31 janeiro, 2011

AMOR IMPERFEITO ...

Caíste a meus pés ...
ESCURIDÃO...
Deixaste-me aqui tão sozinha ...
Levaste a razão do meu SER ...
A prova do meu VIVER ...
Entre as sombras e os dias ...
Com lágrimas de luto Vestidas ...
Arrancaste pedaços de MIM! ...
Carne Viva do meu SER ...
Que hoje
rasgada assim...
TEIMA! ...
Em
não querer deixar de te VER ...
O nó
que me ata a ALMA ...
O nó
que não me deixa CORRER ...
O nó
deste SILÊNCIO ...
Um NÓ!
Que tanto me faz sofrer ...
Na velhinha sombra da DOR ...
Que luta por SOBREVIVER ...
Cravada
neste meu peito ...
A
dor mais
Negra do Mundo
Nas
Asas de um grande Amor...
DESFEITO ...
Que
jamais se arranca...
Por dentro e fora do meu INANE ...
Peito ...
Onde
Jaz um corpo...
Sob...
a pena de um, Amor IMPERFEITO! ...

ANA P.

AMOR ... 16/11/2010

Amor
canta-me um hino...
O
Hino do desatino...
dos teus ciúmes
AMOR! ...
Amor
Canta-me um queixume baixinho ...
Faz-me murmúrios tecidos
bordados em lençóis de linho ...
Na altivez do teu hino...
Segredos desvendados...
Provas
de AMOR, cantadas ...
Canta
com CORAÇÃO!
Brama a verdade com engenho ...
Canta, Amor! ...
É poesia ...
Pura ...
Fiel ...
Bravia ...
Enredo e valentia ...
Herança do homem sadia ...
Em
Mulher Rosa Vermelha ...
Honra ...
No punho de uma espada ...
Pétalas de Rosas pregadas...
AMOR! ...
É poesia ...
Canta-me um hino ...
SEM Desatino ...
Amor! ...

ANA P.

GLACIAR DE MOMENTOS .... 17/11/2010

Sereia
Menina Flor ...
Diz-me palavras que se
prenderam no tempo...
Porque visto a tristeza ao anoitecer?! ...
Que significa este sofrer?! ....
Será por não te ver?! ...
AMOR ...
Vem render-te...
No rendilhado do meu corpo...
Em óleos sedosos...
Unguento
purificador do teu espírito...
Cobre-me com o romance
da tua paixão...
Pespontado com fogo...
que me incinera ...
PÓ do coração ...
Um começo...
Uma história ...
Na trama das manhãs
de
uma quimera...
Fome infinita ...
Pactos de escrita ...
Momentos soldados
com puro ouro...
Mercúrio que me fermenta nas veias ...
Vermelho VIVO ...
Glaciar dourado ...
Coração congelado ...
Olhares estilhaçados ...
GELADOS ...
Que reflectem teu rosto ...
na sapiência de cada oração, Pregada ...
Momentos em que fui TUDO! ... ou simplesmente NADA! ...
Semeada nos ventos ...
MOMENTOS ....
Estações que marcaram
nosso TEMPO ...
No brotar de uma FLOR-MENINA ...
CONDOR dos mares
olhos de SEREIA
para nos alcançar ...
Em cada ...
GLACIAR DE MOMENTOS ...

ANA P.

EXTRAVAGÂNCIA ...

Derramei as flores ...
Deixei
que fustigassem meu rosto ...
Exaltei seus perfumes ...
Odores com mosto ...
Meus divinos
e gentis gostos ...
A liberdade dispersa ...
Um amar alado, livre ...
Sem fronteiras
barreiras, eiras ou beiras ...
Propagação Infinita
no derrame de essências
que me atordoam ...
Esbarram nos sentidos ...
Que me assombram ...
Delatam-me ...
Dão-me, VIDA!
Na escuridão de alguns dias...
Folhas
de sombras, com RAZÃO ...
Que se VÃO ...
SOLTAS ...
Esvoaçando odores
que perduram em mim ...
FLORES ...
Absoluto tempo aromatizado ...
Que pode marcar um FIM!
Meu ÓPIO ...
Narcótico,
na extravagância de cada DERRAME de FLORES ...

ANA P.

SENTIR-TE ...

Sentir
quais as palavras
que ficaram por dizer ...
Marcadas na indiferença
a faca cravada...
Sem
porquê ...
Mais nada ...
Sentir
a Avilez insegura
onde te perdes...
Distância...
Percorrer
labirintos
caminhos
estradas
ruas
numa paisagem
agreste
ou talvez
rupestre...
Fria
de pedra
bruta sombria
pouco a pouco
camuflada entre prantos e sonhos de vida
Despida ...
Que pecados escondes?!
Quantas ceifas, deixaste por fazer?!
Quantos leitos
nunca foram desfeitos, aqueceste?!
Quantas castas de uvas, usas na embriaguez da alma?! ...
Cada fôlego ... que te trava ... sustenta a respiração...
Cateter...
Inane ...
Ofegante ...
Espírito vazio
perdura na incerteza
que vacila entre o querer e o dever ...
Quantas vezes acompanhado
acordas literalmente sozinho?!
Utopia perfeita
que ansiavas sofregamente...
Acreditavas...
Que o teu desejo
seria, VIVER!
Mas quantas vezes, aos poucos te sentes morrer?! ...
Sentir...
O desgaste que omites
no silêncio...
Cada poesia perfumada
que te liberta...
Astro Rei ...
Soberano ...
Num corpo atolado de sentimentos .... Dispersos ...
Em cada infinito que te devolve .... à VIDA!
SENTIR-TE!!!

