28 outubro, 2013

Bloco de notas : 28/10/13

Há dias que desafiam as metamorfoses de cada sentir.
De cada espaço que não sobeja de nós.
Há dias que simplesmente esqueço, e outros que para esquecer só me fazem relembrar.
Poderia escrever mil palavras que te repudiassem, mil palavras em que o epicentro é a tonalidade incolor que reveste a minha pele. Haveria o absurdo de gritos mudos, onde os espasmos eram a cólera do teu folgo. Revertidos nesse fogo que arde sem se ver, atiçava o desejo de muito querer-te. De muito ver-te depois das palavras. Após o jogo que prevalece nas horas que se contam, depois. Para lá do murro, a sombra. Caminhos opostos, prevaricam nos trilhos. Prevaricam no gotejar que emana saudades, entre os arrepios de ócio que esmiúça a vontade de querer-te. De amar-te incondicionalmente como cada abraço que não se nega. Que não esmorece na distante forma de se expressar. E os sorrisos são carvejados de memórias, abrilhantam a fuga que sempre me leva para junto de ti. ... Labirinto de lembranças, Éden, do pólen do perfume que é só teu. Personalizado, não haverá brumas inconfundíveis, nem aurécias que substituem as fragrâncias que me tatuaste no corpo. Não haverá tato que meus olhos não sintam, nem odores que meu peito não transpire. Provavelmente nada será igual... Nada!...
Nada seria o tudo que sempre tivemos...
Tudo o que não víamos.

Ana P.

22 outubro, 2013

Meu Amor... 22/10/ 13

Meu, Amor! ...

Não preciso de escrever teu nome.
Não abuso das palavras de chamar-te "Meu Amor".
Amor!
Pode ser apenas um nome
ou
as mil verdades que não soubemos escutar.
Mil palavras que deixamos,
ao critério do verbo Amar.
E do Amar por Amar,
nascem palavras.

*****
Quantas vezes nos enterram,
muito antes da partida?!!.
São palavras, feridas,
a lâmina da guilhotina.

Um beco sem saída....

Meu Amor pode ser,
este pedaço de chão,
a minha fome e o teu pão.

Meu Amor! ...

É a valentia
É o arco da flecha
que rasga as noites para o nascer do dia.
Meu Amor ...

Ana P.

21 outubro, 2013

Bloco de notas 21/10/13 INOCÊNCIA...

Inocência.

Coabita nos contornos de cada recear. No "EU", inocência é tudo que não quero reclamar.

Na memória a aragem das janelas semi-fechadas, libertam a brisa que não se pode anular no presente. Adocicam o passado que se prende na saudade, de não poder voltar. Mesmo assim não sei quantas vezes me perco no presente, nos caminhos desse passado. Nos socalcos, o alpendre das estações que não se equivocam.
Os vestígios falam-me de mim mais que este espelho onde me olho todos os dias. Sinto-me leiga, que o folgo é trafego que se evapora no presente, é prece refeita sem esforço.
Inocentes, os dias que me lembram, outros poderei esquecer-me. De certeza esquecer-me-ão!.
Inocente o fogo que me queima, sem que possam ver e sentir. ... Inocente, o olhar que fecha os olhos para melhor ver. Tão alvo como a gentileza do ato de estender a mão, e sorrir com a gargalhadas do brilho dos olhos que nascem em outros olhares.
Profundo é o silêncio que desarma as palavras, prevarica nos ecos de cada sentir, deixando a nu a inocência.

Inocente o dia, em que não pedimos para nascer!...

Ana P.

Bloco de notas 21/10/2013

Deito-me no "Amor", para que possa erguer-me todos os dias.
Nunca, é o desleixe das conversas que nos levam para um outra vez... Mais uma vez!

Impensável é nunca perder. Nunca derramar as lágrimas no leito do rio que se esconde em nós.
Impensável seria nunca chorar. Nunca rir, ferir e amar somente. E só, apenas deixar de amar.
Haverá dias demasiado negros, outros por fim que já não são lembrados. Haverá a caruma de uma floresta com vida e misteriosas clareiras nos relembrem um passado, alguém, nos f relembraram de nós....
Haverá as certezas, que se dissiparam das incertezas e o certo e o errado de quem nos olhou de lado.
Haverá a Guerra e a Paz, a Esperança.

Todavia , haverá as escolhas onde teremos opção . Outras serão aceites, porque não nos deram isenção .
Somente o Amor nos governa, o Amor nos dá, nos tira. Somente ele sobejara para que nos possamos erguer.
Haverá dias que o amaldiçoemos, que desejávamos não o ter. Desejávamos não reconhece-lo. Haverá as dúvida e todas as perguntas que não nos souberam responder. Inquietação pode ser a agonia de desesperar, pode ser a outra face e não vimos que nos pode salvar.
Somente o Amor nos leva e nos faz voltar, como uma onda nas marés desafiando o mar.
Somente o apelo que nos mora no peito, assola os momentos que nos arrancam dos braços do coração. ...

Enigmática não é a dor, mas o "Amor"!

Ana P.

20 outubro, 2013

NOTA : 20/10/2013

Entardecia....

