03 março, 2011

CARTAS AO VENTO ...

CARTAS AO VENTO ...

MASCARAS DE UM TEMPO
NO MEU OLHAR ...


Quando tudo é tão efémero ...

Numa plena tarde de uma Primavera, quase anunciada. Em arestas de cada vertente, que são presenteadas por um SOL, demasiado intenso para ficar. ... Grandioso demais, para desfalecer no horizonte do meu olhar ...
Como uma mendiga, procuro os tons laranja, que lhe dão vida, o cheiro de terra esbatida, no carreiro que me conduz entre o perfume das giestas e da flor de alecrim, que brotam no meio desta natureza bravia, atordoando-me os sentidos.
Dos meus pés, saem raízes que em fecunda terra procuram a fonte nascente, onde saciarei minha sede. Uma gula desenfreada, faminta de liberdade de cores vivas numa natureza rebelde.
Teimam aguçar o raciocínio, o gume da razão de intensos paladares.

Quantas vezes parti, sem sair do lugar?! ...
Quantas vezes gritei, de boca fechada ?! ...
Quantas lágrimas de nascentes, que sequei ?! ...
Quantas verdades, deixei por dizer ?! ...
Quantas vezes de olhos abertos, deixei-me cegar ?! ...
Quantas vezes no meio da multidão, senti o abismo ?! ...

Precipício inconsciente da minha mente, poderei dizer demente?! ...
Não! ...
Que a demência é a desculpa para actos em que não coragem de enfrentar...
É a cegueira criada com mascara, numa identidade camuflada, que apenas deseja, ser AMADA, DESEJADA ...
Isso não sei esconder, é toda a seiva do meu SER! ...
Que seguramente deseja, VIVER! VIVER! ...
Assim como toda esta natureza cheia de vida, cores , odores.... Sobrevivendo ás intemperes de um tempo .
Uma fracção de segundos, em que tudo pode MUDAR! ...
Quimeras que per-longo nas utopias, que não quero deixar de FOMENTAR ...
Na insignificante ausência de quem passou por passar.

Vestígios que resgato neste horizonte, no domínio do meu, OLHAR! ...

PAZ, SILÊNCIO ...

DEIXEM-ME FICAR ...

Carinhosamente

ANA P.

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