20 outubro, 2013

NOTA : 20/10/2013

Entardecia....

A viagem inacabada tornava os momentos quase perfeitos dos meus dias. (Isto porque sei que a imperfeição, é o que nos aproxima da perfeição). Em mim o apêndice da saudade, prende-me por dentro e por fora dos olhares intermináveis. Intermináveis como o gotejar deste silêncio que resiste no brilho dos olhares que se vêem e muitos outros que não se podem ver. Mais além revivo os contraste das sombras que acompanham as horas. Salpico a coerência das dores, que cada momento soube abastecer em mim, e reabastecer-se do tudo e do nada que em mim ficou. Ficou no vazio da saudade, ficou simplesmente na minha morada. Cada frase, é o trago, o folgo da heresia de uma doutrina que um dia ha-de jazer no meu leito, bem junto do meu corpo. Onde serena se encontrara a alma... Entardecia, e este querer é a combustão dos sentimentos que desbravam as fragrâncias na brisa que afagam o rosto. A liberdade, é a vontade dos contrastes, das sinfonias que não não escrevi , da leitura que minhas mãos tacteiam, nos aplausos do brilho de cada olhar.... Sem querer ainda saboreio os beijos que roubei, ainda espero por mim depois de ti! ... Depois de ti, depois de cada depois , de um dia depois ...

Entardecia ....
Supostamente os olhos matariam a fome, matariam as saudades, supostamente!...
Supostamente, relembrava-me para não me esquecer!
Esquecer-me de mim, de ti...

Entardece. Lá fora a síntese dos dias, é a aquarela da tela da minha imperfeição....

Ana P.

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