18 junho, 2011

DISFARCE DE INSTANTES ...

DISFARCE DE INSTANTES ...

Morte
quantas noites
quantos dias ...
Ainda por contar,
quantas ceifas feitas
nas estações do luar ...
Morte...
que matas, decepas...
Nunca chegas a partir ...
Nunca dormes,
nem sentes...

Não falas...
Inventas, o grito no silenciar das horas ...
Angustias de apertos no peito
que se
perdem no vácuo infinito, do tempo ...
Amordaças
que calafetam momentos ...

Não os deixam fugir do pensamento ...
...
Morte efémera de instantes
alojas-te nos corpos...
Parasita solitária...
a doença incubadora
que se esconde em nós ...
Gravita no túmulo da alma,
atormenta a solidão ...
Túneis de sangue,
lava de lágrimas escarlate
Chagas lacrimejando nas mãos,
a voz rouca delirante
o pulsar do coração ...
Sonhos negros de espadas flamejantes
estilhaços ensanguentados
a ferro quente cravados ...
Asas de anjo tombadas
feridas que não saram,
ficam guardadas...
Em
cada socalco pela morte apedrejados ...
Cruzes de paus,
leitos sombrios ...
Lápides
de pedra as nossas, calçadas ...
No
luto de cada madrugada,
Sentenciada! ...
Oh! Morte disfarçada ...

ANA P.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.