29 janeiro, 2011

CARTAS AO VENTO...

Ancorada na nostalgia de um dia que passa e aproxima o final de mais um ano.
É altura de meditar e realizar um pequeno rastreio, por toda a memória sensorial do ano que está prestes acabar...
Nostálgica... Sinto a falta de .... este sentimento de saudade, que me absorve a alma. Acarreta em mim uma doce neblina, um formigueiro carente de tudo ... ou ... será mesmo nada?! ....
O peso do que poderia ter sido melhor e nada fiz.... Não, que me considere uma pessoa acomodada. Tenho que lutar pela minha sobrevivência. Não sei porquê, mas projecto tudo o que considero negativo.
Embora tenha a absoluta certeza, que são estes que mais força me dão para continuar. Aqueles a quem devo toda a minha resistência. Todas as façanhas com que sou presenteada, sem o querer ou não...
Enfim...
Isto aqui, sou eu a pintar com a ponta dos dedos no sombreado do meu teclado. Companheiro fiel da minha doutrina em que ambos partilhamos cifras da minha escrita. Entre o mérito e derrotas de escrever e descrever sentimentos...
MOMENTOS...
Um tempo e um espaço onde procuro colo, no afago das palavras.
Houve alguém que um dia me disse, que eu era uma arquitecta de palavras, de sentimentos. Que usava variadíssimas metáforas para expor e soltar sensações. (emoções)
Alguém com capacidade e conhecimento para o dizer. E não dizê-lo por dizer...
Se calhar será este o meu melhor!... Não sei...
Não que me sinta uma deusa das palavras, não é isso... O que sinto é que com a escrita... delato muita coisa. Denuncio-me muitas vezes.
Tenho uma forma de sentir e de escrever que toca...
Escrevo com verdades claras e frágeis, que não são deturpáveis.
Muitas delas são consequências reais da minha vida, não são ilusórias.Foram vividas sobre a minha pele, entranhadas no meu sangue e jorradas nas minhas lágrimas. São sementeiras ceifadas com dores da mais pura verdade.
Nela a maior das minhas faculdades, SENTIR...
... de uma forma tão eloquente. que por vezes acompanhada com sofrimento, torna-me numa delicada alma sensível sem RUMO....
Presságio que me adorna com pressentimentos que não sou capaz de descurar, e com os quais elucido o dia a dia.
Hoje penso em todos que de alguma maneira trilharam comigo momentos, com os quais enriqueci e tive o prazer de partilhar vitórias e derrotas.
Outros passaram e nada deixaram, apenas um leve rasto, sem importância. Que o tempo acabará por levar no esquecimento. Aqueles que já não fazem parte das minhas vivências, são como pequena marionetas, num palanque. Espólio que vou salva guardando no tempo até que a memória se encarregue de os apagar.
São registos ausentes que se extinguem ao sabor de um tempo que me embarca, sem um rumo definido, sem velas, sem âncoras que me prendam. Isentos de vento...ao sabor da minha jubilar glória...
Da forma que mais me prover...
Mas...
Existe a eterna SAUDADE ...
Aquela que se sente por alguém... ou se perde...
Haverá sempre SAUDADE! ...
Saudades de um tempo, que não retorna mais.
E agora pequenas lascas, fazem toda a diferença ...
Daquilo que FUI...
Do que SOU...
e do que posso vir a SER...
No SENTIR...
E
na SAUDADE...

Carinhosamente

ANA P.

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