25 novembro, 2012

BLOCO DE NOTAS 25/11/2012

Leva-me ... 
Enquanto despia a essência que me beijava o olhos. Planeava abraçar as palavras que ensinaram a escutar.
Aconchega-las no colo. Dar-lhes colo. Serei mais convicta que os sonhos?! Ou os sonhos serão os alicerces que me dão vida?!
Em cada silêncio um eco de palavras, de máximas que se soltam sem direcção. Procuram os ventos, as tardes, os dias. A rebeldia de todas as noites que não fui capaz de dormir. Ainda procuro por mim. Procuro-me na liberdade das paisagens que resgatei dos olhares. nas cores que em mim anteciparam os arco-íris, as marés dos meus dias... No rosto procuro o vento. A maresia, as saudades dos raios de sol que acalentam a beleza que revive no meu peito. Vejo e revejo o vazio das sombras que abarcam na tristeza... Um vazio tão repleto de mim, que esmiúça a dor de cada sentido... e não haverá parto sem dor. ... Aliviada não condeno, não julgo. Gratifico o amor no caudal dos meus ventos. Agradeço cada erguer, depois de tombar. Cada gosto agridoce que descobri...Que calmamente saboreio no alpendre dos meus olhos. Mesmo fechados, avivam as cores, devoram o tempo na sequência dos momentos, devolvem-me pedaços que ficaram depois de... Depois de cada lágrima, de cada silêncio. Nas alegrias que em alguns dias se disfarçaram de tristeza... Mas não há mar e que não tenha marés. Não há azul que não seja pintado de laranja fogo infernal... Infernal porque nos confronta. Coloca-nos à prova.
Se não reconhecesse a força da vida, que me habita e não apregoa-se o fogo que traduz o amor. De nada me serviria a luz dos meus olhos. O silêncio da riqueza que me ensina a levantar quando caio, isola as nuances da tristeza que por razões ou meras opções lacrimejam. Em cada ermida uma prece, um resgate de mim que ficou. Elevo-me no pó de cada frase escrita com o pólen do amor que partilho. Se o meu silêncio for o ruído dos vossos olhos, a lágrima que vos toca o coração eu serei o brilho do um olhar que passou.
Levada no fascínio de um desconhecido, que se sente tão próximo... No alcance dos abraços. Na coerência de um simples beijo.
Nos sonhos que nunca sonhei, mas a que pertenço. Os vossos....
Agridoce que se sente, o algures num adeus....
Leva-me!

Ana P

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