02 julho, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

Palavras jogadas no escuro do meu silêncio ....
Palavras que se perderam, sem retorno ...

PALAVRAS ...
Enigmaticamente fluem num espaço sem fim, um buraco negro.
Poço de mistério onde se dispersam em vozes...
Vozes, que afoitas gravitam sob a áurea da mente.
Vozes, que edificam silabas de tons de rústicas quimeras ...
A voz, por sua vez é a guilhotina que as decepa ...
Palavras que ornamentam partículas de sentimentos, sedimentos na erosão de um tempo que nos fricciona a pele.
Momentos catalisadores de breves e longas horas, num tic-tac que não se ouve, nem sente aproximar.
Não se acorda! ... Porque o tempo não têm horas ...
Palavras que se agitam para descansar, num leito que se perde na escuridão no vazio do silêncio, no breve piscar dos meus olhos...
SONOLENTA ...
Não sei porque teimo em estar alerta ...
Não sei porque procuro os significados das tuas palavras ...
Sou a mera conhecedora, do sussurrar das minhas, das epopeias que descrevem a infusão de aromas que me lavam a alma ...
na grandiosidade dos sonhos que me prendem num estendal, com Vida ...
Em cada beijar de uma lufada de ar...
na coerência da tez de um sol que aquece.
Não sei, se o que sonho, poderá ser real...
Não sei, se viverei para sonhar, ou se os sonhos viverão em mim ...
Se serão pequenas mordedelas ou tragos de incenso, no sorriso de cada olhar que esconde o poente dos meus olhos ...
A minha ponte ...
Assim, como não sei a cor das palavras do teu arco-íris ... Não reconheço os raios do teu sol ...
Que definem teu busto no horizonte, na concorrência de cada frase que te salta das veias ...
Não sei absolutamente nada, das incertezas que tramas em tuas equações...
Desconheço a química que calcas nos paralelos de cada calçada, nas ermidas que te tangem a vida onde oras ao teu Deus ...
Não sei ler as invisíveis lágrimas de palavras, nem os nomes que seguras na mente ...
Não me atrevo a caminhar no arame. O equilíbrio que tenho não me permite tão grande ousadia.
Já não somo vitórias...
Na minha estante, os méritos são os troféus que não podes ver.
Aqui! A importância não é para quem nunca caiu... mas sim para quem cai e se ergue as vezes que forem necessárias.
Não sou a caçadora de troféus, pois a invisibilidade dos meus são a terra fecunda lavrada ...
São as sementeiras de trigo que me alimentam...
São o passaporte nas viagens que não foram planeadas... Mas sou livre! ...
Não me sei definir pela quantidade de palavras que possa escrever... mas sim, pelo quanto poucas vos possam dizer...
Na maioria dos meus dias, apenas desejo acordar, simplesmente ...
Desejo que o Tempo não me varra a mente, não liberte as Palavras dos montes de folhas secas que dócil-mente guardei.
Que não me prive da enciclopédia de fragrâncias ...
E que cada ímpeto desagúe no azul do meu mar, abrace a nuance da maresia por entre o nevoeiro que o sol faz dispersar...

ALEGRIA! ... Uma pequena palavra que em nada, pode ser tudo! ...

Acordar!...
Colocar os pés no chão ...
... Bom dia! ...
Sorrir ...

Viver um dia de cada vez ...
Porque não há palavras que justifiquem arrependimento, quando não se têm alternativa ....

Carinhosamente


ANA P.
02/07/2011

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