A viagem inacabada tornava os momentos quase perfeitos dos meus dias. (Isto porque sei que a imperfeição, é o que nos aproxima da perfeição). Em mim o apêndice da saudade, prende-me por dentro e por fora dos olhares intermináveis. Intermináveis como o gotejar deste silêncio que resiste no brilho dos olhares que se vêem e muitos outros que não se podem ver. Mais além revivo os contraste das sombras que acompanham as horas. Salpico a coerência das dores, que cada momento soube abastecer em mim, e reabastecer-se do tudo e do nada que em mim ficou. Ficou no vazio da saudade, ficou simplesmente na minha morada. Cada frase, é o trago, o folgo da heresia de uma doutrina que um dia ha-de jazer no meu leito, bem junto do meu corpo. Onde serena se encontrara a alma... Entardecia, e este querer é a combustão dos sentimentos que desbravam as fragrâncias na brisa que afagam o rosto. A liberdade, é a vontade dos contrastes, das sinfonias que não não escrevi , da leitura que minhas mãos tacteiam, nos aplausos do brilho de cada olhar.... Sem querer ainda saboreio os beijos que roubei, ainda espero por mim depois de ti! ... Depois de ti, depois de cada depois , de um dia depois ...

Entardecia ....
Supostamente os olhos matariam a fome, matariam as saudades, supostamente!...
Supostamente, relembrava-me para não me esquecer!
Esquecer-me de mim, de ti...

Entardece. Lá fora a síntese dos dias, é a aquarela da tela da minha imperfeição....

Ana P.

14 outubro, 2013

DESABAFOS ....

"Quem escreve e diz o que sente, desabafa".

Os dias sucedem-se.

Os meses justificam cada ano que passa.

Calmamente fecho os olhos para escutar o murmurinho das palavras.
Para escutar e rever significados do meu querer.
Desse querer que não me abandona.
Que não perde a esperança.

Ai, se eu pudesse não deixar nada por falar, nada por dizer...
Quanto de mim já sabem e quanto ainda por saber.
Corroí-me por dentro a falsidade de afetos, os sorrisos que escondem verdades e as lágrimas tantas mentiras...
Corroí-me a alma esse desespero, essa agonia da extrema perfeição, que nem existe sequer.
Corroí-me o reverso de duas caras, onde imponentes são as "amizades", as novas as velhas....
E as histórias. Esse rio de poeira, onde limpas o pó de outros, sem que te preocupes com o teu.
Imaginário não é o que escolheste, mas onde não te deram opção.
Mesmo assim ainda governas o sorriso mesmo sem querer, ainda gramas os olhares que sabes que não podes enganar...
Ilusão não é nossa, mas somente tua.
Esboças a carvão o rosto da tua tristeza, que por ironia acreditas ser "beleza." Beleza onde?!! Que a perdeste...
Perdeste-te de amores vazios, onde o naco da tua fome nem sequer era mitigado. Perdeste-te quando te atreveste a vestir o que não é teu...
Quando miserável estavas e nem o espelho olhavas.
Perdeste-te quando zombaste de mim, quando o ato dos teus atos seriam sempre melhores que os meus.
Não te vias tu, ignorância.... Não te vias!
Que infelicidade ser feliz, com a tristeza de outros. Ah! Mas o gato um dia comer-te-á a língua,( sinceramente acredito que já comeu)!...
Interessante não são os teus erros, mas os dos outros.
Mentiras são o melhor argumento para calares a verdade. E as histórias com um final feliz, são as chaves negras com que queres fechar o passado. ...
O passado, esse é o reflexo do que negas no espelho...
E dás-te por feliz?!! Como assim?!
Se o olhar que tens, ainda não te resgatou do passado....
Injusto, não são os segredos que julgas não se sabem.
Injusto, é saber que não há segredos .....
O problema da verdade é sempre encontrar uma mentira melhor que ela.

Talvez...

Ana P.

BLOCO DE NOTAS 13/10/2013

" Nada é tudo o que podeis ter levado de mim. "

Terão sempre um pouco de mim, quando julgavam não ter nada.

Deixem que o meu repouso baloice, no parapente da vossa saudade.
Falando de mim, apresento-vos as palavras que fermentam os sentimentos.
Que elaboram os sonhos, desafiam o outro lado de mim, repleto de vós....

Vazio, é o contraste do azimute a sombra que se dissipa nas horas.
É o frenético aperto que se sente no peito.... somente no peito.
Valem-me as palavras que não se cansam de mim. A teimosia do olhar que não se prende nos horizontes....
Cativa-os...
Valem-me estes olhos que trago nas mãos, e o tacto que navega nas lágrimas que não são esquecidas.
Valem-me os sorrisos que recebo nos abraços, em código emancipam-se neste corpo, onde a alma coabita no perfume de cada frase que me ajudam a escrever... Assim como a chuva afaga as vidraças, as palavras afagam o que de melhor predomina em cada frase que nunca me ouvirão falar mas que não esquecerei de escrever.
Vale-me, esta fome que se aloja no ventre. A força que transforma as horas difíceis, nos momentos mais belos. Aquelas onde naufraga me senti, perdida numa ilha...
Somente esta ânfora, guarnece a vida. Somente o silêncio, habita o céu sobre um palco de estrelas.
Somente nós, poderemos fazer a diferença ... fazer notória a falta que fazem sentir...
Onde uma parte de mim, ficou .... Mesmo vós não querendo levar nada.
Nada! ...
Será sempre um pouco de mim...

Ana P.