28 outubro, 2013

Bloco de notas : 28/10/13

Há dias que desafiam as metamorfoses de cada sentir.
De cada espaço que não sobeja de nós.
Há dias que simplesmente esqueço, e outros que para esquecer só me fazem relembrar.
Poderia escrever mil palavras que te repudiassem, mil palavras em que o epicentro é a tonalidade incolor que reveste a minha pele. Haveria o absurdo de gritos mudos, onde os espasmos eram a cólera do teu folgo. Revertidos nesse fogo que arde sem se ver, atiçava o desejo de muito querer-te. De muito ver-te depois das palavras. Após o jogo que prevalece nas horas que se contam, depois. Para lá do murro, a sombra. Caminhos opostos, prevaricam nos trilhos. Prevaricam no gotejar que emana saudades, entre os arrepios de ócio que esmiúça a vontade de querer-te. De amar-te incondicionalmente como cada abraço que não se nega. Que não esmorece na distante forma de se expressar. E os sorrisos são carvejados de memórias, abrilhantam a fuga que sempre me leva para junto de ti. ... Labirinto de lembranças, Éden, do pólen do perfume que é só teu. Personalizado, não haverá brumas inconfundíveis, nem aurécias que substituem as fragrâncias que me tatuaste no corpo. Não haverá tato que meus olhos não sintam, nem odores que meu peito não transpire. Provavelmente nada será igual... Nada!...
Nada seria o tudo que sempre tivemos...
Tudo o que não víamos.

Ana P.

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