ANA P.




VOAR ...


Eu sei que um dia
serei a gaivota ou andorinha...
Uma ave...
Sozinha ...
Voltarei
para ver
a cor dos teus olhos...
Que choram por mim ...
No azul do céu
de lírios aromáticos...
RASGAREI...
O
sedoso véu que te esconde de mim ...
Beijarei
tua boca
na nuance do toque de lábios...
Cerrados
a cadeados...
Há muito trancados ...
Sequiosos de mim ...
Onde
extinguia
a avidez de ti ...
Com beijos selados...
Zelados assim ...
E
cair ...
em teus braços quebrados ...
Amarrados
presos nas sombras
do passado ...
Sentirás ...
Esse ardor da Paixão
que estava trancada
e
que incendiei ...
Como um fogo
em brasas guardado...
Num lume apagado
que hoje aticei...
Tesouro sagrado
em forma de pecado...
De que nunca duvidei ...
VOAREI!!!

ANA P.

RESUMO DE SENTIMENTOS ... 30/01/2011

Serenamente
descobri ...
o
bem que não demoliste...
Deitei a raiva fora...
Destruí a conquista ...
levei-te para longe...
do
Alcance das minhas vistas...
Libertei-te
na ira do vento...
Na REVOLTA ... em viagem...
Num cruzeiro...
USEI
O combustível
do meu sentimento ...
Numa formula complexa
em dialecto que já gasto
de tão usado...
Continua a SER, o obstáculo...
Super-Complexo! ...
Que
nem com o tempo
soubemos interpretar...
Mas acreditar ...
É viver... ou
reaprender a viver! ...
Não significará, MORRER ...
E
quando de facto um dia, Morrer...
Este será REVIVER! ...
A
grandeza
que me ensinaste a inventar...
em alicerces de lembranças...
Em ouro...
Eternas alianças...
Espolio memorial que salva-guardarei ...
Um
todo em que acreditarei...
Fechando os olhos...
VIAJAREI...
Ao encontro das saudades...
GUARDAREI...
Uma lágrima
que presenteará meu rosto
Tão, VERDADEIRA! ...
Que ao tocar meus lábios
me trará a adocicada combustão
do amor caramelizado...
AROMAS
da paixão...DOS afectos ...
Do trago amargo
que aprendi a disfarçar...
Que tanto VIVI! ...
Em trajectórias de vidas, diferentes ...
Em que AUSENTE
estarás tão Presente...
Tranquila viverei...
nem que seja
por últimos Momentos...
O
RESUMO...
De tudo
em que acreditei...
Numa
palavra SÓ! ...
SENTIMENTOS ...

ANA P.



30 janeiro, 2011

DESENCONTRO ...

Uma
tristeza que fica...
e
manda a saudade embora...
Chorando recita...
Numa
alma que grita...
Declama
sentimentos intensos
nos
afectos que perduram...
Corroendo...
Ligações transcendentes, lentamente...
Amores livres, isentos...
Gravitando em torno de nós...
Um
privilégio sequestre...
Domínio do nosso amar...
Império de incenso
que purifica desejos...
Trovas que se enroscam na alma...
Maviosa melodia
Embebida em calda
de doces desejos...
Aromatizados em frutos silvestres...
Dormentes...
Medronhos
que nos embriagam...
Extasia
eloquência de corpos soltos
em
mística magia ...
Devorado...
Em cada DESENCONTRO....

ANA P.

OLHAR DE LEMBRANÇAS ...

Na velha ponte do rio
vejo as águas passar...
Meus olhos são represas
com lágrimas a transbordar...
Fixando a corrente
deixo as lembranças
retornar...
Saudades de uma criança
que o rio soube Beijar...
A
meninice que relembro
no branco areal...
Um
sorriso feliz nadando
nos
braços do seu caudal...
Andorinha
esperando a hora do apartar...
Sentinela dos ventos...
Que me hão-de levar...
Voando...
Papagaio de papel...
Atado
nas mãos por um fio/cordel...
Fez
de mim menino alado
viajante deslumbrado
no
azul céu, adocicado...
Com cores alegres disfarçado...
Pintalgado...
Eufórica harmonia
mesclada natureza...
Onde vivi
tanta beleza...
em águas de verde esperança...
Na
liberdade de crescer...
Memórias de uma infância...
Sobre esta ponte a rever...
Descem
lágrimas da face ...
Querem abraçar o rio
Saudades
daqueles beijos...
Que um dia foram meus...
Lembranças nos olhos
de uma
simples criança...

