28 maio, 2012

CARTAS AO VENTO 28/05/2012


CARTAS AO VENTO 28/05/10 


Sabia que me reencontrava na multidão de sons, com que se definem as palavras.
Um lugar perfeito, abrigo das horas que me enlouquecem. 
Ponto de encontro de todas as razões, atilho de luz que ilumina a minha alma...


Reencontro-me em cada silaba que desata a alma... 
Em cada palavra que meus lábios esconderam do prenunciar.
Mais que uma força, é a liberdade de conquistar. 
De morar num horizonte desenhado por arco-íris. 
Num planalto esculpido por um sol, demasiado atrevido e um céu que se rasga de azul, nas asas de um mar que nunca foi navegado.... 
... Aqui sentada! 
No precipício do silêncio, descodifico o eco das palavras que não falei. 
A quem nunca dei a oportunidade de se expressarem. 
De serem ouvidas numa amena cavaqueira, comum em diálogos que nunca ficam imunes. 
Atordoam contextos de ambíguas opiniões, personalizam a imagem que marca os momentos que se perderam num olhar.
Aqui! ... 
Nunca poderei estar só. Não passarei fome nem terei frio. 
Não serei prisioneira. 
Apenas hospedeira num albergue onde pernoitam as palavras, o aconchego dos ventos e a chuva de pétalas com perfumes que me difundem os sentidos.
Açoitam as vertentes no caudal dos meus olhos... 
A margem inconstante assegura o rio desenhado no meu corpo, pele na pele .... 
Sentir... 
De coração aberto, apertar as faltas que não se podem deixar de sentir ....
Não resistir!...
 Abraçar a dor, como sendo um plano seguro dos dias que podem seguir  ...
Olhar nos olhos... 
Apaladar o convexo na conexão do côncavo ... 
Aqui! ...
Não encontro  distância, não diferencio as cores .... Assisto na primeira fila ao glamour que desfila. 
Uma beleza mística que reflecte, o espelhar os sentimentos, enfeitiça a alquimia de pressentir, de desejar e coloca à prova toda a quimérica que não deixamos de sonhar...
De olhar as estrelas, contemplar a aurécia de uma nostalgia que revigora o jejum de um corpo ... 
Refresca ...
Recordo .... 
Agradeço este silêncio.... 


Este pedaço do "Eu", que em tudo, pode ser simplesmente, Nosso! ... 


Obrigada ás palavras, que sem falarem são de certo o melhor do eu, que não fala ...


Carinhosamente 


Ana P.

2 comentários:

  1. Oi Ana, sou fã da tua poesia! Você escreve maravilhosamente bem. Beijos :)

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  2. Olá Luciana.
    Grata pelo carinho. Obrigada por gostar do que escrevo... Beijo de coração...

    Muito obrigada

    Ana P.

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