12 dezembro, 2011

MEU PALANQUE ...

Sem planos
desci o pano do palanque
que resguardo nas mãos ...
Reparei na exactidão do negro colorido
do branco eclipsado,
a palidez amarela,
de cada folha rasgada que afastei de mim ...
Ainda escuto
o ranger dos portões de ferro
que adornam o mural
de um jardim esquecido ...
Acordei o silêncio viscoso,
com passos ...
Calmamente,
tacteei pétalas de pedras cintilantes.
Mensageiras secretas de aveludados momentos.
Elevei minhas asas ao vento...
Senti a frescura do hálito de eucaliptos,
do sopro de amoras silvestres, do abrunheiro tentador ...
Senti esvaziar-me na vida,
embrenhar-me no enredo ...
Tão próximo, que me conquistou! ...
Dispersa em mil pedaços.
Resumida na
Volátil certeza de voar.
Inconstante...
Ameaçada pela discórdia do medo
que finta ...
Pragmático...
Não escolhe os momentos...
Executa ! ...
Intemperes de uma vida Absoluta!
Exemplo de um único olhar,
independente, livre ...
Um não relativo,
que lidera a essência,
de um palco em minhas, Mãos...
A paixão que delatei
nas pálidas folhas rasgadas ...
O negro colorido dos passos
que dou na vida, sentida.
No
calor do abraço que não dei...
Guardei...
Em folhas que rasguei ...

ANA P.

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