ANA P.

LAÇOS QUE ME PRENDEM...(13/01/2010)

Solenemente
deito a cabeça no teu colo ...
O conforto
que
devolve a tua imagem ...
Fecho os olhos ...
Sinto-te Real! ...
Tão próximo
À distância paralela de dois corpos...
Onde a respiração
se extingue com o bater do coração...
Não falamos...
Consentimos que a ternura
Acaricie o semblante do nosso amor...
A
visível
nitidez de cada imagem ...
Devolve-me aromas...
Resgata-te para mim...
Exclusividade genuína...
Só minha
na
intensidade de um olhar...
Mistura de uma química
que me denuncia...
Passaporte
das milícias que me comandam ...
Anelar
desejo dominante...
Doutrina secular
que me ensina... alenta...
Rasga folhas de solidão...
Fazendo de negras cinzas...
Pétalas de escarlate PAIXÃO...
Em nuvens de pó...
Calmas com sedução
caricias do teu colo ...
Afagos por mim despidos...
com laços de seda rubro...
Que apertam a solidão...
Mandam a tristeza embora...
Devolvem-te ao meu CORAÇÃO...

ANA P.

MANTO AZUL ...

Nem as sombras
cobrem meu corpo de luto...
A
noite desceu sob o manto azul
enfeitada com fio de prata
tecidos pela lua...
Glamour ...
O
brilho reflecte
no
toque de veludo
que acaricia a minha pele...
Devolve-lhe o rubro vermelho
fermentado com o ardor
do desejo na combustão
em que se solta a química
no acto do BEIJO ...
O
odor de lírios alvos
acolhem a inquietude silvestre
de aromas que mesclam
sentimentos...
Num campo aberto
fluem ventos
que me batem nas costas...
SUAVES MOMENTOS! ...
... que contemplo ...
E
na descida do dia...
Vestindo a noite numa doce harmonia...
O
ameno conforto
de mascarar...
A luz branca ... que me acorda ...
Raios
de sol que bebericam
em
minhas pálpebras de mansinho ...
Iluminando
a tez do meu rosto...
Despertar...
Acordar das sombras
que me adormeceram
no Azul Manto...
de uma noite...

ANA P.


ALGEMAS DO DESTINO ...

Procurei o teu sorriso
no reencontro...
Refúgio das lembranças...
Senti-me
uma onda perdida...
Estrela-Do-Mar desprotegida ...
Mendiga das marés...
Castelo de areia...
Muralha no meu convés...
PERDI-ME ...
Nas ruínas salgadas
das lágrimas húmidas que secaram ...
As conchas murmuram ...
Querem saber de ti ...
Querem o esboço do sorrir...
E não sentir-te...
Partir...
De mim...
De ti ...
Desencontro...
Sem rumo
Sem fim
Obstáculo invisível ...
Resistência ...
Fio do meu prumo...
Que me impede de alcançar-te ....
Nas vagas de cada ...
S
O
R
R
I
S
O

T
E
U ! ...
Algemas
do meu Destino ...

ANA P.

CRUZ DO SILÊNCIO ...

Areias movediças...
S
I
L
Ê
N
C
I
O
Inconstante da minha alma...
Movimentos da mente...
de um corpo ...
U
M
A

C
R
U
Z
Alguém têm de morrer?! ...
Para que acha uma mudança?! ...
Quem morrerá?!
O
poeta?!
Que vê de dentro para fora...
E
absorve de fora para dentro...
O
Visionário?! ...
Que é um sonhador...
Um utopista de ideias extravagantes e quiméricas ...
De que vale
o significado do que se faz, quando não se têm alternativa?! ....
Uma CRUZ...
A
CHAGA...
Paradigmas ...
Fé ou razão...
Um terço...
Um acto de reflexão...
Que aperto entre as MÃOS...
Peço ... 
Peço ...
PERDÃO!
Aos pés desta Cruz...
Das vezes que me passou pela cabeça, MATAR-ME! ...
No silêncio...

ANA P.

PRECIPÍCIO DO TEMPO ...

Tacteando folhas de papel...
Como
se a cegueira
me vendasse os olhos ...
Decifrar
palavras pelo olfacto...
Mergulhar
na placenta Azul
que alivia a minha Alma...
Lhe dá colo...
No desfolhar...
Encontros paralelos
matizados azuis...
Entre o céu
e o mar...
Pincelar...
A íris dos meus olhos...
Pousar as mãos docemente...
Sobre a capa deste livro...
Sentir...
Percorre-lo...
Como se percorre um corpo...
Tacteá-lo ao pormenor...
Saber de cor
cada traço
de
cada segredo teu...
No
Vermelho negro das sombras...
Ao
cristalino de suas lágrimas...
Precipícios...
Onde haverá
sempre mudanças...
Como desfolhar um livro...
Entre
as mãos de uma criança...
Que outrora fui...
Na
Mulher, que agora SOU! ...
No Precipício do Tempo...

