!
Somente....
Só(Mente), para não me enganar....

Ana P.

29 setembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 29/09/2013

The other side ...

Parte de mim se diz viva, a outra jaz nos momentos que nunca abdicarei.
Ironicamente jazo onde me sinto viva. O outro lado de Mim, o outro lado do Mar, do Sol, da Luz ... Haverá sempre o outro lado, e quando não for o meu, será o teu, o vosso ...
Talvez o nosso!

Talvez esta inquietude seja a plataforma mais firme de um qualquer sentimento. Seja o inesperado, o inverso do que seguramente não se esperava.
Elas vinham confusas, dissipavam-se na melodia, no drama no avesso dos dias que sem querer ainda contávamos.
Falo-vos das palavras, da fonética das razões, dos vários adereços que não sonegaram os argumentos. Havia palavras nuas. Minhas, tuas. Palavras vestidas, malditas palavras sem horas e as mal ditas que tanto nos ferem.

Ana P.

26 setembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 26/09/2013

" Deixa-me ser, eu deixo-vos estar."

As saudades perlongam-se nos dias, como uma aquisição contra-feita de momentos que não nos deixaram ficar para trás.
Abro a janela.
Lá fora fermentam os perfumes de um outono que teima chegar.
Mescla-se os tons de anil com o ardil de tons laranja de cor terra.
A azafama, contorna os efeitos do horizonte que se despe lá longe.
Fecho os olhos.
Por instantes, retoco o silêncio que me brota nos olhos.
Acendo a luz de uma alma ávida de instantes. Cada pormenor é o grafite que o tempo desenha.
Por vezes, desconhece-se o autor e prepósito encurta a distância que nos separa.
Bendita legião de palavras que não me cansa.
Que não resume.
Não se cala nos argumentos de uma qualquer razão.
Bendito o dia que fiquei sem chão, parti o relógio e cortei as rédeas do coração.
Bendito os dias, as horas os anos, os meses que me transformaram.
Assim eu sou, assim serei! ...
No olhar atordoo as saudades de quem gosto, de quem já partiu...
Revejo-me nas perdas, nas vitórias que se enlaçam no corpo, e eternizam as memórias como um mural da mente.
Certamente já me perdi. Perdi-me tantas vezes,....
As necessárias para me encontrar.
Encontrando-me, encontro aqueles de quem não me esqueci.
Só assim terei aquele gosto de saborear, de escolher e decidir ...
Só assim poderei, ser.

Apenas ser, nada mais....

E deixando-me ser, eu deixo-vos estar.

Ana P.

16 setembro, 2013

Não posso escrever o que significo para vós.

Mas posso escrever o que vós signifiqueis para mim.
Nada acontece por acaso.
O acaso é a brevidade dos momentos que nos mudam, nos transformam.

Absurdo seria não abraçar as saudades de quem gosto. De quem fez e faz a diferença na rutura dos meus dias. Queria dizer-vos, que não me reconheço perfeita, mas sei reconhecer a humildade de vos chamar " Amigos" (as). Sei também que já fechei muitas portas, mas não esqueci de abrir janelas. Sei que já tive dias difíceis, muito difíceis e dias extremamente difíceis onde as memórias foram as velas do meu barco. E o olhar para trás foi o álbum de fotos que todos me ofereceram, presenciar o carinho, sentir os seus abraços, ouvir as gargalhadas que de nós se soltaram... Diluir todas as palavras as emoções até mesmo os frágeis segredos. Por mim, por vós amar com liberdade as lágrimas que nos fizeram felizes, e outras que nos desventraram por dentro e por fora.
Na paz dos meus dias, anida procuro quem nunca esqueci. Quem de mim levou pedaços. O tempo.
O nosso tempo pode ser diferente mas deixar marcas que nos subornam ou que de alguma maneira subornam o tempo.
O amor, é o quilate da afetividade que me restrutura o interior e o exterior. Cavalga na miragem dos olhares desconhecidos, e embala os que demais nunca desistiram de mim.
Reconheço-me bem, para não me esquecer de vós. Para saber ocupar o lugar que me cativa. A distância revela a concorrência da importância de cada um de nós. Atalhos. Podem ser o caminho mais perto, o mais próximo de se alcançar e o mais fácil de nos perdermos.
Conquista-me e terás a verdade do meu ser.
Sem rodeios.
De uma só face.
De um só sorriso.
As arestas são ambas a diferenças que o tempo, nos ajuda a limar.
O significado das verdades que não escondemos de nós.

