07 setembro, 2013

BLOCO DE NOTAS 07/09/2013

Tivesse conhecimento para desafiar a eternidade.
Pudesse perlongar-me no tempo. Deitar-me nele, como me deito em minha cama e chamar o sono.
Num deleite que ameniza o cansaço do corpo, apazígua a alma para lá do tempo que lembro acordada.
O desejo entardece os meus dias. Assim como o templo, mescla a cor dos meus cabelos. Naturalmente o corpo carrega os anos, a idade, como a alma me carrega.
Como ela mima, a ternura dos meus olhos e cada gesto livre com que aprendi a falar, a murmurar entre os lábios que sacaneiam o sorriso.
Todo o tempo do mundo, é quanto basta para não saber da eternidade.
O suficiente, em que me rendo nos dias um de cada vez. As lembranças, são os arados dos dias que se precedem. A iguaria que justifica qualquer tipo de opção.
O anti-depressivo ou analgésico que não podemos comprar.
Ali à mão de semear, quantas vezes ignoradas?!! ...

Ana P.

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