01 novembro, 2012

CARTAS AO VENTO 01/11/2012

Não sei se quero este silêncio
ou
se ele o quer de mim.
Nostálgica, acolho a melancolia que satura as saudades de mais um dia que passa.
As horas de tempo igual, parecem um desfiladeiro interminável.
Avançam ...
Seduz-me a lentidão que absorve a ânsia de esperar.
O intenso desejo domina o brilho, dos pedaços com vida que não partiram de mim.
Inquieta, amplifico a quietude das memórias que revivem para lá do meu peito.
Para lá da surdez dos sonhos, que não pediram para ficar... foram ficando!
Não se expressam nas cores que não se vêem, mas corrosão dos sentimentos que nos define os sentidos.
Haverá erosão mais deslumbrante que o pó das cores dos meus olhos?!
Que o glamour das lágrimas, que se encontram?!...
Tacteando subscrevo o reverso dos momentos que justificam a luz dos meus dias.
A apoteose da paz que não ilude o coração, aconchega-o.
Nos pequenos melodramas, aprendi as cifras para enfrentar os medos.
No esquadrão de asas pernoitei, antecipei as aurécias das manhãs que fugiam da Aurora.
Atrevi-me a escutar melodias, que foram tocadas em pianos silenciosos. De cordas afinadas preservam os perfumes do incenso, que rejuvenesce o tempo.
Levitam o carrossel de Quimeras, que poderei escrever nas pálidas folhas de papel.
Registos dos elos que uniram, dos laços que afincam a velocidade unânime de um ancestral tempo.
Não quantifica, mas qualifica a densidade dos abraços que se sentirão para além de mim.
Para além das lágrimas que não me pertencem... as vossas.
Não poderei vê-las, mas solta-las-ei no alpendre dos vossos olhos.
Dar-vos-ei, a cortesia de me sentir perto vós, na amplitude de um abraço que não seria aguardado....
Rasgarei o vosso silêncio, com o som do sorriso que a vossa boca me dará.
Dar-vos-ei pedaços meus, dos meus momentos de paz.
Carinhosamente,

Ana P.

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