ANA P.

29 janeiro, 2011

CARTAS AO VENTO...

Ancorada na nostalgia de um dia que passa e aproxima o final de mais um ano.
É altura de meditar e realizar um pequeno rastreio, por toda a memória sensorial do ano que está prestes acabar...
Nostálgica... Sinto a falta de .... este sentimento de saudade, que me absorve a alma. Acarreta em mim uma doce neblina, um formigueiro carente de tudo ... ou ... será mesmo nada?! ....
O peso do que poderia ter sido melhor e nada fiz.... Não, que me considere uma pessoa acomodada. Tenho que lutar pela minha sobrevivência. Não sei porquê, mas projecto tudo o que considero negativo.
Embora tenha a absoluta certeza, que são estes que mais força me dão para continuar. Aqueles a quem devo toda a minha resistência. Todas as façanhas com que sou presenteada, sem o querer ou não...
Enfim...
Isto aqui, sou eu a pintar com a ponta dos dedos no sombreado do meu teclado. Companheiro fiel da minha doutrina em que ambos partilhamos cifras da minha escrita. Entre o mérito e derrotas de escrever e descrever sentimentos...
MOMENTOS...
Um tempo e um espaço onde procuro colo, no afago das palavras.
Houve alguém que um dia me disse, que eu era uma arquitecta de palavras, de sentimentos. Que usava variadíssimas metáforas para expor e soltar sensações. (emoções)
Alguém com capacidade e conhecimento para o dizer. E não dizê-lo por dizer...
Se calhar será este o meu melhor!... Não sei...
Não que me sinta uma deusa das palavras, não é isso... O que sinto é que com a escrita... delato muita coisa. Denuncio-me muitas vezes.
Tenho uma forma de sentir e de escrever que toca...
Escrevo com verdades claras e frágeis, que não são deturpáveis.
Muitas delas são consequências reais da minha vida, não são ilusórias.Foram vividas sobre a minha pele, entranhadas no meu sangue e jorradas nas minhas lágrimas. São sementeiras ceifadas com dores da mais pura verdade.
Nela a maior das minhas faculdades, SENTIR...
... de uma forma tão eloquente. que por vezes acompanhada com sofrimento, torna-me numa delicada alma sensível sem RUMO....
Presságio que me adorna com pressentimentos que não sou capaz de descurar, e com os quais elucido o dia a dia.
Hoje penso em todos que de alguma maneira trilharam comigo momentos, com os quais enriqueci e tive o prazer de partilhar vitórias e derrotas.
Outros passaram e nada deixaram, apenas um leve rasto, sem importância. Que o tempo acabará por levar no esquecimento. Aqueles que já não fazem parte das minhas vivências, são como pequena marionetas, num palanque. Espólio que vou salva guardando no tempo até que a memória se encarregue de os apagar.
São registos ausentes que se extinguem ao sabor de um tempo que me embarca, sem um rumo definido, sem velas, sem âncoras que me prendam. Isentos de vento...ao sabor da minha jubilar glória...
Da forma que mais me prover...
Mas...
Existe a eterna SAUDADE ...
Aquela que se sente por alguém... ou se perde...
Haverá sempre SAUDADE! ...
Saudades de um tempo, que não retorna mais.
E agora pequenas lascas, fazem toda a diferença ...
Daquilo que FUI...
Do que SOU...
e do que posso vir a SER...
No SENTIR...
E
na SAUDADE...

Carinhosamente

ANA P.

SEGREDOS ...

Podia dizer-te, tanta coisa...
Fragmentas
o tempo em tua vida
com uma força...
Envolvência
de um tornado...
A certeza que o tempo...
Não volta atrás...
Uma Mão, cheia de nada...
Outra de coisa alguma...
Sabes...
Com Mãos...
Se faz a paz
se
faz a guerra...
Fraccionas o tempo...
Um dia
de cada vez...
Rezas à sua clemência...
Que te deixe Viver!
Absorver
a sua brava sabedoria...
Que te caleje as Mãos!
De um modo insensível
em
que percas o tacto...
Nas catacumbas da tua vida...
Galerias onde escondes
o túmulo da tua essência...
O mais subtil...
O teu SER...
Guardas as chaves
da sabedoria leiga
da tua existência...

ANA P.

HOJE, NÃO TENHO HORAS...

Hoje não tenho horas ...
Deixa-me ficar! ...
Um
bailado campestre...
Perfume no ar...
Papoila bravia
Solta a dançar...
Hoje não tenho horas...
Deixa-me, ficar! ...
Neste enredo ardil
astúcia do medo...
Um mundo febril...
Independente de mim...
Rendida a teus pés
banhos sagrados
chuva de marés...
Pêndulo no tempo
Infinito oscilar...
Hoje...
não tenho pressa...
Quero ficar! ...
Monarca de anseios
aconchego ardente...
Veludo soberano
Estrela cadente...
Num véu disfarçado
limites sem fim ...
A gula
discreta...
Um doce pecado...
Que
acalento em ti...
Neblina
do sonho
em que adormeci...


