08 novembro, 2012

BLOCO DE NOTAS 07/11/2012

Se denunciar é um ato,
aqui fica o meu .
Trago-te no peito,
no silêncio que grita nos meus olhos.
No porta retrato,
que guardo nas prateleiras da memória.
Basta-me,
fechar olhos para compor e repor os ventos que nos uniram, contra outros que nos separam.
Não haverá mar que não tenha ondas,
nem ondas que não amoleçam no mar.
Dar-te-ia o mais forte dos abraços,
se a implosão das palavras não incluíssem a magnitude de dramas pessoais.
Dar-te-ia o desejo do beijo,
da distância que fugia das horas.
Onde a natural eloquência era o mastro das velas que nos aproximava.
Descreveria-te de fio a pavio,
o sossego desse pequeno espaço que chamava de "meu", de "nosso"! ...
Fazer-te escutar!
Fazer-te ouvir,
o que nunca escutaste do meu coração...
Cada passo caído,
cada segundo a mais,
que entardecia o teu chegar...
Quantas vezes antecipei os dias,
as horas,
selecionei o tempo?!!.
Quantas vezes sem tempo, fiquei?!! 
Quantas vezes cansada, corri ??!!
Quantas vezes fiz de aia, no trono de um Rei?!!
Pedaços que abdicaram de mim. 
Pétalas despidas.
Prosas,
leitos com vida.
Poesias declamadas,
nos becos da madrugada.
Descrever-te-ia,
a Alma que não conheces,
a lágrima invertida.
O desejo, mais fugaz.
O beijo apetecido,
que murmurei simplesmente no ouvido.
E simplesmente delatava-me! 
Simplesmente,
Nada mais. 

Ana P.

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