20 agosto, 2013

20 de Agosto de 2013 ....

Amor....

A trama da delicadeza, ou ira infundida.
Enquanto antecipo as palavras, estas resgatam-me vezes sem fim.
Deveria dizer que sem Amor não, Vivo!
Mas se de Amor, já morri tantas vezes.
Tantas, que estas são o berço que me embala a Alma. As asas que nunca terei, são a prosa, a poesia o analgésico, azimute do medo, da cobardia. ...
Devo dizer meu, Amor!.
Amor, que me nasce no peito.
Que não renega o renascer.
Amor das horas em que ferida, desejei morrer. Morrer de Amor para te ver.... Amor são reversos contextos, são arpas lâminas ou somente uma chama?!.. Esse Amor, que arde sem se ver. É a dúvida, a certeza, uma fortuna a avareza.
Amor, pode ser simplesmente uma cor ou sem cor ser a chuva.
Faz-me falta o dialeto, o murmurio dos olhares que gritam, Amor!
Faz-me falta o timbre que ecoa nas palavras os afetos.
Que faz de nós um adereço ou o maior objecto... de Amar e ser Amado! ...
Ser o purpura desse doce pecado.
Ser de carne, parecer imoral. ( o pecado mora ao lado)...
Amor, Amor ...
que se perde, que não planeia as saudades... Amor, do tudo e do nada ....
Amor que se vive, mesmo sem estar acordada ....

E por mim digo:
- Fazem-me falta as palavras, de Amor!

Ana P.

14 agosto, 2013

DUETO ANA P. / JC PATRÃO ...


Nem sempre serei

A lanterna da tua luz

Nem o cinza

Nem a cor

Nem a lágrima

Nem o lenço

Nem o vento

Ou a saudade

A

Corda bamba do Tempo…

Efémero, pretenso. ..

Talvez estilhaço

De momentos…

Daquele segundo que segredei

Ou sorrisos, ou lamentos

Sombra de face distante

Náufraga púrpura

De chuvas ácidas…

Sinestesia de tactos de pérolas

E odores

Metáforas flácidas…

Nau,

Caravela perdida

amotinada,

Pecados e melodias

Em asas de arcanjos

Rendidos…

Plumas,

Pianos e violinos

Descendo degraus do

Doce inferno

Apetecido

Frases de leito,

Alvo,

Desfeito

Sinfonia equidistante

A

Leiga,

Diamante…

o centro do tumulto

do teu instrumento,

vencido…

errante…

O crepúsculo invertido,

Palavra meiga

Que esconde o destino

No sussurro do ouvido

Serei, Terra

Serei, Água

Serei, Fogo

O

Ar de um soluço perdido…


Ana P / JC Patrão

12 agosto, 2013


Bloco de notas 12/08/2013

Partilho o mistério de todas as glórias que se enfeitiçam na LUA.

Os prepósitos que se definem, e outros que se dispersam no olhar.
E um olhar, honra o espólio das palavras que nasceram muito antes de me encontrar.
O antes e o depois de mim....
O antes, se anexa num passado, onde inexistir seria o seguimento do meu ser.
O depois , a escolta de um reverso contexto, onde o ser muitas vezes deixa de ser... Seria assim depois de mim.
Um nada desigual se abastece de tudo, o que simplesmente sou!....
Atentamente, saberia de cor como decifrar cada muda palavra que a LUA me ensina. Saberia reconhecer-lhe o perfume que embriaga a noite, que se abriga no brilho dos meus olhos. Saberia entoar o hino que solto nos sorrisos, nos momentos que despertam a lembranças que me agarram à vida....
Em cada gesto o grafite dos desejos tatuam os sentidos que me levam para lá dos limites do horizonte ...
Onde os tons terras acentuam o azul do pedaço do céu que caí no seu dorso. Sobre águas espelha o rosto da LUA, que se esconde nas sombras dos ponteiros do relógio. Azimute dos dias, para além do sol.

Para além de tudo, o que ainda não sei.

Ana P.

05 agosto, 2013

BLOCO DE NOTAS 05/08/2013

Temática do "Amigo".

Estranho não é chamar-vos de "amigos", é não vos procurar e encontrar-vos.

Haverá conceitos que podem definir "amigos"?!! ...

Certamente, todos aqueles que se dissipam nos sentimentos que nos definem como seres humanos que somos.
Amigo é um estado de espirito, uma colina ou ravina onde nos podemos encontrar.
São asas.
A alegria.
A saudade de quem partiu e não pode voltar.
É o rio, essa flor de pétalas cravejadas de amor.
O vento, a ventania, a fortuna ou uma ninharia que se transforma em amor.
É ferro, fogo e brasa quando o tempo corroí, fumo seco a fumaça, pó de incenso, nada mais.
Amigo, é o berço, o chão é nossa comida, o naco de pão.
É a fé, sem cobardia, é todo Mundo isento de religião.
Amigo, é o tempo sem horas. É o nosso tudo na palma das nossas Mãos.

"Na mente o relato de todas as sínteses, que ajuízam a moralidade que apelido de amizades"...

Ana P.

03 agosto, 2013

Pensei num jardim de violetas.
Por instantes instiguei o porquê...
Ao certo não sabia explicar-me. Esclarecer-me do perfume que me atraía e me levava para lá.. Apenas a cor violeta traça o arco-íris que nasceu nos meus olhos.
O corpo estava exausto.
Sentada os olhos percorriam o silêncio que desarmavam as palavras.
Há dias que fujo de mim e outros em que me quero encontrar.
Necessariamente a Alma é o refugio das palavras.
De todas as silabas que se anexam aos sonhos.
Necessariamente recordo as lembranças.
As memórias que se expõem por dentro e por fora.
Não resisto, nem quero!...
Alada nas fragrâncias que não me deixam esquecer.
Revivo momentos olhando o relógio sem têm ponteiros...
Fecho os olhos...
A pretensão de alcançar-te é o elo mais forte.
A certeza frenética que esboça o sorriso nos meus lábios...
E o cansaço desfalece nas memórias.
Adormece nos braços que abraçam o horizonte e ilumina a noite mais cerrada, que não predomina nos sonhos que me lembro ter sonhado.
Metade de mim, é o teu átrio.
A outra o claustro silêncio onde me atrevo nas palavras.
Aqui ao lado. Ao meu lado a paz que se evapora nas gargalhadas, nas meias frases e nas frases ditas, ou mal-ditas.
Malditas, aquelas que me fugiu a coragem.
Que se quedam nas paginas negras que não quis ler. Absorveram o trago que tantas vezes grito sem dizer nada! ... Basta-me olhar.
Olhar e sentir a plenitude que se alcança sem tirar os pés no chão.
Se este silêncio me diz tanto....
Porque nunca deste por ele?!! ...

Porque, não sentes no corpo a chuva púrpura?

Ana P.

01 agosto, 2013

Só...

Aqui!
O sossego sobeja.
Sobeja a liberdade que te trás,
e a liberdade que te leva.

É
nesta vontade de querer-te...
Que aniquilo as tempestades,
que despertam
o ruído do silêncio que me fala de ti.
Somente
o colo dos abraços.
O
afeto dos beijos,
que descrevem as nossas bocas.
Insana a vontade,
que se gruda na solidão.
lacrimeja nas lembranças.
Reduz o tempo.
Encurta as distâncias,
que naufragam nos meus olhos...

Perco-me em mim.

Somente para saber de ti, meu Amor!

Ana P.