ANA P.

CARTAS AO VENTO...

Você é ....
De todos os meus sonhos aquele que nunca sonhei.
Aquele que não preciso adormecer para conseguir ver.
Não lhe peço que vá embora mas para ficar nunca lhe direi.
A vida são casas com tectos, portas e janelas com vidros ou não....
E hoje aqui...
Sentinela, dormindo ou acordada a vida guardada longe da ilusão.
Acredito
que em breves momentos, joguemos ao vento tanta frustração. Que se dê corda à história como um brinquedo, esquecido no chão.
E assim lado a lado caminhamos direito, entrelaçando as mãos.
Partilhamos a vida um pouco perdida sem alguma razão.
Passo a passo entre o medo e o compasso, que não pedimos para marcar...
O SILÊNCIO quebra as regras, na falta de nos abraçar...
E o BEIJAR ... esse fica guardado, como um tesouro fechado num porão a mofar...
E no tanto querer, nunca chegaremos a saber a loucura que poderia ser...
Hesitamos momentos...
Em olhares sedentos, que tentamos desviar...
Um começo da história, que aqui narro para te falar:
Que és homem fantástico, com quem eu posso estar.
As conversas se estendem na mesa, como corpos no chão.
Nossas prosas são o brilho dos olhos, que seguem o coração.
E o olhar, é pêndulo de desejo, livre a baloiçar.
Cada gesto a aragem. que nos relembra o mar.
Os sorrisos gaivotas embriagadas de felicidade, onde queríamos morar.
Nesse tempo em que as horas são dias e os dias anos por nós a passar.
A saudade conquista-nos, faz-nos transbordar.
Rompe-se o silêncio...
Temos que falar...
Não sei qual dos dois, é o mais louco neste vacilar.
Embora a única certeza, nunca chegue a chegar. Que as metáforas do tempo sabem tão bem camuflar.
Não peço que partas, nem que me venhas buscar.
Só te digo que nunca me deixes, ficar SOZINHA! ...

Carinhosamente


ANA P.

SUSSURRO.... TEXTO ANA P. / VIDEO JC PATRÃO...

28 janeiro, 2011

PASSO A PASSO...

Passo a passo...
Procuro o compasso
Melodia subjacente no meu erguer...
Fecho os olhos...
deixo-me embalar...
Baloiço-me na mente...
Sinto-me levitar...
Ecos de silêncio...
Ondas do meu mar...
Derramei o meu corpo...
À deriva...
Sem astrolábio, para me guiar...
Liberdade...
Carta de marear...
Espírito rebelde
a essência...
Que me agita
em formoso borbulhar...
Esquadrão silencioso...
Protector
da muralha que nasce em mim...
Nesta escrita
que sai de dentro do meu âmago...
Vociferando gritos de eterno bramar...
IRA...
RAIVA...
Que me corroí VIVA! ...
Sentimentos à flor da pele...
Uma colónia
Brava...
que me banha neste odor...
PERFUME....
Renascido num tempo
que não sou isenta...
Partilha comigo sequências
de estranha razão...
Guilhotina...
A caneta que seguro na mão...
Decepando palavras...
Mutilando verdades...
TALVEZ
SIM...
TALVEZ
NÃO...
Os meus dedos são actores...
As
actrizes convidadas
são as chagas...
Fendas
que me despem...
Autoras fig-dignas
do derrame escarlate
com que delato as cores do meu coração...
Em cada olhar
que me prendeu...
que
ABSORVI.
DEVOLVO-O.
Em cada fumaça denunciada...
Lascas do meu culto
Liturgias do meu rasto...
Compasso
dos meus passos...
Que procuro
no meu breve...
FECHAR DE OLHOS...
Por uma simples razão...
CANSAÇO!!!

ANA P.

"PONDERAÇÃO"...

Fingi
que me esquecera...
da carência que marcaste
Na demolição
que deixaste...
Destroços
por retirar...
Fragilidade desnudada...
Meditei...
em pétalas caídas...
com escarlate sangue pintadas...
Estrelas
do meu céu, diamantes por lapidar...
Incenso
predominante nas palavras
por revelar...
Sequências...
Considerar...
Em cada sorriso
uma flor...
No gestos, de mil e uma palavras...
PONDERAÇÃO!
Uma missiva...
Mensagem, nada mais...
Fragmentos...
Alertas...
O avaliar as palavras
que nunca serão demais...
Repito...
Considerar...
Omitindo-te das lembranças...
Recordando-te
na ponderação...
Que não Chegaste, a PONDERAR...

ANA P.

CARTAS AO VENTO...