Pudesse murmurar-vos as sentenças que me prendem a alma.
Dissecar-vos as asas, que vos prendem nas palavras.
Tirar-vos a venda, que vos tapa os olhos.
Que não seria necessário fazer-vos bem em testamento. ....

Esmiúça-se a fragilidade das amizades em todos os contextos que só têm uma direção, uma afinidade, o júbilo de momentos instantâneos que sodomizam a avareza de precários pretextos. Estagnam a existência de nós em outros quem nem de perto nos vêem. Assombram a glória de nós numa causa perdia, a deles.
Deles, que não nos reconhecem, que não estiveram lá, que nunca ouviram as nossas a verdades as nossas mentiras ... não limparam nossas lágrimas nem escutaram as nossas gargalhadas.
Eloquente é sentir a vossa presença mesmo longe, é sentir um abraço, sentir o retorno sem nada ter, nem temer.
Somente o significado da palavra de quem chamamos de AMIGO(A).....

Ana P.

13 setembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 13/09/2013

"Comove-me o ruído que inventas no silêncio".

Enquanto tentavas dar o último suspiro da tua ira.

Calmamente eu, respirava. ...
Calmamente fustigava as lembranças que não se perderam de mim.
Que suportam a nomenclatura do equilíbrio que de dissolve nos gestos, nas razões em muitos fatos que argumentam a escassez de quem se gosta, de quem se ama, de quem se respeita.
Poderia entoar o hino qualquer que não haveria silêncio que não o gritasse.
Não haveria sanidade suficiente, que contrariasse a insanidade da liturgia que cega um olhar. Contra-feitas não são as vontades, mas a força de se querer.
...
Querer, como seres únicos.
Querer depois de amar e amar antes de amar...
Querer muito, muito antes de ter, e muito mais depois do após.
Querer a consequência e não atordoa-la com desculpas.
Querer é o antônimo de não estar só...

Meu amigo(a), lavrei as palavras que me deste para semear.
Dei à terra meu corpo, na forma de cultivar toda a trama do verbo Amar depois de te, Amar!...
Entre mãos, solto a savana do perfume que soltaste dos cabelos.
Nos olhos,cerro as tempestades que nos surpreenderam.
No sorriso liberto a bonança que me faz perder... Perco-me na vontade de querer-te. Querer-te ... querer-te! ...Querer-te.
Um Tic-Tac, do relógio sem corda que não pára.
Um folgo da minha paz, devoradora de toda arte que flameja.
Não tenho preconceitos de amar e de dize-lo.
Não me desfiguro em visuais cuidados.
E as réplicas do silêncio, são a reanimação necessária, para amar depois de, Amar-te! ....

Ana P.

09 setembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 09/09/2013

Imperdível seria não ser imperfeita...

Atentamente, terei mais olhares desatentos do alguma vez pensei. Serei num todo a erosão de um indeterminado tempo. Num corpo que não calafeta janelas, as deixa abertas a contemplar a sucessivas estações que se dissolvem nos aguaceiros. Subornando as aurécias que refrescam a anatomia das manhãs dos dias de um verão apetecido. Assim como o equilíbrio de cada desiquilíbrio que passou . Antes de ser, já o era. Embora não ousasse servir-me das palavras, já há muito estas se serviriam de mim. Há muito que sem saber, teria contextos repletos de sentires, onde a saudade por ser a falta ou a abundância de tudo o que tenho. Poderia deixar de escrever, mas não saberia deixar de sentir. Poderia estar numa zona de perigo, ou numa neutra que não sodomizasse as palavras... moderadamente elevo os sentires no arrasto do tato que meus olhos camufla. Posso abastecer-me nos dias assim como estes podem jazer em mim. Posso repudiar as palavras mas estas não se apartem, não dão uso á cobardia das cordas do relógio. Apenas atordoam o tempo, para que este se perlongue nas quimeras que desafiam a perfeição. Imperfeita serei sempre. Porque sempre me desencontro. Não aguento a pressão de nada fazer, de nada querer e da imposição, do já basta!... Já basta, o quê?!! Se hoje, é hoje e do amanhã nada sei?!!
Já me basta o que sei, para que amanhã não saiba nada...
Perfeito, é esse amor que nasce do peito. Que corrobora as imperfeições que não posso perder... Imperdíveis!
Imperdível seria, talvez dizer que não me vou esquecer que sou IMPERFEITA!

