26 abril, 2011

CARTAS AO VENTO...

CARTAS AO VENTO ...
22/04/ 11



Beija-flor ...
Leva-me no teu tempo ...

Hoje vou falar para ti , usando a escrita de uma forma tão clara, como a luz que dizes que sou.
Descrever-te na areia que solto das mãos, fazer de ti a bonança dos dias quentes no pleno de um verão ...
Hoje serás moliceiro, num barco em águas que correm para o mar. Transportando o moliço, o adubo das terras que abraço e que me fazem sonhar ...
Dentro dos sonhos castelos que beijam as águas salgadas , dentro de ti esperanças sussurros dos búzios contando segredos que só tu podes escutar.
Brincadeiras de menino, que o mar viu crescer ...
Nos olhos um horizonte azul, matizado de verde.
Uma azul que representa o mar, o céu o infinito do beijo acabado de dar. Quando este toca o aveludado céu. Num enigma o mistério fica mais além.
Desconhecido que atrai, ofegantes desejares que não calas, que pigmenta a cor mais rubra do sentir . A farpa mais fina que trespassa e atordoa, antárctica setentrional do norte, que em rumo incerto, desconcentra-te o disseminar derramado em cada pétala.

Tocá-la ...

Senti-la ...

É muito que o apetite voraz que te corroí, que te revira as entranhas .
Essa agonia louca que te queima, como o incenso que te atormenta ... apura-te os sentidos.
A sagacidade que veste tuas mãos, milímetro a milímetro palmilham a pele e a mente se deleita num corpo que dizes de teu, o meu ...
Um oásis em teu deserto uma miragem ardente que te queima, ofegante respiração, abrasador sol que fervilha dentro de ti, fogoso coração que grita púrpuras cores de vermelho que te tinge a pele .
Colmata o mais leigo desejo, a sombra obscura que fica humildemente silenciosa ...
A sede lambida no precoce beijo, que te finta .
Calafrios que percorrem o corpo, desidratam descem teu rosto .
Enlevo que leva ao rubro, a supremacia destacada na infinita sofreguidão com que me desnudas, tactear, absorver com os dedos, um maremoto ...
Um turbilhão que sopro nas ondulantes formas que definem um corpo de mulher, réplicas emanam perfumes, seduzem, prendem, inercia dos teus sentidos.
Descrevo um acto de desejos, um leque em folhas de papel que te trazem para mim ...
Momentos que se soltam no tempo que passa, que nos unem nos laços da memória, em que tecemos fios de amor ...
Relembrando o beija-flor ...
Um jardim, onde sou a sua flor ...
Abraçada por um sol que me aquece, adormece neste éden de sentidos ...
Passo a passo em território desconhecido ...

Carinhosamente

ANA P.

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