Escrevo nos aromas, de palavras simples. Que caracterizam a meiguice clara, com que vêem os meus olhos.
Carícias desnudando afectos, numa alma com pactos de solidão.
Vividos em verdades expostas, até à raiz do coração....
Porque se prende o olhar?! Quando a ideia era simplesmente passar...
Não deixo que o acaso me leve. Já que passei, quero deixar uma nuance no ar.
Para que um dia, tenha sempre que voltar.
RECORDAR É :
Viver...
Aprender...
É ter algo que nos faça, soltar as lágrimas...
Sentir, quando se perde o tacto...
Ver, de olhos fechados...Mesmo que esteja escuro...Onde a ausência de luz, não me provoque cegueira...
Recordações são tranças presas com fitas de seda. As quais faço e desfaço. Ato e desato...Todas as vezes que a memória me conceda...
Com liberdade e tino para o fazer...
Um dia não me queria esquecer, de grandes momentos que me fizeram crescer. Sentir o cheiro do mar, das cores que vestem a alegria sadia, de saber AMAR! ...
Ter lucidez para contar....
Mesmo que não veja o Mar...
Em longos tempos, breves momentos. Onde fui a gaivota, agiota...Comandando a frota do vento, sobre o céu...
E viver mesmo com o sofrer, faz parte do crepúsculo sagrado que nos ajuda a envelhecer...
Envelhecer, não será perder! ...
É uma meta do tempo, sem um fim que possa ver...
E o tempo que não se deixa alcançar. Nem os atrasos do relógio faz questão de descontar. Nestas andanças, que me fizeram crescer, existe a certeza que tudo isto é, VIVER...
Rebuscada incoerência de um dia poder esquecer, no ferrete do tempo, que teima, teima em querer levar de nós...
Lembranças....

Carinhosamente

ANA P.



LABIRINTO DE SILÊNCIO...

Em
que silêncio escondes
o
selvagem despertar...
Quais
as palavras que usas
sem
que as possas falar...
Uma
marca fecunda
sinal em tua tez...
Que omissão defendes?! ...
Que te abstém o sentir...
Intuição?! ...
Sim/Não...
Sombras/Sedução...
Um peso maior...
que paira sob a
PAIXÃO....
Alada imperfeição
que te denuncia...
A
arte de conquistar
na delicadeza e honra...
Pressentimento de anseios...
Teu jejum
de
presentes inflamados...
Purgatório
onde purificas
a
consciência que deflagra...
Alma
que se expia
dos sentires declamados...
Amante eterno
em sonhos
que te confundem...
Mistura visionária...
Por ti
proclamada
no azul do teu céu...
Meu...
doce Inferno...
Tecida na
escarlate utopia...
Fantasia Sonâmbula...
perseguida no labirinto do teu silêncio...
Rumores
que recordo nas
recordações da memória...
Repetitivo som...
Embebido no eco do teu...
SILÊNCIO...

ANA P.

CARTAS AO VENTO...

Quando tudo é... muito mais que saudade...
Quando tudo é... mais ruidoso que este silêncio...
Quando tudo é... muito maior que nós...
Certamente não vais ler esta carta.
Que dirigida ao vento, é apenas um breve momento, em que repouso na tua saudade e beijo-te eternamente... É o meu "ABSOLUTAMENTE"!
Mesmo que os teus olhos, nunca beijem os meus. Minhas lágrimas serão a luz dos teus... Independente... Livre, uma alma que se agita.Levando-me, para junto de ti.
Meio perdida procuro no silêncio, o som da tua voz. Fecho os olhos para ver de novo o teu sorriso...Esse brilhar!...A doçura infinita de me olhares...
Já nem sei como foi, como ficamos perdidos. Foste embora. Um beijo. Um adeus.Nosso amor estava rendido. No teu espaço, o carinho uma bela sedução.
Como crianças, alegres...cegas, rolamos pelo chão.
Tudo estava perfeito!
...A não ser, um senão! ... e esse peso maior...
Fez-te fugir de mim... Escolhendo a estrada mais recta, deixando-me no FIM! ...
Então como um vendaval, que passou e não voltou...
ACORDAR...
É engrandecer com tudo o que se AMOU!...
É sentir de verdade, a falta de Alguém...
Só a sim, se conclui :
A pura essência que eras para MIM!...
Um Homem presente!
E não minha Demência... Que NUNCA existiu!
Sabia bem o que queria, onde podia chegar...
Nestes dias, embora distante, nunca te deixo Só. Porque sei que na tua garganta, ainda existe um Nó. Não o desatas pois, esse teu medo não te deixa Viver!... Como um homem letrado, carregas teu fardo, mesmo que este te faça Doer...Não falaste, eu sei!...E mentiras não sabes dizer...E foi mais fácil partir, ver-me SORRIR...
Quantas vezes procuro por ti?! Para saber qual a razão...Faço as perguntas certas e responde o coração... Sabes bem!... Que a nossa idade nunca foi a questão. E "AMAR-TE!". Apenas uma simples equação. De um tempo que fugiu por entre os dedos das mãos. Uma cegueira provocada, pelo o medo sobre uma razão.
As vidas de hoje, já não se resolvem por uma simples questão. Acobardam-se verdades em prol de uma ilusão. Onde é mais fácil desistir e acomodar-nos na solidão em que os sonhos são filmes que não tem um fim....Como velhinhos presos, num banco de um jardim...
E agora aqui, nesta paz de te querer ver. Procuro o conforto no que ficou por dizer...
Na certeza porém, que nunca me irás ESQUECER! ...

