16 abril, 2013

CARTAS AO VENTO 17/04/2013

Mais um ano!.
O que importa não é apenas ser, mais um...
Mas um, que não sendo perfeito me ensinou.

É neste silêncio que escuto as palavras que me ensinam a sentir.
Onde o redimir é o rever de um tempo que por mim passou.
São os passos que apressaram as horas e repreendem os segundos que teimavam ficar para trás.
Nada será igual, nem se poderá repetir...
Se não fosse um dia o vosso olhar, que me ajudou a educar o sentir que comigo partilham. Se não fosse a vossa mão estendida, eu seria uma alma esquecida.
Doou conta de mim, procurando na escassez deste dia as direções que se tornaram o rumo das minhas opções. Doou por mim à janela, numa remota viela... Doou por mim, tatuada na pintura da vossa tela. Doou por mim, quando não vos escrevo nada. Quando o derrame da essência é a falta que me fazeis sentir... Queria dar-vos o segredo da minha alquimia. Falar-vos das prosas que sagram com os picos da rosa. Falar-vos de um entardecer, do envelhecer que se acomoda no meu corpo. Da elegância que se é, em apenas ser. Descrever-vos o porta-retratos que protege as lembranças, que inferniza as saudades nesse nó que nos aperta o peito. Ser o atilho do laço, das amizades que sobrevivem no cansaço, que se erguem na dor e partilham o amor. Ser a partícula, apenas o pó.... Leiam as minhas palavras, como se as estivesse murmurando no ouvido. Decorem o hino que emudeço na humildade do vosso carinho, no apreço dos dias que se perlongam nas horas. Quando as asas são a arma mais solitária que encontra entre o azul do céu e o mar.... Descrevo-vos o silêncio que soa mais alto que os sinos. Que apregoa a liberdade de escrever poesia, como uma gaivota na maresia. Onde me escondo para não ser achada, como a noite se perde para a madrugada. ... Dais-me as páginas de uma vida, onde sem ela me fareis viver. Concedendo-me o amor. E este é, a formula mais bela de vos agradecer, enquanto a memória não me deixa esquecer...
Mais um ano!
Reporto em mim o solstício de um sol envergonhado. Poeiras de um tempo num jejum do olhar que não deixo esquecer. O Meu!... Aprendi a não sufocar na dor, e no brilho não desejo ser ofuscada. De mim levo e não trago nada....

Carinhosamente

Ana P.

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