Ana P.

07 setembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 07/09/2013

Tivesse conhecimento para desafiar a eternidade.
Pudesse perlongar-me no tempo. Deitar-me nele, como me deito em minha cama e chamar o sono.
Num deleite que ameniza o cansaço do corpo, apazígua a alma para lá do tempo que lembro acordada.
O desejo entardece os meus dias. Assim como o templo, mescla a cor dos meus cabelos. Naturalmente o corpo carrega os anos, a idade, como a alma me carrega.
Como ela mima, a ternura dos meus olhos e cada gesto livre com que aprendi a falar, a murmurar entre os lábios que sacaneiam o sorriso.
Todo o tempo do mundo, é quanto basta para não saber da eternidade.
O suficiente, em que me rendo nos dias um de cada vez. As lembranças, são os arados dos dias que se precedem. A iguaria que justifica qualquer tipo de opção.
O anti-depressivo ou analgésico que não podemos comprar.
Ali à mão de semear, quantas vezes ignoradas?!! ...

Ana P.

06 setembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 06/09/2013

Lessons in Love...

Todos os momentos que nos fizeram cair e outros que não sendo eternos nos ajudam a levantar. Valentia, não é nunca ter caído. É cair, e erguermo-nos as vezes que forem necessárias...

Modernizam-se os sonhos, as vontades mas uma lição de amor, será sempre uma lição de AMOR!

A autonomia de ser quem sou, permite que cada momento seja mais que um simples momento. Seja uma lição, uma aprendizagem. A grandeza da lucidez desses momentos, representa estar viva para os poder relembrar.
Hoje, estou diferente de ontem. Certamente muito diferente de alguns anos atrás. No entanto emerge em mim a rebeldia na iminência de um corpo de mulher. Rebelde como os ventos que já me beijaram o rosto. Como as marés que estendem na areia soltando a brisa de sabor a mar.
...

Miro os horizontes, deixo correr os riscos para lá da aventura que não conheço. ... para lá do desconhecido, é tudo aquilo onde me julgo encontrar. Atos que se traduzem em diferentes formas de amar e de estar...
A idade é o porta-retratos que me permite partilhar cada traço que veio para ficar. Mesmo que não vejam nada, nada é tudo o que me define se alonga nos dias que me seguirão. Poderia anoitecer no meu colo, que não haveria páginas em que coubesse a azafama das palavras, não teria forças para conter a comporta que guardo nos olhos . Na subtileza dos afetos render-me no sorriso que meus filhos acarretam em suas bocas. Nos gestos que se dissipam entre o amanhã e o depois... Vanguarda, não é viver no passado é recordá-lo para estar á frente. À frente de mim, depois de vós, meus filhos...
Meus filhos são a tocha de luz dos meus olhos, o brilho de cada sorriso que inaugura os dias e as horas que passam. Não há significados nem adjetivos que não se percam no ventre da mãe. Não há maiores de lições de amor que aquelas que se escondem entre as mãos de uma mãe. Não há prozac, que nos alivie a dor de uma perda. Nem substitutos. Apenas um tempo fora de horas que nos permite, estudar as lições ....

Ana P.

04 setembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 04/09/2013

Hoje, estou assim...
Amanhã, logo se verá ...

