22 maio, 2011

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...

Escrevo ao sol, sobe a colina da minha luz ...
Guardo-te no meu livro de borboletas,
mesclado com as minhas palavras ...

Sol ...


Porque se escolhe caminho mais longo, não quer dizer que não se chegue...

Hoje sou a paisagem, simplesmente desconhecida ...
Sentada, escrevo na colina do meu carinho, olhando a planície do horizonte no colorido sedutor das cores fogo.
Basta-me olhar, fazer uma sequência desta beleza que me é servida de bandeja.
A grandeza da mãe natureza ...
Meus olhos são espectros de luz, prismas de um sol que verte seus raios nos lábios salgados do mar ...
Perdida, acalmei a alma no toque aveludado do beijo no mar salgado ... Pressenti a falta, o espaço vazio tão repleto de ti ...
Por alguma razão, ainda escuto a tua voz....
Mesmo sem te ver, relembro o sorriso atrevido, que te rasgava o olhar, que tantas vezes te ouvi descrever ....
O mesmo que te encobria os olhos, fazia-os desaparecer do teu rosto...
Onde o teu sorrir falava mais alto, via mais longe ...
No topo de uma montanha no pico de icebergue ...
Relembro, relembro, vezes sem contar ...
Quando fecho os olhos, não é para deixar de ver.
É para alcançar ...
É como aguçar os sentidos, adormecer nas pétalas de Rosas, no perfumado odor devorador, do incenso que emanas ...
Vejo, a fumaça branca do incenso que me abraça, murmura confidências à alma, que sente e pressente, acalma-a ...
Exala o tónico, que me refresca a pele ...
Devolvendo-me a liberdade ... de cada capricho.
Submersa nesta ausência, engolida na saudade desfolho as memórias de lembranças de pedaços meus, que me dão vida ...
Fomentam o valor da amizade e o paralelo de vidas que se cruzam. Há mercê de um mar de inconstantes marés ...
A vida é uma maresia que nos faculta o espaço, o momento e as horas....
O espaço que fica sempre, mesmo depois ....
O momento, que nasce ou pode morrer ...
E as horas, o tempo que não podemos parar, mas que nos faz sonhar ...
Sonhar é acreditar ....
Eu acredito!
Acredito, que ainda haverá muito para aprender ...
Acredito, que a vida é muito mais que sonhar ...
Acredito, que em cada maré, há sempre o aroma da maresia ...
Acredito ...
Nas cores desta paisagem, no momento e nas horas.
No espaço vazio tão cheio de ti...
Acredito puramente porque gosto ...
Porque me faz falta ...
Porque o espaço vazio é meu ...
E está repleto da tua luz ...

De
borboletas bailarinas, que nos AMAM e SEDUZEM ...

Carinhosamente

ANA P.

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