Carinhosamente

ANA P.

MERGULHAR NO SILÊNCIO...

Dizer
que o silêncio não mora aqui...
não é verdadeiro
Dizer...
que já te esqueci
é enganar-me...
Uma melodia suave
desliza nos socalcos do meu coração...
Apazigua a minha revolta...
No brando néctar derramado
nos favos de mel
que se acomodaram
neste corpo de mulher...
PAIXÃO...
Enclave que nos abraça
em
territórios diferentes...
Se perde...
Imensurável leveza do meu ser...
Reserva
onde faço segredo de ti...
Destinado com um fim....
Meu mar revolto...
Veemência arrebatadora
que te acomoda...
Não deixando
extinguir a luz...
A
chama calibrada
na ausência das guerras iniciadas...
Nas
batalhas que nunca
serão denunciadas
Nem por nós proclamadas...
Sombras escondidas...
Becos da madrugada
onde faço sigilo
quando procuro por ti...
Mergulhando
nas águas do teu SILÊNCIO ...

ANA P.

ESPERANÇA.....

HAVERÁ
sempre um tempo
Que serei criança...
Vitórias urbanas
em gritos de esperança...
HAVERÁ
sempre alguém
que me faça sorrir...
Um arco-íris
por descobrir...
HAVERÁ
as manhãs
onde
aconchego a alma...
As
tardes eufóricas...
Onde viajo...
As
noites serenas
despertando Amores...
Pactos translúcidos
Cheios de cores...
HAVERÁ
tempestades
Cataclismos no ar...
GUERRAS...
VITÓRIAS...
Eufemismos sem fim...
Mas haverá a verdade
de destinos cruzados...
Um sorvo rendido
em cada gesto meu...
Salientando a Bonança...
Que espera
Um abraço teu!
HAVERÁ
Saudade...
O carinho...
e
a
AMIZADE!

ANA P.

CARTAS AO VENTO...

Um tempo nas minhas mãos...
Alma que grita
no choro do coração...
Escrevo assim...
Mesmo que mantenha a boca calada a alma desnudará frágeis sentimentos a ressaca de quem ama, inconsequente-mente.
Que me tapem a boca, façam de mim a carcereira. De alguma maneira mesmo de olhos vendados, nunca ficarei isenta de ver, sentir e de dizer... Hoje, não queria deixar de vos dizer que ao chegar ao final de mais um ano da minha existência, entre vitórias e sequelas, agradeço o facto de estar viva.
De Amar incondicionalmente os meus filhos. Mesmo que a vida nos tenha trocado as voltas.
Ao Rodrigo, que não estando tão presente como eu o desejava. Dou a liberdade de ser feita a sua vontade.
Aqui recatada no meu canto, que devia ser também o dele....Sinto a falta dos seus abraços, da seriedade do seu olhar. Da alegria da criança/adulta, que de certa forma obriguei a crescer. Gosto da abordagem com que sente o seu amor.Respeito as suas escolhas,mesmo que sejam difíceis. Também lhe impus a minha separação.Sem nunca lhe procurar a opinião, talvez devido à sua tenra idade na altura. No entanto fiz sempre, o que julguei ser melhor para ele. Acreditei sempre que fosse....AMO-TE!...AMO-TE!...
À Matilde, a grande revira-volta da minha vida. O orgulho de ter sido presenteada pela irreverência de uma criança, que faz parte da minha maior aprendizagem como MÃE, MULHER, AMIGA e como SER...
Ela foi e é de facto, a minha maior lição de VIDA!
Fez de mim a guerreira nata. Da frágil mulher ressuscitou uma alma com a força capaz de lutar, por tudo em que acredito.
Da dor, fez aparecer as alegrias.Da minha imensidão de lágrimas as maiores alegrias...Senti e vivi, todo o tipo de emoções:
. DOR
. SOLIDÃO
. ANGÚSTIA
. DESILUSÃO
. FRUSTRAÇÃO
. ALEGRIA
. PAIXÃO
. AMOR
MUITO AMOR...Tão grande que não existe céu azul nem mar, que se compare com tamanha felicidade. AMO-TE! ... AMO-TE! ...
Fez do meu medo a moldura de aço, com que a protejo a força escondida que renasce em mim. Que me alenta todos os dias. Sempre ao levantar, sinto muito orgulho de ser a mãe que sou. Dou graças todos os dias, por ser presenteada com a maior dádiva do Mundo... Ser Mãe! ...
Aos meus filhos, agradeço o verdadeiro significado da minha existência, obrigado.
Agora a todos que de alguma forma me fizeram crescer, que fazem parte da minha vida mesmo estando longe. Muito obrigada, por me aceitarem como sou. Por acreditarem que ainda vale a pena ser amigo(a)...
Não podia deixar de escrever ao meu amigo e jamais esquecido, JC PATRÃO. Pelo carinho, simplicidade e cumplicidade entre homem e mulher,na verdade de uma amizade, 4Ever!
Obrigado!
A vida , por vezes têm trilhos, com que não contamos.Mas sim estes, são de facto aqueles que por vezes mais nos marcam. Fazem-nos ver que a felicidade é tão efémera, como o passar dos dias. Não temos poderes, sobre ninguém.Mas também não nos deixamos enganar tão facilmente, algo que aprendemos, com o surgir da idade. Eternos, são sentimentos que nos dão rumo, são bússolas invisíveis que nos alentam e fomentam momentos nas nossas vidas....Se eu pudesse...se eu pudesse... Sim!... Serias de facto aquele alguém,que preencheria na perfeição os dias da minha breve existência, Não seria uma escolha! Seria o desígnio do meu coração...No silêncio a oportunidade calada, flechas sem direcção...No coração o rubro estandarte da verdade, cravada na minha paixão.
Mesmo assim ela será sempre guardada, de uma forma velada na luz do meu amor. Que nunca escondi.
Desejo-te felicidades, obrigado.
Aos amigos que o são, e que não preciso de os soletrar, muito obrigado!.... Por me deixarem fazer parte da vossa vida, assim como todos vós fazem parte da minha.
UM BOM ANO 2011....