Porque o tempo se enaltece em cada momento que não me esquece.
Há dias que faminta, procuro enganar as palavras. A necessidade de as absorver é bem maior do que qualquer sentimento vão. Há dias remexidos, dias em que o abstrato do silêncio é o único ruído que me retêm. Que dissolve e absolve nas divergentes razões, em que perfeito é o sinônimo mais próximo da imperfeição que me dá vida. Dias, em que a expressão do olhar é a parte mais lucida de mim. O afinco que amordaça a tristeza. Conquista a realidade de cada passo que sempre aguardo dar. Não posso ser a promessa quebrada ou um simples trilho que segue por uma estrada. Sei um pouco de mim, quando julgava não saber de nada.... Impaciente, é o tempo que desdém o tempo. Não eu, que me divido e subdivido na placenta dos dias. Sem opção aprisiono-me nos afetos, no olhares repletos de emoções que não extinguem horizontes. Ironia de uma mordomia de quem sente na pele. De quem enxerga de olhos fechados. Onde por vezes o sorriso é a fonte das lágrimas que não me vistes chorar, os soluços de uma tristeza que não sentis. Mas que faz parte das estações que ludibriam os sonhos, o cansado de dias que parecem não ter fim... Assombram a eternidade de um simples minuto, de uma hora qualquer que dá por falta de mim. Devora e questiona tudo o que sinto e o que senti... Dou por mim, aqui! Numa página de um livro que ainda não escrevi. Em prol de um silêncio que se abastece nas réstias de luz que não extingo nas palavras ...

Ana P.

20 agosto, 2013

20 de Agosto de 2013 ....

Amor....

A trama da delicadeza, ou ira infundida.
Enquanto antecipo as palavras, estas resgatam-me vezes sem fim.
Deveria dizer que sem Amor não, Vivo!
Mas se de Amor, já morri tantas vezes.
Tantas, que estas são o berço que me embala a Alma. As asas que nunca terei, são a prosa, a poesia o analgésico, azimute do medo, da cobardia. ...
Devo dizer meu, Amor!.
Amor, que me nasce no peito.
Que não renega o renascer.
Amor das horas em que ferida, desejei morrer. Morrer de Amor para te ver.... Amor são reversos contextos, são arpas lâminas ou somente uma chama?!.. Esse Amor, que arde sem se ver. É a dúvida, a certeza, uma fortuna a avareza.
Amor, pode ser simplesmente uma cor ou sem cor ser a chuva.
Faz-me falta o dialeto, o murmurio dos olhares que gritam, Amor!
Faz-me falta o timbre que ecoa nas palavras os afetos.
Que faz de nós um adereço ou o maior objecto... de Amar e ser Amado! ...
Ser o purpura desse doce pecado.
Ser de carne, parecer imoral. ( o pecado mora ao lado)...
Amor, Amor ...
que se perde, que não planeia as saudades... Amor, do tudo e do nada ....
Amor que se vive, mesmo sem estar acordada ....

E por mim digo:
- Fazem-me falta as palavras, de Amor!

Ana P.

14 agosto, 2013

DUETO ANA P. / JC PATRÃO ...


Nem sempre serei

A lanterna da tua luz

Nem o cinza

Nem a cor

Nem a lágrima

Nem o lenço

Nem o vento

Ou a saudade

A

Corda bamba do Tempo…

Efémero, pretenso. ..

Talvez estilhaço

De momentos…

Daquele segundo que segredei

Ou sorrisos, ou lamentos

Sombra de face distante

Náufraga púrpura

De chuvas ácidas…

Sinestesia de tactos de pérolas

E odores

Metáforas flácidas…

Nau,

Caravela perdida

amotinada,

Pecados e melodias

Em asas de arcanjos

Rendidos…

Plumas,

Pianos e violinos

Descendo degraus do

Doce inferno

Apetecido

Frases de leito,

Alvo,

Desfeito

Sinfonia equidistante

A

Leiga,

Diamante…

o centro do tumulto

do teu instrumento,

vencido…

errante…

O crepúsculo invertido,

Palavra meiga

Que esconde o destino

No sussurro do ouvido

Serei, Terra

Serei, Água

Serei, Fogo

O

Ar de um soluço perdido…


Ana P / JC Patrão

12 agosto, 2013


Bloco de notas 12/08/2013

Partilho o mistério de todas as glórias que se enfeitiçam na LUA.

