21 agosto, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...


O caminho que conheci outrora, já não é único.
Está cercado por trilhos e atalhos ...
As sombras que vejo, não me acompanham ... perseguem-me!
As palavras, são as maiores detonadoras de sentimentos.
Escrever, é o mesmo que andar por um campo minado.

Estas linhas que escrevo são palavras em pensamentos que mais se fundem em mim.
Palavras que abalroam a mente.
Como uma maré que se debate contra o cais, que limita a liberdade do meu mar....
Sim, posso dizer-vos que me sinto limitada, frustrada, sub-dividida por valores que não estão ao alcance do coração de nós...
que nos afirmamos como Adultos....

ADULTOS!!!!!

Por mais que teime em perceber, entender, conjugar, virar da frente para trás e vice-versa, acreditem que não consigo a resposta que acalme a revolta do meu coração.
Que me sinto por vezes a pior pessoa do mundo, por não conseguir parar este jogo do rato e do gato... Por não estar à altura de a defender. E todos os dias, lhe peço perdão.
...
Até agora caminhamos passo a passo, como uma onda cativo-vos...
Um pouco perdidos, porque ainda não vos contei o que me faz sentir assim... é que não me é fácil! ... A raiva anda á solta. As palavras beliscam o coração, por vezes fogem da razão... Tempo.... respiro fundo uns breves segundos, e deixo vir à tona paz que me faz ser a Mãe.
MÃE...
A palavra que mais me ergue, dá força e é sem dúvida o antídoto para todas as minhas dores...
É o mosto do ser simples que sou, do sangue que me fermenta nas veias, do brilhar dos meus olhos e de toda a grandeza do meu mar...
Diria que ser Mãe, é a catálise que predomina nos meus sentimentos...
É astúcia num sempre alerta...
Hoje, estou furiosa comigo ...
Como posso deixar que isto aconteça?!!
Que mundo este?!! Que justiça temos que nos priva dos nossos filhos??!!
Como é que é possível, deixar acontecer?!!
Porquê??!!
E mais uma vez chego à conclusão que o coração de uma criança, é muito maior do que o coração de um adulto...
E novamente sinto-me tão culpada, porque não pude fazer nada ...

Sinto-me uma estranha neste corpo, algo que deixo acontecer e que não faz sentido...
Questiono-me vezes sem fim ... é uma luta constante, depois é sentir-me impotente de braços amarrados... dá raiva, dá nojo, dá revolta, revolta ...
Falo-vos da minha Estrelinha do Mar, a minha filhota .... Uma dádiva, a minha força o baloiçar das lágrimas dos meus olhos...
Está de férias com o pai, até aqui pensamos que de facto é um direito da criança estar de férias com ambos os pais...Correcto, correctíssimo.... ( pensamos nós..)
Mas onde está ?? .. Não sei ...
Com quem está ??... Não sei ...
Está bem?... Não sei
Não sei porque o seu pai entende que no período de férias estipulado pelo o tribunal de menores, a criança não pode manter o contacto com a mãe, não pode atender o telefone não pode partilhar as alegrias com a sua mãe com quem está todos os dias do ano, que a leva à escola, ao médico que lhe fala sempre do pai, que a conforta quando chora e quando faz as suas birras... meu Deus que estou a fazer?!! Ou melhor que estou a deixar que acontecer ?!! Que mal fez a menina, para entrar numa guerra que não é dela?!! ... Se já pedi, recurso?? Claro que sim...Há tanto tempo, muito antes das férias judiciais! Mas o processo só vai ter atenção do Juiz depois das férias... e mais uma vez eu deixo a minha menina ser submetida a este tipo de violência... Pois, porque se recusasse as férias do pai, estaria a violar o acordo feito no tribunal de menores... Muito antes das férias entreguei setenta páginas justificando o meu pedido, com as devidas provas...
E mais uma vez, aqui estou eu com coração nas mãos sem saber nada do meu Amor!...
Que mundo este?!! Que justiça??!!!
Não posso de forma alguma andar bem.
Até porque este tormento, só acaba no dia 31 de Agosto. FIM das Férias...
Se acredito na justiça??!!
Gostava de afirmar-lo que sim!...Mas neste momento sinto-me traída, ... Espero um dia afirma-lo, sem demora...
mas por enquanto não o posso dizer, não , enquanto não obtiver as respostas que acalmem a minha dor...
Peço perdão todos os dias à minha filha, por deixar que isto aconteça, não sou a Super-Mulher, mas sou e serei sempre uma SUPER-MÃE! ...
Nem que tenha que ir ao inferno e voltar...
Mãe, é a palavra bordada no estandarte que solto no vento, faço questão de erguer bem alto ao alcance do céu azul que me fascina..
Na Vitória que gravo no peito," MATILDE"...

AMO-TE!....

Mais que palavras, são sentimentos que choram para fora e sangram para dentro....

Carinhosamente

ANA P.

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