CARINHOSAMENTE

ANA P.

DESÍGNIOS ....

Não me narres o silêncio do tempo ...
Aquele que teimas continuar...
Como uma bússola perdida
na vastidão do meu Amar...
Não narres...
Deixa o tempo delatar...
Âmago
intimo do meu gostar...
A serenidade segredada
no brilho de um Olhar
Palavras soltas...
submersas nas lágrimas que perdi...
no apenas esperar ...
Aguardo um sorriso...
Vestígio que queres recordar...
Um simples carinho...
Mensagens que selaste
Sem ecos no timbre do meu pulsar...
Na amizade fugaz
que não soubeste arrebatar...
Escondeste-te no silêncio
que procuras salvar...
Gestos sequiosos
soltos no nosso gostar...
Vai...
Fecha a porta devagar...
Não culpes os puros momentos
Que teimas não aceitar...
Oculta
apenas o beijo...
Que não me chagaste a dar...
Significado lacrado
nas lágrimas do meu mar...
Na maresia salgada
tempero do meu Amar...
Difícil é a tarefa....
Esquecer-te no meu sonhar...
Nas ondas do teu silêncio
onde me fazes naufragar...
Não narres a nossa história...
Deixa o tempo delatar...
Engarrafa-a no silêncio...
Deita-a nas ondas do teu mar...
Desígnios tão simples...
Verdades do verbo,
A
M
A
R

ANA P.

SEM RUMO....


SEM RUMO...
Neste momento nada sei
nem quero saber...
Estou exausta
preciso esquecer-me...
De mim...
De ti...
Os olhos brotam lágrimas de saudades...
Quando o coração sente
a mentira da distância...
No fuzilar a verdade
com pregos cravados...
Na moldura
lembranças...
Sorrisos...
Abraços...
Beijos dissecados
fragrâncias de doces pecados...
Meus...
Teus...
O
S
N
O
S
S
O
S
!
O mosto fermentado
no parapeito do meu peito...
No colo dos meus afagos
na inclemência do tempo...
Minha Mão, na tua mão ...
Minha Pele, na tua pele ...
Uma só, Alma...
Que vagueia...
Rosa dos ventos...
Sem Rosas ...
Sem Vento...
Sem Ti ...
Sem Mim ...
SEM RUMO ...
ANA P.

27 janeiro, 2011

MEU MAR DE CANELA...


MEU MAR DE CANELA...
Retrato-me
em cada folha de papel...
Águas do meu mar
que acariciam as arestas
... cristais por lapidar...
Do meu breve embarcar...
As ondas oferecem
trazem até mim...
Cheiros de terra de marear...
aromas de canela...
Um paladar
Abrasiva descoberta...
ALÉM-MAR...
Horizonte...
Destino de um céu
que beija o mar...
Onde nuvens ciumentas
correm a soluçar...
Reclamam os beijos...
Como se as tivessem a roubar...
Não querem que o seu céu
partilhe o seu beijar...
Pensando
por segundos que as estão a lograr...
Esquecendo por completo
a terna brisa do ar...
Que de mãos dadas com o vento
Fez a nuvens rodopiar...
Abriu novos caminhos
neste provocante bailar...
Onde o meu mar seduz o céu...
Palavras
soltas no vento...
Beijos
do meu pensar...
Rabisco em papel...
Meiguice
no Contemplar! ...
ANA P.