01 maio, 2012

CARTAS AO VENTO 01/05/2012



CARTAS AO VENTO 01/05/2012

Alinhava o sorriso do rosto...
Contra dizia pensamentos, reencontrava fragmentos . 
Uns diziam-me muito, outros mutilados aglomeravam-se no espaço perdido. 
Seriam os escombros, muros e muralhas de um submerso território. 
Tão meu!... 

Renovado de fragilidades, um tocar na pele. 
Assembleia de sentimentos, rédeas dos ventos que passam por mim. 
Um exacto segundo, ou justamente um fim. ...
Um fim que antecipa, o recomeço. 
De fio a pavio, não saberei todos os ideais conceitos das expressões. 
Não sei se posso resumir as sínteses, ou se elas se resumiram no tempo.... 
Algures, absorverei todas as tramas, as fábulas de uma mente sem equívocos, sem as ambiguidades do ser que tantas vezes, rasteja a interpretação das palavras, dos gestos  e de tudo o que não soubemos esclarecer. ... 
Avisos, réplicas, transgressões que não soube ler, ver e sentir ... 
Nuances do verbo, fugir..., partir e muitas do ir.
Um simulado querer ir e não voltar, fechar de olhos e viajar ... 
Transpor barreiras, saltar fronteiras, galopar na imensidão de uma paisagem agreste, ser o impetuoso rochedo...
O milhafre da guerras do meu medo. 
Ser o toledo, que num ápice passou. Impressões sem decalque dos actos impensáveis.
Ser ardósia da minha prosa, de todos os verbos que decompus, ser a migalha no meu jejum...
Apostaria a liberdade que desconheço nas palavras que já em mim sangram, enumerá-las seria abusar da sabedoria, era impor-lhes um determinado fim, eleva-las numa ordem de um começo a um destinado fim .... 
Prefiro alinha-las. Sempre que necessário percorre-las,  da frente para trás e de trás para a frente sem lhes chamar empecilho, ou uma perca de tempo.  
Não saberei ao certo quantos caminhos percorri, e quantos poderei percorrer... Mas a quantos já fui, e pareceu-me reconhecer ... 
É verdade que me sinto aliada à mente. 
Presunção é a vaidade com que agarro os sentimentos, com que os bafejo na montanha que chama os ventos equestres. 
É pernoitar com quadrilhas, que me assolam a alma. ... e fingir demência! ... 
Supostamente assumirei a ...
Eloquência que envolve a mente. Conquistei a segurança versátil do astrolábio do mar que me corre nas veias. 
Barcarola de madeira lavrada com mãos, velas tecidas em teares de sonhos ... 

Os que desejei sonhar ...
Os que sem querer, tão foram ...
Outros que simplesmente vieram ...
Outros mais aguardam no porão sem paredes, sem grades ...
SEM,
Elos, de cadeados abertos, sem chave .... 

Em fim, mesmo que haja  redundância de palavras .... 

Não saberei decifrar o enigmático domínio da mente. 
Que aparentemente se esconde neste corpo, enaltece na fermentação dos sentimentos na partilha de todas as minhas palavras.... 
Numa linguagem de pensamentos, delatados na escrita...
Imperfeita sabedoria.



Carinhosamente 


Ana P.

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