04 abril, 2011

CARTAS AO VENTO ....

CARTAS AO VENTO ...
03/04/11

Vens no mar ...
e no sol que me visita ...

Lá porque o mar é azul, não quer dizer que não o vista com o arco-íris dos meus olhos.
Sentei sobre areia, olhei o profundo e aveludado horizonte, que deslizava em nuances de tons de anil, numa calma revolta em ondas que se agitam ...
O meu silêncio é estridente.
Descalça caminho na areia fresca, que me salta nos pés ...
Numa jornada que me é permitida fazer à beira-mar . Onde as ondas se vão, para eu poder passar.
O cheiro das algas mistura-se, na serena aragem que está solta na praia. Mesmo assim senti, que o mar me desafiava ... Chamando por mim...
Parei, coloquei na areia as botas que trazia nas mãos, baixei-me, fiz uma dobra nos velhos jeans ....
Como se lhe dissesse, espera isto não fica assim! ...
Mais uma vez olhei para o sol, que descia no aveludado horizonte. Enchi o peito, com ar de algas e mar salgado.
Deixei que aragem, me empurrasse para ele ...
Atrevida, alcanço o meu mar . Aquele que me dá paz e me faz sonhar ...
O mar que te trás, até mim e me deixa pensar.
Não há distâncias aqui que eu não possa alcançar. Não há saudade que não possa superar ...
Quando os raios de sol me vem visitar , eu sei que és tu! ...
É a felicidade invadindo o meu corpo ...
Despertar de mistério ... que não sei explicar ...
Hoje! Precisei de ver o mar ...
Precisei de senti-lo, para acreditar ...
Acreditar, que quando menos esperamos temos asas, podemos Voar! ...
Molhei os pés, as calças, consenti que o mar me abraçasse, molhasse meu corpo ...
Deixei que o fizesse, para sejas tu, a secá-lo ...
Sentir-te tão próximo, sentir-me tacteada por ti ...
Que poderia escutar por instantes, o teu ofegante respirar. Sentir teus lábios percorrendo meu rosto, meu corpo ... Sentir-te ....
Sei lá ...
Sentir que a felicidade me invadiu ...
Ainda não sei, se estarei à altura deste mar, deste sol ... mas não queria sentir que nada fiz, que nada tentei ...
Não desisto! ...
E quando dou por mim, tenho as calças ensopadas, o rosto lavado com água salgada.
Os pés estão roxos, dormentes não sentem nada ...
Um atlântico de água gelada ...
Mesmo assim estou feliz, feliz, porque tenho sempre tudo, quando penso que não tenho nada! ...
Haverá um Sunshine (sol) que me trará paz ...
Uma felicidade sem hora marcada ...
Uma mão cheia de tudo, quando não se procura nada ...

Andando na areia, corro para ti ...

Pressinto a tua presença ...
Sou a estrela do mar, mais encantada ...

Num entardecer de uma tarde, sobe o manto de algas e águas salgadas ....

Carinhosamente


Ana P.

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