Os prepósitos que se definem, e outros que se dispersam no olhar.
E um olhar, honra o espólio das palavras que nasceram muito antes de me encontrar.
O antes e o depois de mim....
O antes, se anexa num passado, onde inexistir seria o seguimento do meu ser.
O depois , a escolta de um reverso contexto, onde o ser muitas vezes deixa de ser... Seria assim depois de mim.
Um nada desigual se abastece de tudo, o que simplesmente sou!....
Atentamente, saberia de cor como decifrar cada muda palavra que a LUA me ensina. Saberia reconhecer-lhe o perfume que embriaga a noite, que se abriga no brilho dos meus olhos. Saberia entoar o hino que solto nos sorrisos, nos momentos que despertam a lembranças que me agarram à vida....
Em cada gesto o grafite dos desejos tatuam os sentidos que me levam para lá dos limites do horizonte ...
Onde os tons terras acentuam o azul do pedaço do céu que caí no seu dorso. Sobre águas espelha o rosto da LUA, que se esconde nas sombras dos ponteiros do relógio. Azimute dos dias, para além do sol.

Para além de tudo, o que ainda não sei.

Ana P.

05 agosto, 2013

BLOCO DE NOTAS 05/08/2013

Temática do "Amigo".

Estranho não é chamar-vos de "amigos", é não vos procurar e encontrar-vos.

Haverá conceitos que podem definir "amigos"?!! ...

Certamente, todos aqueles que se dissipam nos sentimentos que nos definem como seres humanos que somos.
Amigo é um estado de espirito, uma colina ou ravina onde nos podemos encontrar.
São asas.
A alegria.
A saudade de quem partiu e não pode voltar.
É o rio, essa flor de pétalas cravejadas de amor.
O vento, a ventania, a fortuna ou uma ninharia que se transforma em amor.
É ferro, fogo e brasa quando o tempo corroí, fumo seco a fumaça, pó de incenso, nada mais.
Amigo, é o berço, o chão é nossa comida, o naco de pão.
É a fé, sem cobardia, é todo Mundo isento de religião.
Amigo, é o tempo sem horas. É o nosso tudo na palma das nossas Mãos.

"Na mente o relato de todas as sínteses, que ajuízam a moralidade que apelido de amizades"...

Ana P.

03 agosto, 2013

Pensei num jardim de violetas.
Por instantes instiguei o porquê...
Ao certo não sabia explicar-me. Esclarecer-me do perfume que me atraía e me levava para lá.. Apenas a cor violeta traça o arco-íris que nasceu nos meus olhos.
O corpo estava exausto.
Sentada os olhos percorriam o silêncio que desarmavam as palavras.
Há dias que fujo de mim e outros em que me quero encontrar.
Necessariamente a Alma é o refugio das palavras.
De todas as silabas que se anexam aos sonhos.
Necessariamente recordo as lembranças.
As memórias que se expõem por dentro e por fora.
Não resisto, nem quero!...
Alada nas fragrâncias que não me deixam esquecer.
Revivo momentos olhando o relógio sem têm ponteiros...
Fecho os olhos...
A pretensão de alcançar-te é o elo mais forte.
A certeza frenética que esboça o sorriso nos meus lábios...
E o cansaço desfalece nas memórias.
Adormece nos braços que abraçam o horizonte e ilumina a noite mais cerrada, que não predomina nos sonhos que me lembro ter sonhado.
Metade de mim, é o teu átrio.
A outra o claustro silêncio onde me atrevo nas palavras.
Aqui ao lado. Ao meu lado a paz que se evapora nas gargalhadas, nas meias frases e nas frases ditas, ou mal-ditas.
Malditas, aquelas que me fugiu a coragem.
Que se quedam nas paginas negras que não quis ler. Absorveram o trago que tantas vezes grito sem dizer nada! ... Basta-me olhar.
Olhar e sentir a plenitude que se alcança sem tirar os pés no chão.
Se este silêncio me diz tanto....
Porque nunca deste por ele?!! ...

Porque, não sentes no corpo a chuva púrpura?

Ana P.