18 maio, 2011

CARTAS AO VENTO...


CARTAS AO VENTO ....
Preciso de me sentir anónima de outros ...
não de mim!

Olá meu querido amigo ...
Saudades...
Muitas de ti...
da prosa do intelecto, do nosso afecto ...

Hoje sinto-me estranha, tão estranha que não reconheço esta revolta que me invadiu.
Um ser anónimo, que não é reconhecido por mim...
Preciso de espaço ...
Preciso do espaço vazio, onde me encontro tantas vezes ...
O silêncio é extremamente valioso, para que o possa desperdiçar, são conquistas minhas ... repletos de luz, de amor...
São urgências, que me fazem sempre voltar ...
Necessito, é indispensável para a liberdade de pensar ...
Revoltante, quando ouvimos dezenas de vezes ao dizer, AMO-TE! .... AMO-TE! ...
Sem nada conquistar...
No anonimato que precede os dias que vão passando ... Mais um Amo-te! ...
Pela manhã, à tarde e ao deitar ... Deixou de ser natural... é quase um ritual ...
Deixou de brilhar nos meus olhos, virou uma saga ...
Fez-me sufocar... Emudeceu-me de tristeza ...
Palavras que se repetem, enclausuraram-me na velha estrada que se diz, AMAR ...
Empurram-me para o precipício, que não pedi para alcançar ...
Sinto-me trôpega, já nem posso ouvir dizer ...
AMO-TE! ...
....
Meu querido amigo...
Como necessito dos momentos desta amena cavaqueira! ...
Como são importantes, as prosas do meu silêncio ...
Estou sideral-mente desfeita ...
Em ti, procuro o conforto de todo o carinho entre um Homem e uma Mulher ...

A chama que me sufoca, está amenizar na nossa prosa.
A realidade dos factos pesa mais que qualquer sonho que se possa ter, ou esperar.
Como bem sabes, já há muito que sigo o meu caminho sem atropelos que seguro meus filhos nos dentes...
Não quero, desfazer a vida de ninguém ...
Não quero partilhar sonhos, que não sejam também sonhados por mim ...
Não quero vidas paralelas ....
Quero ser aquilo que sou, Mãe, Mulher, Amiga ...
Quero viver um dia de cada vez ...
Hoje...
Fiz sentir o anonimato, para alguém que não entende e que nem se esforça por entender que o erro não está em mim...
Alguém que me aponta o dedo ...
Que me acusa de não ter coração...
Será que não?!! ...
Eu, não tenho coração?! ...
Não!
Eu tenho um enorme coração, que procura sempre uma razão ...
E a razão de me afastar, está numa família que não é a minha ...
É a dele! ...
E eu não tenho coração?!! ...
Não querido amigo, eu não vivo de ilusão ...
Não digo que sou feliz, que tenho tudo ... Mas ele diz ! ...
Eu não tenho coração?! ...
Não!
Eu não procuro diversão ...
Apenas realidades e não um senão ...
Sei que não estou errada em pensar assim, não sou egoísta não penso só em mim ...

Hoje, comecei o anonimato para ele ...
Julga-me absurda! ...
Em Afastar-me ... Deixar de fomentar o Seu, "Amo-te" ...
Absurdo seria dar continuação a um dilema, que me estava a consumir como Mãe, Mulher e como Ser que sou ...

Aqui e agora e sempre nunca serei anónima de mim ...

Talvez o seja, para alguém que não esteja à altura de me acompanhar ...
E ai o anonimato vale ouro ... é como o silêncio ...


Carinhosamente

ANA P.

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