10 maio, 2012

CARTAS AO VENTO 10/05/2012


CARTAS AO VENTO 10/05/2012

" Escrevo no rodapé das páginas de um livro, que ainda não escrevi." ...
  

Há dias que me invento. 
Outros reinvento-me nos intervalos do tempo. 
Ainda adormeço alma nas presentes memórias. Recordações que sobrevivem ao alheio que me desconhece, e muito próximo da distância que canta à capela nos sonhos que não soltei. Poderia descrever a ironia das cores negras das sombras, que acalmam os intensos vermelhos nos leitos que não desfiz. Em vertigens irreflectidas de tentações que emergem à flor da pele. Tonificam os significados de palavras simples, desenhadas em telas de linhaço do rio que me renasce. Simbolizando a força dos afectos que não se perderam, apenas se embriagam por momentos passageiros... Nuvens... deslizando no céu de um perfeito Éden. Um expresso carregado de viagens, de palavras reconhecidas, repletas de gestos carinho, lavradas no meu peito, tacteadas ...  Que se agarram ao despertar de fragrâncias, justificando as razões que me dissolvem neste mundo imperfeito. Perpetuam a grandeza do silêncio que solto, nas páginas que escrevo. Clarificam o nascer do sol, a luz que se esconde nas noites nos dias que não me lembro de ter dormido.
Acordada, não sei se estou sonhar. 

Deixam-me ser, e eu deixo-as ficar.



Carinhosamente

Ana P. 

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