09 abril, 2013

BLOCO DE NOTAS 09/04/2013

Esperava que o dia, me devolvesse o que teimo não esquecer.

Parte de mim sucumbe nos instantes que foram levados por alguém.
Outra vai sucumbindo no tempo, onde naufraga me sinto.
....
Inconstante.
É este frenesim que gurgita os átomos das ocasiões que se emanaram dos socalcos, onde a vida se faz e refaz. E sem querer se aprende a ler, as palavras que entrelaçam a lança de dores inigualáveis. No silêncio, resguardo a manta de saudade que me cobre os ombros. Reforço a tranquilidade da fortaleza dos meus olhos, que acarretam a paz que um dia me deixaste ficar. ...
Tanta coisa que lhe disse e outras tantas ficaram por lhe dizer.
De trás para a frente e da frente para trás, a mordomia de um tempo que não perdoa. Abalroa... Não haverá dias iguais.
No parapente, a saudade é a iguaria que não esqueço. É a trama do fio que não tramei para mim. É a arma do enredo, o depósito que me é dado em vida.

Não seria suposto questionar-me inúmeras vezes. Assim como não seria suposto não saber as respostas... E os dias cravejados nas lágrimas que me ensinaste a beijar. Sequiosa...Beberico agora a tua essência, nos retalhos que ainda não esqueci. O fio da navalha é a memória que me resta. Que ilumina os tons do arco-íris cinzento, nos dias que me recuso abrir os olhos... Em que sinto o medo de não te voltar a ver...
Minha alma alada no vento, é liberdade da nuance do sorriso que me deixas ficar...
Eu, sei! ...
Que não existirão palavras que te tragam de volta.
Eu sei, que nada voltará a ser igual.
Eu sei, que a suposta eternidade é o trono, onde me aguardas serenamente de braços abertos....

Eu, sei!...

Ana P.

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