Voltei de ti, amor!
Enamorada...
Ficava no átrio da tua entrada.
Sonhava acordada ...
Nem reparava...
A porta fechada,
as janelas semi-cerradas...
Fazia sentido,
e eu sonhava ...
Pestanejava ao sol,
dava guarida às noites
com que te sonhava,
nas madrugadas ...
Tola, tola enamorada! ...
Nos ombros carrego do xaile
que afagava
o abraço da saudade
Manto negro
que tapa a tristeza...
No peito o refrão de um amor
sem nada perfeito...
Apenas dor...
Nos olhos morreram as lágrimas
que se perderam de mim ...
No encontro do teu olhar,
que nunca chegou a chegar ...
Um começo pelo fim ...
Vagabundas! ...
Retornam no silêncio
que nunca te fez prenunciar ...
Escravatiza ...
Perdidamente,
no tempo
nasceram as flores,
que moram no meu jardim ...
Voltei, amor!..
Deixei-te ficar ...
Fiz promessas ao vento
Libertei meu pensamento ...
Fiz de ti o Mar ...
na Caravela de Amar ...
De todas as brancas telas
que nunca te vi desenhar ...
Fiz de ti a aguarela
nas cores que não me deixaste pintar ...
O branco da tua tela
nas cores desse meu olhar ...
Fui! ...
Mas consegui voltar.
Ana P.
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