26 abril, 2011

AURORA RECLUSA ...

AURORA RECLUSA ...

Reclusa ousei ...
Escrever ...
Espreitar a fenda do
crepúsculo da solidão ...
Como uma ficha
que seguro na mão ...
Não sei se vi ...
ou apenas sonhei ...
Nem se morri ou ressuscitei ...
As lendas são histórias ...
que se podem narrar
derrotas ou vitórias ...
Riquezas, desgraças ...
Fábulas de encantar
sonhos que nos pedem para ficar ...
Os
dedos cuspiam palavras ...
Uma ira vazia ...
que apenas partia ...
Tão sôfrega calcava e não me bastava ...
Pisava, pisava e
dizimava ...
A escuridão, mofava
despia a ventania ...
Encarcerada no meio do nada
a infelicidade
com uma corda atada ...
no velho porão ...
Criava raízes, furavam o chão ...
Um mundo vazio, um poço frio
pedaços de solidão ...

Agora senti-a ...
A febre fervia, lutava por um dia
que tanto queria ...
Sem ter certezas
do que nada seria
mas não o sabia ...
A luz bravia
cegueira
esbelta sadia ...
Menina dos ventos
secando as lágrimas ...
O frio o quente
orvalho bolorento
folhas soltas que vão com no vento
a brisa escorria lenta, sombria ...
Gritando
Aurora, Aurora ...
Que passa apressada
Cai na noite, tropeça no dia ...
Incertezas
de uma rebeldia ...

Foge menina, Aurora ...
Que vais nascer o dia ...

ANA P.

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